As
notícias sobre a crise política brasileira apontam para um cenário bastante complexo. A corrupção e as manobras feitas nos bastidores foram
escancaradas e a população ficou sabendo das patifarias dos poderosos em
Brasília. Em época de impeachment, ajudando a debater assuntos como liberdade de expressão e interesses público e
privado, relembro obras cinematográficas com a POLÍTICA como tema central.
Quando não se trata do panfletário, do partidarismo disfarçado de arte, a união cinema-política produz bons resultados. Desmonta a engrenagem, retratando campanhas, disputas, eleições, trajetórias, corrupções, intrigas, derrotas, escândalos, golpes etc. A realidade, no entanto, é quase sempre mais impressionante do que os filmes.
Quando não se trata do panfletário, do partidarismo disfarçado de arte, a união cinema-política produz bons resultados. Desmonta a engrenagem, retratando campanhas, disputas, eleições, trajetórias, corrupções, intrigas, derrotas, escândalos, golpes etc. A realidade, no entanto, é quase sempre mais impressionante do que os filmes.
Política
é uma palavra ampla. Filmes com temática POLÍTICA podem ser sérios, cômicos,
documentais e até românticos. Mas, sejam baseados em fatos reais ou imaginados
apenas para as telas, eles sempre funcionam como um alerta para as nossas
convicções. Na Itália das décadas de 1960 e 1970, no auge da produção
de filmes com ênfase político, destacaram-se os cineastas Elio Petri, Gillo
Pontecorvo, Francesco Rosi, Marco Bellocchio e Bernardo Bertolucci.
Na mesma época, o grego Costa-Gavras foi um nome forte na filmografia de consciência explicitamente política, dirigindo longas famosos como “Z / Idem” (1969), “A Confissão / L’aveu” (1970) e “Estado de Sítio / État de Siége” (1972). Após esse movimento cinematográfico engajado, geralmente com ideologia de esquerda, outros diretores agregaram POLÍTICA, cinema e polêmica, de Richard Attenborough a Oliver Stone, de Spike Lee a Michael Moore.
Na mesma época, o grego Costa-Gavras foi um nome forte na filmografia de consciência explicitamente política, dirigindo longas famosos como “Z / Idem” (1969), “A Confissão / L’aveu” (1970) e “Estado de Sítio / État de Siége” (1972). Após esse movimento cinematográfico engajado, geralmente com ideologia de esquerda, outros diretores agregaram POLÍTICA, cinema e polêmica, de Richard Attenborough a Oliver Stone, de Spike Lee a Michael Moore.
Cito
alguns filmes inspirados em fatos históricos, além de ficções, que
mostram os bastidores nada edificantes do poder. Os critérios de seleção são
tão arbitrários quanto a própria lista: documentário não vale, nem filmes que
tratem de eventos anteriores ao século 20. Não me arrisquei a apontar melhores
ou piores — a ordem é por ano de lançamento. Boa leitura,
então, e boa POLÍTICA.
O ENCOURAÇADO POTEMKIN
(Bronenosets Potemkin, 1925)
direção de Sergei M. Eisenstein
Elenco: Aleksandr Antonov, Vladimir Barsky e Grigori Aleksandrov. Inspirada
numa das manifestações populares de 1905 contra o império czarista russo, a
obra acompanha os marinheiros que se revoltam com a precária alimentação
servida no navio de guerra Potemkin. A crescente tensão social e política em
cada uma de suas cinco partes fez o filme ser proibido, por exemplo, no Reino
Unido, até 1954, e mesmo na União Soviética de Stalin, por ser “perigoso”. A
sequência de cenas na escadaria de Odessa (hoje, Ucrânia) tornou-se um marco da
história do cinema.
A MULHER FAZ o HOMEM
(Mr. Smith Goes to Washington, 1939)
direção de Frank Capra
Elenco: James Stewart, Jean Arthur,
Claude Rains, Edward Arnold e Thomas Mitchell. Convidado
a se tornar senador dos Estados Unidos, Jefferson Smith (Stewart, magistral),
um inocente interiorano, aos poucos se descobre em um mar de lama, ameaçando
tudo o que acredita em relação à bondade e ao caráter dos líderes de seu país.
Smith então toma uma posição incorruptível e isso desperta a fúria de muitos,
gerando falsas acusações sobre ele. Uma das grandes comédias do cinema.
