dezembro 27, 2022

****** FRED ZINNEMANN – Uma VIDA no CINEMA




Entrevista: DAVID GRITTEN
“Los Angeles Times”, 1992
Tradução: ANTONIO NAHUD
 
 
Há quase uma década, o veterano diretor FRED ZINNEMANN (1907 – 1997. Viena / Áustria), cuja assinatura está em alguns dos mais notáveis filmes de Hollywood, está em aposentadoria voluntária - descartado da indústria do cinema pelo veneno das críticas ao seu último filme, “Cinco Dias de Verão / Five Days One Summer”. Sua idade - ele tem 85 anos - e problemas de saúde contribuíram para a decisão, mas o julgamento perverso ao filme de 1983, uma aventura romântica ambientada nos Alpes franceses e estrelado por Sean Connery, deixou o diretor desanimado.
 
“Não estou dizendo que foi um bom filme”, diz ele. “Mas havia um certo grau de crueldade nas críticas. O prazer que algumas pessoas tiveram em destruí-lo realmente doeu.” Ele tinha visto seu amigo, o falecido David Lean, passar pela mesma experiência. Lean ficou deprimido com a hostilidade a “A Filha de Ryan / Ryan's Daughter”, em 1970. Depois disso, Lean fez apenas mais um filme, “Uma Passagem para a Índia / A Passage to India”, lançado em 1984, embora estivesse trabalhando em “Nostromo”, de Joseph Conrad, na época de sua morte, no ano passado.
 
“Cinco Dias de Verão Five” será o canto do cisne de FRED ZINNEMANN no cinema. Mas a amargura permanece. “Sentimos que, mesmo que o filme não represente nada, temos direito a algum respeito”, se queixa. “Não mais do que isso.” O currículo do diretor seria elogioso se tivesse apenas “Espíritos Indômitos / The Men”, o primeiro filme de Marlon Brando, de 1950. Mas ele dirigiu também os clássicos “Matar ou Morrer”, “A Um Passo da Eternidade e “Júlia”, bem como outros filmes excelentes: o drama “Uma Cruz à Beira do Caminho”, com Audrey Hepburn, o simpático musical “Oklahoma! / Idem” (1955) e o tenso thriller “O Dia do Chacal”.

zinnemann e grace kelly
Não ficou ocioso em sua aposentadoria. Nos últimos cinco anos, trabalhou meticulosamente em sua autobiografia pictórica, “Fred Zinnemann: A Life in the Movies”, recentemente publicada pela Scribners. As críticas têm sido excelentes. Frederic Raphael, no “London Sunday Times”, chamou o volume de fascinante e o descreveu como “um relato admiravelmente conciso de uma carreira de diretor que coincide com o período clássico de Hollywood”. “Ainda outro relato de uma vida no cinema, mas de alguma forma muito mais do que isso”, afirmou a “Entertainment Weekly”. O “Boston Globe” destacou a “grande riqueza de imagens como matéria-prima” do livro.
 
Em uma tarde recente em seu escritório perto de Berkeley Square, em Mayfair, FRED ZINNEMANN admitiu que seu esforço de cinco anos foi “uma estrada longa e triste cheia de armadilhas”. “Um problema era o custo de ter tantas fotos. Os editores não entendiam por que tinha que haver tantas. E uma editora não tinha dinheiro para continuar com o livro, então fomos para outra. Mas eu pensei que sem as fotos seria inútil. Eu não sou um escritor. Tinha que haver ilustrações. Era preciso ver como Harry Cohn parecia para entender como ele se comportava”.
 
Existem agora 440 fotos no livro, algumas delas de valor inestimável. Há uma cena de um bêbado em um bar vazio, que foi cortada de “Matar ou Morrer”, e outra de Gary Cooper e Grace Kelly almoçando com a equipe. Lá está Brando visitando Zinnemann e Montgomery Clift no set de “A Um Passo da Eternidade”. O livro abrange os primeiros anos do cineasta em Viena, seguidos por períodos na escola de cinema em Paris e como assistente de cinegrafista em Berlim. Ele chegou aos Estados Unidos em 1929, trabalhou para o diretor Berthold Viertel e aprendeu seu ofício como aprendiz até sua estreia na direção em 1942, “Um Assassino de Luvas / Kid Glove Killer”, no qual Ava Gardner teve um papel de duas falas.
 
Ele divide sua vida subsequente em capítulos que correspondem a seus filmes e usa suas experiências como trampolim para uma série de reminiscências. Se lembra vividamente do jovem Brando, entusiasmado com seu sucesso em “Um Bonde Chamado Desejo” na Broadway, fazendo um teste para ele e os produtores Stanley Kramer e Carl Foreman para o papel principal em “Espíritos Indômitos”. “Ele tinha uma intensidade real”, lembra FRED ZINNEMANN. “Era como um vulcão. Não era fácil de trabalhar. Suspeitava do pessoal de Hollywood e conservava suas próprias impressões.” Mas aceitou o papel, interpretando um veterano de guerra paraplégico em uma enfermaria de hospital cheia de ex-soldados paralíticos.
 
