simone em “amores de apache” (1952) |
Ela é
um dos ícones do cinema francês. Uma das mais importantes artistas da sua
época. Filha de um oficial judeu do exército alemão, em 44 anos de carreira
interpretou uma grande diversidade de personagens. A sua família mudou-se para
Paris quando ela ainda era uma menina e, na ocupação nazista, teve problemas. SIMONE
SIGNORET (1921 - 1985. Wiesbaden / Alemanha), que trabalhava em um jornal, foi obrigada a abandonar o emprego. Desempregada, em busca de um lugar ao sol, passou a frequentar
o Café de Flore, em St. Germain-des-Prés, onde conheceu o cineasta Yves Allégret.
Ele incentivou sua carreira de atriz, casou-se com ela em 1944 e se tornou pai de
sua única filha, Catherine. O divórcio veio em 1949.
Em 1942,
aos 21 anos, a bela jovem estreia em “Bolero”, escondendo das autoridades sua
origem judaica. O primeiro papel protagonista aconteceu em “Les Démons de l'Aube”
(1946), dirigida pelo marido. Em 1948, tornou-se estrela com “Escravas do Amor /
Dedee Dynvers”, interpretando uma prostituta que não consegue deixar o submundo do crime. Em “Conflitos de Amor” (1950), do
mestre Max Ophuls, uma comédia picante baseada na obra de Arthur
Schnitzler, destacou sua beleza como a prostituta que seduz um soldado.
Em
1951, SIMONE SIGNORET se casa com o cantor e ator Yves Montand, ambos do
Partido Comunista Francês. Um casal admirado, unidos não só na
ternura como também nas artes e ideologia política. Trabalham juntos pela primeira
vez na peça de Arthur Miller, “As Feiticeiras de Salém”, uma alegoria do
macartismo que ficou dois anos em cartaz (1954 - 1955).
Em um casamento de 35 anos, eles contracenam em apenas cinco filmes: “As Feiticeiras de Salem / Les Sorcières de Salem” (1957), “Crime no Carro Dormitório / Compartiment Tueurs” (1965), “Paris Está em Chamas?” (1966), “A Confissão / L'Aveu” (1970) e “Police Python 357 / Idem” (1976). Em 1956 viajam a Moscou, recebidos no Kremlin e foram bastante criticados. Quando as tropas soviéticas invadiram a Hungria, afastaram-se do comunismo e passaram a lutar em favor dos direitos humanos.
Em um casamento de 35 anos, eles contracenam em apenas cinco filmes: “As Feiticeiras de Salem / Les Sorcières de Salem” (1957), “Crime no Carro Dormitório / Compartiment Tueurs” (1965), “Paris Está em Chamas?” (1966), “A Confissão / L'Aveu” (1970) e “Police Python 357 / Idem” (1976). Em 1956 viajam a Moscou, recebidos no Kremlin e foram bastante criticados. Quando as tropas soviéticas invadiram a Hungria, afastaram-se do comunismo e passaram a lutar em favor dos direitos humanos.
O
sedutor Montand teve um rumoroso caso com Marilyn Monroe em 1959, durante as
filmagens em Hollywood do musical “Adorável Pecadora / Let's Make Love” (1960),
de George Cukor, mas SIMONE SIGNORET atravessou a crise com dignidade. O mundo
inteiro soube. Adultério internacional. Em Paris, a imprensa assediou a atriz, que
enfrentou tudo com uma dolorosa nobreza. “Se Marilyn está fazendo amor com o
meu marido, isso mostra que ele tem bom gosto”, disse. Quando as filmagens
acabaram, Montand voltou para a França com a esposa. Marilyn ficou abalada.