Obra-prima absoluta. Oscar de Melhor Roteiro e Melhor Ator do Círculo dos
Críticos de Cinema de Nova York. Concorreu ao Oscar de Melhor Filme.
O GRANDE DITADOR
(The Great Dictator, 1940)
direção de Charles Chaplin
Elenco: Charles Chaplin, Paulette
Goddard e Jack Oakie. Traça um perfil, ao mesmo tempo grotesco e sinistro, de um homem que acreditava
ser um super-herói e pensava que a sua opinião e a sua palavra eram as únicas
com valor. Assim Chaplin caricatura Hitler. Para que sua atuação ficasse perfeita, ele passou várias
horas na frente do projetor, durante dois anos, estudando e analisando todo o
material audiovisual que conseguiu localizar sobre a vida de Hitler. Nem mesmo a suástica, símbolo oficial
do III Reich, foi esquecida, sendo transformada na dupla cruz. Além do ditador,
Chaplin também faz o papel de um barbeiro judeu. Algumas das cenas mais
memoráveis da história do cinema se encontram nesta corajosa paródia do nazismo,
filmadas com a II Guerra Mundial ainda começando. Concorreu ao Oscar de Melhor
Filme. Melhor Ator do Círculo dos Críticos de Cinema de Nova York.
O LIBERTADOR
(Abe Lincoln in Illinois, 1940)
direção de John Cromwell
Elenco: Raymond Massey, Gene Lockhart
e Ruth Gordon. Cinebiografia de um dos mais emblemáticos presidentes dos Estados Unidos. Desde a
juventude de Lincoln, ainda advogado, até sua eleição para a Casa Branca. Excelente
atuação de Massey.
WILSON
(Idem, 194)
direção de Henry King
Elenco: Alexander Knox, Geraldine Fitzgerald,Thomas Mitchell, Sir Cedric Hardwicke, Charles Coburn e Vincent Price. Um
trabalho de amor feito por Darryl F. Zanuck e um dos mais ambiciosos filmes biográficos,
relatando os dois mandatos de Woodrow Wilson, o vigésimo oitavo presidente dos
Estados Unidos e principal idealizador da Liga das Nações. Zanuck não
economizou na produção. Para viver o presidente, ele chamou o relativamente
desconhecido Knox, revelando-se a escolha perfeita - ele ganhou um
Globo de Ouro por sua atuação. Recebeu dez indicações ao Oscar da Academia e
levou cinco estatuetas para casa, entre elas a de Melhor Roteiro Original e
Melhor Fotografia. Apesar da alta qualidade da produção e dos prêmios recebidos,
fracassou nas bilheterias. Durante anos foi proibido referir-se a
ele na presença de Zanuck. Mas é um dos sólidos filmes políticos de Hollywood.
Sua ESPOSA e o MUNDO
(State of the Union, 1948)
direção de Frank Capra
Elenco: Spencer Tracy, Katharine
Hepburn, Van Johnson, Angela Lansbury e Adolphe Menjou. Um
magnata decide concorrer pelo Partido Republicano à Casa Branca. Antes de dar o
pontapé inicial na campanha, reata o casamento em crise. A esposa aceita
acompanhar o marido na corrida eleitoral, mesmo sabendo que ele mantém um caso
com uma jornalista. No entanto, questiona sua decisão ao perceber que ele negligencia seus valores e crenças para conseguir votos.
A GRANDE ILUSÃO
(All the King’s Men, 1949)
direção de Robert Rossen
Elenco: Broderick Crawford, John
Ireland, Joanne Dru, John Derek e Mercedes McCambridge. Willie
Stark, advogado sulista, faz carreira política defendendo os interesses do
povo. No caminho, se corrompe. Clássico adaptado do premiado best-seller de
Robert Penn Warren, levou o Oscar de Melhor Filme, Melhor Ator (Crawford) e
Melhor Atriz Coadjuvante (a sensacional McCambridge). Ganhou uma refilmagem em
2006, com direção de Steven Zaillian.
O ÚLTIMO HURRAH
(The Last Hurrah, 1958)
direção de John Ford
Elenco: Spencer Tracy, Jeffrey
Hunter, Dianne Foster, Pat O’Brien, Basil Rathbone e Donald
Crisp. Nos
anos 1950, Frank Skeffington, um velho político tentando a reeleição para
prefeito de uma grande cidade, enfrenta a oposição da mídia, que apoia um
candidato jovem e inexperiente. Fabuloso elenco, destacando-se o veterano Tracy
em magnífica performance. Melhor Direção e Melhor Ator do National Board of
Review.
