TRAMA ENGENHOSA em um CLÁSSICO POLICIAL NOIR
Em
1539, os templários de Malta pagam tributo ao rei Carlos V da Espanha,
enviando-lhe um falcão de ouro todo encrustado de joias raras. Mas piratas
roubam este presente inestimável e seu destino permanece um mistério. Com esta introdução
tem início o lendário policial noir O
FALCÃO MALTÊS (The Maltese Falcon, 1941) - ou “Relíquia Macabra”, título
brasileiro. O enredo
gira em torno dessa preciosidade medieval valiosíssima que é levada em sigilo
desde o Oriente até a cidade de San Francisco, na Califórnia. Em seu rastro
seguem aventureiros gananciosos que fazem de tudo para possuí-la. O detetive
particular Sam Spade (Humphrey Bogart) entra nessa batalha ao receber a visita
da sedutora e esperta Brigid O’Shaughnessy (soberba Mary
Astor).
O que parecia ser mais um caso normal torna-se um emaranhado de problemas quando seu sócio é assassinado. Imune a ilusões sentimentais, habituado a lidar com gângsteres e policiais corruptos, Spade arma um jogo sutil de alianças e traições, decidido a sair vencedor. Preserva noções elementares de justiça, mas está disposto a ir até o limite. A intrincada e deliciosa narrativa, que mistura momentos sarcásticos com outros de puro suspense, estabeleceu padrões que seriam seguidos por muitos dos filmes posteriores, definindo características clássicas do gênero, como personagens ambíguos, ambientes obscuros (inspirados no expressionismo alemão) e a mulher fatal (perigosa serpente).
O que parecia ser mais um caso normal torna-se um emaranhado de problemas quando seu sócio é assassinado. Imune a ilusões sentimentais, habituado a lidar com gângsteres e policiais corruptos, Spade arma um jogo sutil de alianças e traições, decidido a sair vencedor. Preserva noções elementares de justiça, mas está disposto a ir até o limite. A intrincada e deliciosa narrativa, que mistura momentos sarcásticos com outros de puro suspense, estabeleceu padrões que seriam seguidos por muitos dos filmes posteriores, definindo características clássicas do gênero, como personagens ambíguos, ambientes obscuros (inspirados no expressionismo alemão) e a mulher fatal (perigosa serpente).
PERFEITO CONTROLE na DIREÇÃO
O
romance policial “The Maltese Falcon”, de Dashiell Hammett, lançado em 1930, resulta
da compilação de duas histórias publicadas em 1925 na revista “Black Mask”: “The
Whosis Kid” e “The Gutting of Couffignal”. Além da versão de John Huston,
existem outras três, todas fracassadas: “O Falcão Maltês /
The Maltese Falcon” (1931), de Roy Del Ruth, com Bebe Daniels e Ricardo Cortez;
“Satã Encontrou Uma Dama / Satan Met a Lady” (1936), de William Dieterle, com
Bette Davis e Warren William; e “The Black Bird” (1975), de David Giler, com
George Segal e Stephane Audran.
O remake de Huston, filmado na Warner de Culver City, foi o primeiro longa-metragem do diretor, que até então trabalhava como roteirista (em filmes dirigidos por William Wyler, Raoul Walsh, Howard Hawks, Anatole Litvak e William Dieterle). Custou 300 mil dólares e foi rodado em oito semanas. O cineasta demonstrou um controle perfeito sobre a produção, surpreendendo o chefão do estúdio, Jack Warner. Huston entregou um roteiro detalhista, que incluía story board e material necessário para a filmagem. Em sua autobiografia, disse: “Preparei-me bastante para meu primeiro trabalho como diretor. Tinha um roteiro muito bem estruturado, não apenas cena por cena, mas também plano por plano. Fiz um esquema de cada plano; indicava inclusive se tinha de fazer uma panorâmica ou um plano com grua. Eu não queria ter dúvida diante dos atores e da equipe técnica. Apresentei meu roteiro para o produtor Henry Blanke. Tudo o que ele me disse foi: “Somente recomendo que cada cena seja tratada como a mais importante do filme”. Este é o melhor conselho que um diretor jovem pode receber”.
