Quando
CARMEN MIRANDA (1909 - 1955. Marco de Canaveses / Portugal) embarcou no Rio de Janeiro e chegou a Nova Iorque,
era uma ilustre desconhecida do público norte-americano, nem falava inglês. Bastou-lhe, porém,
pouco tempo para conquistar a Broadway e uma extraordinária popularidade. Logo
veio o convite de Hollywood. Era o seu triunfo na América do Norte e em todo o
mundo, que permanece até hoje, pois seus trajes, graça, personalidade e voz são marcas registradas. Dona de estilo singular no canto e na performance, teve uma vida de mito, cheia de glórias
e dramas.
Nascida em Portugal, veio para o Brasil ainda bebê, fixando-se com a família no Rio de Janeiro. Aos 20 anos, depois de apresentar-se em bares cariocas interpretando tangos de Carlos Gardel, foi levada pelo violonista e compositor baiano Josué de Barros, seu descobridor e protetor, para gravar o disco de estreia, com músicas como “Não vá Sim'bora” e “Se o Samba é Moda”, apresentado-se também no rádio. Gravou alguns outros discos antes de estourar com seu primeiro grande sucesso, a marchinha “Pra você Gostar de mim (Taí)”, que bateu recordes de venda, cerca de 36 mil cópias. Daí em diante, seus êxitos nunca cessaram. Ela lançou muitos compositores, sempre acompanhada pelos maiores músicos brasileiros - como Pixinguinha, Canhoto, Luiz Americano, etc. Gravou na R.C.A. Victor, entre 1929 e 1935, 77 discos com 150 músicas. Em 1935, atraída por um vantajoso contrato na Odeon, gravou 281 músicas.
Nascida em Portugal, veio para o Brasil ainda bebê, fixando-se com a família no Rio de Janeiro. Aos 20 anos, depois de apresentar-se em bares cariocas interpretando tangos de Carlos Gardel, foi levada pelo violonista e compositor baiano Josué de Barros, seu descobridor e protetor, para gravar o disco de estreia, com músicas como “Não vá Sim'bora” e “Se o Samba é Moda”, apresentado-se também no rádio. Gravou alguns outros discos antes de estourar com seu primeiro grande sucesso, a marchinha “Pra você Gostar de mim (Taí)”, que bateu recordes de venda, cerca de 36 mil cópias. Daí em diante, seus êxitos nunca cessaram. Ela lançou muitos compositores, sempre acompanhada pelos maiores músicos brasileiros - como Pixinguinha, Canhoto, Luiz Americano, etc. Gravou na R.C.A. Victor, entre 1929 e 1935, 77 discos com 150 músicas. Em 1935, atraída por um vantajoso contrato na Odeon, gravou 281 músicas.
Os sete filmes estrelados no Brasil por CARMEN MIRANDA são uma marca na sua carreira, embora a maioria tenha se perdido. O
primeiro, “O Carnaval Cantado”, de 1932, dirigido por Adhemar Gonzaga,
que também dirigiu “A Voz do Carnaval”, no ano
seguinte, onde canta as marchas “Good-Bye Boy” e “Moleque Indigesto”. Em 1934,
canta duas músicas em “Alô, Alô, Brasil”. Com o sucesso, é
convidada em 1935 para “Estudantes”, pela primeira vez
como protagonista. Em 1936, fez “Alô, Alô Carnaval” com a famosa cena em que
ela e Aurora Miranda cantam “Cantoras do Rádio”.
Quase todos os musicais tiveram como tema o Brasil e o carnaval, mas foi “Banana da Terra”, de 1939, que revelou o estilo que a consagrou. Ela aparece interpretando “O que é que a Baiana Tem?”, de Dorival Caymmi, usando as famosas roupas de baiana estilizada, turbantes, altíssimas sandálias de plataforma e inúmeros colares e pulseiras. Ao todo ela fez sete filmes no Brasil, . A partir de 1935, seu slogan definitivo era “A Pequena Notável”. Em 1936, em dupla com a irmã Aurora, passou a integrar o elenco do lendário Cassino da Urca. Na época, era a artista mais famosa e amada do Brasil, recordista absoluta de vendagem de discos e também a “Embaixatriz do Samba”, já que fez oito excursões à Argentina para cantar em Buenos Aires e, de passagem, em Montevidéu. Um verdadeiro símbolo da alma brasileira. Sua capacidade de expressão fazia os ouvintes sentirem sua presença ao vivo. No palco, a mulher de pouca estatura e delicada de corpo eletrizava com voz, gestos sugestivos, ingénua malícia e olhos verdes que chispavam.