TEMPESTADE SOBRE WASHINGTON
(Advise & Consent, 1962)
direção de Otto Preminger
Elenco: Henry Fonda, Charles
Laughton, Don Murray, Walter Pidgeon, Gene Tierney e
Burgess Meredith. Senado
investiga o novo secretário de estado, Brigham Anderson, nomeado recentemente,
devido a um segredo que pode arruiná-lo e também abalar a reputação
presidencial. Um dos primeiros filmes hollywoodianos a abordar honestamente a
homossexualidade. Ainda é atual e retrata a politicagem por trás das
instituições norte-americanas, o relacionamento entre Executivo e Legislativo,
o jogo de forças, de interesses e visões de mundo da época. Considerado ousado
para a data em que os Estados Unidos só enxergavam os comunistas.
SOB o DOMÍNIO do MAL
(The Manchurian Candidate, 1962)
direção de John Frankenheimer
Elenco: Frank Sinatra, Laurence Harvey, Janet Leigh e Angela Lansbury. Nesta
obra-prima, um oficial da inteligência norte-americana é perturbado por um
pesadelo em que membros de sua equipe são mortos por um sargento que recebeu
honrarias após ter servido na Guerra da Coréia. Mas outros sofrem com o mesmo
pesadelo, o que põe dúvidas sobre o passado do sargento. Globo de Ouro e
National Board of Review de Melhor Atriz Coadjuvante (Lansbury, em extraordinária
atuação).
As MÃOS SOBRE a CIDADE
(Le Mani sulla Città, 1963)
direção de Francesco Rosi
Elenco: Rod Steiger e Salvo Randone. A um
mês das eleições municipais, um prédio construído pela empreiteira de um
vereador ligado à atual administração desaba, mata duas pessoas e desabriga
centenas de moradores vizinhos ao empreendimento. Esta trama passada em Nápoles
mostra a especulação imobiliária vinculada à política. O filme é tão direto
como sugere a cena em que o prefeito distribui dinheiro na Câmara e diz a um correligionário:
“Vê como funciona a democracia?”.
Os COMPANHEIROS
(I Compagni, 1963)
direção de Mario Monicelli
Elenco: Marcello Mastroianni, Renato Salvatori, Annie Girardot, Bernard Blier, Raffaella Carrà e François Périer. Melhor
Filme no Festival de Mar del Plata. Na época em que a exploração do trabalho operário não tinha limites, nas
imediações Turim, na Itália, chega o professor Sinigaglia (Mastroianni, ótimo).
Ele não desembarca na região industrial, conhecida pela degradação ao
trabalhador, à toa. O objetivo de sua viagen, bem como de sua vida abnegada, é justamente organizar a classe trabalhadora e formar um sindicato. O tom
documental se insere no neorrealismo italiano, surgido no final da Segunda
Guerra Mundial. Mostra situações reais. O ponto crucial da crítica de
Monicelli é o conflito entre a tomada de consciência do operariado, a partir de
sua própria situação, e a questionável necessidade de um “instrutor” para organizá-lo.
Dr. FANTÁSTICO
(Dr. Strangelove or: How I Learned to
Stop Worrying
and Love the Bomb, 1964)
direção de Stanley Kubrick
Elenco: Peter Sellers, George C.
Scott, Sterling Hayden, Keenan Wynn e James Earl Jones. O
temor da sociedade com a Guerra Fria. O diretor ironiza com humor negro essa
preocupação, mostrando os bastidores de uma negociação entre a União Soviética
e os Estados Unidos para evitar uma guerra nuclear. Um general
norte-americano acredita que os soviéticos sabotaram os reservatórios de água
dos EUA e dá início a Terceira Guerra Mundial. Sellers interpreta três
personagens diferentes. Kubrick leva à tela soldados que nem mesmo sabem a
razão de sua missão, um general que se vangloria do poderio de seu exército, a
espionagem e as diplomacias tentando se entender dentro da “Sala de Guerra”. A
produção enfoca até onde pode chegar a paranoia, algo sempre atual quando se
trata de movimentos políticos ou eleições. Concorreu ao Oscar de
Melhor Filme e Melhor Direção. BAFTA de Melhor Filme e Melhor Diretor do
Círculo dos Críticos de Cinema de Nova York.