“Kramer e Foreman fizeram o filme de forma independente. Se alguém tivesse ido a um estúdio com um tema como este, não chegaria a lugar nenhum.” Fiel ao seu treinamento do método, Brando viveu em uma verdadeira enfermaria paraplégica por três semanas, ao final das quais apenas médicos e enfermeiras sabiam que ele não estava realmente paralisado. Embora alguns atores agora se preparem para papéis com tanta meticulosidade, esta foi sem dúvida a primeira vez que um ator de cinema se preparou com tanta profundidade.
 
“Ele concebeu um personagem”, disse FRED ZINNEMANN. “Minha direção foi puramente a parte técnica. Não venho do teatro e não pretendo dizer aos atores como fazer algo. Conto a eles sobre o desenvolvimento do personagem, o que uma cena específica exige e é isso.” Montgomery Clift foi outro ator incrível que apareceu em dois filmes do diretor, “Perdidos na Tormenta / The Search” (1948) e “A Um Passo da Eternidade” (1953), como o soldado individualista e talentoso boxeador que se recusa a ser controlado pelas duras regras da vida do Exército.
 
O diretor discutiu com Harry Cohn quando insistiu que queria Clift na produção. “Ele achava que o filme era sobre boxe, e eu achava que era sobre o espírito humano”, diz. Cohn queria outro ator que, segundo ele, “está sob contrato, não trabalha há 10 semanas, seu salário está subindo, ele parece um boxeador e as garotas gostam dele”. Quando disse que preferia Clift, retrucou que ele “não era soldado, nem boxeador e provavelmente homossexual”.
 
Acontece que Cohn estava certo em todos os aspectos, mas subestimou a capacidade de Clift de se colocar psicologicamente em um papel. FRED ZINNEMANN ameaçou desistir de um grande robusto se Clift não conseguisse o papel. Ele cedeu e, diz o diretor “quando Monty estava pronto para o papel, poderíamos jurar que ele era um soldado de primeira linha e um bom boxeador”.
 
Deborah Kerr foi outra escolha complicada para a esposa adúltera do capitão. “Joan Crawford estava pronta para fazer o papel e, na verdade, já estava reclamando de seu guarda-roupa”, diz. “Mas então, quando Deborah foi sugerida, todos nós pensamos que seria uma excelente ideia contratar outra atriz. Naquela época, Deborah era vista quase como a rainha da Inglaterra, fria como um iceberg. Mas funcionou lindamente.”
 
Kerr e Burt Lancaster gravaram uma das cenas mais memoráveis ​​da história do cinema - um abraço explosivo na praia enquanto as ondas quebravam sobre eles. FRED ZINNEMANN observa ironicamente que os ônibus turísticos ainda param em Diamond Head, no Havaí, para apontar onde a cena foi filmada: “É uma curiosa contribuição que demos à cultura popular.”
                                                                                                                                   
O faroeste “Matar ou Morrer” continua sendo o filme mais conhecido de Zinnemann e que rende várias interpretações para diferentes pessoas. Ele não concorda com a afirmação do roteirista Carl Foreman de que é uma alegoria do macarthismo. “Algumas pessoas até acham que é uma alegoria da Guerra da Coréia”, acrescenta. “Mas eu vejo como um homem lutando para salvar sua própria vida, um homem que deve tomar uma decisão de acordo com sua consciência.”
 
Ele gostou muito de dirigir o filme e trabalhar com Gary Cooper, que interpretou o corajoso xerife de uma pequena cidade. Mas diz que gostou igualmente do desafio de completar o faroeste dentro dos 28 dias previstos. Esse tipo de comentário levou FRED ZINNEMANN a ser visto por alguns críticos como um mestre da logística, e não como um diretor com uma visão autoral. Certamente, admite ter gostado dos problemas técnicos envolvidos na filmagem de “Oklahoma!”. E o que ele lembra melhor sobre “O Dia do Chacal” foi “ver se o suspense poderia ser mantido com o público sabendo o final – isto é, que o Chacal falhou em matar De Gaulle. Esse tipo de coisa me fascinava, tornou-se como um jogo de palavras cruzadas.”
 
A melhor e mais divulgada história sobre diretor é boa. Cerca de uma dúzia de anos atrás, com todos os filmes clássicos em seu currículo, ele foi persuadido a fazer uma reunião com um ousado e jovem executivo de um estúdio de Hollywood. “Então,” iniciou o executivo, destemido na própria ignorância, “nós nunca nos encontramos antes. Conte-me algumas das coisas que você fez. “Não, não”, disse educadamente. Você primeiro.” É verdade? Ele ri. “Há anos venho tentando repudiar essa história. Parece-me que Billy Wilder me contou sobre si mesmo.
 