Quase todos os musicais tiveram como tema o Brasil e o carnaval, mas foi “Banana da Terra”, de 1939, que revelou o estilo que a consagrou. Ela aparece interpretando “O que é que a Baiana Tem?”, de Dorival Caymmi, usando as famosas roupas de baiana estilizada, turbantes, altíssimas sandálias de plataforma e inúmeros colares e pulseiras. Ao todo ela fez sete filmes no Brasil, . A partir de 1935, seu slogan definitivo era “A Pequena Notável”. Em 1936, em dupla com a irmã Aurora, passou a integrar o elenco do lendário Cassino da Urca. Na época, era a artista mais famosa e amada do Brasil, recordista absoluta de vendagem de discos e também a “Embaixatriz do Samba”, já que fez oito excursões à Argentina para cantar em Buenos Aires e, de passagem, em Montevidéu. Um verdadeiro símbolo da alma brasileira. Sua capacidade de expressão fazia os ouvintes sentirem sua presença ao vivo. No palco, a mulher de pouca estatura e delicada de corpo eletrizava com voz, gestos sugestivos, ingénua malícia e olhos verdes que chispavam.
carmen e o bando da lua |
Em 1940, estreou no cinema hollywoodiano na comédia musical “Serenata Tropical”, com Don Ameche e Betty Grable, da 20th Century-Fox, em que apenas canta. O filme bateu recordes de bilheteria. No mesmo ano, eleita a terceira personalidade mais popular nos Estados Unidos, CARMEN MIRANDA foi convidada para se apresentar junto com seu grupo, o Bando da Lua, para o presidente Franklin Roosevelt, na Casa Branca. Tornou-se um fenômeno, chegando a ser a estrela mais bem paga de Hollywood. Representou vivamente a terra “desconhecida e exótica”, cheia de coqueiros, bananas e abacaxis, atendendo às necessidades fantasiosas do público norte-americano e alcançando a glória e a fortuna. De 1940 a 1953, participou de quatorze filmes na meca do cinema, além de apresentar-se em programas de rádio, televisão, casas noturnas, cassinos e teatros, ficando conhecida como a “Brazilian Bombshell” (Explosão Brasileira).
david sebastian e carmen |
O talento como cantora se ofuscava no caráter carnavalesco de suas apresentações. Como contratada de um poderoso estúdio, ela era obrigada a forçar um sotaque latino burlesco, mesmo falando inglês perfeitamente. Destemida, CARMEN MIRANDA comprou seu contrato com a Fox por 75 mil dólares, em 1946. Estava disposta a romper com o estereótipo e assumir papéis diferentes no cinema. Mas não deu certo. Entre os atores com quem contracenou, estão Wallace Beery, Alice Faye, Betty Grable, Jane Powell, Elizabeth Taylor, Don Ameche, Maria Montez, Dean Martin, John Payne, Kay Francis, Groucho Marx, Lizabeth Scott e Cesar Romero.
Casou-se com David Sebastian em 1947. O casamento é apontado por todos os biógrafos e
estudiosos como o começo da decadência. Seu marido, antes um simples
empregado de produtora de cinema, tornou-se seu empresário, conduzindo mal seus
negócios e contratos. Alcoólatra, estimulou a esposa a
consumir bebidas alcoólicas, das quais ela logo se tornaria dependente. O
casamento entrou em crise nos primeiros meses, por conta de ciúmes excessivos,
brigas violentas e traições de Sebastian, mas a estrela não aceitava a separação
pois era católica convicta. Engravidou em 1948, mas sofreu um aborto
espontâneo depois de uma apresentação e não conseguiu mais engravidar, o que
agravou as crises depressivas e o abuso com bebidas e drogas. Antes de partir
para os Estados Unidos, namorou o músico Aloysio de Oliveira, do
Bando da Lua. Nos EUA, teve caso com Arturo de Córdova, Dana
Andrews e John Wayne.
No
fim dos anos 1940, excursionou pela Europa, fazendo longa temporada no teatro
London Palladium, em Londres, batendo recordes de público, e recebeu as chaves da cidade de Estocolmo, na Suécia. Na época,
o alcoolismo começou a representar um grave problema, além da dependência de estimulantes e calmantes. Alguns biógrafos garantem
que usava cocaína. Por conta do uso cada vez mais frequente de drogas,
ela desenvolveu uma série de sintomas característicos de usuários, mas não
percebia os efeitos devastadores, que foram erroneamente diagnosticados como
estafa.