SETE DIAS de MAIO
(Seven Days in May, 1964)
direção de John Frankenheimer
Elenco: Burt Lancaster, Kirk Douglas, Fredric March, Ava Gardner e Edmond O’Brien. Durante
a Guerra Fria, Jordan Lyman (March), o presidente dos Estados Unidos, não é bem
visto pelos norte-americanos. Ao assinar um tratado aprovando o desarmamento
nuclear, a população mais uma vez fica contra ele. Um golpe político está sendo
preparado por um general, mas um coronel aliado leva a informação ao Governo.
Dá-se início a uma tensa rede de intrigas. Grandes atuações de March (prêmio
David di Donatello), Lancaster e O’Brien (Globo de Ouro de Melhor Ator
Coadjuvante). A censura da ditadura brasileira nunca permitiu que ele fosse
lançado no nosso país.
VASSALOS da AMBIÇÃO
(The Best Man, 1964)
direção de Franklin J. Schaffner
Elenco: Henry Fonda, Cliff Robertson e Margaret Leighton. Durante
a convenção de um partido, cinco candidatos disputam o direito de serem
indicados para concorrer à presidência. A disputa se concentra entre William
Russell, secretário de estado, e Joe Cantwell, senador. Cantwell pretende
transformar um colapso nervoso de Russell em loucura. Russell
tem a chance de revidar, sabendo de informações das relações homossexuais do rival
político no passado. Mesmo pressionado, espalhar esta notícia não o agrada,
ferindo seus princípios.
TERRA em TRANSE
(1967)
direção de Glauber Rocha
Elenco: Jardel Filho, Paulo Autran, José Lewgoy, Glauce Rocha, Paulo Gracindo e Hugo Carvana. Eldorado
entre o conservadorismo e o populismo, um jornalista entre a poesia e a
militância, entre o luxo estéril da elite e a manipulação das massas. Contradições
de uma América Latina nada fantasiosa sob a lente poderosa e alucinada de
Glauber. Elenco inesquecível.
Z
(Idem, 1969)
direção de Costa-Gavras
Elenco: Yves Montand, Irene Papas, Jean-Louis Trintignant, Jacques Perrin, François Périer e Renato Salvatori. Acompanha a investigação do assassinato de um ativista de esquerda, enquanto oficiais do governo tentam esconder as provas que os ligam ao crime. Baseia-se
em um caso real ocorrido na Grécia, no qual o deputado Gregoris Lambrakis foi
assassinado após um comício em 1963. O resultado é um suspense político
recheado de gradativas conspirações e tentativas militares de abafar o episódio
perante à opinião pública e à justiça. Premiado com o Oscar e o Globo de Ouro de
Melhor Filme Estrangeiro, tem bela trilha sonora de Mikis
Theodorakis.
O CANDIDATO
(The Candidate, 1972)
direção de Michael Ritchie
Elenco: Robert Redford, Peter Boyle e Melvyn Douglas. Bill
McKay, candidato do Partido Democrata ao Senado dos Estados Unidos, íntegro e
cheio de ideais, não se deixar manipular pela máquina política norte-americana.
Para tal enfrenta publicitários, assessores de imprensa e empresários de
comunicação unidos em sua campanha eleitoral. Ainda bastante atual, é um ótimo drama. Oscar de Melhor Roteiro.
ESTADO de SÍTIO
(État de Siège, 1972)
direção de Costa-Gavras
Elenco: Yves Montand, Renato Salvatori, O.E. Hasse e Jacques Weber. Prix
Louis Delluc. História real ocorrida no Uruguai. O filme denuncia o sequestro do agente norte-americano Dan Mitrione, assassinado pelos
Tupamaros (grupo de resistência ao regime ditatorial). Gavras consegue
entrelaçar diversas situações que se desencadeiam a partir do sequestro. A
posição do Governo, que tinha que manter o controle sobre os grupos de
resistência, os movimentos da clandestinidade para se organizar e reivindicar
direitos, a forma como retratava a situação e a verdadeira guerra política
travada no Parlamento, uma outra guerra inserida num sistema maior. Nos
dá parâmetros próximos da realidade, de como as ditaduras implantadas na
América Latina agem, seus desdobramentos, consequências e as reações de oposição
ao sistema que suprime os direitos e tentam controlar o povo.
