margaret sullavan e james stewart em “a loja da esquina” |
Nas primeiras décadas do cinema, os filmes do alemão ERNST
LUBITSCH (1892 - 1947. Berlim / Alemanha) ganharam fama mundial pelo estilo bem definido, emplacando
malícia e sofisticação. O cineasta ajudou a desenvolver a indústria
cinematográfica e influenciou inúmeros colegas (Rouben Mamoulian, Mitchell
Leisen, Preston Sturges, Billy Wilder, Joseph L. Mankiewicz, Billy Wilder, Delbert
Mann, Mike Nichols etc.). Sempre atento ao entretenimento popular, em um
período de censura, utilizou uma certa estratégia irônica para lidar com temas
eróticos e um fino deboche ao tratar questões políticas. Da vasta obra, destacam-se clássicos impagáveis que levam a marca
registrada conhecida como “Lubitsch Touch”: humor atrevido, deliciosas ironias,
troca de casais, subentendidos elegantes e insinuações. Filho de um próspero alfaiate judeu, com a ascensão do nazismo
perdeu a cidadania alemã. Em 1936, tornou-se cidadão norte-americano e nunca
mais retornou à Alemanha.
Aprendeu sua arte na companhia teatral do lendário diretor
austríaco Max Reinhardt, trabalhando como ator. Nesta época, trabalhou em cabarés,
cantando e dançando. Em 1913 estreou no cinema. Atuou em diversos
filmes, destacando-se com tipos cômico-burlescos judeus, como o alfaiate trouxa
e sortudo (Meyer) ou os caixeiros rústicos e ladinos (Moritz, Lachman). Pouco
depois, passou a escrever e dirigir seus próprios filmes. Entre 1918 e 1922
suas comédias ou dramas históricos fizeram contraponto aos trabalhos
expressionistas que ganhavam destaque na Alemanha pré-nazista. Em 1919, foi projetado internacionalmente com “Carmen / Idem”, estrelado
por uma das grandes divas do cinema mudo, Pola Negri. Mais adiante ERNST
LUBITSCH disse sobre ela: “Jamais encontrei uma criatura de tanta vitalidade e
magnetismo. Artista de uma sensibilidade muito viva e tipo humano único. Foi
ela que trouxe para Hollywood o que eles chamam de temperamento continental
que, a meu ver, não é senão um extraordinário dom de atrair a atenção na tela
como na vida, o que Pola possuía em maior quantidade que ninguém”.
Sua reputação não parou de crescer com os superespectáculos
históricos “Madame DuBarry / Idem” (1919) e “Ana Bolena / Anna Boleyn” (1920). Nesta fase, casou-se com Irni (Helene) Kraus, uma viúva, cujo primeiro marido,
soldado alemão, morrera de gripe durante a Primeira Guerra Mundial. Ele encerrou
suas atividades no seu país natal com “A Modista de Montmartre / Die Flamme” (1923),
melodrama adaptado de um conto de Guy de Maupassant e estrelado por Pola Negri.
Não foi preservado e resta apenas um fragmento de 43 minutos. Segundo Lubitsch,
o filme é a realização mais completa das produções alemãs que fez. Os norte-americanos
descreveram a estética deste trabalho como “Art Noveau cinematográfico”.
Em outubro de 1922, com um
contrato para dirigir a estrela mais famosa do mundo, Mary Pickford, ERNST
LUBITSCH partiu para Hollywood, certo de que iria trabalhar em uma versão de “Fausto”,
de Goethe. A produção não se realizou, mas ele concordou em dirigir a atriz no
drama romântico de época “Rosita / Idem” (1923). Como não admitia
interferências, durante os três meses de rodagem discutiu muito com a estrela. Mas o filme entusiasmou o público e os críticos. Pickford odiou. Sua próxima criação, a comédia “O Círculo
do Casamento / The Marriage Circle” (1924), é o Lubitsch favorito de Charlie Chaplin,
Alfred Hitchcock e Akira Kurosawa. Serviu de modelo para vários cineastas pelas
sutilezas eróticas e psicológicas. O
diretor burlou com muita classe a censura. Como desabafou um dos censores do Hays
Office, “a gente sabia o que ele estava dizendo, mas não podíamos provar o que
estava insinuando”.
