junho 27, 2011

**************** ERA UMA vez SONIA BRAGA

sonia braga


Segundo o crítico de cinema Inácio Araújo, “nos anos 60, Ann-Margret proclamava que não era uma boneca de carne. Anos pedantes, em que ser mulher e bonita era um pecado original e confinava a atriz no gueto dos ‘sex symbols’. Para existir de pleno direito, ela devia demonstrar que sua beleza era uma excrescência suportável desde que, comprovadamente, ela fosse apenas um atributo anexo a essa coisa misteriosa que se chama talento” (...) “chegamos a uma década em que a beleza não precisa se explicar. Ela existe e ponto. Melhor assim”. Lembro do tempo em que a sensualidade da brasileira SONIA BRAGA (1950. Maringá / Paraná) era esnobada, como se fosse pouca coisa. O tempo passou, a idade chegou, mas a atriz seguiu adiante, atuando entre o Brasil e os Estados Unidos. Nos últimos tempos, destacou-se em episódios das séries “Sex and the City” (no papel de uma lésbica), “Brothers & Sisters e “As Cariocas”.

Eu era fascinado por ela na adolescência. Certa vez, em Salvador, pedi um autógrafo seu, alimentando o sonho de um garoto que colecionava fotos da deusa em um enorme álbum e discutia com quem duvidava do seu talento. No entanto, toda paixão esmorece um dia e acabei por deixar de lado a morena paranaense. Quando rodou “Tieta do Agreste” (1986) na minúscula Picado, na Bahia, a entrevistei para um jornal de Lisboa, disfarçando a emoção que sentia com suas gostosas risadas. Ela se movia com graça natural, o corpo dançando e o sorriso sem acanhamento.

Apaixonei-me pela atriz ao assistir “Dona Flor e seus Dois Maridos” (1976), de Bruno Barreto. Seria um dos três ilustres personagens de Jorge Amado interpretados por ela. Ainda hoje ao ler ler um desses romances enxergo SONIA BRAGA como Gabriela ou Dona Flor. Estreando na tevê no programa infantil “Jardim Encantado”, da Tupi, aos 15 anos, subiu aos palcos em 1969, no musical “Hair”, totalmente nua. Em 1970, em “Irmãos Coragem”, da Globo, iniciou em telenovelas como “Selva de Pedra” (1972), “Fogo Sobre Terra” (1974), “Gabriela” (1975), “Saramandaia” (1976) e Dancin’Days (1979). 

como gabriela
Disputado por inúmeras atrizes, o papel-título de “Gabriela” terminou nas mãos da quase desconhecida depois de muito alarme falso. “Na época estava sem trabalho, namorando um playboy carioca que era dono de um barco. Eu andava nua pelo barco, fui ficando morena e meu cabelo cresceu, o que entusiasmou Walter Avancini, disse a atriz. Após uma série de filmes, alcançou o estrelato com “Dona Flor e seus Dois Maridos”, um das maiores bilheterias do cinema brasileiro. “A Dama do Lotação” (1978), de Neville D’Almeida, e “Eu Te Amo” (1980), de Arnaldo Jabor, também fizeram história. Com o segundo ganhou o prêmio Kikito de Melhor Atriz no Festival de Gramado. Posou para a Playboy norte-americana em 1984 e 1986. Em 1985 protagonizou com William Hurt O Beijo da Mulher Aranha / Kiss of the Spider Woman”, sendo indicada ao Globo de Ouro de Melhor Atriz Coadjuvante. 

com mauro gonçalves e
josé wilker em
 
dona flor
A partir desse filme, mudou-se para os Estados Unidos, atuando em “Luar sobre Parador / Moon Over Parador” (Paul Mazursky, 1988), “Rebelião em Milagro / The Milagro Beanfield War” (Robert Redford, 1988), “Rookie – Um Profissional do Perigo / The Rookie” (Clint Eastwood, 1990), “Amazônia em Chamas / The Burning Season” (John Frankenheimer, 1994) e “Morte Dupla / Two Deaths” (Nicolas Roeg, 1995). Concorreu aos prêmos Emmy, BAFTA e novamente ao Globo de Ouro, enquanto namorava Robert Redford e Clint Eastwood.

