fevereiro 21, 2020

************* Os 10 MELHORES FILMES de CHAPLIN



Um dos nomes mais conhecidos do cinema, CHARLES CHAPLIN (1889 – 1977. Londres / Reino Unido) realizou inúmeros grandes filmes, mas a essência de sua filmografia é sempre a mesma: um malandro atrapalhado e bem-intencionado que se mete em todo tipo de confusões em busca de uma vida melhor. Nesta narrativa, destacam-se a crítica social, toques de amor e sensibilidade.

Ele nasceu em uma pobre família de artistas. Era levado pelos pais para ensaios e apresentações. Ingressando na carreira artística, conheceu o produtor-diretor Mack Sennett numa turnê aos Estados Unidos, sendo contratado como ator para a Keystone Film Company. O início não foi fácil. Ele não se adaptava ao meio, odiava ser dirigido e seu relacionamento com Sennett não era dos melhores. O sucesso veio quando criou o personagem Carlitos, o vagabundo.

No entanto, a liberdade criativa total só foi possível com a criação de seu próprio estúdio, a United Artists, em 1919, ao lado do casal de atores Mary Pickford e Douglas Fairbanks e do diretor D. W. Griffith. Controlando suas próprias produções, entrou em sua melhor fase. Durante o processo de transição do cinema mudo para o cinema falado, continuou produzindo filmes mudos por mais treze anos. 

No início da década de 1950 foi forçado a deixar os EUA sob acusação de “atividades anti-americanas”, ou seja, suspeita de comunismo. Perdoado, o artista ganhou um Oscar Honorário em 1972. Na noite de Natal, em 1977, aos 88 anos, morreu dormindo, em sua residência na Suíça.

Recordando seu talento, cito aqueles que para mim são os melhores trabalhos do diretor ao longo dos seus 52 anos de cinema. Foram tantas produções de qualidade que é um tanto injusto destacar apenas dez. Há quem prefira os filmes que tocam pela emoção e os que preferem os mais engraçados, e para juntar tudo em um número tão diminuto é complicado. Veja o que você acha da lista. Quais são os seus filmes favoritos de CHARLES CHAPLIN? Boa leitura!

01
Em BUSCA do OURO
(The Gold Rush, 1925)

Elenco: Mack Swain e Georgia Hale

O filme favorito do próprio CHAPLIN traz temas ousados para uma comédia: ganância, fome, solidão e frio. Oscilando entre a acidez, a sátira e a crítica mordaz, a história é simples: um vagabundo, assim como diversos garimpeiros, partem pelo Alaska em busca de ouro. Mas após o grupo ser atingido por uma tempestade, ele se perde dos demais e busca refúgio numa cabana habitada por um bandido. Entre as cenas icônicas, a dupla cozinhando um par de botas e devorando-as ferozmente; e a inesquecível dança dos pãezinhos. Assim, mais uma vez, o diretor atinge a genialidade, indo novamente além da mera proposta do gênero.

02
LUZES da CIDADE
(City Lights, 1931)

Elenco: Virginia Cherrill

Na trama, a paixão de um pobre vagabundo por uma florista cega, que acredita que ele seja um milionário e que poderá ajudá-la na operação para voltar a enxergar. Uma premissa tão comum, e que nas mãos de CHAPLIN virou uma obra-prima. É um dos filmes mais tocantes do diretor, uma película eterna. Somos tomados por um misto de sentimentos que variam entre risadas e choros, uma verdadeira overdose de genialidade. A cena final é um dos momentos mais sublimes da história da sétima arte. Enfim, uma obra perfeita.

03
TEMPOS MODERNOS
(Modern Times, 1936)

Elenco: Paulette Goddard e Henry Bergman

A derradeira aparição do personagem Carlitos retrata a adaptação do cidadão comum à produção industrial. É no cerne deste contexto acompanhamos a narrativa tecida em torno da rotina do protagonista. Fazendo uso de um humor ácido e irônico, o diretor nos presenteia com cenas incrivelmente bem articuladas. Em meio a inteligentes construções simbólicas e metáforas afinadas o filme dialoga com temas sociais e estabelece uma relação de identidade com o público. Mais do que excelente, é um marco na história do cinema.

