“Eu me sinto como
no inferno. Estou passando por abstinência alcoólica. Meu coração parece
acelerado. Minhas pálpebras tremem. Oh Deus, estou tão, tão cansada.”
ELIZABETH TAYLOR em
1983
Ao longo da existência
de Hollywood, a bebida tem sido predominante e arruinou diversas carreiras
célebres. Na cidade das ilusões, a fama, o álcool e as drogas andam muitas
vezes de mãos dadas. Conheça a história de estrelas que tiveram dificuldades em
lidar com o vício e viram o seu nome associado à bebida. Mulheres maravilhosas,
festas suntuosas, longas horas de trabalho, comportamentos viciantes.
Durante a Era de
Ouro cinematográfica (1920 a 1950), os astros e estrelas tinham rédea solta
para fazer o que quisessem - contanto que pudessem ser discretamente varridos
para debaixo do tapete por um agente de estúdio. Eles bebiam em excesso em
festas e bares famosos todas as noites, bebiam quando estavam no set e bebiam
quando dirigiam. São bizarros os casos mais loucos.
Contos de
incidentes insanos, comportamentos violentos e personalidades descontroladas. O
consumo maciço de álcool resultou também em filmes, com atuações impecáveis,
não incomum indicadas a prêmios importantes. Se antes o cinema evitava retratar
o alcoolismo, mudou com o drama de Billy Wilder, em 1945, “Farrapo
Humano / The
Lost Weekend”. Mostra Ray Milland dominado pelo vício.
20 ATRIZES ALCOÓLATRAS
01
ALI MacGRAW
(83 anos. Pound
Ridge, Nova York / EUA)
Protagonista do
romântico “Love Story – Uma História de Amor / Love Story” (1970), vencedora de
dois Globo de Ouro e durante três anos casada com o chefe de produção da
Paramount, Robert Evans. Tinha tudo para ser uma super estrela e era certo que
interpretaria os papéis principais de “O Grande Gatsby / The Great Gatsby” (1974), de Jack Clayton, e “Chinatown / Idem” (1974), de Roman Polanski.
Ao filmar “Os
Implacáveis / The Getaway” (1972), apaixonou-se por Steve McQueen e pediu o
divórcio do marido poderoso. O filme de ação foi seu último sucesso.
Steve bebia, se drogava (cocaína, peyote, LSD e nitrito de amila para
suas maratonas sexuais) e a proibiu de trabalhar durante os cinco anos que
estiveram juntos.
Tornou-se
alcoólatra. Dominada, tinha como missão servir ao marido carne com batatas
todas as noites, às 18h em ponto, e não abrir a boca enquanto ele via
televisão. Com a separação fez filmes e séries de TV. Em 1995, lançou a
autobiografia “Moving Pictures”, onde conta sobre seu alcoolismo e dependência de sexo.
02
AVA GARDNER
(1922 – 1990.
Grabtown, Carolina do Norte / EUA)
O poeta Jean
Cocteau a descreveu como o animal mais belo do mundo. Umas das atrizes mais
rebeldes do cinema, bebia vorazmente conhaque, tequila e o que mais aparecesse.
Independente e impetuosa, colecionou escândalos mundo afora e sua união
com Frank Sinatra foi marcada por separações, tapas, álcool e drogas.
Na tumultuada
visita ao Brasil, nos meados dos anos 50, para o lançamento de “A Condessa
Descalça / The
Barefoot Contessa” (1954), ela foi manchete mundial. Bêbada, num acesso de
fúria, quebrou a mobília do quarto do luxuoso Hotel Glória e jogou os objetos
de decoração pela janela. Também assediou o cantor Carlos Augusto, garotão cearense da
Rádio Nacional. Só que ele era gay.
O relato de uma sua
saída noturna em Roma, em amores com Tony Franciosa, casado então com Shelley
Winters, terminou numa batalha campal com os paparazzis, servindo de inspiração
a Federico Fellini para a deslumbrante Anita Ekberg de “A Doce Vida / La Dolve
Vita” (1960). Por onde passava, o alcoolismo e aventuras sexuais deixavam um
rastro de excessos.