 
Retornando ao cinema brasileiro em 1996, novamente no universo amadiano, fez “Tieta do Agreste”, de Cacá Diegues. Em 1999, fez a telenovela de época “Força de Um Desejo”, de Gilberto Braga, e em 2006 “Páginas da Vida”, de Manoel Carlos. No cinema, seus mais recentes papéis foram em “Cidade do Silêncio / Bordertown” (2006), “Lope / Idem” (2010) e “Matemática do Amor / An Invisible Sign” (2010). 

***** O CINEMA vai à SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

ralph fiennes em “a lista de schindler”


Uma seleção minimalista do melhor que o cinema rodou a respeito do monstruoso conflito bélico. Tiraria ou acrescentaria algum outro, caro leitor?


1945
Um PUNHADO de BRAVOS
(Objective, Burma!)
direção de Raoul Walsh
elenco: Errol Flynn

Batalhão de pára-quedistas norte-americanos segue em direção a Burma, Ásia, durante a ocupação japonesa, com a missão de localizar e explodir uma estação de radar. A missão é cumprida, mas quando os homens estão retornando à base são surpreendidos pelo exército nipônico. Realista e emocionante.


1945
ROMA, CIDADE ABERTA
(Roma, Città Aperta)
direção de Roberto Rossellini
elenco: Aldo Fabrizi e Anna Magnani

Em Roma, um dos líderes da Resistência é perigosamente perseguido pelos nazistas. Clássico que garantiu o estrelato aos geniais Magnani e Rossellini.

Grande Prêmio do Festival de Cannes


1952
BRINQUEDO PROIBIDO
(Jeux Interdits)
direção de René Clement
elenco: Brigitte Fossey e Georges Poujouly

Em 1940, durante um bombardeio nazista, uma menina francesa de cinco anos fica órfã e é adotada por um camponês de 11 anos filho. Poético e inesquecível.

Leão de Ouro de Melhor Filme no Festival de Veneza


1953
A um PASSO da ETERNIDADE
(From Here to Eternity)
direção de Fred Zinnemann
elenco: Burt Lancaster, Montgomery Clift, Deborah Kerr, 
Frank Sinatra e Donna Reed

Às vésperas do ataque japonês a Pearl Harbor, soldados em Honolulu vivem seus conflitos neste clássico ganhador de oito Oscar com grandes cenas de combate.

Oscar de Melhor Filme


1956
MORTE sem GLÓRIA
(Attack)
direção de Robert Aldrich
elenco: Jack Palance, Lee Marvin e Eddie Albert 

Durante os últimos dias da Segunda Guerra Mundial, companhia de infantaria da Guarda Nacional tem a missão de tomar postos de observação de artilharia em uma posição estratégica, mas o conflito entre um tenente e seu covarde capitão é inevitável. Envolvente, profundo e devastador perfil do que é a guerra.


1957
A PONTE do RIO KWAI
(The Bridge on the River Kwai)
direção de David Lean
elenco: William Holden, Alec Guinness, Sessue Hayakawa 
e Jack Hawkins

Um oficial inglês, prisioneiro dos japoneses, quer exibir a superioridade da engenharia britânica, construindo uma ponte para os adversários. Mas ela deverá ser destruída numa missão vital para os aliados. Obra-prima eletrizante com fabulosas interpretações.

Oscar de Melhor Filme
BAFTA de Melhor Filme
Globo de Ouro de Melhor Filme-Drama


1993
A LISTA de SCHINDLER
(Schindler’s List)
direção de Steven Spielberg
elenco: Liam Neeson, Ralph Fiennes e Ben Kingsley 

A história de bon vivant membro do partido nazista, que salva judeus do extermínio os empregando em sua fábrica, é contada com perfeição. Além do apuro visual, o filme flagra o suborno, a corrupção e a crueldade do regime.