O remake de Huston, filmado na Warner de Culver City, foi o primeiro longa-metragem do diretor, que até então trabalhava como roteirista (em filmes dirigidos por William Wyler, Raoul Walsh, Howard Hawks, Anatole Litvak e William Dieterle). Custou 300 mil dólares e foi rodado em oito semanas. O cineasta demonstrou um controle perfeito sobre a produção, surpreendendo o chefão do estúdio, Jack Warner. Huston entregou um roteiro detalhista, que incluía story board e material necessário para a filmagem. Em sua autobiografia, disse: “Preparei-me bastante para meu primeiro trabalho como diretor. Tinha um roteiro muito bem estruturado, não apenas cena por cena, mas também plano por plano. Fiz um esquema de cada plano; indicava inclusive se tinha de fazer uma panorâmica ou um plano com grua. Eu não queria ter dúvida diante dos atores e da equipe técnica. Apresentei meu roteiro para o produtor Henry Blanke. Tudo o que ele me disse foi: “Somente recomendo que cada cena seja tratada como a mais importante do filme”. Este é o melhor conselho que um diretor jovem pode receber”.
HUSTON e BOGART, uma PARCERIA de SUCESSO
lee patrick e bogart |
A
estética noir deixou marcas na cultura
pop e se repete até hoje nos mais diversos tipos de narrativas
cinematográficas. De modo geral, são chamadas noir (“preto”, literalmente do francês) produções criminais realizadas
em larga escala nos anos 1940 e 1950 em Hollywood. Apresentam mocinhos de
caráter duvidoso, mulheres perigosas e inteligentes, detetives calejados, paisagens
urbanas sombrias, ambientes fechados, predomínio de cenas noturnas, trama
policial e, obviamente, narrativa que gira em torno de algum crime.
Não bastasse ser considerado o primeiro e um dos mais conhecidos representantes do film noir, O FALCÃO MALTÊS ainda pavimentou o caminho de sucesso de dois importantes nomes da história do cinema: John Huston e Humphrey Bogart (que estrelaria o clássico “Casablanca / Idem” um ano depois). Por pouco, eles não tiveram a oportunidade de iniciar uma parceria de sucesso. A Warner havia oferecido primeiro George Raft para o papel de Sam Spade. Mas o ator, uma estrela na época, não aceitou o trabalho devido à inexperiência do diretor. Foi então que Huston convidou Bogart, que havia terminado o genial “Seu Último Refúgio / High Sierra” (1941), personagem também recusado por Raft. As afinidades entre a dupla foram tantas que trabalharam juntos em outros cinco filmes, sempre acompanhados de muito uísque: “Garras Amarelas / Across the Pacific” (1942), “O Tesouro da Sierra Madre / The Treasure of the Sierra Madre” (1948), “Paixões em Fúria / Key Largo” (1948), “Uma Aventura na África / The African Queen” (1951) e “O Diabo Riu por Último / Beat the Devil” (1953).
Não bastasse ser considerado o primeiro e um dos mais conhecidos representantes do film noir, O FALCÃO MALTÊS ainda pavimentou o caminho de sucesso de dois importantes nomes da história do cinema: John Huston e Humphrey Bogart (que estrelaria o clássico “Casablanca / Idem” um ano depois). Por pouco, eles não tiveram a oportunidade de iniciar uma parceria de sucesso. A Warner havia oferecido primeiro George Raft para o papel de Sam Spade. Mas o ator, uma estrela na época, não aceitou o trabalho devido à inexperiência do diretor. Foi então que Huston convidou Bogart, que havia terminado o genial “Seu Último Refúgio / High Sierra” (1941), personagem também recusado por Raft. As afinidades entre a dupla foram tantas que trabalharam juntos em outros cinco filmes, sempre acompanhados de muito uísque: “Garras Amarelas / Across the Pacific” (1942), “O Tesouro da Sierra Madre / The Treasure of the Sierra Madre” (1948), “Paixões em Fúria / Key Largo” (1948), “Uma Aventura na África / The African Queen” (1951) e “O Diabo Riu por Último / Beat the Devil” (1953).