O êxito do cineasta em Hollywood foi surpreendente. Dirigiu uma
sequência ininterrupta de sucessos, superando-se quase sempre. Sua influência
cresceu a cada filme. Mas poucos conseguiram chegar perto de sua melhor forma -
detalhes incisivos, timing perfeito,
nuances ambíguas. ERNST LUBITSCH conseguiu traduzir a psicologia
norte-americana com precisão, concentrando suas sátiras principalmente sobre
dois temas: dinheiro e sexo. Precaveu-se, colocava as tramas em países
estrangeiros ou terras míticas, mas a implicação da terra do Tio Sam é bastante
clara e o público não deixou de reconhecer seus costumes e pontos fracos.
A cadeia de triunfos durante o período do cinema mudo permaneceu
intacta no falado, realizando filmes marcantes na Warner Bros., Paramount
Pictures, Metro-Goldwyn-Mayer e 20th Century Fox Film Corporation. O luxo da
cenografia e dos figurinos deslumbram os olhos, enquanto o jogo de gato e rato
entre os personagens e a futilidade de seus gestos constituem uma poderosa
crítica ao recente – nos anos 1930 – fenômeno do consumismo. Em 1930, Lubitsch
e Leni se divorciaram. Em 1935, o cineasta (43 anos) casou-se com Vivian Gaye
(27 anos), que lhe daria uma filha, Nicola Anne Patricia Lubitsch. Em 1942, o
casal se separou.
Uma das suas maiores criações, “Ninotchka”, foi lançada com o slogan
“Garbo Laughs” – Garbo ri -, um aviso de que a dama de ferro sueca, habituada a
viver personagens carregadas de dilemas pessoais e conflitos internos estrelava
a sua primeira comédia. Três anos depois, ERNST LUBITSCH causou polêmica com o
anti-nazista “Ser ou Não Ser”. No ano seguinte, assinou contrato como produtor-diretor
da 20th Century Fox, mas seu talento espetacular foi minado pela falta de
saúde.
No final de 1944 teve que entregar a direção de “Czarina / A Royal
Scandal” a Otto Preminger. Creditado apenas como produtor, ele escolheu os
atores, supervisionou alguns ensaios e estabeleceu a atmosfera de cada cena.
Greta Garbo estava disposta a voltar às telas como a Czarina, mas o estúdio
rejeitou a ideia, pois “Duas Vezes Meu / Two Faced Woman” (1941), de George
Cukor, derradeiro filme da Divina, não deu bons lucros. Em março de 1947, ao ser premiado com o Oscar
Honorário “por suas destacadas contribuições à arte cinematográfica”, passou
mal na cerimônia. Dirigiu “O Pecado de Cluny Brown / Cluny Brown” (1946), sátira às
convenções sociais e ao modo de viver da classe alta e da burguesia da província inglesa, estrelado por
Charles Boyer e Jennifer Jones. Em seguida, preparou-se para filmar “O Solar de
Dragonwyck / Dragonwyck” (1946), adaptação do best seller de Anya Seton, com
Gene Tierney, mas adoeceu novamente, dando a Joseph L. Mankiewicz a
oportunidade de estrear como diretor.
Seu último filme, “O Leque de
Lady Windermere / The Fan” (1949), teve as filmagens interrompidas pela morte
do cineasta a 30 de novembro de 1947, em virtude de outro colapso, tendo Otto
Preminger assumido a direção. “Ele estava muito acima de todos nós no campo da alta comédia
sofisticada”, afirmou Joseph L. Mankiewickz. No seu funeral, Billy Wilder disse:
"Nunca mais Lubitsch”, sendo completado por William Wyler: “Pior. Nunca
mais teremos filmes de Lubitsch”.
