“Aqui
está uma mulher de beleza perfeita”
JOSEPH GOEBBELS
(1897 – 1945. Rheydt, Mönchengladbach / Alemanha)
Considerada a estrela de cinema mais bonita da Europa na década de trinta, ela trabalhou em filmes tchecos, alemães, italianos e espanhóis, conquistando maior popularidade no período em que atuou como contratada da companhia cinematográfica alemã Universum Film Aktien Gesellschaft (UFA). Sua fama transcendeu seu país de origem, fazendo dela uma atriz famosa mundialmente. Porém, LÍDA BAAROVÁ (1914 – 2000. Praga / Tchecoslováquia) ficou mais conhecida por sua vida fora das telas, como amante oficial de Joseph Goebbels, o terrível e poderoso ministro da Propaganda do regime nazista.
Filha de funcionário público, ainda criança estudou no Conservatório Estadual de Praga, e aos 14 anos estreou no teatro interpretando Julieta em “Romeu e Julieta”, de William Shakespeare. Aos 17 anos, no cinema, atuou em “Kariéra Pavla Camrdy” (1931), e logo se tornou uma estrela do cinema local, conseguindo papéis em filmes para sua mãe, Ludmila Babková, e sua irmã, Zorka Janu. O sucesso da atriz chamou a atenção dos produtores da UFA, na época o maior estúdio cinematográfico europeu. Diante da proposta irrecusável, mudou-se para a Alemanha, iniciando uma bem sucedida carreira cinematográfica no país.
Assim que chegou na Alemanha foi presentada pelo estúdio com um Mercedes Benz prata e aplaudida por todos os funcionários da casa. O auge de sua carreira veio com o sucesso mundial de “Barcarola / Barcarole” (1935), que protagonizou ao lado de Gustav Fröhlich, um astro do cinema alemão desde os tempos do cine mudo (ele foi o protagonista do clássico “Metrópolis / Idem”, 1927, de Fritz Lang), e que chegou a filmar em Hollywood. A parceria se estendeu além das telas, e eles passaram a morar juntos em uma luxuosa vila modernista que a atriz mandou construir, onde também moravam sua mãe e irmã. A casa, feita pelo famoso arquiteto Ladislav Zák, tinha o formato de um navio.
JOSEPH GOEBBELS
(1897 – 1945. Rheydt, Mönchengladbach / Alemanha)
Considerada a estrela de cinema mais bonita da Europa na década de trinta, ela trabalhou em filmes tchecos, alemães, italianos e espanhóis, conquistando maior popularidade no período em que atuou como contratada da companhia cinematográfica alemã Universum Film Aktien Gesellschaft (UFA). Sua fama transcendeu seu país de origem, fazendo dela uma atriz famosa mundialmente. Porém, LÍDA BAAROVÁ (1914 – 2000. Praga / Tchecoslováquia) ficou mais conhecida por sua vida fora das telas, como amante oficial de Joseph Goebbels, o terrível e poderoso ministro da Propaganda do regime nazista.
Filha de funcionário público, ainda criança estudou no Conservatório Estadual de Praga, e aos 14 anos estreou no teatro interpretando Julieta em “Romeu e Julieta”, de William Shakespeare. Aos 17 anos, no cinema, atuou em “Kariéra Pavla Camrdy” (1931), e logo se tornou uma estrela do cinema local, conseguindo papéis em filmes para sua mãe, Ludmila Babková, e sua irmã, Zorka Janu. O sucesso da atriz chamou a atenção dos produtores da UFA, na época o maior estúdio cinematográfico europeu. Diante da proposta irrecusável, mudou-se para a Alemanha, iniciando uma bem sucedida carreira cinematográfica no país.
Assim que chegou na Alemanha foi presentada pelo estúdio com um Mercedes Benz prata e aplaudida por todos os funcionários da casa. O auge de sua carreira veio com o sucesso mundial de “Barcarola / Barcarole” (1935), que protagonizou ao lado de Gustav Fröhlich, um astro do cinema alemão desde os tempos do cine mudo (ele foi o protagonista do clássico “Metrópolis / Idem”, 1927, de Fritz Lang), e que chegou a filmar em Hollywood. A parceria se estendeu além das telas, e eles passaram a morar juntos em uma luxuosa vila modernista que a atriz mandou construir, onde também moravam sua mãe e irmã. A casa, feita pelo famoso arquiteto Ladislav Zák, tinha o formato de um navio.
Nos primeiros meses no novo país recebeu convite para tomar chá, a sós, com o Führer Adolf Hitler, que demonstrava interesse romântico por ela, apesar de sua origem judaica. O grande ditador a recebeu em um luxuoso quarto e contou sobre sua semelhança com uma de suas ex-amantes, Gerri Raubel, que havia se matado. “Estamos satisfeitos por ter escolhido o cinema alemão”, afirmou. No próximo encontro, Hitler tentou persuadi-la a renunciar à cidadania tcheca, mas ela recusou. Não houve novos encontros. Ela havia selado sua sentença fatal.