Quer a história seja verdadeira ou não, ela se encaixa. FRED ZINNEMANN, que ainda tem um forte sotaque austríaco, é educado e cheio da antiga cortesia vienense. Mas está impaciente com a nova Hollywood. Por mais que ele fale mal de Harry Cohn e daquela raça autocrática de chefes de estúdio, pelo menos eles conheciam filmes. “Eram gananciosos, e eu sentia desprezo pela forma como usavam o poder. Mas o amor deles pelo cinema - isso era algo se poderia discutir com eles.”, diz ele.

marlon brando, zinnemann
e montgomery clift
Agora, como ele vê, tudo é diferente, contadores e advogados comandam o show. “Se falarmos com esses caras sobre o amor pelo cinema, não tenho certeza se eles saberão do que estamos falando”, diz ele. A virada que azedou o diretor ocorreu em 1969, quando a MGM cancelou sua versão do romance de Andre Malraux, “Man's Fate”, no qual ele vinha trabalhando há três anos. Sem motivo, o estúdio findou o filme três dias antes do início das filmagens em Londres.
 
“Até aquele ponto”, diz com um suspiro, “havia uma certa honra de ladrão no negócio. Mas depois disso, um aperto de mão não era mais um aperto de mão.” Ainda assim, ele é um profissional sem rancor. Sua autobiografia é bastante desprovida de amargura pessoal, não há contas sendo acertadas com velhos inimigos ou fofocas maliciosas. Sobre o fiasco de “Man's Fate”, se refere a um executivo da MGM com quem nunca mais falou - mas não o menciona no livro. Ele também se refere a uma rixa com a dramaturga Lillian Hellman, que escreveu o conto no qual “Júlia” foi baseado, mas nos poupa de quaisquer detalhes.
 
“Não vejo para que serve revisar essas coisas”, diz. “Não estou prestes a julgar ninguém.” Mas ele admite que viu Hollywood “do ponto de vista de um verme. Vi pessoas se comportando mal. Aprendi muito sobre a natureza humana. Pode ser engraçado, mas com certeza não é interessante. Achei que a melhor maneira era rir disso.” A vida privada de FRED ZINNEMANN também não se intromete muito em seu livro. Renée, sua esposa há mais de 50 anos, recebe sua maior menção por meio de um pequeno papel que desempenhou em “Uma Cruz à Beira do Caminho”. “Bem”, diz, “há coisas que devem permanecer privadas. Algumas das coisas que as pessoas escrevem sobre suas próprias vidas são indecentes.”
 
À sua maneira, ele nada contra a maré - apesar dos críticos que acusam seus filmes de serem conservadores e convencionais. Ele se lembra de ter lido “O Vermelho e o Negro”, de Stendhal, quando era estudante. “Era sobre um jovem se arriscando, nadando contra a corrente o tempo todo, e isso influenciou toda a minha atitude.” E quando teve a chance de dirigir seus próprios filmes, eles tendiam a ser sobre questões em debate. Seus filmes do pós-guerra, influenciados por cineastas neorrealistas italianos, abordaram temas como a situação dos veteranos de guerra, noivas de guerra estrangeiras e crianças deslocadas.

zinnemann e audrey hepburn
Logo foi procurado para dirigir filmes de grande orçamento. “As pessoas achavam que havia um certo tipo de história que eu gostava de fazer”, lembra ele. “Eu queria cada vez mais filmar histórias no local a que elas pertenciam. E isso me levou cada vez mais à Europa.” Ele insiste que nunca deu as costas a Hollywood, embora viva na Grã-Bretanha, que considera um país civilizado, há quase 30 anos.
 
No entanto, admite alguma exasperação com o sistema estelar. “É uma coisa puramente pessoal”, refletiu. “Alguns diretores - Billy Wilder, John Huston, William Wyler - eram muito bons com estrelas, eram espirituosos, sabiam falar com elas e trabalhar com elas. Descobri que, a menos que se possa retirar esse elemento de estrelato do trabalho, haveria problemas. Para mim, foi mais fácil trabalhar com pessoas que podiam esquecer que eram estrelas.”
 
“Não apenas as estrelas custam muito dinheiro, mas psicologicamente os produtores, o estúdio, todo mundo sente que a estrela é a pessoa central e deve ser a história.” FRED ZINNEMANN descobriu que as demandas das estrelas podem ter um efeito desgastante sobre todos em um set de filmagem. Outros atores - menciona Vanessa Redgrave e Paul Scofield, de “O Homem que Não Vendeu sua Alma”, a quem descreve como um santo - são generosos e fornecem sustento para seus colegas.
 
Ele sente que se divertiu e teve sorte. Tem uma filmografia para olhar para trás, que resiste ao teste do tempo. Hoje, ele recebeu um cartão de um amigo na Alemanha com uma citação de Schopenhauer, que diz: “Como é feliz no final da vida ver que sua obra não envelheceu com você”. O diretor se permite um sorriso irônico. “Não sou louco pelos alemães, mas eles são bons em citações. E essa é muito boa”.
 