O famoso “Toque Lubitsch” tem sido usado para descrever a
marca do diretor. Mas o que exatamente quer dizer? Uma longa lista de virtudes:
sutileza, inteligência, charme, elegância, suavidade, polidez e audácia. Um
estilo inimitável, em que os enredos e a comicidade são portadores de descrições
particularmente mordazes da sociedade e seus códigos de valores. O cinema de ERNST
LUBITSCH nos encanta, seduz e comove com coisas que parecem quase
nada. Aí me lembro da
frase de François Truffaut: “No queijo de Lubitsch cada buraco é genial!”. Viva Lubitsch!
DEZ FILMES de LUBITSCH
(por ordem de preferência)
01
A LOJA da ESQUINA
elenco: Margaret
Sullavan, James Stewart, Frank Morgan
e Joseph Schildkraut
O fotógrafo favorito de Greta Garbo, William H. Daniels, cuidou da
iluminação do último filme de Lubitsch na M-G-M. Nele, o ótimo roteirista
Samson Raphaelson evoca, num tom intimista, a vida cotidiana de
pessoas modestas com suas aflições e alegrias. Empregado de uma loja de
Budapeste apaixona-se por uma jovem com quem mantém uma correspondência
epistolar, sem nunca a ter visto. Entretanto, ela é a nova empregada da mesma
loja, que o antagoniza diariamente. Notável atuação de todo o elenco, destacando-se Joseph Schildkraut. Lubitsch demonstrou seu afeto pelo filme ao
declarar: “Em termos de comédia humana creio que jamais fui tão bom. Nunca fiz
um filme em que a atmosfera e os personagens fossem mais reais.”
02
A OITAVA ESPOSA do BARBA AZUL
(Bluebeard's Eighth Wife, 1938)
Milionário malcriado conhece garota, que nasceu de nobre e
arruinada família francesa, e logo a pede em casamento; mas, para lhe ensinar
lições de refinamento, ela adia a consumação do matrimônio. Ele já teve sete
esposas. Sempre quando se cansa da esposa a dispensa com uma indenização generosa. Foi o
último filme de Lubitsch na Paramount, escrito por Billy Wilder e Charles
Brackett. Original, o diretor eliminou alguns intervalos de continuidade. “Tenho
confiança na inteligência dos espectadores … Eles verão Gary Cooper entrar
furioso no quarto de Claudette Colbert e bater na porta violentamente. Porém,
em vez de acompanhá-lo para dentro do quarto com a câmera, fiz uma fusão da
batida da porta para uma boate, onde os espectadores verão o casal dançando
romanticamente. Deixarei que eles imaginem o que aconteceu atrás da porta
fechada e mostrarei apenas o resultado.”
03
SÓCIOS no AMOR
(Design for Living,
1933)
A fim de preservar do severo Código de Produção o ménage-à-trois de dois homens e uma
mulher, o roteirista Ben Hecht usou toda a sua verve e inteligência para
atenuar as inúmeras infrações morais da
peça de Noel Coward. No roteiro, uma desenhista industrial encontra-se num trem
com dois promissores artistas, um escritor e um pintor (Gary Cooper). Ambos se apaixonam pela moça, mas como ela
não se decide por nenhum deles, combinam viver juntos os três, platonicamente. Com incomparável intuição fílmica, o diretor concentrou-se mais na ação e
expôs com argúcia os audaciosos diálogos de Hecht. Numa cena, depois que os
três personagens passam a viver juntos, Miriam Hopkins beija Cooper e March na
testa e diz: “Nada de sexo. Façamos um acordo de cavalheiros”. March vai a
Londres, Hopkins fica sozinha com Cooper. Ele diz que a ama, beija-a, ela se
estira num sofá e fala: “É certo que fizemos um acordo de
cavalheiros. Mas … eu não sou um cavalheiro.” (Escurece).