A união com Sinatra
resultou em três tentativas de suicídio dele e dois abortos dela. Sexo ela gostava. A
bebida e o cigarro foram companheiros de vida. Declarava que morreria com um
cigarro na mão e um uísque na outra. Assim foi, até o dia de sua morte, isolada
em Londres, cultivando a bebida, sempre com um copo perto dela.
03
BARBARA PAYTON
(1927 – 1967. Cloquet, Minnesota / EUA)
A sexy loura de olhos azuis apareceu em 12 filmes entre 1949 e 1955. Seus
casamentos fracassaram e de 1955 a 1963 teve vários problemas com a lei - entre
eles cheques sem fundos, embriaguez pública e prostituição. Foi forçada a
dormir em bancos de rua, espancada por amantes ocasionais e perdeu dentes em
brigas.
Em 1967, tentando parar de beber, foi morar com os pais em San Diego. Era
tarde demais. A ex-estrela de 39 anos foi encontrada no chão do banheiro, morta
por insuficiência cardíaca e hepática. De alguma forma, em meio a essa tragédia,
deixou uma autobiografia reveladora, ironicamente intitulada “Não Tenho Vergonha”.
04
CLARA BOW
(1905 – 1965. Brooklyn, New York / EUA)
Primeiro símbolo sexual de Hollywood e uma das maiores estrelas do cinema
mudo, a talentosa e carismática ruiva era totalmente descontrolada. Teve uma
longa série de amantes, bebia como um cossaco e mergulhou em problemas
finaceiros alimentados por dívidas de jogo e sonegação de impostos.
Escandalosa, dizia que adorava “beber, jogar, xingar e transar”. Esteve
envolvida em batalhas judiciais por “roubar” maridos alheios. Amava festas,
sempre pendurada em um amante (alguns casados) e enchendo a cara. Sua roupa suja foi exposta em 1930, quando uma ex-secretária julgada por
roubo denunciou sua vida sexual selvagem.
O escândalo abalou sua carreira, que nunca mais se reergueu. Terminou
casando com um ator cowboy. Atormentada por crises pessoais, alcoolismo,
instabilidade mental e problemas de peso, não fez mais outro filme. Morreu em
1965, aos 60 anos de idade, após um inesperado e fulminante ataque cardíaco.
05
ELIZABETH TAYLOR
(1932 – 2011. Hampstead, Londres, Inglaterra / Reino Unido)
Oito casamentos, alcoolismo e doenças marcaram a conturbada vida da estrela. A lenda de Hollywood passava dias no set bêbada demais para
recordar suas falas. Ao finalmente tentar se recuperar, no Centro de
Reabilitação Betty Ford, em 1983, no final da carreira, disse: “Não ficar
bêbada é a única maneira de permanecer viva.”
Seu primeiro casamento com Conrad Hilton era conhecido pela bebedeira. Com Richard Burton resultou também em álcool excessivo e
agressões públicas. Durante as filmagens de “A Noite da Iguana / The Night of the Iguana” (1964), acompanhando
Burton, começava a beber às 10h da manhã, com vodca e a seguir tequila.
O alcoolismo deles tornaram os dois infelizes. O
Vaticano os condenou, chamando-os de “vagabundos eróticos”. A cada briga, na
manhã seguinte ele a presenteava com um diamante, inclusive o diamante mais
caro do mundo, um Cartier de 70 quilates avaliado em um milhão de dólares, rebatizado hoje como “diamante Taylor-Burton”.
Assim viveu a grande estrela, quase sempre bêbada e envolvida em conflitos
matrimoniais vulgares. Apesar do alcoolismo, da saúde precária e do vício em
analgésicos e pílulas para dormir, que durou grande parte da vida, conseguiu sobreviver
quase 80 anos. Morreu por insuficiência cardíaca congestiva.