04
O GAROTO
(The Kid, 1921)

Elenco: Edna Purviance e Jackie Coogan

Trata de maneira sensível a relação de afetividade entre um vagabundo e um garotinho. Após encontrar um bebê abandonado na rua, ele resolve criá-lo. A comicidade está presente em todas as cenas, sobretudo naquelas em que ambos partilham cuidados um com o outro e veem na malandragem uma saída para os problemas. Para além de combinar elementos dramáticos a comédia, destaca importantes questões morais e sociais carregadas no bojo da narrativa. Destaque para a emocionante interpretação de Jackie Googan no papel do garoto.

05
O GRANDE DITADOR
(The Great Dictador, 1940)

Elenco: Paulette Goddard e Jack Oakie

Primeiro filme falado do diretor. Em plena Segunda Guerra Mundial, ele faz uso de um personagem ditador, idêntico a Hitler, que deseja o mundo em suas mãos. Grandioso e mordaz, escarnece do autoritarismo que havia conduzido a Europa a uma nova guerra. No papel de um barbeiro judeu, CHAPLIN faz dele um alter-ego de Carlitos, tanto nos gracejos quanto na personalidade bondosa e pura. Mas o ponto alto é mesmo a patética disputa de poder entre os ditadores Hynkel e Napaloni. Todas as cenas que retratam o encontro dos dois garantem muitas risadas.

06
VIDA de CACHORRO
(A Dog's Life, 1918)

Elenco: Edna Purviance

Traça um paralelo entre a vida de um vira-lata e a de um vagabundo. Sensível e engraçado, tem o cachorrinho como o verdadeiro herói, que ajuda Carlitos a melhorar de vida. Os valores morais são explorados mais uma vez, bem como questões sociais, especialmente a repressão policial e o tratamento do patrão em relação à empregada no bar. Uma comédia que não perdeu a força ao longo dos anos e que continua nos encantando e emocionando.

07
PASTOR de ALMAS
(The Pilgrim, 1923)

Elenco: Edna Purviance

O último filme da dupla CHAPLIN-Edna Purviance. Nele, um prisioneiro recém escapado da prisão se disfarça de pastor. Em meio a sua fuga, ele é confundido pelos moradores da cidade, sendo considerado o pastor que logo ali chegaria. Nos prendendo cena após cena, é uma obra bem conduzida, contando com todos os elementos típicos de um filme de CHARLIE CHAPLIN – risadas, romance e toques de crítica à sociedade.

08
O CIRCO
(The Circus, 1928)

Elenco: Merna Kennedy

Um dos ápices do diretor no que se refere ao uso do humor visual, da criação de gags criativas. Neste sentido, não há como negar: é uma das grandes comédias da história. Um vagabundo chega a um picadeiro que não se encontra em uma de suas melhores fases. Mas o dono do circo, ao perceber a facilidade com que ele consegue arrancar risadas da plateia, contrata o maltrapilho, e logo o mesmo se apaixona pela sua filha. Mesclando momentos de humor, tensão e nervosismo, CHAPLIN também preenche o filme com sua costumeira ternura. Em resumo, é mais um exemplo da sua força criativa.

09
O IMIGRANTE
(The Immigrant, 1917)

Elenco: Edna Purviance

O personagem resiste a uma difícil jornada de barco na qual os imigrantes vivem em condições precárias, sem segurança e constantemente doentes. Uma das cenas mais cruciais mostra os tripulantes se aproximando dos EUA e vendo a Estátua da Liberdade, símbolo do Sonho Americano e do futuro promissor que eles esperavam. Ironicamente, o monumento lentamente sai do campo da imagem para dar lugar a uma sequência em que autoridades prendem as pessoas como animais para decidir quem merece ou não entrar na “Terra da Liberdade”.

10
OMBROS, ARMAS!
(Shoulder Arms, 1918)

Elenco: Edna Purviance

Exercício cinematográfico antibelicista, realizado no ano em que a I Guerra Mundial terminou. Trata-se de uma sátira sobre a guerra. No enredo, inúmeras situações impagáveis, dentre as quais a “noite alagada” nas trincheiras, a hilária sequência em que o Carlitos soldado se disfarça de árvore e a boa direção na reta final, quando o personagem entra nas trincheiras alemãs e consegue capturar o Kaiser e militares de alta patente, pondo fim à guerra.