henri-georges clouzot |
“Sou apenas um artesão que trabalha numa
indústria grande e importante pela influência social e poder na divulgação de
ideias.”
JACQUES FEYDER
“Filmagens são absolutamente horríveis. Eu chamo isso de formalidade tediosa. Eu odeio filmar. Meu único alívio em todo esse negócio cansativo são os momentos maravilhosos em que estou dirigindo os atores.”
JEAN-PIERRE MELVILLE
A cinematografia francesa clássica foi muitas vezes rejeitada e maltratada, mas não há dúvidas de sua sofisticação e inovação. Desde 1895, na ocasião em que os irmãos Lumière projetaram uma imagem em movimento no Grand Café, em Paris, o cinema se tornou uma paixão nacional, resultando em obras impactantes. Essa tradição cinematográfica tem um dos mais ricos patrimônios do mundo. São filmes reconhecidos pela qualidade técnica, narrativa complexa, profundidade emocional e ousadia estética. Seus personagens e temas se tornaram ícones culturais e inspiraram a moda, a música e outras formas de arte.
No famoso artigo “Uma Certa Tendência do Cinema Francês”, publicado na lendária revista “Cahiers du Cinema” (n° 31, janeiro de 1954), o futuro cineasta François Truffaut atacou a “tradição de qualidade” desse cinema, desprezando impiedosamente diretores premiados e poupando apenas alguns eleitos – Jean Renoir, Jacques Becker, Jacques Tati, Robert Bresson, Jean Cocteau -, considerados “autores”. Nada mais do que um chilique esnobe, possivelmente direcionado para gerar polêmica. Fã de carteirinha dessa cinematografia, resgato treze cineastas que fizeram história com preciosos e esquecidos filmes. Confira.
01
JACQUES FEYDER
“Filmagens são absolutamente horríveis. Eu chamo isso de formalidade tediosa. Eu odeio filmar. Meu único alívio em todo esse negócio cansativo são os momentos maravilhosos em que estou dirigindo os atores.”
JEAN-PIERRE MELVILLE
A cinematografia francesa clássica foi muitas vezes rejeitada e maltratada, mas não há dúvidas de sua sofisticação e inovação. Desde 1895, na ocasião em que os irmãos Lumière projetaram uma imagem em movimento no Grand Café, em Paris, o cinema se tornou uma paixão nacional, resultando em obras impactantes. Essa tradição cinematográfica tem um dos mais ricos patrimônios do mundo. São filmes reconhecidos pela qualidade técnica, narrativa complexa, profundidade emocional e ousadia estética. Seus personagens e temas se tornaram ícones culturais e inspiraram a moda, a música e outras formas de arte.
No famoso artigo “Uma Certa Tendência do Cinema Francês”, publicado na lendária revista “Cahiers du Cinema” (n° 31, janeiro de 1954), o futuro cineasta François Truffaut atacou a “tradição de qualidade” desse cinema, desprezando impiedosamente diretores premiados e poupando apenas alguns eleitos – Jean Renoir, Jacques Becker, Jacques Tati, Robert Bresson, Jean Cocteau -, considerados “autores”. Nada mais do que um chilique esnobe, possivelmente direcionado para gerar polêmica. Fã de carteirinha dessa cinematografia, resgato treze cineastas que fizeram história com preciosos e esquecidos filmes. Confira.
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GEORGES FRANJU
(1912 – 1987. Fougères, Ille-et-Vilaine / França)
(1912 – 1987. Fougères, Ille-et-Vilaine / França)
Cineasta de primeira grandeza, dono de uma filmografia inventiva, interessante e com influência do surrealismo. Era um respeitável documentarista antes de fazer longas de ficção. Seu cinema alcança o insólito e a poesia.
Três Filmes:
A Cabeça Contra a Parede / La Tête Contre les Murs (1959)
Os Olhos sem Rosto / Les Yeux sans Visage (1960)
Relato Íntimo / Thérèse Desqueyroux (1962)
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HENRI-GEORCES CLOUZOT
(1907 – 1977. Niort, Deux-Sèvres / França)
(1907 – 1977. Niort, Deux-Sèvres / França)
Admirado na sua época, ficou conhecido como “o Hitchcock francês”. Meticuloso e conhecedor dos truques técnicos da sétima arte, foi um dos mais célebres diretores do cinema europeu nos anos 40 e 50. Casou-se com a atriz brasileira Vera Amado.
Três Filmes:
Manon, Anjo Perverso / Manon (1949)
O Salário do Medo / Le Salaire de la Peur (1953)
As Diabólicas / Les Diaboliques (1955)
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JACQUES BECKER
(1906 – 1960. Paris / França)
(1906 – 1960. Paris / França)
Apaixonado pelos seres humanos, seus filmes impressionam pela autenticidade. Foi um dos poucos realizadores da velha guarda louvado pelos críticos da “Cahiers du Cinéma”, a começar por Truffaut, que encontrou nele fonte de inspiração.
Três Filmes:
Amores de Apache / Casque d'Or (1952)
Grisbi, Ouro Maldito / Touchez pas au Grisbi (1954)
Os Amantes de Montparnasse/ Les Amants de Montparnasse (1958)
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JACQUES DEMY
(1931 – 1990. Pontchâteau, Loire-Atlantique / França)
(1931 – 1990. Pontchâteau, Loire-Atlantique / França)
O espaço para a música sempre foi sua
particularidade, e seus longas contam com compositores renomados. O musical “Os
Guarda-Chuvas do Amor” teve enorme sucesso e recebeu a Palma de Ouro (Melhor
Filme) no Festival de Cannes.
