Um dos nomes mais conhecidos do cinema, CHARLES
CHAPLIN (1889 – 1977. Londres / Reino Unido) realizou inúmeros grandes filmes,
mas a essência de sua filmografia é sempre a mesma: um malandro atrapalhado e
bem-intencionado que se mete em todo tipo de confusões em busca de uma vida
melhor. Nesta narrativa, destacam-se a crítica social, toques de amor e
sensibilidade.
Ele nasceu em uma pobre família de artistas. Era
levado pelos pais para ensaios e apresentações. Ingressando na carreira
artística, conheceu o produtor-diretor Mack Sennett numa turnê aos Estados
Unidos, sendo contratado como ator para a Keystone Film Company. O início não
foi fácil. Ele não se adaptava ao meio, odiava ser dirigido e seu
relacionamento com Sennett não era dos melhores. O sucesso veio quando criou o
personagem Carlitos, o vagabundo.
No entanto, a liberdade criativa total só foi
possível com a criação de seu próprio estúdio, a United Artists, em 1919, ao
lado do casal de atores Mary Pickford e Douglas Fairbanks e do diretor D. W.
Griffith. Controlando suas próprias produções, entrou em sua melhor fase.
Durante o processo de transição do cinema mudo para o cinema falado, continuou
produzindo filmes mudos por mais treze anos.
No início da década de 1950 foi forçado a deixar os EUA sob acusação de “atividades anti-americanas”, ou seja, suspeita de comunismo. Perdoado, o artista ganhou um Oscar Honorário em 1972. Na noite de Natal, em 1977, aos 88 anos, morreu dormindo, em sua residência na Suíça.
No início da década de 1950 foi forçado a deixar os EUA sob acusação de “atividades anti-americanas”, ou seja, suspeita de comunismo. Perdoado, o artista ganhou um Oscar Honorário em 1972. Na noite de Natal, em 1977, aos 88 anos, morreu dormindo, em sua residência na Suíça.
Recordando seu talento, cito aqueles que para mim
são os melhores trabalhos do diretor ao longo dos seus 52 anos de cinema. Foram
tantas produções de qualidade que é um tanto injusto destacar apenas dez. Há
quem prefira os filmes que tocam pela emoção e os que preferem os mais
engraçados, e para juntar tudo em um número tão diminuto é complicado. Veja o
que você acha da lista. Quais são os seus filmes favoritos de CHARLES CHAPLIN?
Boa leitura!
01
Em BUSCA do OURO
Elenco: Mack Swain e Georgia Hale
O filme favorito do próprio CHAPLIN traz temas
ousados para uma comédia: ganância, fome, solidão e frio. Oscilando entre a
acidez, a sátira e a crítica mordaz, a história é simples: um vagabundo, assim
como diversos garimpeiros, partem pelo Alaska em busca de ouro. Mas após o
grupo ser atingido por uma tempestade, ele se perde dos demais e busca refúgio
numa cabana habitada por um bandido. Entre as cenas icônicas, a dupla
cozinhando um par de botas e devorando-as ferozmente; e a inesquecível dança
dos pãezinhos. Assim, mais uma vez, o diretor atinge a genialidade, indo
novamente além da mera proposta do gênero.
02
LUZES da CIDADE
Elenco: Virginia Cherrill
Na trama, a paixão de um pobre vagabundo por uma
florista cega, que acredita que ele seja um milionário e que poderá ajudá-la na
operação para voltar a enxergar. Uma premissa tão comum, e que nas mãos de
CHAPLIN virou uma obra-prima. É um dos filmes mais tocantes do diretor, uma
película eterna. Somos tomados por um misto de sentimentos que variam entre
risadas e choros, uma verdadeira overdose de genialidade. A cena final é um dos
momentos mais sublimes da história da sétima arte. Enfim, uma obra perfeita.
03
TEMPOS MODERNOS
Elenco: Paulette Goddard e Henry Bergman
A derradeira aparição do personagem Carlitos
retrata a adaptação do cidadão comum à produção industrial. É no cerne deste
contexto acompanhamos a narrativa tecida em torno da rotina do protagonista.
Fazendo uso de um humor ácido e irônico, o diretor nos presenteia com cenas
incrivelmente bem articuladas. Em meio a inteligentes construções simbólicas e
metáforas afinadas o filme dialoga com temas sociais e estabelece uma relação
de identidade com o público. Mais do que excelente, é um marco na história do
cinema.