Terminou casando-se com Gustav Fröhlich, seu ídolo desde a adolescência. Fizeram diversos filmes juntos, inclusive outro sucesso internacional, “Hora da Tentação / Die Stunde der Versuchung” (1936), e tornaram-se um casal queridinho do público germânico. A UFA, estúdio em que a atriz reinava, estava sofre controle estatal, e era Goebbels quem decidia que filmes seriam produzidos. Ele tinha relações sexuais com praticamente todas as estrelas do estúdio, que também tinham de estar disponíveis para outros oficiais do alto escalão nazista.
lída e gustav fröhlich |
O ministro possuía mansões, iates e carros de luxo, o que fica fácil quando se tem à disposição o patrimônio judeu a preço de banana. Era um namorador profissional. Ele, que padecia de transtorno narcisista, escreveu em seu diário: “Não tenho tempo para me entregar totalmente às mulheres, missões maiores esperam por mim”. Atribuía seu sucesso a seus dotes de sedutor, mas tinha mais a ver com ser difícil resistir a um cupincha de Hitler. Era chamado (pelas costas, claro) no ministério de “cabra tarada”.
Casado e pai de três filhos na época, Goebbels convidou a atriz para reuniões sociais e durante meses a assediou implacavelmente. Em 1937, ela recusou uma proposta vantajosa da Metro-Goldwyn-Mayer, decisão da qual se lamentaria: “Eu poderia ter sido tão famosa quanto Marlene Dietrich”. Não foi bem assim. A verdade é que se deslumbrou com o estrelato alemão, virando as costas a Hollywood. E, além disso, havia se apaixonado por Goebbels, com quem teve um caso de dois anos.
Certo dia, Gustav Fröhlich chegou em casa sem avisar e flagrou sua mulher e o amante na cama. Ele insultou o ministro e desferiu um soco em seu rosto, arrancando um dente de sua boca. Como resultado, um dos maiores astros do cinema alemão acabou banido das telas e foi preso em um campo de concentração. A esposa de Goebbels, Magda, sabia dos casos extraconjugais do marido, e nada fazia em relação a isto. Porém, com o escândalo, após seu esposo ter apanhado de um ator, procurou Hitler e pediu para ele proibir o romance com a atriz.
lída e joseph goebbels |
Chamada a uma delegacia de polícia, LÍDA BAAROVÁ foi intimidada e proibida de trabalhar na Alemanha ou de participar de qualquer ato social. Tomaram de volta sua luminosa Mercedes Benz. Ela foi aos estúdios para se despedir de seus colegas, mas todos lhe deram as costas. O caso custou caro. Tornou sua vida um inferno. Passou a ser vigiada pela Gestapo. Quando a II Guerra Mundial estourou, fugiu com a família para Praga. participando de filmes checos, peças teatrais e recebendo o Prêmio Nacional em 1940.
Com a ocupação alemã na sua pátria, foi novamente proibida de trabalhar e então viajou para a Itália, a fim de continuar sua carreira, fazendo vários papéis principais no cinema italiano. A atriz viu Goebbels pela última vez no Festival de Veneza de 1942. Segundo o que escreveu em suas memórias – “A Doce Amargura de Minha Vida”, publicada postumamente – ele, ao vê-la, não lhe deu a menor atenção.
Em 1945, ela foi presa pelos norte-americanos e encarcerada por colaboração.Sua mãe teve uma parada cardíaca, morrendo durante um interrogatório, e Zorka Janu, sua irmã, acuada, cometeu suicídio, jogando-se da janela do prédio onde morava. Goebbels e sua esposa ficaram com Hitler no bunker, tirando suas próprias vidas e as de seus seis filhos, envenenados pelos pais. Terminada a guerra, em Praga, LÍDA BAAROVÁ foi condenada à morte como colaboradora do nazismo.
a mansão de lída em berlim |
Em 1956 ela se divorciou de Kopeckí e mudou-se para Salzburgo, onde se tornou cidadã austríaca. Em 1970, se casou com um ginecologista, Kurt Lundwal, que morreu três anos depois. Seu passado de amor com o líder nazista nunca foi esquecido ou perdoado. Mesmo na Áustria. No teatro de Graz, em 1967, um grupo de manifestantes atirou-lhe ovos. Ela continuou, enquanto pôde. Em 1975 fez parte da versão teatral alemã de “As Lágrimas Amargas de Petra Von Kant”. Em seus últimos anos, mergulhou no álcool e justificou seus laços nazistas, dizendo que era jovem e ingênua, não tinha consciência política e que, como muitas mulheres, não podia dizer não a tais homens poderosos, por medo.
Morreu na Áustria, em Salzburgo, na propriedade que herdou do seu último marido, vítima de mal de Parkinson, em 28 de outubro de 2000, aos 86 anos de idade. Em 2016 sua vida foi contada na cinebiografia tcheca “Lída Baarová”, estrelada pela atriz Tatiana Pauhofová. Ela atuou em 63 filmes. O último deles em 1958, o italiano “Il Cielo Brucia”, ao lado de Amadeo Nazzari e Antonella Lualdi.
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