06
FRANCES FARMER
(1913 – 1970. Seattle, Washington / EUA)
Em 1935, ela foi para Hollywood, onde assinou contrato de sete anos
com a Paramount. Rebelde, teve conflitos e tentou a Broadway. A
partir de 1939, seu comportamento errático e a bebedeira descontrolada resultou
no cancelamento do contrato. A seguir foi presa por dirigir com os faróis
acesos em zona de blecaute.
Um ano depois, a bela atriz foi presa mais uma vez por deslocar a
mandíbula de um cabeleireiro. No julgamento, agrediu dois policiais e jogou um
tinteiro no juiz. Terminou em um asilo. Em 1943, foi declarada mentalmente
incapaz e internada por seus pais em uma série de hospitais psiquiátricos
públicos. Era o fim da sua carreira.
Tentou retornar ao cinema em 1957 e durante alguns anos apresentou um
programa de variedades na TV. Em 1964, o alcoolismo havia se tornado tão agudo que emissora a
demitiu. Passou seus últimos anos fazendo trabalho simplórios e bebendo sem
parar, até morrer de câncer de esôfago em 1970.
07
GAIL RUSSELL
(1924 – 1961. Chicago, Illinois / EUA)
Descoberta pelo cinema aos 17 anos, sofreu problemas emocionais ao longo
de uma carreira meteórica. De beleza etérea, tímida, inicialmente usava álcool
para acalmar os nervos no set. Em 1950,
a Paramount não renovou seu contrato por causa do problema com a
bebida. Sua dispensa do estúdio arruinou sua carreira.
Desapareceu das telas por cinco anos. Presa
várias vezes por dirigir embriagada, tentou voltar ao cinema em 1956, mas não
deu certo. A essa altura, estava possuída pelo álcool. Em 1961, foi encontrada
morta em seu apartamento em Los Angeles, Califórnia. Morreu de alcoolismo crônico, cercada por garrafas de vodca vazias.
08
GIA SCALA
(1934 – 1972. Liverpool, Merseyside, Inglaterra / Reino Unido)
Alta e deslumbrante, teve uma carreira promissora no cinema e na
televisão. O seu papel mais conhecido foi a resistente grega em “Os
Canhões de Navarone / The Guns of Navarone” (1961). Sofrendo de depressão, bebia muito. Presa, perdeu o contrato na Universal e tentou se matar,
jogando-se da Ponte de Waterloo, em Londres.
Os surtos de depressão tornaram-se graves. Em 1971, embriagada, seu carro
esportivo capotou em uma estrada sinuosa de um desfiladeiro e ela perdeu parte
do dedo indicador. Em 30 de abril de 1972, foi encontrada morta em seu quarto
em Hollywood Hills, após uma overdose de álcool e pílulas para dormir. Tinha 38
anos.
09
JEANNE EAGELS
(1890 – 1929. Kansas City, Missouri/ EUA)
Garota Ziegfeld, atuou na Broadway e em Hollywood, recebendo uma
indicação ao Oscar de Melhor Atriz por seu papel em “A Carta” (1929). Em 1920,
no auge do sucesso teatral, começou a abusar do álcool e da heroína.
Debilitada, perdeu trabalhos devido ao seu estado físico e ficou proibida de
trabalhar por dezoito meses.
Protagonizou oito filmes e o penúltimo deles fez enorme sucesso. Sofria
de problemas respiratórios, mas nunca deixou a bebida e as drogas. Em 1929, a caminho
de consulta médica, sofreu convulsões e morreu, sucumbindo a overdose de heroína. Em 1957, Kim Novak estrelou “Lágrimas de Triunfo / Jeanne
Eagels”, contando sua vida.
10
JOAN CRAWFORD
(1904 – 1977. Texas / EUA)
Uma das estrelas mais populares, glamourosas e magnéticas dos anos 30 e
40, disse certa vez: “O alcoolismo é um risco ocupacional de se ser ator, viúva
e ou de se estar sozinho. E eu sou os três.”. Ganhadora do Oscar, protagonista
de filmes inesquecíveis, tornou-se alcoólatra e para
onde ia carregava na bolsa uma bebida.