Em 1954, as pressões da indústria do entretenimento lhe causaram uma crise de nervos, e ela retornou ao Brasil, após uma ausência de 14 anos, para se tratar e descansar. Seu médico constatou a dependência química e tentou desintoxicá-la. Ficou quatro meses numa suíte do Copacabana Palace. Melhorou, embora não tenha se livrado das drogas. Imediatamente começou com as apresentações. Fez turnê por Cuba e Las Vegas, voltando aos barbitúricos, além de fumar e beber mais do que antes.
Em 1954, as pressões da indústria do entretenimento lhe causaram uma crise de nervos, e ela retornou ao Brasil, após uma ausência de 14 anos, para se tratar e descansar. Seu médico constatou a dependência química e tentou desintoxicá-la. Ficou quatro meses numa suíte do Copacabana Palace. Melhorou, embora não tenha se livrado das drogas. Imediatamente começou com as apresentações. Fez turnê por Cuba e Las Vegas, voltando aos barbitúricos, além de fumar e beber mais do que antes.
ÚLTIMA PERFORMANCE
No
início de agosto de 1955, CARMEN MIRANDA gravou uma participação especial no famoso
programa televisivo do comediante Jimmy Durante. Durante um número de dança,
sofreu um ligeiro desmaio, desequilibrou-se e caiu. Recuperou-se e terminou o
número. Na mesma noite, recebeu amigos em sua residência em Beverly Hills, na
Bedford Drive, 616. Por volta das duas da manhã, após beber e cantar algumas canções,
subiu para seu quarto para dormir. Acendeu um cigarro, vestiu um robe, retirou
a maquiagem e caminhou em direção à cama com um pequeno espelho à mão.
Um colapso cardíaco fulminante a derrubou morta sobre o chão, sendo encontrado pela mãe no dia seguinte. Tinha 46 anos. Seu corpo foi embalsamado e veio de avião para o Brasil, onde uma multidão de meio milhão de pessoas seguiu o cortejo do enterro, chorando e cantando esporadicamente, em surdina, “Taí”, um de seus maiores sucessos. Foi uma das maiores manifestações populares feitas no Rio de Janeiro.
Um colapso cardíaco fulminante a derrubou morta sobre o chão, sendo encontrado pela mãe no dia seguinte. Tinha 46 anos. Seu corpo foi embalsamado e veio de avião para o Brasil, onde uma multidão de meio milhão de pessoas seguiu o cortejo do enterro, chorando e cantando esporadicamente, em surdina, “Taí”, um de seus maiores sucessos. Foi uma das maiores manifestações populares feitas no Rio de Janeiro.
CARMEN MIRANDA é um hit nos EUA. Ela apareceu em desenhos
animados de Tom & Jerry e Popeye, entre outros. Foi imitada por Lucille Ball,
Bob Hope, Jerry Lewis, Mickey Rooney e Dean Martin. A sua imagem é muito forte, cômica, luminosa. Ela foi sem dúvida a artista latina mais bem sucedida em Hollywood. Lembrada em livros, jornais, shows, discos e documentários
(como o aclamado “Carmen Miranda: Banana is My Business”, 1995, de Helena
Solberg). Marcou com seu jeito de cantar, revirando os olhos e mexendo
as mãos, com seu sorriso contagiante e a exuberância de trajes cheios de balangandãs, que até hoje, 60 anos após sua morte, é o símbolo
brasileiro mais conhecido no mundo.
Mais do que uma voz ou uma atriz, um fenômeno do show business. Foi a primeira estrela latino-americana a imprimir suas mãos e pés no pátio do Chinese Theatre, em 1941. Também se tornou a primeira sul-americana a ser homenageada com uma estrela na Calçada da Fama. Uma praça no cruzamento da Hollywood Boulevard e Orange Drive, em frente ao Teatro Chinês, em Hollywood, foi oficialmente nomeada Carmen Miranda Square, em 1998. Seu acervo está preservado no Museu Carmen Miranda, no Rio de Janeiro. Em 2005, Ruy Castro lançou pela Companhia das Letras uma biografia de 600 páginas sobre a cantora, considerada a mais completa obra sobre sua vida. Até hoje, nenhum artista brasileiro teve tanta projeção internacional como ela.
Mais do que uma voz ou uma atriz, um fenômeno do show business. Foi a primeira estrela latino-americana a imprimir suas mãos e pés no pátio do Chinese Theatre, em 1941. Também se tornou a primeira sul-americana a ser homenageada com uma estrela na Calçada da Fama. Uma praça no cruzamento da Hollywood Boulevard e Orange Drive, em frente ao Teatro Chinês, em Hollywood, foi oficialmente nomeada Carmen Miranda Square, em 1998. Seu acervo está preservado no Museu Carmen Miranda, no Rio de Janeiro. Em 2005, Ruy Castro lançou pela Companhia das Letras uma biografia de 600 páginas sobre a cantora, considerada a mais completa obra sobre sua vida. Até hoje, nenhum artista brasileiro teve tanta projeção internacional como ela.