Três Filmes:
Lola, a Flor Proibida / Lola (1961)
A Baia dos Anjos / La Baie des Anges (1963)
Os Guarda-Chuvas do Amor / Les Parapluies de Cherbourg (1964)
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JACQUES FEYDER
(1885 – 1948. Ixelles, Brabant / Bélgica)
(1885 – 1948. Ixelles, Brabant / Bélgica)
Realizou grandes filmes tanto no cinema silencioso quanto no sonoro. Sabia conciliar arte e entretenimento. De origem belga, tornou-se cidadão francês em 1928. Conheceu a atriz Françoise Rosay no ambiente teatral e se casou com ela em 1917.
Três Filmes:
Visões de Criança / Visages d'Enfants (1925)
A Última Cartada / Le Grand Jeu (1934)
Quermesse Heróica / La Kermesse Héroïque (1935)
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JEAN GRÉMILLON
(1901 – 1959. Bayeux, Baixa Normandia /
França)
Nenhum de seus filmes obteve um verdadeiro sucesso comercial, mas estão entre os mais belos produzidos na França. Discreto e sensível, sempre interessado nas relações humanas, seus dramas muitas vezes giram em torno do mar.
Três Filmes:
Águas Tempestuosas / Remorques (1941)
Mulher Cobiçada / Pattes Blanches (1949)
O Amor de uma Mulher / L'Amour d'une Femme (1953)
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JEAN-PIERRE MELVILLE
(1917 – 1973. Paris / França)
(1917 – 1973. Paris / França)
Admirador da cultura norte-americana, da qual derivou o seu nome artístico (homenagem ao autor de “Moby Dick”, Herman Melville). Nos seus policiais, uma galeria de solitários e marginais, intensidade dramática, sobriedade, ritmo lento.
Três Filmes:
O Samurai / Le Samouraï (1967)
O Exército das Sombras / L'Armée des Ombres (1969)
O Círculo Vermelho / Le Cercle Rouge (1970)
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JULIEN DUVIVIER
(1896 – 1967. Lille / França)
(1896 – 1967. Lille / França)
Experimentou diversos gêneros. Com notável noção de cinema, realizou, com sensibilidade e beleza, filmes marcantes. Admirado por Ingmar Bergman e Jean Renoir, dirigiu seu primeiro filme em 1919 e filmou em Hollywood.
Três Filmes:
O Demônio da Algéria / Pépé le Moko (1937)
Um Carnê de Baile / Un Carnet de Bal (1937)
Pânico / Panique (1946)
09
MARCEL CARNÉ
(1906 – 1996. Paris / França)
(1906 – 1996. Paris / França)
Dirigiu seu primeiro filme aos 25 anos. Um dos mestres do expressivo movimento Realismo Poético Francês, seu clássico “O Boulevard do Crime” foi eleito no final de 1990 o Melhor Filme Francês do Século em votação de 600 críticos franceses.
Três Filmes:
Cais das Sombras / Le Quai des Brumes (1938)
Hotel do Norte / Hôtel du Nord (1938)
O Boulevard do Crime / Les Enfants du Paradis (1945)
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MARCEL L'HERBIER
(1888 – 1979. Paris / França)
(1888 – 1979. Paris / França)
Estreou em 1919 com “Rose-France”.O cinema mudo revelou-se o seu período criativo mais fascinante. No cinema falado dirigiu incansavelmente gêneros muito diversos até 1953. Em filmes notáveis, desenvolveu seu tema favorito, a ilusão.
Três Filmes:
O Dinheiro / L'Argent (1928)
A Felicidade / Le Bonheur (1934)
O Colar da Rainha / L'Affaire du Collier de la Reine (1946)
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MARCEL PAGNOL
(1895 – 1974. Bouches-du-Rhône / França.)
(1895 – 1974. Bouches-du-Rhône / França.)
Dramaturgo, romancista, roteirista e diretor. Fundou a influente revista “Les Cahier du Film”, em 1931. Tornou-se conhecido pela representação cômica da vida provinciana no sul de França em diversos filmes, marcados por diálogos espirituosos.
Três Filmes:
César / Idem (1936)
Colheita / Regain (1937)
A Mulher do Padeiro / La Femme du Boulanger (1938)
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RENÉ CLAIR
(1898 – 1981. Paris / França)
(1898 – 1981. Paris / França)
Sua carreira vitoriosa durou mais de cinco décadas. Após o sucesso na França, realizou filmes na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos, voltando ao seu país natal no final dos anos 40. Ganhou reputação com sátiras sociopolíticas.
Três Filmes:
A Nós a Liberdade / À Nous la Liberté (1931)
Quatorze de Julho / Quatorze Juillet (1933)
As Grandes Manobras / Les Grandes Manoeuvres (1955)
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RENÉ CLÉMENT
(1913 – 1996. Bordeaux, Gironde / França)
(1913 – 1996. Bordeaux, Gironde / França)
Depois de uma animação, curtas-metragens e documentários, levou dois prêmios de Melhor Direção em Cannes e dois Oscar de Filme Estrangeiro. Foi um dos principais diretores franceses, dirigindo com originalidade e virtuosismo técnico excelente filmes.
Três Filmes:
Brinquedo Proibido / Jeux Interdits (1952)
Gervaise - A Flor do Lodo / Gervaise (1956)
O Sol por Testemunha / Plein Soleil (1960)
Um comentário:
Sou apaixonado pelo seu Blog! Parabéns!!!
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