04
O GAROTO
Elenco: Edna Purviance e Jackie Coogan
Trata de maneira sensível a relação de afetividade
entre um vagabundo e um garotinho. Após encontrar um bebê abandonado na rua,
ele resolve criá-lo. A comicidade está presente em todas as cenas, sobretudo
naquelas em que ambos partilham cuidados um com o outro e veem na malandragem
uma saída para os problemas. Para além de combinar elementos dramáticos a
comédia, destaca importantes questões morais e sociais carregadas no bojo da
narrativa. Destaque para a emocionante interpretação de Jackie Googan no papel
do garoto.
05
O GRANDE DITADOR
Elenco: Paulette
Goddard e Jack Oakie
Primeiro filme falado do diretor. Em plena Segunda
Guerra Mundial, ele faz uso de um personagem ditador, idêntico a Hitler, que
deseja o mundo em suas mãos. Grandioso e mordaz, escarnece do autoritarismo que
havia conduzido a Europa a uma nova guerra. No papel de um barbeiro judeu,
CHAPLIN faz dele um alter-ego de Carlitos, tanto nos gracejos quanto na
personalidade bondosa e pura. Mas o ponto alto é mesmo a patética disputa de
poder entre os ditadores Hynkel e Napaloni. Todas as cenas que retratam o
encontro dos dois garantem muitas risadas.
06
VIDA de CACHORRO
Elenco: Edna Purviance
Traça um paralelo entre a vida de um vira-lata e a
de um vagabundo. Sensível e engraçado, tem o cachorrinho como o verdadeiro
herói, que ajuda Carlitos a melhorar de vida. Os valores morais são explorados
mais uma vez, bem como questões sociais, especialmente a repressão policial e o
tratamento do patrão em relação à empregada no bar. Uma comédia que não perdeu
a força ao longo dos anos e que continua nos encantando e emocionando.
07
PASTOR de ALMAS
Elenco: Edna Purviance
O último filme da dupla CHAPLIN-Edna Purviance. Nele,
um prisioneiro recém escapado da prisão se disfarça de pastor. Em meio a sua
fuga, ele é confundido pelos moradores da cidade, sendo considerado o pastor
que logo ali chegaria. Nos prendendo cena após cena, é uma obra bem conduzida,
contando com todos os elementos típicos de um filme de CHARLIE CHAPLIN –
risadas, romance e toques de crítica à sociedade.
08
O CIRCO
Elenco: Merna Kennedy
Um dos ápices do diretor no que se refere ao uso
do humor visual, da criação de gags criativas. Neste sentido, não há como
negar: é uma das grandes comédias da história. Um vagabundo chega a um
picadeiro que não se encontra em uma de suas melhores fases. Mas o dono do circo,
ao perceber a facilidade com que ele consegue arrancar risadas da plateia,
contrata o maltrapilho, e logo o mesmo se apaixona pela sua filha. Mesclando
momentos de humor, tensão e nervosismo, CHAPLIN também preenche o filme com sua
costumeira ternura. Em resumo, é mais um exemplo da sua força criativa.
09
O IMIGRANTE
Elenco: Edna Purviance
O personagem resiste a uma difícil jornada de
barco na qual os imigrantes vivem em condições precárias, sem segurança e
constantemente doentes. Uma das cenas mais cruciais mostra os tripulantes se
aproximando dos EUA e vendo a Estátua da Liberdade, símbolo do Sonho Americano
e do futuro promissor que eles esperavam. Ironicamente, o monumento lentamente
sai do campo da imagem para dar lugar a uma sequência em que autoridades
prendem as pessoas como animais para decidir quem merece ou não entrar na
“Terra da Liberdade”.
10
OMBROS, ARMAS!
Elenco: Edna Purviance
Exercício cinematográfico antibelicista, realizado
no ano em que a I Guerra Mundial terminou. Trata-se de uma sátira sobre a guerra.
No enredo, inúmeras situações impagáveis, dentre as quais a “noite alagada” nas
trincheiras, a hilária sequência em que o Carlitos soldado se disfarça de árvore
e a boa direção na reta final, quando o personagem entra nas trincheiras alemãs
e consegue capturar o Kaiser e militares de alta patente, pondo fim à guerra.
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