Oscar de Melhor Filme
BAFTA de Melhor Filme
Globo de Ouro de Melhor Filme-Drama


1998
ALÉM da LINHA VERMELHA
(The Thin Red Line)
direção de Terrence Malick
elenco: Sean Penn, Adrien Brody, Jim Caviezel, 
Nick Nolte e George Clooney

O resultado do combate de Guadalcanal influenciará fortemente o avanço dos japoneses no Pacífico. Então um grupo de soldados norte-americanos é enviado para lá para ajudar as unidades já em batalha, conhecendo o verdadeiro terror da guerra. Obra-prima inquestionável. Pena que Malick filme tão pouco.

Urso de Ouro de Melhor Filme no Festival de Berlin


2004
A QUEDA! – As ÚLTIMAS HORAS de HITLER
(Der Untergang)
direção de Oliver Hirschbiegel
elenco: Bruno Ganz

Reconstituição dos últimos dias do império nazista, de 30 de abril e 8 de maio de 1945. Este período abrange o último aniversário de Hitler, seu casamento com Eva Braun, seu suicídio e o cessar fogo completo entre a Alemanha e as tropas vencedoras da União Soviética. Sincero filme onde se destaca a impressionante atuação de Bruno Ganz.


2007
KATYN
(idem)
direção de Andrzej Wajda
elenco: Artur Zmiejwski

Em 1940, na floresta de Katyn, Polônia, soviéticos executam cerca de 22 mil poloneses que se encontravam presos em campos de concentração. Indicado ao Oscar de filme estrangeiro, o drama dirigido pelo veterano Andrzej Wajda revisita a verdadeira história através de um dos maiores massacres da Segunda Guerra Mundial.

junho 21, 2011

******************* ELVIS PRESLEY edição 1963

elvis presley

 
 
reportagem de Terry Farrow
CINELÂNDIA 
janeiro de 1963


Acima de tudo um rapaz do interior, ELVIS PRESLEY prefere a vida simples de sua cidade no Tennessee. Quando seus compromissos o levam a Hollywood ele se instala em uma elegante mansão alugada com vitrola automática e tudo... Em Bel-Air, o subúrbio de milionários de Hollywood, ergue-se a casa que Elvis sempre ocupa quando vai à cidade do cinema rodar um filme ou gravar discos. Muito branca e moderna, a mansão lhe custa 3.000 dólares mensais e tem uma entrada imponente, estátuas de mármore e um aquário com peixes dourados. Mas Elvis lhe dá o toque especial colocando uma vitrola automática em lugar de honra. A vitrola é idêntica às que se encontram comumente nos bares norte-americanos. Pisca com luzes vermelhas, amarelas, azuis e verdes e é revestida de vidro colorido e brilhante. Dentro, o toca-discos roda os mesmos discos de 45 rpm determinados por um painel de botões na frente. ELVIS PRESLEY pode ter um Rolls Royce, dois Cadillacs e outros luxos adequados ao seu estado de milionário, mas não poderia viver sem sua humilde vitrola automática.

“A vitrola serve para recordá-lo que existe outra vida real, dura, sem artifícios” – diz Tom Diskin, secretário de seu empresário. “Em Elvis não existe nada falso, nem hoje, nem ontem, nem amanhã. E ele não dá a mínima importância ao que possam dizer as pessoas. A vitrola só toca se a gente colocar uma moeda. E quem quiser tocá-la tem de colocar a moeda. Todos os domingos, os rapazes recolhem o dinheiro da máquina e na segunda-feira pela manhã, o dinheiro é entregue ao jardineiro, para seus filhos”. Os “rapazes” na casa pertencem à “comitiva” de ELVIS PRESLEY. O astro tinha uma turma deles, chefiados pelo primo Gene Smith, quando chegou a Hollywood pela primeira vez e até hoje mantém seus “rapazes”, embora alguns rostos tenham mudado. Nos quase cinco anos em que Elvis vem sendo parte do cenário de Hollywood, sua devoção aos velhos amigos e ao seu lar de Memphis, Tennessee, aumentou sempre. Longe de “tornar-se muito Hollywood”, Elvis tenta impedir que a pressão constante e o glamour alterem seu tranquilo modo de vida.