ATMOSFERA TENSA
O roteiro
intrincado de Huston desenvolve a trama com cuidado, nos levando lentamente
para a tensa conclusão, mas já fisgando o espectador no início, com a
morte do parceiro de Sam. Ele tem o cuidado de não tornar os
personagens unidimensionais, deixando sempre uma dúvida no ar sobre o caráter
de cada um deles.
Através da linguagem despojada, cheia de gírias, e de atitudes ambíguas de praticamente todos os personagens, Huston jamais permite ao espectador antecipar o que acontecerá na trama, o que só colabora para que a narrativa se torne cada vez mais tensa e imprevisível. Os figurinos de Orry-Kelly e os ambientes fechados e sombrios (direção de arte de Robert M. Haas) colaboram com esta atmosfera tensa, além de criarem o visual marcante e obscuro pretendido pelo diretor. Ele faz questão de criar diversos momentos que nos colocam em dúvida a respeito do caráter dos personagens, o que só favorece o suspense criado, reforçado pela trilha sonora de Adolph Deutsch. Desta forma, fica difícil prever para onde a narrativa esta indo, o que, neste caso, torna o filme ainda mais curioso. Ainda assim, a revelação final de que Brigid é a assassina não surpreende, mas amarra bem a trama.
Através da linguagem despojada, cheia de gírias, e de atitudes ambíguas de praticamente todos os personagens, Huston jamais permite ao espectador antecipar o que acontecerá na trama, o que só colabora para que a narrativa se torne cada vez mais tensa e imprevisível. Os figurinos de Orry-Kelly e os ambientes fechados e sombrios (direção de arte de Robert M. Haas) colaboram com esta atmosfera tensa, além de criarem o visual marcante e obscuro pretendido pelo diretor. Ele faz questão de criar diversos momentos que nos colocam em dúvida a respeito do caráter dos personagens, o que só favorece o suspense criado, reforçado pela trilha sonora de Adolph Deutsch. Desta forma, fica difícil prever para onde a narrativa esta indo, o que, neste caso, torna o filme ainda mais curioso. Ainda assim, a revelação final de que Brigid é a assassina não surpreende, mas amarra bem a trama.
PERSONAGENS HOMOSSEXUAIS
peter lorre como joel cairo |
No romance, três personagens masculinos (Joel Cairo, Kasper Gutman e Wilmer) são homossexuais, mas para evitar problemas com a censura, decidiram representá-los sutilmente. O pai do diretor, o grande ator Walter Huston, faz uma participação especial como o Capitão Jacobi. O filme recebeu três indicações para o Oscar: Melhor Filme, Melhor Ator Coadjuvante (Sydney Greenstreet) e Melhor Roteiro Adaptado. A estatueta original do falcão foi vendida recentemente por US$ 3,5 milhões, em Nova York. O FALCÃO MALTÊS é pioneiro, tanto em estética, quanto na adaptação de roteiro. John Huston realizou um talentoso exercício de cinema que diverte e impressiona.
O ESCRITOR
DASHIELL HAMMETT
(1894 – 1961. Maryland / EUA)
Ao
publicar “O Falcão Maltês” (1930),
o autor transformou as histórias policiais de uma vez por todas. Com um
estilo que já foi comparado ao de Ernest Hemingway, jogou os personagens nas
ruas de uma cidade turbulenta, deu à trama um ritmo acelerado, usou a linguagem
crua do dia-a-dia e adotou um realismo que o gênero policial até então
desconhecia. Esse realismo se relaciona diretamente com a biografia do autor:
Hammett abandonou a escola aos 14 anos e, após diversos trabalhos
temporários, conseguiu emprego numa agência de
investigações. Não se destacou como detetive, mas os oito anos em que exerceu a
profissão lhe deram a matéria-prima de sua literatura.
