“Eu acredito que os filmes do futuro usarão
cada vez mais esses ‘ângulos de câmera’ ou, como prefiro chamá-los, esses
‘ângulos dramáticos’. Eles auxiliam o pensamento cinematográfico.”
F.W. MURNAU
Em agosto de 1919, finalmente entrou em vigor uma nova Constituição na Alemanha. Pela primeira vez na história do país foi instituída uma forma de Estado democrático. Terminaria em 1933 com o fim da República de Weimar e a ascensão de Adolf Hitler. O período teve lados positivos e obscuros que foram retratados em inúmeros filmes, alguns conhecidos como expressionistas e influenciando diversos cineastas.
Nessa época, o cinema germânico foi extraordinariamente criativo. Transportou de forma impressionante para as telas as visões, os desejos e os perigos iminentes da vida real. A programação dos cinemas era bastante variada, e o preço dos bilhetes valia a pena. As invenções e inovações técnicas – como automóveis, aparelhos de rádio ou discos de vinil – apareciam nas produções cinematográficas.
Em muitos longas, mulheres emancipadas entram no mercado de trabalho e escrevem com toques rápidos em máquinas de escrever. O documentário da produtora UFA (Universum Film Aktiengesellschaft), “Wege zu Kraft und Schönheit” (1925), idealiza o culto ao corpo. “Berlim - Sinfonia de uma Metrópole” (1927), de Walter Ruttmann, se concentra na vida de uma grande cidade.
O expressionismo alemão é um dos estilos do cinema mais celebrados. Busca uma representação subjetiva do mundo, capaz de revelar as angústias da existência humana através de imagens distorcidas, remetendo a pesadelos. Com seu uso de sombras e contrastes, histórias abordando temas inquietantes, estabeleceu as bases para dois grandes gêneros do cinema: o terror e o noir.
Para compensar a falta de orçamentos orbustos, os filmes expressionistas usam cenários pouco realistas, com desenhos pintados nas paredes e nos pisos para representar luzes, sombras e objetos. As histórias e narrativas geralmente tratam de loucura, insanidade, traição e outros temas existenciais trazidos à tona pelas experiências traumáticas da Primeira Guerra Mundial.
A situação econômica da Alemanha era tensa, o abismo entre pobres e ricos crescia rapidamente. “A Última Gargalhada”, de Friedrich W. Murnau, mostra a vida de um porteiro de hotel, enquanto em “Metrópolis”, o mestre Fritz Lang desenvolve a sombria visão de uma cidade do futuro, onde os ricos se divertem na parte superior e os pobres trabalham e moram no subsolo.
Nos estúdios, surgiram cenários monumentais de produções históricas, exóticas ou sombriamente futuristas. A interação entre arquitetura, espaço, luz e câmera garantiam grande intensidade e efeitos surpreendentes, nos mais diferentes estilos. Filmes com imagens poderosas como “O Gabinete do Doutor Caligari” estabeleceram padrões internacionais de expressão cinematográfica.
F.W. MURNAU
Em agosto de 1919, finalmente entrou em vigor uma nova Constituição na Alemanha. Pela primeira vez na história do país foi instituída uma forma de Estado democrático. Terminaria em 1933 com o fim da República de Weimar e a ascensão de Adolf Hitler. O período teve lados positivos e obscuros que foram retratados em inúmeros filmes, alguns conhecidos como expressionistas e influenciando diversos cineastas.
Nessa época, o cinema germânico foi extraordinariamente criativo. Transportou de forma impressionante para as telas as visões, os desejos e os perigos iminentes da vida real. A programação dos cinemas era bastante variada, e o preço dos bilhetes valia a pena. As invenções e inovações técnicas – como automóveis, aparelhos de rádio ou discos de vinil – apareciam nas produções cinematográficas.
Em muitos longas, mulheres emancipadas entram no mercado de trabalho e escrevem com toques rápidos em máquinas de escrever. O documentário da produtora UFA (Universum Film Aktiengesellschaft), “Wege zu Kraft und Schönheit” (1925), idealiza o culto ao corpo. “Berlim - Sinfonia de uma Metrópole” (1927), de Walter Ruttmann, se concentra na vida de uma grande cidade.
O expressionismo alemão é um dos estilos do cinema mais celebrados. Busca uma representação subjetiva do mundo, capaz de revelar as angústias da existência humana através de imagens distorcidas, remetendo a pesadelos. Com seu uso de sombras e contrastes, histórias abordando temas inquietantes, estabeleceu as bases para dois grandes gêneros do cinema: o terror e o noir.
Para compensar a falta de orçamentos orbustos, os filmes expressionistas usam cenários pouco realistas, com desenhos pintados nas paredes e nos pisos para representar luzes, sombras e objetos. As histórias e narrativas geralmente tratam de loucura, insanidade, traição e outros temas existenciais trazidos à tona pelas experiências traumáticas da Primeira Guerra Mundial.
A situação econômica da Alemanha era tensa, o abismo entre pobres e ricos crescia rapidamente. “A Última Gargalhada”, de Friedrich W. Murnau, mostra a vida de um porteiro de hotel, enquanto em “Metrópolis”, o mestre Fritz Lang desenvolve a sombria visão de uma cidade do futuro, onde os ricos se divertem na parte superior e os pobres trabalham e moram no subsolo.
Nos estúdios, surgiram cenários monumentais de produções históricas, exóticas ou sombriamente futuristas. A interação entre arquitetura, espaço, luz e câmera garantiam grande intensidade e efeitos surpreendentes, nos mais diferentes estilos. Filmes com imagens poderosas como “O Gabinete do Doutor Caligari” estabeleceram padrões internacionais de expressão cinematográfica.