FILMOGRAFIA
O CARNAVAL CANTADO
(1932)
direção de Adhemar Gonzaga
A VOZ do CARNAVAL
(1933)
direção de Adhemar Gonzaga
ALÔ, ALÔ, BRASIL
(1935)
direção de João de Barro, Wallace Downey e Alberto Ribeiro
ESTUDANTES
(1935)
direção de Wallace Downey
ALÔ, ALÔ, CARNAVAL
(1936)
direção de Adhemar Gonzaga
BANANA-da-TERRA
(1939)
direção de Ruy Costa
LARANJA da CHINA
(1940)
direção de Ruy Costa
SERENATA TROPICAL
(Down Argentine Way, 1940)
direção de Irving Cummings
UMA NOITE no RIO
(That Night in Rio, 1941)
direção de Irving Cummings
ACONTECEU em HAVANA
(Week-End in Havana, 1941)
direção de Walter Lang
MINHA SECRETÁRIA BRASILEIRA
(Springtime in the Rockies, 1942)
direção de Irving Cummings
ENTRE a LOURA e a MORENA
(The Gang's All Here, 1943)
direção de Busby Berkeley
QUATRO MOÇAS NUM JIPE
(Four Jills in a Jeep, 1944)
direção de William A. Seiter
SERENATA BOÊMIA
(Greenwich Village, 1944)
direção de Walter Lang
ALEGRIA, RAPAZES
(Something for the Boys, 1944)
direção de Lewis Seiler
SONHOS de ESTRELA
(Doll Face, 1945)
direção de Lewis Seiler
SE EU FOSSE FELIZ
(If I'm Lucky, 1946)
direção de Lewis Seiler
COPACABANA
(Idem, 1947)
direção de Alfred E. Green
O PRÍNCIPE ENCANTADO
(A Date with Judy, 1948)
direção de Richard Thorpe
ROMANCE CARIOCA
(Nancy Goes to Rio, 1950)
direção de Robert Z. Leonard
MORRENDO de MEDO
(Scared Stiff, 1953)
direção de George Marshall
FRASES de CARMEN
ALEGRIA
“Gosto
muito dos aplausos de uma plateia, seja esta qual for. Gosto de toda a gente e
adoro as reuniões festivas. Vivo de alegria”
AMOR
“Ser
humano é amar. Qualquer tipo de amor”
BOSSA
“Uma
palavra que diz tudo. Eu sei que não tenho grande voz, que não sou afinada como
a Judy Garland, mas tenho bossa, tenho ritmo - uma coisa inexplicável”
BUNDA
“Uma
bunda pode ser atraente, tanto no homem, quanto na mulher. É linda, como um rosto de criança. Detesto homens sem bunda, desses com a calça
solta no corpo”
CONSAGRAÇÃO
“Vou
empregar todos os meus esforços para que a música popular do Brasil conquiste a
América do Norte, o que seria um caminho para a sua consagração em todo o mundo”
ESCOLA DE SAMBA
“Não
existe som mais espetacular do que o de uma bateria de escola de samba na época
do carnaval. Sempre mexeu comigo e faz o sangue correr mais rápido e mais
quente nas minhas veias. A bateria de grupos de jazz não me toca a mínima”
ESTILO
“Nunca
segui o que dizem que está na moda. Acho que a mulher deve usar o que lhe cai
bem. Por isso criei um estilo apropriado ao meu tipo e ao meu gênero artístico”
FALANDO DEMAIS
“Falo demais. Mas procuro não dizer bobagens de que possa me
arrepender amanhã”
PARAÍSO
“Toda
vez que me apaixono, acho que o paraíso é estar ao lado do homem amado. Depois
que passa, acho que foi um inferno”
PREDESTINADA
“Acho
que nascemos com uma alma predestinada a ajudar o nosso corpo na luta pela
vida. Sinto isso com relação à minha carreira”
PREVISÕES
“Sou
vidrada em horóscopos, cartomantes e tudo que possa prever o
futuro”
RIR
“Saber
rir é uma arte e uma delícia. Faz bem à alma e ao corpo”
SENSO DE HUMOR
“Uma
coisa importantíssima na vida é o senso de humor”
SILÊNCIO
“Eu
nunca soube manter silêncio, a não ser nos momentos tristes. Estou sempre
falando”
SOM DIVINO
“Momento
de felicidade é quando entro num palco e sou aplaudida de pé por pessoas que
nem conheço... O som divino das palmas”
VAIDOSA
“Já
nasci vaidosa. Do que muito me orgulho”
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