10 FILMES de FRED ZINNEMANN
(por ordem de preferência)
 
01
A um PASSO da ETERNIDADE
(From Here to Eternity, 1953)

Elenco: Burt Lancaster, Montgomery Clift, Deborah Kerr, Donna Reed, Frank Sinatra, Ernest Borgnine e Jack Warden
 
02
JÚLIA
(Idem, 1977)

Elenco: Jane Fonda, Vanessa Redgrave, Jason Robards, Maximilian Schell, Hal Holbrook, Rosemary Murphy, Meryl Streep, Dora Doll e Cathleen Nesbitt
 
03
MATAR ou MORRER
(High Noon, 1952)

Elenco: Gary Cooper, Grace Kelly, Thomas Mitchell, Lloyd Bridges, Katy Jurado, Otto Kruger, Lon Chaney Jr. e Lee Van Cleef
 
04
Uma CRUZ à BEIRA do ABISMO
(The Nun's Story, 1959)

Elenco: Audrey Hepburn, Peter Finch, Edith Evans, Peggy Ashcrof, Dean Jagger, Mildred Dunnock e Beatrice Straight       
 
05
O HOMEM que NÃO VENDEU sua ALMA
(A Man for All Seasons, 1966)

Elenco: Paul Scofield, Wendy Hiller, Robert Shaw, Leo McKern, Orson Welles, Susannah York, John Hurt e Corin Redgrave
 
06
A VOZ do SANGUE
(Behold a Pale Horse, 1964)

Elenco: Gregory Peck, Anthony Quinn, Omar Sharif, Raymond Pellegrin, Paolo Stoppa, Mildred Dunnock, Daniela Rocca e Christian Marquand
 
07
O PEREGRINO da ESPERANÇA
(The Sundowners, 1960)

Elenco: Deborah Kerr, Robert Mitchum, Peter Ustinov, Glynis Johns e Dina Merrill
 
08
O DIA do CHACAL
(The Day of the Jackal, 1973)

Elenco: Edward Fox, Michel Auclair, Alan Bade, Derek Jacobi e Michael Lonsdale
 
09
A SÉTIMA CRUZ
(The Seventh Cross, 1944)

Elenco: Spencer Tracy, Signe Hasso, Hume Cronyn, Jessica Tandy, Agnes Moorehead, Felix Bressart, Ray Collins e George Macready
 
10
ATO de VIOLÊNCIA
(Act of Violence, 1948)

Elenco: Van Heflin, Robert Ryan, Janet Leigh, Mary Astor e Phyllis Thaxter

novembro 29, 2022

***** À BEIRA do ABISMO: 20 ESTRELAS BÊBADAS

 


“Eu me sinto como no inferno. Estou passando por abstinência alcoólica. Meu coração parece acelerado. Minhas pálpebras tremem. Oh Deus, estou tão, tão cansada.”
ELIZABETH TAYLOR em 1983
 
 
Ao longo da existência de Hollywood, a bebida tem sido predominante e arruinou diversas carreiras célebres. Na cidade das ilusões, a fama, o álcool e as drogas andam muitas vezes de mãos dadas. Conheça a história de estrelas que tiveram dificuldades em lidar com o vício e viram o seu nome associado à bebida. Mulheres maravilhosas, festas suntuosas, longas horas de trabalho, comportamentos viciantes. 

Durante a Era de Ouro cinematográfica (1920 a 1950), os astros e estrelas tinham rédea solta para fazer o que quisessem - contanto que pudessem ser discretamente varridos para debaixo do tapete por um agente de estúdio. Eles bebiam em excesso em festas e bares famosos todas as noites, bebiam quando estavam no set e bebiam quando dirigiam. São bizarros os casos mais loucos. 

Contos de incidentes insanos, comportamentos violentos e personalidades descontroladas. O consumo maciço de álcool resultou também em filmes, com atuações impecáveis, não incomum indicadas a prêmios importantes. Se antes o cinema evitava retratar o alcoolismo, mudou com o drama de Billy Wilder, em 1945, “Farrapo Humano / The Lost Weekend”. Mostra Ray Milland dominado pelo vício. 

20 ATRIZES ALCOÓLATRAS
 
01
ALI MacGRAW
(83 anos. Pound Ridge, Nova York / EUA)

Protagonista do romântico “Love Story – Uma História de Amor / Love Story” (1970), vencedora de dois Globo de Ouro e durante três anos casada com o chefe de produção da Paramount, Robert Evans. Tinha tudo para ser uma super estrela e era certo que interpretaria os papéis principais de “O Grande Gatsby / The Great Gatsby” (1974), de Jack Clayton, e “Chinatown / Idem” (1974), de Roman Polanski.
 
Ao filmar “Os Implacáveis / The Getaway” (1972), apaixonou-se por Steve McQueen e pediu o divórcio do marido poderoso. O filme de ação foi seu último sucesso. Steve bebia, se drogava (cocaína, peyote, LSD e nitrito de amila para suas maratonas sexuais) e a proibiu de trabalhar durante os cinco anos que estiveram juntos.
 
Tornou-se alcoólatra. Dominada, tinha como missão servir ao marido carne com batatas todas as noites, às 18h em ponto, e não abrir a boca enquanto ele via televisão. Com a separação fez filmes e séries de TV. Em 1995, lançou a autobiografia “Moving Pictures”, onde conta sobre seu alcoolismo e dependência de sexo.
 