De alcoolismo discreto, casada com o dono da Pepsi, tornou-se sua
embaixadora oficial. Viajava pelo mundo representando a Pepsi e, a cada
parada da turnê, pedia Smirnoff, bourbon Old Forester, uísque, gim Beefeater e garrafas
de champanhe. Nas tardes e noites enchia a cara, mas sempre impecável,
nunca deu vexame.
11
JUDY GARLAND
(1922 – 1969. Grand Rapids, Minnesota / EUA)
Conhecida por desempenhos marcantes e voz excepcional, é uma das maiores
artistas de Hollywood. Apesar de triunfos profissionais, ela teve vários
problemas pessoais ao longo da vida. Insegura com sua aparência, seus
sentimentos foram agravados por executivos de cinema que disseram que ela era
feia e gorda.
O uso de anfetaminas e barbitúricos no estúdio terminou em dependência
química. Em pouco tempo, seus medicamentos foram misturados a bebida alcoólica.
Atormentada por uma instabilidade financeira, seus cinco casamentos terminaram
em divórcios. Sem nunca parar de beber, acabou em clínicas psiquiátricas.
Viciada em soníferos, álcool e morfina, cortou a
garganta. Morreu aos 47 anos, de overdose de medicamentos. Nessa época,
decadente, atuava em shows em Londres com enormes dificuldades. Um especialista britânico, que acompanhou sua carreira, diz que sua morte
foi causada por uma cirrose hepática.
12
LANA TURNER
(1921 – 1995. Wallace, Idaho / EUA)
Mesmo se não fosse por sua vida pessoal, com sete casamentos e um
assassinato, seria sempre um dos maiores ícones do cinema. Grande estrela da
Metro-Goldwyn-Mayer, símbolo sexual entre as décadas de 1940 e 1950, tornou-se
uma das estrelas mais bem pagas da época. Boa atriz, deixou um legado de filmes
clássicos.
Ficou falada por diversas controvérsias fora das telas do cinema, como
relacionamentos violentos, ostentação excessiva de itens de luxo e graves
problemas com bebida. Ela lutou contra o vício e passou um longo tempo em
depressão, mas nunca conseguiu superá-lo. No entanto, seu alcoolismo sempre foi
discreto.
13
LINDA DARNELL
(1923 – 1965. Dallas, Texas / EUA)
Uma das mais belas estrelas de cinema, teve uma carreira sólida na 20th
Century-Fox nos anos 40. Atuou em filmes excelentes. Sofrendo de alcoolismo
durante a maior parte da vida, quando seu contador roubou suas economias mergulhou
em um período sombrio, marcado ainda mais pela bebida e três casamentos
fracassados.
A profissão naufragou. De grande estrela, perdeu o contrato com a Fox e os
convites de trabalho desapareceram. Surtos de depressão e muito álcool marcaram
seus últimos anos, até que morreu ébria e queimada em incêndio na
casa de uma ex-secretária, causado por ter adormecido com cigarro aceso. Aos 41 anos de idade.
14
MABEL NORMAND
(1892 – 1930. New
Brighton, Staten Island, New York / EUA)
Comediante de destaque na companhia Keystone, atuando ao lado de Charles Chaplin, era extremamente popular. Astuta e
talentosa, foi uma das primeiras mulheres a dirigir filmes. Decepções amorosas
com o namorado Mack Sennett, dentre outras coisas, contribuíram para que ela
sucumbisse ao álcool e a cocaína.
Ébria e irresponsável, não
conseguia cumprir horários e envolvia-se em escândalos. Foi a primeira a chegar
ao local do assassinato de seu amante, o produtor William Desmond Taylor, e
posteriormente seu motorista atiraria em um homem com a sua pistola. Sua
carreira se acabou. Internada, morreu de tuberculose aos 37
anos.