04
NINOTCHKA
(idem, 1939)
Há muito tempo Lubitsch desejava realizar um filme com Greta
Garbo, porém apenas em 1939 surgiu a oportunidade, na sua volta à M-G-M. “Garbo
ri!”, anunciou o estúdio despertando a curiosidade do público. De fato, é a
primeira comédia da mega estrela. Ela vive uma agente soviética em missão em
Paris. Acaba sendo seduzida pelos luxos do ocidente e se apaixona por um
charmoso playboy, que representa tudo que ela mais despreza. Roteiro de Billy
Wilder. O alvo da impiedosa troça é o bolchevismo, através do contraste
entre os valores russos e franceses, manifestado em diálogos divertidos.
No papel da austera burocrata, Garbo revelou seu senso de humor, e recebeu indicação ao Oscar de Melhor Atriz, perdendo para a Vivien Leigh.
Lubitsch considerava “Ninotchka” um de seus melhores filmes: “Como sátira possivelmente
nunca fui mais perspicaz que em Ninotchka e sinto que tive sucesso na difícil
tarefa de relacionar sátira política com um enredo romântico”.
05
ANJO
elenco: Marlene
Dietrich, Herbert Marshall e Melvyn Douglas
Comédia romântica abordando o clássico triângulo amoroso. Uma bela
mulher casada com um diplomata inglês que tem pouco tempo para ela. Entediada e
ansiosa por atenção, ela viaja para Paris e se envolve em uma aventura com um
jovem norte-americano. Deixando Paris sem se despedir dele, o amante, que nem
ao menos sabe o nome dela, inicia uma louca busca tentando localizar o seu
'anjo'. Até que os caminhos se cruzam num jantar em Londres. Fotografado elegantemente por Charles Lang, contém bons desempenhos. Num dos melhores momentos, na cena do jantar, à cozinha
chegam os pratos retirados da mesa. Um vem vazio; outro, intacto; o terceiro,
exibe o bife recortado em quadradinhos. A refeição não foi mostrada, mas
aqueles indícios atestam o comportamento e estado de espírito dos personagens.
06
LADRÃO de ALCOVA
elenco: Miriam Hopkins,
Kay Francis e Herbert Marshall
“Em matéria de puro estilo penso que não fiz nada melhor ou igual”,
disse o cineasta. Unanimemente reconhecido pela crítica como obra-prima, é uma
farsa mundana cínica. Um relato cheio de imprevistos, finura e mordacidade. Em
Veneza, após terem se pilhado simultaneamente, dois ladrões cosmopolitas reiniciam
um romance, e partem rumo a Paris.
Pretendendo furtar as joias de uma rica viúva, eles conseguem emprego em
sua casa (ele, como secretário; ela, como datilógrafa). Com ciúmes das atenções
dispensadas pelo parceiro a dona da casa, ela resolve agir sozinha. Desde a famosa cena de abertura, quando se descobre que o tenor
entoando uma ária sobre a gôndola é apenas um limpador dos sujos canais da cidade dos doges, até o clímax com a impunidade dos larápios, Lubitsch joga com
os contrastes entre a aparência e a realidade e, servido por seu inigualável
senso rítmico e espírito alerta e impudente, deixa os espectadores rindo sem
parar. Um primor de realização.
07
SER ou NÃO SER
elenco: Carole Lombard,
Jack Benny e Robert Stack
Em Varsóvia, um casal de artistas poloneses egocêntricos e
temperamentais está sempre em rivalidade. Fascinada por um jovem aviador, a
atriz pede-lhe que, no exato momento da récita do marido do famoso solilóquio
de “Hamlet”, ele saia da plateia, e vá se encontrar com ela no camarim. Além da infidelidade, o propósito dela é ferir a vaidade do companheiro. Os alemães ocupam a cidade e, depois de muitas peripécias, os atores escapam de avião para Londres. O filme, hilário, sofreu críticas por abordar
assunto impróprio ao humor. Lubitsch defendeu-se, dizendo: “O filme nunca quis
ridicularizar os poloneses, apenas satirizou atores e o humor grosseiro
nazista.”. Foi o último trabalho da magnífica Carole Lombard.
08
A VIÚVA ALEGRE
elenco: Maurice Chevalier, Jeanette MacDonald e Una Merkel
Opereta luxuosa fotografada por Oliver T. Marsh, o mesmo
cinegrafista da versão silenciosa de Erich von Stroheim com Mae Murray e John Gilbert.