02
AVA GARDNER
(1922 – 1990. Grabtown, Carolina do Norte / EUA)

O poeta Jean Cocteau a descreveu como o animal mais belo do mundo. Umas das atrizes mais rebeldes do cinema, bebia vorazmente conhaque, tequila e o que mais aparecesse. Independente e impetuosa, colecionou escândalos mundo afora e sua união com Frank Sinatra foi marcada por separações, tapas, álcool e drogas. 

Na tumultuada visita ao Brasil, nos meados dos anos 50, para o lançamento de “A Condessa Descalça / The Barefoot Contessa” (1954), ela foi manchete mundial. Bêbada, num acesso de fúria, quebrou a mobília do quarto do luxuoso Hotel Glória e jogou os objetos de decoração pela janela. Também assediou o cantor Carlos Augusto, garotão cearense da Rádio Nacional. Só que ele era gay.  

O relato de uma sua saída noturna em Roma, em amores com Tony Franciosa, casado então com Shelley Winters, terminou numa batalha campal com os paparazzis, servindo de inspiração a Federico Fellini para a deslumbrante Anita Ekberg de “A Doce Vida / La Dolve Vita” (1960). Por onde passava, o alcoolismo e aventuras sexuais deixavam um rastro de excessos. 

A união com Sinatra resultou em três tentativas de suicídio dele e dois abortos dela. Sexo ela gostava. A bebida e o cigarro foram companheiros de vida. Declarava que morreria com um cigarro na mão e um uísque na outra. Assim foi, até o dia de sua morte, isolada em Londres, cultivando a bebida, sempre com um copo perto dela. 

03
BARBARA PAYTON
(1927 – 1967. Cloquet, Minnesota / EUA)

A sexy loura de olhos azuis apareceu em 12 filmes entre 1949 e 1955. Seus casamentos fracassaram e de 1955 a 1963 teve vários problemas com a lei - entre eles cheques sem fundos, embriaguez pública e prostituição. Foi forçada a dormir em bancos de rua, espancada por amantes ocasionais e perdeu dentes em brigas.
 
Em 1967, tentando parar de beber, foi morar com os pais em San Diego. Era tarde demais. A ex-estrela de 39 anos foi encontrada no chão do banheiro, morta por insuficiência cardíaca e hepática. De alguma forma, em meio a essa tragédia, deixou uma autobiografia reveladora, ironicamente intitulada “Não Tenho Vergonha”.
 
04
CLARA BOW
(1905 – 1965. Brooklyn, New York / EUA)

Primeiro símbolo sexual de Hollywood e uma das maiores estrelas do cinema mudo, a talentosa e carismática ruiva era totalmente descontrolada. Teve uma longa série de amantes, bebia como um cossaco e mergulhou em problemas finaceiros alimentados por dívidas de jogo e sonegação de impostos. 

Escandalosa, dizia que adorava “beber, jogar, xingar e transar”. Esteve envolvida em batalhas judiciais por “roubar” maridos alheios. Amava festas, sempre pendurada em um amante (alguns casados) e enchendo a cara. Sua roupa suja foi exposta em 1930, quando uma ex-secretária julgada por roubo denunciou sua vida sexual selvagem. 

O escândalo abalou sua carreira, que nunca mais se reergueu. Terminou casando com um ator cowboy. Atormentada por crises pessoais, alcoolismo, instabilidade mental e problemas de peso, não fez mais outro filme. Morreu em 1965, aos 60 anos de idade, após um inesperado e fulminante ataque cardíaco.

05
ELIZABETH TAYLOR
(1932 – 2011. Hampstead, Londres, Inglaterra / Reino Unido)

Oito casamentos, alcoolismo e doenças marcaram a conturbada vida da estrela. A lenda de Hollywood passava dias no set bêbada demais para recordar suas falas. Ao finalmente tentar se recuperar, no Centro de Reabilitação Betty Ford, em 1983, no final da carreira, disse: “Não ficar bêbada é a única maneira de permanecer viva.” 

Seu primeiro casamento com Conrad Hilton era conhecido pela bebedeira. Com Richard Burton resultou também em álcool excessivo e agressões públicas. Durante as filmagens de “A Noite da Iguana / The Night of the Iguana” (1964), acompanhando Burton, começava a beber às 10h da manhã, com vodca e a seguir tequila. 

O alcoolismo deles tornaram os dois infelizes. O Vaticano os condenou, chamando-os de “vagabundos eróticos”. A cada briga, na manhã seguinte ele a presenteava com um diamante, inclusive o diamante mais caro do mundo, um Cartier de 70 quilates avaliado em um milhão de dólares, rebatizado hoje como “diamante Taylor-Burton”

Assim viveu a grande estrela, quase sempre bêbada e envolvida em conflitos matrimoniais vulgares. Apesar do alcoolismo, da saúde precária e do vício em analgésicos e pílulas para dormir, que durou grande parte da vida, conseguiu sobreviver quase 80 anos. Morreu por insuficiência cardíaca congestiva.