E é por isso que ele não sai de Memphis sem os seus amigos. Eles são o seu elo com o lar, além de lhe prestarem serviços. O grupo atual, chamado em Hollywood de “Os primos de ELVIS PRESLEY ou “A Comitiva”, é chefiado pelos primos Gene e Billy Smith, que tomam conta da coleção de carros de Elvis. De Ray Sitton, que cuida do guarda-roupa. De Red West, seu “stand in”. O dever de Allan Fortes é reservar aposentos nos hotéis. Joe Esposito trata dos assuntos pessoais do cantor. Onde Elvis vai, sua comitiva o segue. Eles o acompanham aos estúdios de filmagens, de gravações, em suas apresentações pessoais e agem como guarda-costas sempre que “O Rei” é cercado por suas frenéticas fãs. Em 1962, Elvis fez dois filmes, “Talhado para Campeão / Kid Galahad” e “Garotas! Garotas! Garotas! / Girls, Girls, Girls” e atualmente trabalha em “Loiras, Morenas e Ruivas / It Happened at the World’s Fair”, uma produção dispendiosa que o tornará ainda mais popular. Entre um filme e outro, gravou três álbuns, um de cada um dos dois filmes e o terceiro, uma coletânea de sucessos: “Potluck”. O ELVIS PRESLEY de hoje é um jovem educado e muito popular, tal como vem sendo nos últimos cinco anos. Sua popularidade firme não é fruto do acaso. Seus discos e filmes são lançados a espaços regulares para mantê-lo vivo aos olhos do público, mas não tanto quanto seus fãs desejariam.
10 PERSONAGENS de ELVIS

Clint Reno em
AMA-ME com TERNURA
(Love me Tender, 1956)
direção de Robert D. Webb
elenco: Richard Egan e Debra Paget

Vince Everett em
O PRISIONEIRO DO ROCK 
(Jailhouse Rock, 1957)
direção de Richard Thorpe
elenco: Judy Tyler

Danny Fisher em
A BALADA SANGRENTA
(King Creole, 1958)
direção de Michael Curtiz
elenco: Carolyn Jones, Walter Matthau e Dolores Hart

Pacer Burton em
ESTRELA de FOGO
(Flaming Star, 1960)
direção de Don Siegel
elenco: Steve Forrest, Barbara Eden e Dolores Del Rio

Tulsa McLean em
SAUDADES de um PRACINHA
(G. I. Blues, 1960)
direção de Norman Taurog
elenco: Juliet Prowse

Glenn Tyler em
CORAÇÃO REBELDE
(Wild in the Country, 1961)
direção de Philip Dunne
elenco: Hope Lange, Tuesday Weld e John Ireland

Chad Gates em
FEITIÇO HAVAIANO
 (Blue Hawaii, 1961)
direção de Norman Taurog
elenco: Joan Blackman e Angela Lansbury

Mike Windgren em
O SERESTEIRO de ACAPULCO
(Fun in Acapulco, 1963)
direção de Richard Thorpe
elenco: Ursula Andress, Elsa Cárdenas e Paul Lukas

Charlie Rogers em
CARROSSEL de EMOÇÕES
(Roustabout, 1964)
direção de John  Rich
com Barbara Stanwyck e Joan Freeman

Lucky Jackson em
AMOR a TODA VELOCIDADE
(Viva Las Vegas, 1964)
direção de George Sidney
  elenco: Ann-Margret