O DIRETOR / ROTEIRISTA
JOHN HUSTON
(1906 – 1987. Nevada, Missouri / EUA)
O FOTÓGRAFO
ARTHUR EDESON
(1891 – 1970. Nova Iorque / EUA)
O
excepcional manejo de câmera utilizado pelo fotógrafo teve um papel importante
no sucesso do filme. Há a presença marcante de ângulos inovadores e não usuais
(como no nível do chão, por exemplo) enfatizando a personalidade dos
personagens e a natureza de suas ações, além de claro, a predominância da
clássica luz baixa. Edeson começou em 1914, fotografando filmes como “Sem Novidade no Front / All Quiet on the Western Front” (1930),
“Frankenstein / Idem” (1931), “O Grande Motim / Mutiny on the Bounty” (1935), “Dentro
da Noite / They Drive by Night” (1940) e “Casablanca / Idem” (1942).
O ELENCO
HUMPHREY BOGART
(1899 – 1957. Nova Iorque / EUA)
Sam Spade
MARY ASTOR
(1906 – 1987. Quincy, Illinois / EUA)
Brigid O`Shaughnessy
Brigid O`Shaughnessy
GLADYS GEORGE
(1900 – 1954. Patten, Maine / EUA)
Iva Archer
PETER LORRE
(1904 - 1964. Ruzomberok / Eslováquia)
Joel Cairo
BARTON MacLANE
(1902 – 1969. Colúmbia, Carolina do Sul / EUA)
Tenente Dundy
LEE PATRICK
(1901 – 1982. Nova Iorque / EUA)
Effie Perine
SYDNEY GREENSTREET
(1879 – 1954. West Malling / Reino Unido)
Kasper Gutman
WARD BOND
(1903 - 1960. Benkelman, Nebraska / EUA)
Miles Archer
ELISHA COOK JR.
(1903 – 1995. San Francisco, Califórnia / EUA)
Wilmer Cook
DIÁLOGOS MARCANTES
Brigid (para
Spade): “Tenho uma terrível confissão a fazer. O que lhe disse não passou
de uma mentira.”
Spade (sobre
o valor que recebeu dela para a investigação): “Realmente não acreditamos
na sua história, acreditamos nos seus 200 dólares. Pagou mais do que se tivesse
dito a verdade.”
Brigid (perguntando
sobre o parceiro de Spade): “Ele era casado?
Spade: “Sim. Com um bom seguro e uma
esposa infiel. Assim são as coisas.”
Brigid (para
Spade): “Seja generoso. Você é valente e forte. Certamente irá me
transmitir um pouco dessa coragem. Preciso desesperadamente de ajuda. Sei que não
tenho direito de pedir, mas peço-lhe: ajude-me.”
Spade: “Você não precisa de ajuda de ninguém,
você é boa nisso. Posso ver isso em seus olhos e na entonação que coloca na voz
ao dizer: seja generoso.”
Brigid: “Eu mereço isso, mas a mentira está
na maneira como eu disse e não no conteúdo.”
Brigid: “Thursby cobria o chão em volta da
cama com jornal amassado para que ninguém entrasse no quarto silenciosamente.”
Spade: “O que tem me dado além de
dinheiro? Alguma vez me disse uma verdade? Não tentou comprar minha lealdade?
”
Brigid: “De que outro modo posso comprá-la?
” (em resposta recebe um beijo de Spade)
Spade (para
Brigid): “Não me interesso por seus segredos, mas não posso seguir em
frente sem confiar em você. Precisa me convencer de que não está trapaceando.”