 
06
FRANCES FARMER
(1913 – 1970. Seattle, Washington / EUA)

Em 1935, ela foi para Hollywood, onde assinou contrato de sete anos com a Paramount. Rebelde, teve conflitos e tentou a Broadway. A partir de 1939, seu comportamento errático e a bebedeira descontrolada resultou no cancelamento do contrato. A seguir foi presa por dirigir com os faróis acesos em zona de blecaute.
 
Um ano depois, a bela atriz foi presa mais uma vez por deslocar a mandíbula de um cabeleireiro. No julgamento, agrediu dois policiais e jogou um tinteiro no juiz. Terminou em um asilo. Em 1943, foi declarada mentalmente incapaz e internada por seus pais em uma série de hospitais psiquiátricos públicos. Era o fim da sua carreira.
 
Tentou retornar ao cinema em 1957 e durante alguns anos apresentou um programa de variedades na TV. Em 1964, o alcoolismo havia se tornado tão agudo que emissora a demitiu. Passou seus últimos anos fazendo trabalho simplórios e bebendo sem parar, até morrer de câncer de esôfago em 1970.
 
07
GAIL RUSSELL
(1924 – 1961. Chicago, Illinois / EUA)

Descoberta pelo cinema aos 17 anos, sofreu problemas emocionais ao longo de uma carreira meteórica. De beleza etérea, tímida, inicialmente usava álcool para acalmar os nervos no set. Em 1950, a Paramount não renovou seu contrato por causa do problema com a bebida. Sua dispensa do estúdio arruinou sua carreira. 

Desapareceu das telas por cinco anos. Presa várias vezes por dirigir embriagada, tentou voltar ao cinema em 1956, mas não deu certo. A essa altura, estava possuída pelo álcool. Em 1961, foi encontrada morta em seu apartamento em Los Angeles, Califórnia. Morreu de alcoolismo crônico, cercada por garrafas de vodca vazias.  

08
GIA SCALA
(1934 – 1972. Liverpool, Merseyside, Inglaterra / Reino Unido)

Alta e deslumbrante, teve uma carreira promissora no cinema e na televisão. O seu papel mais conhecido foi a resistente grega em “Os Canhões de Navarone / The Guns of Navarone” (1961). Sofrendo de depressão, bebia muito. Presa, perdeu o contrato na Universal e tentou se matar, jogando-se da Ponte de Waterloo, em Londres.
 
Os surtos de depressão tornaram-se graves. Em 1971, embriagada, seu carro esportivo capotou em uma estrada sinuosa de um desfiladeiro e ela perdeu parte do dedo indicador. Em 30 de abril de 1972, foi encontrada morta em seu quarto em Hollywood Hills, após uma overdose de álcool e pílulas para dormir. Tinha 38 anos.
 
09
JEANNE EAGELS
(1890 – 1929. Kansas City, Missouri/ EUA)

Garota Ziegfeld, atuou na Broadway e em Hollywood, recebendo uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz por seu papel em “A Carta” (1929). Em 1920, no auge do sucesso teatral, começou a abusar do álcool e da heroína. Debilitada, perdeu trabalhos devido ao seu estado físico e ficou proibida de trabalhar por dezoito meses.
 
Protagonizou oito filmes e o penúltimo deles fez enorme sucesso. Sofria de problemas respiratórios, mas nunca deixou a bebida e as drogas. Em 1929, a caminho de consulta médica, sofreu convulsões e morreu, sucumbindo a overdose de heroína. Em 1957, Kim Novak estrelou “Lágrimas de Triunfo / Jeanne Eagels”, contando sua vida.
 
10
JOAN CRAWFORD
(1904 – 1977. Texas / EUA)

Uma das estrelas mais populares, glamourosas e magnéticas dos anos 30 e 40, disse certa vez: “O alcoolismo é um risco ocupacional de se ser ator, viúva e ou de se estar sozinho. E eu sou os três.”. Ganhadora do Oscar, protagonista de filmes inesquecíveis, tornou-se alcoólatra e para onde ia carregava na bolsa uma bebida.
 
De alcoolismo discreto, casada com o dono da Pepsi, tornou-se sua embaixadora oficial. Viajava pelo mundo representando a Pepsi e, a cada parada da turnê, pedia Smirnoff, bourbon Old Forester, uísque, gim Beefeater e garrafas de champanhe. Nas tardes e noites enchia a cara, mas sempre impecável, nunca deu vexame.
 
11
JUDY GARLAND
(1922 – 1969. Grand Rapids, Minnesota / EUA)

Conhecida por desempenhos marcantes e voz excepcional, é uma das maiores artistas de Hollywood. Apesar de triunfos profissionais, ela teve vários problemas pessoais ao longo da vida. Insegura com sua aparência, seus sentimentos foram agravados por executivos de cinema que disseram que ela era feia e gorda. 