15
MARILYN MONROE
(1926 – 1962. Los
Angeles, Califórnia / EUA)
Encontrada morta,
aos 36 anos, vítima de uma overdose de tranquilizantes, em sua casa em Los
Angeles. Era a atriz mais amada de Hollywood e atraía multidões aos cinemas. No
entanto, a dependência de drogas e álcool eram mais fortes do que o glamour, a profissão bem sucedida e a própria vida.
A loira construiu
uma péssima reputação nos bastidores de cinema, com atrasos constantes, problemas pessoais e de saúde. Internada várias vezes em clínicas psiquiátricas,
enfurecia diretores com sua falta de profissionalismo. As suas tendências
depressivas aumentaram com dois abortos e duas tentativas de suicídio.
Dona de uma capacidade
fotogênica miraculosa, carisma, beleza e sensualidade, a mulher mais desejada
de seu tempo passou a sua curta vida tentando encontrar um amor verdadeiro. Segundo
relatos, a rejeição do presidente John Fitzgerald Kennedy alimentou a queda final em
bebidas e pílulas que finalmente a mataram.
16
NATALIE WOOD
(1938 – 1981. São
Francisco, Califórnia / EUA)
Viciada em álcool,
cigarros, anfetaminas e barbitúricos, fez sucesso nos anos 60, iniciando a
carreira criança e se tornando uma atriz adulta bem sucedida. Recebeu três
indicações ao Oscar. Adolescente, foi estuprada durante horas por Kirk
Douglas e obrigada a fazer sexo com o diretor Nicholas Ray para o papel de
“Juventude Transviada / Rebel Without a Cause” (1955).
Criança selvagem,
bebia vinho ainda menina. Os problemas conjugais com o marido Robert Wagner e as
pressões na carreira levaram a atriz ao alcoolismo. Morreu afogada após um controverso
acidente. Rumores indicam que foi assassinada pelo esposo, a bordo de um iate
em um passeio regado à muita bebida e drogas.
Há falatórios sobre
um romance entre a atriz e o ator Christopher Walken, presente no iate onde
ocorreu o acidente que a vitimou. A versão mais aceita, porém, é que os três
estavam totalmente bêbados e drogados, e depois de muitas discussões entre o
casal, causadas pelo ciúme, ela se desequilibrou e caiu no mar.
17
RITA HAYWORTH
(1918 – 1987.
Brooklyn, Nova Iorque / EUA)
Tímida, mantinha a
tempestuosa vida pessoal em segredo. O alcoolismo e a tendência a maridos
dominadores criaram uma vida doméstica incrivelmente difícil para a estrela. Seus
casamentos tendiam a terminar em disputas, agressões e batalhas judiciais
prolongadas. Um relacionamento se misturava no outro.
O estresse e o
álcool envelheceram a atriz prematuramente, enquanto o Alzheimer matou
sua memória. Aos 50 anos, ela não memorizava as falas de seus filmes e
passou o resto de seus dias em um apartamento em Nova York, bebendo sem
controle e a memória desaparecendo, à medida que a conta bancária diminuía.
A garotinha
espancada e abusada sexualmente por seu pai se casou cinco vezes. “Os homens
vão para a cama com Gilda, mas acordam comigo”, lamentava. Ela vivia
aterrorizada pela atenção midiática, por seu complexo de inferioridade e pela
certeza de que os homens só estavam interessados em seu corpo.
Consumida pela
ansiedade, ataques de pânico e alcoolismo, dizia que só foi feliz durante seu
conturbado casamento com Orson Welles, o único homem na indústria que a
valorizou como intérprete. Como resultado do que disse, Welles afirmou: “Se aquilo
foi felicidade para ela, não quero nem imaginar como foi o resto de sua vida”.
18
SYLVIA KRISTEL
(1952 - 2012.
Utrecht / Países Baixos)
A atriz holandesa,
mais conhecida como Emmanuelle, personagem da série de filmes eróticos que a
fez ficar famosa, esteve no Brasil para a divulgação de “A
Margem / La Marge” (1976) e participou da telenovela “Espelho Mágico”, sempre embriagada.
Quando maquiada para fotos, mal conseguia se equilibrar de tanto que tinha
bebido.
