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“frankenweenie”, direção de tim burton
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A
corrida ao OSCAR foi lançada. O primeiro indicativo, o NEW YORK FILM CRITICS
CIRCLE AWARDS (NYFCC), geralmente é justo, mas nem sempre coincide com a
estatueta dourada da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. Grande prêmio anual de cinema, iniciado
em 1935 por um grupo de críticos com atuação exclusiva na imprensa nova-iorquina,
ganhou relevância e credibilidade através dos tempos. Seus membros são reconhecidos
críticos de jornais, revistas e publicações online.
Contrariando o OSCAR, eles
não se esqueceram de Greta Garbo (Melhor Atriz em 1935 por “Anna Karenina /
Idem” e em 1937 por “A Dama das Camélias
/ Camille”), Alfred Hitchcock (Melhor Diretor em 1938 por “A Dama Oculta / The
Lady Vanishes”), Charles Chaplin (Melhor Ator em 1940 por “O Grande Ditador /
The Great Dictator”), “Cidadão Kane / Citizen Kane” (Melhor Filme em 1942),
Deborah Kerr (Melhor Atriz em
1947 por “Narciso Negro / Black Narcissus”, em 1957 por “O Céu por Testemunha /
Heaven Knows, Mr. Allison” e em 1960 por “Peregrino da Esperança / The
Sundowners”), Charles Boyer (Melhor Ator Coadjuvante em 1974 por “Stavisky /
Idem”) etc.
Este
ano, há alguns dias, os críticos do NEW YORK FILM CRITICS CIRCLE AWARDS levaram
cinco horas discutindo sobre as obras pré-selecionadas, terminando por
atribuir três prêmios ao thriller “A Hora Mais Escura / Zero Dark Thirty”:
Melhor Filme, Melhor Direção e Melhor Fotografia. “Lincoln”, de Steven
Spielberg, recebeu também três prêmios, Melhor Ator, Melhor Atriz Coadjuvante e
Melhor Roteiro. A produção europeia “Amour” venceu o troféu de Melhor Filme
Estrangeiro. Há aspectos interessantes a ressaltar nessa premiação, embora eu tenha
assistido até o momento apenas um dos premiados: o sombrio e extraordinário
“Amour”. Surpreendeu-me o prêmio de Ator Coadjuvante para o canastrão
Matthew McConaughey.
Sally Field é uma veterana que sempre antipatizei (sinto
algo parecido por Shirley Temple, Kim Novak, Tony Curtis, Kirk Douglas, Richard
Burton e Julie Andrews), mesmo ciente do seu talento como intérprete. Já a
realizadora Kathryn Bigelow, ex-senhora James Cameron, nunca me convenceu. Não
custa lembrar que o OSCAR em 2009 considerou, injustamente, o pretensioso e chatíssimo
“Guerra ao Terror / The Hurt
Locker” o Melhor Filme do ano, sacrificando “Avatar / Idem”. Fiquei
contente com os prêmios atribuídos a Daniel Day-Lewis, Rachel Weisz, “Amour” e
“Frankenweenie”. Tomara que sejam repetidos no Oscar. A divulgação dos candidatos oficiais,
pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, sai dia 15 de janeiro. A
cerimônia do OSCAR acontece dia 24 de fevereiro no teatro do Hollywood &
Highlander Center, conhecido como Teatro Kodak.
Confira,
abaixo, a listagem dos vencedores:
MELHOR FILME
“A Hora Mais Escura”
MELHOR FILME ESTRANGEIRO
“Amour” (Áustria)
MELHOR ANIMAÇÃO
“Frankenweenie”
MELHOR DOCUMENTÁRIO
“The Central Park Five”
MELHOR DIRETOR
Kathryn Bigelow por “A Hora Mais Escura”
MELHOR ROTEIRO
Tony Kushner por “Lincoln”
MELHOR FOTOGRAFIA
Greig Fraser por “A Hora Mais Escura”
MELHOR ATOR
Daniel Day-Lewis em “Lincoln”
MELHOR ATRIZ
Rachel Weisz em “The Deep Blue Sea”
MELHOR ATOR COADJUVANTE
Matthew McConaughey em “Bernie”
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Sally Field em “Lincoln”
MELHOR PRIMEIRO FILME
“How to Survive a Plague”, direção de David
France
SAIBA mais SOBRE os FILMES PREMIADOS
A HORA MAIS ESCURA
direção de Kathryn Bigelow
Um
pequeno grupo de soldados de elite das forças especiais do exército
norte-americano é enviado numa missão especial e perigosa que tem como alvo
Osama Bin Laden, um dos homens mais procurados do mundo. Apesar de distribuído
pela Columbia Pictures, é produção independente, já que foi
produzido por pequeno estúdio, a Annapurna Pictures. Ele está na corrida ao Oscar, ao lado de “The Master”,
de Paul Thomas Anderson; “Moonrise Kingdom”, de Wes Anderson; “Argo”, de Ben
Aflleck; “Silver Linings Playbook”, de David O. Russell e “A Viagem / Cloud
Atlas”, dos Irmãos Wachowski e Tom Tykwer.
LINCOLN
direção de Steven Spielberg
Baseado
no livro “Team of Rivals: The Genius of Abraham Lincoln”, de Doris Kearns
Goodwin, aborda a participação do décimo sexto presidente norte-americano na
Guerra Civil, que acabou com a vitória do Norte. Spielberg sabe como contar uma
história, pena que tenha um pé no patriótico e no melodramático. E quanto a Daniel Day-Lewis, que faz o papel do lendário presidente, talvez seja o maior ator do cinema atual.
Seus grandes concorrentes ao Oscar do próximo ano são Joaquin Phoenix, Philip
Seymour Hoffman e Anthony Hopkins. Ainda no elenco dessa cinebiografia, Tommy
Lee Jones e James Spader.
AMOUR
direção de Michael Haneke
Georges
(o ícone Jean-Louis Trintignant) e Anne (Emmanuelle Riva, de “Hiroshima, Mon Amour”, 1959) são um casal de
aposentados que costumava dar aulas de música. Eles têm uma filha musicista que
vive em um país estrangeiro. Quando Anne sofre um derrame e fica com um lado do
corpo paralisado, o amor do idoso casal é colocado em teste. Palma de Ouro de
Melhor Filme no Festival de Cannes. Ainda no elenco, Isabelle
Huppert. O Oscar de Melhor Filme Estrangeiro é quase certo para “Amour”. Tem
apenas um único concorrente de
peso, o francês “Intocáveis / Intouchables”. Mais uma vez, bye bye
Brasil.
THE DEEP BLUE SEA
direção de Terence Davies
Estou
ansioso para assisti-lo. Adaptação de uma peça de Terence Rattigan, já filmada
em 1955 por Anatole Litvak com fenomenal atuação de Vivien Leigh (título no
Brasil, “O Profundo Mar Azul”), fala sobre a esposa de um juiz que se envolve
em um caso com um ex-piloto da Força Aérea Inglesa. Suicídio, paixão e amor são
misturados em exaustão. Segundo os críticos, a performance elogiada de Rachel
Weisz não garante colocá-la como uma das nomeadas ao próximo Oscar. Eles
preferem apostar em Jessica Chastain, Jennifer Lawrence, Marion Cotillard, Helen Mirren, Keira Knightley ou Naomi Watts.