O uso de anfetaminas e barbitúricos no estúdio terminou em dependência química. Em pouco tempo, seus medicamentos foram misturados a bebida alcoólica. Atormentada por uma instabilidade financeira, seus cinco casamentos terminaram em divórcios. Sem nunca parar de beber, acabou em clínicas psiquiátricas. 

Viciada em soníferos, álcool e morfina, cortou a garganta. Morreu aos 47 anos, de overdose de medicamentos. Nessa época, decadente, atuava em shows em Londres com enormes dificuldades. Um especialista britânico, que acompanhou sua carreira, diz que sua morte foi causada por uma cirrose hepática. 

12
LANA TURNER
(1921 – 1995. Wallace, Idaho / EUA)

Mesmo se não fosse por sua vida pessoal, com sete casamentos e um assassinato, seria sempre um dos maiores ícones do cinema. Grande estrela da Metro-Goldwyn-Mayer, símbolo sexual entre as décadas de 1940 e 1950, tornou-se uma das estrelas mais bem pagas da época. Boa atriz, deixou um legado de filmes clássicos.
 
Ficou falada por diversas controvérsias fora das telas do cinema, como relacionamentos violentos, ostentação excessiva de itens de luxo e graves problemas com bebida. Ela lutou contra o vício e passou um longo tempo em depressão, mas nunca conseguiu superá-lo. No entanto, seu alcoolismo sempre foi discreto.
 
13
LINDA DARNELL
(1923 – 1965. Dallas, Texas / EUA)

Uma das mais belas estrelas de cinema, teve uma carreira sólida na 20th Century-Fox nos anos 40. Atuou em filmes excelentes. Sofrendo de alcoolismo durante a maior parte da vida, quando seu contador roubou suas economias mergulhou em um período sombrio, marcado ainda mais pela bebida e três casamentos fracassados.
 
A profissão naufragou. De grande estrela, perdeu o contrato com a Fox e os convites de trabalho desapareceram. Surtos de depressão e muito álcool marcaram seus últimos anos, até que morreu ébria e queimada em incêndio na casa de uma ex-secretária, causado por ter adormecido com cigarro aceso. Aos 41 anos de idade.
 
14
MABEL NORMAND
(1892 – 1930. New Brighton, Staten Island, New York / EUA)

Comediante de destaque na companhia Keystone, atuando ao lado de Charles Chaplin, era extremamente popular. Astuta e talentosa, foi uma das primeiras mulheres a dirigir filmes. Decepções amorosas com o namorado Mack Sennett, dentre outras coisas, contribuíram para que ela sucumbisse ao álcool e a cocaína. 

Ébria e irresponsável, não conseguia cumprir horários e envolvia-se em escândalos. Foi a primeira a chegar ao local do assassinato de seu amante, o produtor William Desmond Taylor, e posteriormente seu motorista atiraria em um homem com a sua pistola. Sua carreira se acabou. Internada, morreu de tuberculose aos 37 anos. 

15
MARILYN MONROE
(1926 – 1962. Los Angeles, Califórnia / EUA)

Encontrada morta, aos 36 anos, vítima de uma overdose de tranquilizantes, em sua casa em Los Angeles. Era a atriz mais amada de Hollywood e atraía multidões aos cinemas. No entanto, a dependência de drogas e álcool eram mais fortes do que o glamour, a profissão bem sucedida e a própria vida. 

A loira construiu uma péssima reputação nos bastidores de cinema, com atrasos constantes, problemas pessoais e de saúde. Internada várias vezes em clínicas psiquiátricas, enfurecia diretores com sua falta de profissionalismo. As suas tendências depressivas aumentaram com dois abortos e duas tentativas de suicídio. 

Dona de uma capacidade fotogênica miraculosa, carisma, beleza e sensualidade, a mulher mais desejada de seu tempo passou a sua curta vida tentando encontrar um amor verdadeiro. Segundo relatos, a rejeição do presidente John Fitzgerald Kennedy alimentou a queda final em bebidas e pílulas que finalmente a mataram. 

16
NATALIE WOOD
(1938 – 1981. São Francisco, Califórnia / EUA)

Viciada em álcool, cigarros, anfetaminas e barbitúricos, fez sucesso nos anos 60, iniciando a carreira criança e se tornando uma atriz adulta bem sucedida. Recebeu três indicações ao Oscar. Adolescente, foi estuprada durante horas por Kirk Douglas e obrigada a fazer sexo com o diretor Nicholas Ray para o papel de “Juventude Transviada / Rebel Without a Cause” (1955).
 
Criança selvagem, bebia vinho ainda menina. Os problemas conjugais com o marido Robert Wagner e as pressões na carreira levaram a atriz ao alcoolismo. Morreu afogada após um controverso acidente. Rumores indicam que foi assassinada pelo esposo, a bordo de um iate em um passeio regado à muita bebida e drogas.
 
Há falatórios sobre um romance entre a atriz e o ator Christopher Walken, presente no iate onde ocorreu o acidente que a vitimou. A versão mais aceita, porém, é que os três estavam totalmente bêbados e drogados, e depois de muitas discussões entre o casal, causadas pelo ciúme, ela se desequilibrou e caiu no mar.
 