Brigid: “Estou cansada de mentir e inventar
histórias, sem saber o que é mentira e o que é verdade.”
Brigid: “Você foi um presente dos céus.”
Spade: “Não exagere.”
Gutman: “Suspeito de gente calada. Sempre
escolhe a hora errada para falar. Conversar é algo que não se faz ponderadamente
sem antes colocar em prática. Gosto de falar com quem gosta de falar.”
Gutman: “Sinto muito em te perder, Wilmer.
Gosto de você como um filho. Um filho pode ser substituído, mas só há um falcão
maltes. Quando se é jovem não se entende estas coisas.”
Spade (para
Brigid, antes de entrega-la para a polícia): “Se for boa, ficará 20 anos na
cadeia. Estarei te esperando. Se te enforcarem, sempre me lembrarei de você.”
Brigid: “Você sabe se me ama ou não?
”
Spade: “Talvez a ame, mas acabarei
esquecendo um dia.”
O TRAILER:
24 comentários:
Relíquia Macabra, um grande filme!
Grandes astros e grandes estrelas. Que saudade daqueles tempos e dos 5 cinemas que Itabuna tinha, para nao citar os teatros.
Excelente. Bela postagem.
Hi Bogie
"The stuff that dreams are made of "
Não gosto muito desse Relíquia macabra (é superestimado, a meu ver). O melhor de Bogart, para mim, é, decididamente, O tesouro de Sierra Madre. Sim, e Uma Aventura na África...
pra mim, o melhor de Bogart foi Casablanca...
Infelizmente, "noir" foi substituído por "no ar": mais uma telenovela da Rede Globo. Além disso, nos últimos anos, com raríssimas exceções, os filmes bons de Hollywood são baseados em heróis da Marvel e DC Comics.
Já dizia Peter Bogdanovich em NA MIRA DA MORTE (Targets, 1969): : "Todos os bons filmes já foram feitos " !
Bravo! A mais completa análise desta obra-prima!
Não sabia que Dashiel Hammett havia sido detetive... e tampouco que o grande responsável pela fotografia do filme foi Edeson, o mesmo de Frankenstein.
Abraços!
Nossa, que coisa mais chique este filme, amigo! Eu amo pra sempre!
Não preciso nem dizer o quanto gosto deste filme, tem Humphrey Bogart, é Film Noir, o que mais poderia desejar em matéria de perfeição??? Ótima análise Antonio Nahud!!!!!!!!
LOVƸ LOVƸ
Bogart, o cara de mau mais talentoso do cinema. Salve, salve!!
Gostaria que ele tivesse filmado com María Félix, um 'Noir'. Poderia ser no estilo de Os Ambiciosos, dela com Gérard Philipe.
Que saudade dos grandes atores e dos grandes diretores. Tempos que nao voltam mais!
Bogart, excelente ator!!!
Adoro esse filme!
E a Mary, uma autêntica Astor. Mesmo revelado aquele escândalo, e seu diário e tudo, ela foi perdoada, e até mais respeitada, por ter mantido impecável a postura de genuína lady.
Falcão Maltês , tenho vontade de assistir . Adoro os filmes com Bogart acho um bom ator!!
Os filmes antigos são os melhores , e as trilhas sonoras uma mais bela que a outra !!
Olá! Olha eu aqui novamente te convidando para nossa tradicional blogagem coletiva cinéfila, o Bolão do Oscar do "DVD, Sofá e Pipoca". Não deixe de dar seus palpites, as regras estão aqui!
Boa sorte!
Fabiane Bastos, em nome das Blogueiras do Sofá!
I agree with you! THE MALTESE FALCON is an unforgettable classic movie, and I am a Dashiell Hammett fan as well.
Adorei o blog. Os comentários muito bons e pertinentes. Um presente para quem gosta de cinema. Parabéns!
Tenho esse filme e gosto muito eu só queria saber por que vários atores desse filme strelaram Casablanca
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