O francês Chevalier desejava Grace Moore como parceira, mas o produtor Irving
Thalberg vetou sua participação, alegando os prejuízos dos últimos filmes dela.
Num reino de fantasia, Marshovia, uma bela viúva detém mais da metade das
riquezas. Quando tira o luto e parte para Paris, o rei fica alarmado, pois o
futuro financeiro do lugar depende da sua permanência no país. Surpreendendo um
príncipe galante nos aposentos da rainha, poupa-lhe a vida com a condição dele
ir à capital francesa conquistar o coração da viúva, e trazê-la de volta. Lubitsch teve alguns problemas com o diretor de arte, Cedric
Gibbons, a fim de que atendesse às suas extravagantes exigências com relação
aos cenários. Ele realizou uma obra leve, espirituosa, borbulhante. A sequência da valsa, com os
dançarinos comprimidos nos corredores da embaixada e multiplicados pelos
espelhos, fascina pelo conjunto harmonioso e contagia com sua vibração.
09
O DIABO DISSE NÃO
elenco: Gene Tierney,
Don Ameche, Charles Coburn,
Marjorie Main, Laird
Cregar e Signe Hasso
Indicado ao Oscar de Melhor Direção. No começo de 1943, Lubitsch
assinou contrato de produtor-diretor com a 20th Century-Fox e realizou esta
crônica sentimental e nostálgica, pontilhada de uma amável sátira aos costumes
do fim do século dezenove. Na história, cidadão de classe média e inveterado
conquistador, ao término de sua existência, apresenta-se ao Diabo (ótimo Laird Cregar), e conta como
viveu. No final do relato, o capeta, compreendendo que ele foi um bom esposo,
um chefe de família que pecou por amar as mulheres, envia-o para o céu. Fotografado por Edward Cronjager num technicolor de tonalidade
pastel, foi o primeiro encontro de Lubitsch com a cor. Cenários,
figurinos e acessórios de bom gosto, eficiente elenco e narrado com a costumeira
engenhosidade do cineasta, recria a época à perfeição, tendo desenvolvimento
fluente, humanidade, encanto poético.
10
ANA BOLENA
elenco: Henny Porten e Emil Jannings
Garota nobre chega à corte inglesa a serviço da rainha. O rei se
apaixona por ela e lhe oferece a coroa. Ele se divorcia da esposa e rompe com a
Igreja católica. Inconformado pela nova esposa ter dado à luz uma filha ao invés
de um herdeiro, ele a processa por adultério e a condenada à morte por decapitação.
Enquanto ela sobe ao patíbulo, o rei prepara suas próximas bodas. Em Tempelhof foram construídas réplicas do Castelo de Windsor, da
Torre de Londres, de Hampton Court e da Abadia de Westminster sob meticulosa
supervisão, e reunidos cinco mil figurantes. Diante da esplêndida decoração e
dos belos enquadramentos, os críticos exclamaram: “Lubitsch pode fazer qualquer
coisa!”. Excelente atuação do gigante Emil Jannings.
4 comentários:
Um dos maiores diretores do cinema!
A dualidade com a qual Lubistch apresentava seus diálogos era genial. Em "A viúva alegre", onde Maurice Chevalier está no auge de seu donjuanismo, é hilário vê-lo pronunciar frases ambíguas e de cunho flagrantemente sexual. Uma pena que com o Código Hayes todos os diretores tenham se adaptado, mas mesmo assim Lubistch conseguiu manter a sensualidade cômica em seus filmes. "O oitavo casamento do Barba Azul" talvez seja a prova viva disso.
Lubitsch é chiquérrimo realmente! Gosto de Ninotchka (óbvio!), A loja da esquina, com o fofíssimo Jimmy Stewart, e Ser ou não ser, com a maravilhosa Carole.
Ah, sim! A Oitava Esposa do Barba Azul também é ótimo. Como fui esquecer? Que gafe a minha!
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