17
RITA HAYWORTH
(1918 – 1987. Brooklyn, Nova Iorque / EUA)

Tímida, mantinha a tempestuosa vida pessoal em segredo. O alcoolismo e a tendência a maridos dominadores criaram uma vida doméstica incrivelmente difícil para a estrela. Seus casamentos tendiam a terminar em disputas, agressões e batalhas judiciais prolongadas. Um relacionamento se misturava no outro.
 
O estresse e o álcool envelheceram a atriz prematuramente, enquanto o Alzheimer matou sua memória. Aos 50 anos, ela não memorizava as falas de seus filmes e passou o resto de seus dias em um apartamento em Nova York, bebendo sem controle e a memória desaparecendo, à medida que a conta bancária diminuía.
 
A garotinha espancada e abusada sexualmente por seu pai se casou cinco vezes. “Os homens vão para a cama com Gilda, mas acordam comigo”, lamentava. Ela vivia aterrorizada pela atenção midiática, por seu complexo de inferioridade e pela certeza de que os homens só estavam interessados em seu corpo.
 
Consumida pela ansiedade, ataques de pânico e alcoolismo, dizia que só foi feliz durante seu conturbado casamento com Orson Welles, o único homem na indústria que a valorizou como intérprete. Como resultado do que disse, Welles afirmou: “Se aquilo foi felicidade para ela, não quero nem imaginar como foi o resto de sua vida”.
 
18
SYLVIA KRISTEL
(1952 - 2012. Utrecht / Países Baixos)

A atriz holandesa, mais conhecida como Emmanuelle, personagem da série de filmes eróticos que a fez ficar famosa, esteve no Brasil para a divulgação de “A Margem / La Marge” (1976) e participou da telenovela “Espelho Mágico”, sempre embriagada. Quando maquiada para fotos, mal conseguia se equilibrar de tanto que tinha bebido.
 
Durante a vida, carregou o carma de deusa do sexo. Declarou que fez filmes baratos pela dependência da cocaína. Em 2006, lançou a autobiografia “Nue”, em que revela o declínio financeiro e os problemas com álcool e drogas, inclusive heroína. Seus últimos anos foram em Amsterdã e faleceu aos 60 anos, de um câncer.
 
19
VERONICA LAKE
(1922 – 1973. Brooklyn, Nova Iorque / EUA)

Na década de 1940, era uma das maiores femme fatales de Hollywood. O longo cabelo loiro, caído sobre o olho, virou moda, e sua parceria com Alan Ladd foi um grande sucesso. Considerada difícil, sua trajetória entrou em declínio e ela caiu no alcoolismo, acabando por falecer muito cedo, com apenas 50 anos de idade.
 
Estrela da Paramount, ao longo da carreira vários atores fizeram críticas públicas sobre a dificuldade em trabalhar com ela. Após amargar fracassos, um aborto espontâneo e um divórcio, entrou em depressão e começou a beber compulsivamente. Demitida pela Paramount, sem trabalho, recorreu à televisão.
 
Na mesma época, o Imposto de Renda confiscou sua casa e todos os seus bens, por dívidas com impostos atrasados.  Eventualmente, trabalhou no teatro. Mas o vício em bebida a fez abandonar os filhos e desmaiar durante a apresentação de uma peça, em Londres, em 1955. Passou a morar em hotéis baratos e perdeu os dentes.
 
Era constantemente presa por embriaguez. Trabalhou como garçonete em Nova York e em 1969 publicou uma biografia. Usou os lucros obtidos para produzir o filme de terror “Flesh Feast” (1970), que ela também estrelou.  Foi um fiasco.
 
20
VIVIEN LEIGH
(1913 – 1967. Darjeeling / Índia)

Grande êxito nas telas e palcos, a atriz teve uma vida de exageros na bebida e no sexo, e um transtorno mental grave tardiamente identificado. Tudo começou com uma overdose acidental nos bastidores de “...E o Vento Levou / Gone with the Wind” (1939), gerada por uma mistura explosiva de tranquilizantes e álcool.
 
O transtorno bipolar, à época conhecido como depressão maníaca, impactou na sua vida profissional. Ela passou por diversas tentativas de suicídio. A frágil saúde, o alcoolismo e os problemas psicológicos tornaram-na indesejada. Apesar da fama, sua carreira foi limitada, fazendo com que atuasse em poucos filmes.
 
Passou por dois abortos e o casamento de 20 anos com Laurence Olivier naufragou. Isto a deixou em um profundo estado de depressão. Em maio de 1962, esteve no Brasil com a trupe do Old Vic, interpretando Marguerite Gautier em “A Dama das Camélias”, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro e de São Paulo.
 
A diva tinha episódios de raiva, paranoia e histerismo que depois esquecia completamente. Durante uma turnê teatral na Austrália, ébria, se negou a entrar no palco por ter perdido seus sapatos, Olivier a esbofeteou e ela revidou. O divórcio veio logo depois, em 1960. Terminou morrendo de tuberculose, com somente 53 anos.

GALERIA de FOTOS