Verdadeira
heroína de seu tempo, SIMONE SIGNORET atuou até bem madura, mas também se destacou como escritora, ativista e defensora dos direitos humanos. Teve carreira marcada
por desempenhos memoráveis em “Amores de Apache” (1952), “Teresa Raquin” (1953)
e “As Diabólicas” (1954), que a fez famosa internacionalmente. Trabalhou sob a direção de Luís Buñuel em “A Morte Neste Jardim / La
Mort en ce Jardin”, de 1956. Obteve o Oscar por “Almas em Leilão” (1959), que também resultou no
prêmio de Melhor Atriz no BAFTA e no Festival de Cannes.
Com “A
Nau dos Insensatos” (1965) foi novamente indicada ao Oscar de Melhor Atriz. Brilhou também
em “A Gaivota / The Sea
Gull” (1968), de Sidney Lumet, baseado em Anton Tchecov; “O Gato” (1971), em
duelo de interpretação com o fenomenal Jean Gabin; “A Viúva / La Veuve Couderc”,
de 1971, ao lado de Alain Delon; e “Madame Rosa” (1977), que resultou no César de
Melhor Atriz e é um de seus filmes de maior sucesso, Oscar de Melhor Filme
Estrangeiro, onde faz uma prostituta judia que adota um garoto árabe. No
teatro fez sucesso em “Perfídia” (1962), de Lillian Hellman, e em “Macbeth”, de
Shakespeare, dividindo o palco com Alec Guinness, em 1966. Publicou uma
autobiografia em 1977, “A Nostalgia Já não é o que Costumava Ser”. SIMONE
SIGNORET morreu de câncer em 1985, aos 64 anos, e Yves Montand em 1991, aos 70
anos. No mesmo ano de sua morte ela lançou o romance “Adieu Volodia”.
vera amado e simone em “As Diabólicas” |
10 FILMES de SIMONE
(por ordem de preferência)
01
Nicole Horner em
As DIABÓLICAS
(Les Diaboliques, 1954)
direção de Henri-Georges Clouzot
elenco: Véra Clouzot, Paul Meurisse e Charles Vanel
02
Léocadie em
CONFLITOS de AMOR
direção de Max Ophüls
elenco: Serge Reggiani
e Anton Walbrook
03
Marie 'Casque d'Or' em
AMORES de APACHE
direção de Jacques Becker
elenco: Serge Reggiani e Claude Dauphin
04
Mathilde em
O EXÉRCITO da SOMBRA
direção de Jean-Pierre Melville
elenco: Lino Ventura, Paul Meurisse e Jean-Pierre Cassel
05
Clémence Bouin em
O GATO
direção de Pierre Granier-Deferre
elenco: Jean Gabin
06
Thérèse Raquin em
TERESA RAQUIN
(Thérèse Raquin, 1953)
direção de Marcel Carné
elenco: Raf Vallone e Sylvie
07
Madame Rosa em
MADAME ROSA – a VIDA à sua FRENTE
direção de Moshé Mizrahi
elenco: Samy Ben-Youb e Claude
Dauphin
08
Alice Aisgill em
ALMAS em LEILÃO
direção de Jack Clayton
elenco: Laurence Harvey
09
A Condessa em
A NAU dos INSENSATOS
direção de Stanley Kramer
elenco: Vivien Leigh, Jose Ferrer, Lee
Marvin
e Oskar Werner
10
A Proprietária do Café em
PARIS ESTÁ em CHAMAS?
(Paris Brûle-t-il?, 1966)
direção de René Clément
elenco: Jean-Paul Belmondo, Charles Boyer e Leslie Caron
8 comentários:
Linda e grande atriz com um olhar profundo e ao mesmo tempo enigmático. Toda a vez que assisto "Madame Rosa" me emociono com sua interpretação
Sempre amei La Signoret...
Amores de Apache é uma obra de arte.
Atriz sensacional e mulher da pesada.
Vi recentemente "Casque d'or" com ela novinha, e "As bruxas de Salém" pelo qual foi premiada. Maravilhos.
maravilhosa
Inteligentíssima com olhar para além do hoje
Show. Parabéns pela matéria
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