Durante a vida,
carregou o carma de deusa do sexo. Declarou que fez filmes baratos pela
dependência da cocaína. Em 2006, lançou a autobiografia “Nue”, em que revela o
declínio financeiro e os problemas com álcool e drogas, inclusive heroína. Seus
últimos anos foram em Amsterdã e faleceu aos 60 anos, de um câncer.
19
VERONICA LAKE
(1922 – 1973.
Brooklyn, Nova Iorque / EUA)
Na década de 1940,
era uma das maiores femme fatales de Hollywood. O longo cabelo loiro, caído
sobre o olho, virou moda, e sua parceria com Alan Ladd foi um grande sucesso. Considerada difícil, sua trajetória entrou em declínio e ela caiu no alcoolismo,
acabando por falecer muito cedo, com apenas 50 anos de idade.
Estrela da
Paramount, ao longo da carreira vários atores fizeram críticas públicas sobre a
dificuldade em trabalhar com ela. Após amargar fracassos, um aborto espontâneo
e um divórcio, entrou em depressão e começou a beber compulsivamente. Demitida pela
Paramount, sem trabalho, recorreu à televisão.
Na mesma época, o
Imposto de Renda confiscou sua casa e todos os seus bens, por dívidas com
impostos atrasados. Eventualmente,
trabalhou no teatro. Mas o vício em bebida a fez abandonar os filhos e desmaiar
durante a apresentação de uma peça, em Londres, em 1955. Passou a morar em
hotéis baratos e perdeu os dentes.
Era constantemente
presa por embriaguez. Trabalhou como garçonete em Nova York e em 1969 publicou
uma biografia. Usou os lucros obtidos para produzir o filme de terror “Flesh
Feast” (1970), que ela também estrelou. Foi
um fiasco.
20
VIVIEN LEIGH
(1913 – 1967.
Darjeeling / Índia)
Grande êxito nas
telas e palcos, a atriz teve uma vida de exageros na bebida e no sexo, e um
transtorno mental grave tardiamente identificado. Tudo começou com uma overdose
acidental nos bastidores de “...E o Vento Levou / Gone with the Wind” (1939), gerada
por uma mistura explosiva de tranquilizantes e álcool.
O transtorno
bipolar, à época conhecido como depressão maníaca, impactou na sua vida
profissional. Ela passou por diversas tentativas de suicídio. A frágil saúde, o
alcoolismo e os problemas psicológicos tornaram-na indesejada.
Apesar da fama, sua carreira foi limitada, fazendo com que atuasse em poucos
filmes.
Passou por dois
abortos e o casamento de 20 anos com Laurence Olivier naufragou. Isto
a deixou em um profundo estado de depressão. Em maio de 1962, esteve no Brasil
com a trupe do Old Vic, interpretando Marguerite Gautier em “A
Dama das Camélias”, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro e de São Paulo.
A diva tinha
episódios de raiva, paranoia e histerismo que depois esquecia completamente. Durante
uma turnê teatral na Austrália, ébria, se negou a entrar no palco por ter
perdido seus sapatos, Olivier a esbofeteou e ela revidou. O divórcio veio logo
depois, em 1960. Terminou morrendo de tuberculose, com somente 53 anos.
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10 comentários:
Muito bom quando escreve sobre cinema. Uma pena o que você se tornou falando sobre política....
O alto preço das estrelas..
Tão lindas e infelizes
Que judiação!
Histórias de partir o coração.
Será que a Elizabeth Taylor, aprendeu com o maridão, Richard Burtun?
gente....eu não fazia ideias de muitas atrizes aqui citadas fizessem uso de álcool e drogas....caramba!!!!
Vícios, destroem a integridade a vida, perdem tudo, acabam virando zumbis!!
Bonitas, com fama e dinheiro. O que leva esse povo a se entregar ao alcoolismo e as drogas?? Vida intensa?
"Minha opinião": quando não sabem lidar com a fama e com ela a falta de privacidade, muita badalação... vida vazia...
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