TODOS os HOMENS do PRESIDENTE
(All the President's Men, 1976)
direção de Alan J. Pakula
Elenco: Dustin Hoffman, Robert
Redford, Jack Warden, Martin Balsam e Hal Holbrook. Conta a investigação que repórteres do Washington Post fizeram
em 1972 culminando com o escândalo de Watergate e a renúncia do presidente
Richard Nixon. Mostra como
“seguir o dinheiro” descoberto num escândalo pode atingir os mais altos
escalões do governo à maneira do efeito dominó. Oscar de Melhor Roteiro e Melhor
Ator Coadjuvante (Robards). Concorreu ao Oscar de Melhor Filme.
Um DIA MUITO ESPECIAL
(Una Giornata Particolare, 1977)
direção de Ettore Scola
Elenco: Sophia Loren e Marcello Mastroianni. César
de Melhor Filme Estrangeiro e Globo de
Ouro de Melhor Filme Estrangeiro. Roma, 1938: Hitler é recebido por Mussolini
para protagonizar mais um grandiloquente espetáculo fascista, uma monumental e
triunfalista parada militar. A massa se veste de preto para cumprir, fascinada,
a sua coreografia no grande cerimonial. Esse é o pano de fundo do filme que gira em torno de dois personagens, que se encontram neste 8 de maio. Antonieta e Gabrielle são
vizinhos de prédio. Ela é dona de casa (cujo marido é fascista) e Gabrielle,
homossexual e radialista recém demitido. Os dois se descobrem em uma relação
intensa, enquanto o entorno comemora o evento político.
ALDO MORO - HERÓI e VÍTIMA da DEMOCRACIA
(Il Caso Moro, 1986)
Elenco: Gian Maria Volontè e Mattia Sbragia. Melhor
Ator no Festival de Berlim. Sequestrado em 16 de março de 1978, Moro morreu em
cativeiro 54 dias depois. Pelos seus olhos vemos a agonia do sofrimento
deste político italiano, soberbamente interpretado por Volonté; seu esforço por manter suas verdades éticas e
intelectuais; suas tentativas de sobreviver e sua dignidade inabalável. Seu
corpo foi encontrado na mala de uma Rinault vermelha, estacionada numa rua de
periferia da capital italiana. O país inteiro se chocou com o desfecho. A ação
da guerrilha urbana contra Moro e sua consequência continua, até hoje, um
mistério e um desfecho controvertido, envolvendo as forças
políticas e sociais italianas.
GANDHI
(Idem, 1982)
direção de Richard Attenborough
Elenco: Ben Kingsley, John Gielgud,
Candice Bergen, James Fox e Trevor Howard. São
mais de 190 minutos de uma bonita cinebiografia de Gandhi, que retrata desde o
trabalho do indiano como advogado até a liderança das revoltas contra o
colonialismo britânico. Oscar e Globo de Ouro de Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Ator e
Melhor Roteiro.
JFK - A PERGUNTA que NÃO QUER CALAR
(Idem, 1991)
direção de Oliver Stone
Elenco: Kevin Costner, Sissy Spacek,
Kevin Bacon, Tommy Lee Jones, Gary Oldman, Joe
Pesci e Jack Lemmon. O
roteiro se inspira em livros de Jim Garrison sobre o assassinato do presidente
John Kennedy. Um promotor de Nova Orleans, Jim Garrison
(Kevin Costner), que não está convencido do parecer final da Comissão Warren, resolve investigar uma suposta conspiração responsável pela morte do
político. Globo de Ouro de Melhor Direção.
MILK – A VOZ da IGUALDADE
(Milk, 2008)
direção de Gus Van Sant
Elenco: Sean Penn, Josh Brolin, Emile
Hirsch, Diego Luna e James Franco. A vida do político e ativista gay Harvey
Milk, que assume cargo público na Califórnia. Ele se torna o primeiro político
homossexual da história, sendo membro da Câmara de Supervisores de São Francisco.
A sua luta o transformou em um líder político, comandando campanhas nacionais
pelos direitos dos gays, recebendo inclusive apoios conservadores, como do
então aspirante à presidência Ronald Reagan. Oscar de Melhor Ator e Melhor
Roteiro.
27 comentários:
Mais uma vez.....você arrebenta no tema e na ideia.