“o gabinete do dr. caligari” |
O cinema germânico da década de 1920 é inovador. Até 1932, o último da República de Weimar, um ano marcado por decretos, confrontos políticos e problemas econômicos. Na ocasião, o cinema oferecia uma programação deleitando-se na fantasia. E a estrela Lilian Harvey cantava “Irgendwo auf der Welt gibt's ein kleines bisschen Glück” (em algum lugar do mundo há um pouco de felicidade).
Este capítulo notável na história do cinema da Alemanha terminou abruptamente com a subida de Adolf Hitler ao poder. Essa escola de cinema sombria e melancólica acabou sendo levada para os EUA. Muitos diretores, roteiristas, fotógrafos e intérpretes não puderam mais exercer sua profissão por serem de origem judaica. Foram obrigados a emigrar – e levaram junto seu talento para Hollywood.
01
Direção de F.W. Murnau
Elenco: Gösta Ekman, Emil Jannings, Camilla Horn, Frida Richard e William Dieterle
02
A ÚLTIMA
GARGALHADA
(Der Letzte Mann, 1924)
(Der Letzte Mann, 1924)
Direção
de F.W. Murnau
Elenco: Emil Jannings, Maly Delschaft, Max Hiller e Emilie Kurz
03
Elenco: Emil Jannings, Maly Delschaft, Max Hiller e Emilie Kurz
03
METROPÓLIS
(Metropolis, 1927)
(Metropolis, 1927)
Direção de Fritz Lang
Elenco: Gustav Fröhlich, Brigitte Helm, Alfred Abel, Theodor Loos e Heinrich George
04
NOSFERATU
(Nosferatu, eine Symphonie des Grauens, 1922)
(Nosferatu, eine Symphonie des Grauens, 1922)
Direção
de F.W. Murnau
Elenco: Max Schreck, Gustav von Wangenheim, Greta Schröder e Georg H. Schnell
05
Elenco: Max Schreck, Gustav von Wangenheim, Greta Schröder e Georg H. Schnell
05
O
GABINETE do DR. CALIGARI
(Das Cabinet des Dr. Caligari, 1920)
(Das Cabinet des Dr. Caligari, 1920)
A CAIXA
de PANDORA
(Die Büchse der Pandora, 1929)
(Die Büchse der Pandora, 1929)
Direção de Georg Wilhelm Pabst
Elenco: Louise Brooks, Fritz Kortner, Francis Lederer, Alice Roberts e Gustav Diessl
07
Os
NIBELUNGOS – 1 e 2
(Die Nibelungen, 1924)
(Die Nibelungen, 1924)
Direção de Fritz Lang
Elenco: Gertrud Arnold, Margarete Schön, Hanna Ralph, Paul Richter e Theodor Loos
08
RUA das
LÁGRIMAS
(Die Freudlose Gasse, 1925)
(Die Freudlose Gasse, 1925)
Direção de Georg Wilhelm Pabst
Elenco: Asta Nielsen, Greta Garbo, Ágnes Eszterházy e Werner Krauss
09
As MÃOS de
ORLAC
(Orlacs Hände, 1924)
(Orlacs Hände, 1924)
A MULHER
do FARAÓ
(Das Weib des Pharao, 1922)
(Das Weib des Pharao, 1922)
CINCO
DIRETORES do CINE MUDO ALEMÃO
(por ordem de preferência)
(por ordem de preferência)
01
F.W.
MURNAU
(1888 – 1931. Bielefeld / Alemanha)
(1888 – 1931. Bielefeld / Alemanha)
FRITZ
LANG
(1890 – 1976. Viena / Áustria)
(1890 – 1976. Viena / Áustria)
ERNST
LUBITSCH
(1892 – 1947. Berlim / Alemanha)
(1892 – 1947. Berlim / Alemanha)
GEORG
WILHELM PABST
(1885 – 1967. Roudnice nad Labem / Tchéquia)
(1885 – 1967. Roudnice nad Labem / Tchéquia)
ROBERT
WIENE
(1873 – 1938. Breslávia / Polônia)
(1873 – 1938. Breslávia / Polônia)
CINCO
ATRIZES do CINE MUDO ALEMÃO
(por ordem de preferência)
(por ordem de preferência)
01
LIL
DAGOVER
(1887 – 1980. Madiun, East Java / Indonésia)
(1887 – 1980. Madiun, East Java / Indonésia)
BRIGITTE
HELM
(1906 – 1996. Berlim / Alemanha)
(1906 – 1996. Berlim / Alemanha)
POLA
NEGRI
(1897 – 1987. Lipno / Polônia)
(1897 – 1987. Lipno / Polônia)
O4
LYA de
PUTTI
(1897 – 1931. Vojcice / Slovakia)
(1897 – 1931. Vojcice / Slovakia)
HENNY
PORTEN
(1890 – 1960. Magdeburg / Alemanha)
(1890 – 1960. Magdeburg / Alemanha)
CINCO
ATORES do CINE MUDO ALEMÃO
(por ordem de preferência)
(por ordem de preferência)
01
EMIL
JANNINGS
(1984 – 1950. Rorschach / Suíça)
(1984 – 1950. Rorschach / Suíça)
CONRAD
VEIDT
(1893 – 1943. Berlim / Alemanha)
(1893 – 1943. Berlim / Alemanha)
WERNER
KRAUSS
(1884 – 1954. Baviera / Alemanha)
(1884 – 1954. Baviera / Alemanha)
GUSTAV
FRÖHLICH
(1902 – 1987. Hanôver / Alemanha)
(1902 – 1987. Hanôver / Alemanha)
MAX
SCHRECK
(1879 – 1936. Berlim / Alemanha)
(1879 – 1936. Berlim / Alemanha)
Um comentário:
Tenho dois box desse período e que ainda não assisti tudo.
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