Parabéns. Assisti alguns, pena que não todos que aqui constam.
Tenho bastante coisa pra correr atrás.
O último do George Clooney, "Tudo pelo Poder", pode ser adicionado a lista.
Abraço.
Cara, não faltou Cidadão Kane?
Apesar de ser um título manjado ao tema, é um filme que não poderia ficar de fora.
(Se bem que não está totalmente de acordo com os outros filmes da lista)
Nahud, a lista e a postagem estão ótimas! Adoro a relação entre cinema e política!
Foi dito aqui sobre Cidadão Kane... Não acredito que esse filme deveria contar nessa lista não. A carga política de Kane é ínfima. Coloca-se mais em evidência a parte dramática aliada a uma questão social e ideológica, mas minimamente política. E como sabemos nenhuma das dua coisas acima podem configurar como coisas essencialmente política, já que são independentes.
Adorei a lista, Nahud.
Excelente lista Antonio,concordo com vc sobre "Parnell,o rei sem coroa" ser um filme subestimado.
Abç
Esta lista merece respeito. Congratulações, Nahud. Todas estas obras são importantes temáticas políticas. Da lista que vc apresentou, meus três preferidos são A GRANDE ILUSÃO, A FELICIDADE NÃO SE COMPRA, e O ÚLTIMO HURRAH, de Ford.
Cidadão Kane, não creio que seja tanto um filme político, muito embora esta obra inteligente de Orson Welles versa sobre um político e sua vida pessoal, e não uma situação política. Parabéns pelo artigo.
Paulo Néry
http://articlesfilmesantigosclub.blogspot.com/
Gosto de filmes com esse tema =)
Sempre bom passar aqui, essa semana assisti o filme ´V´de Vingança e como ele tem uma profunda visão psicanalítica e vendo sua relação de filmes que tb possa me trazer alguns insights. Valeu, abraço Cynthia.
Ótima lista, Nahud, mas eu incluiria "Todos os Homens do Presidenete". Abraço!
Que lista de peso!
Beijos.
Ainda não vi TUDO PELO PODER, Rodrigo, mas como é de Clooney imagino que deve ser um bom filme.
Cynthia, V DE VINGANÇA é um filme de ficção-científica/aventura interessante...
Pensei em colocá-lo, Fábio, mas terminei por concluir que o protagonismo absoluto é da imprensa.
"A mulher faz o homem" é simplesmente brilhante. Adoro o jeito ingênuo, porém decidido do personagem de James Stewart e a importância que Jean Arthur tem como sua conselheira. A leitura da constituição durante a sessão do Congresso é uma ideia maravilhosa.
Vi poucos desses, mas considero Sete Dias de Maio uma maravilha. Suspense total, roteiro inteligente e elenco em estado de graça. Pena que Ava tenha um papel tão pequeno.
Essa indicação ao Globo de Ouro marca a volta de Glenn Close ao primeiro time. Ela merece, é uma ótima atriz.
Assisti "Carnage". Kate Winslet e Jodie Foster estão ótimas. Merecem um empate no Globo de Ouro.
É um tema apaixonante; curiosamente, e com muita pena minha, alguns destes filmes foram proibidos pela censura aqui em Portugal,no tempo da ditadura...
Não vi a maioria dos filmes em pauta. No entanto, sigo afirmando que A Grande Ilusão segue imbatível, apesar de muitos outros merecerem também elogios sinceros por sua qualidade e desenrolar. São eles; A Mulher Faz o Homem, Vassalos da Ambição e O Ultimo Hurrah.
Porém os demais, que não vi, com certeza são filmes com qualidade, uma vez indicados pelo autor desta matéria.
jurandir_lima@bol.com.br
Jamil, a Ava Gardner e o diretor John Frankenheimer não se deram bem durante as filmagens. Ela dizia que o diretor só valorizava os atores e esperneou, mas acho sua pequena participação bem interessante.
Ainda não vi "Carnage", Leandra, mas Kate e Jodie são sempre surpreendentes. Gosto muito delas.
Legal essa lista adoro filmes históricos!!!!
Uma pesquisa muito sensível , Antônio
Ótima escolha
Boas indicações
"Mr. Smith goes to Washington"
um filme maravilhoso de Frank Capra!
Gostei muito de "Tempestade sobre Washington", e Charles Laughton, como sempre, excelente. Aliás muito bom o elenco do filme.
Postar um comentário