moira shearer |
Um dos maiores clássicos do cinema britânico, realizado em 1948 pela dupla Michael Powell e Emeric Pressburger (“Narciso Negro / Black Narcissus”, 1947), tem um visual deslumbrante e impressionantes números de dança, revelando o mundo privado de bailarinos, coreógrafos e compositores. Estrondoso sucesso de público e de crítica, Os SAPATINHOS VERMELHOS havia sido planejado antes da Segunda Guerra, quando Pressburger escreveu um roteiro de encomenda a pedido do produtor Alexander Korda, que pretendia realizar uma grande produção romântica estrelada por sua então esposa Merle Oberon (“O Morro dos Ventos Uivantes / Wuthering Heights”, 1939). Arquivado o projeto, dez anos depois, os diretores resolveram reativá-lo, usando o balé como alegoria poética do drama.
Eles não queriam uma atriz fazendo o papel de uma bailarina, como era (e ainda é) comum, mas uma bailarina verdadeira para o papel. Foi difícil encontrá-la, até que o diretor artístico Hein Heckroth descobriu a escocesa Moira Shearer. Inicialmente ela não aceitou protagonizar Victoria Page, pois considerava o balé muito acima do cinema, mas foi convencida por sua professora de dança a estrear nas telas. Faria ainda mais seis filmes, sendo o segundo - “Os Contos de Hoffmann / The Tales of Hoffmann” (1951) - também dirigido por Powell-Pressburger. Moira nasceu em 1926, e entre 1942 e 1952 dançou como primeira bailarina em inúmeros balés clássicos. O cinema foi apenas um passatempo rentável, ela sempre colocou a dança em primeiro lugar.
Eles não queriam uma atriz fazendo o papel de uma bailarina, como era (e ainda é) comum, mas uma bailarina verdadeira para o papel. Foi difícil encontrá-la, até que o diretor artístico Hein Heckroth descobriu a escocesa Moira Shearer. Inicialmente ela não aceitou protagonizar Victoria Page, pois considerava o balé muito acima do cinema, mas foi convencida por sua professora de dança a estrear nas telas. Faria ainda mais seis filmes, sendo o segundo - “Os Contos de Hoffmann / The Tales of Hoffmann” (1951) - também dirigido por Powell-Pressburger. Moira nasceu em 1926, e entre 1942 e 1952 dançou como primeira bailarina em inúmeros balés clássicos. O cinema foi apenas um passatempo rentável, ela sempre colocou a dança em primeiro lugar.
Décima colaboração entre Powell e Pressburger e a sétima que fizeram sob o escudo de sua própria companhia, The Archers, conta a história do tirânico e perfeccionista Boris Lermontov (excelente Anton Walbrook), que sabe como ninguém descobrir novos talentos, mas lhes impõem dedicação exclusiva. Assim, quando a bailarina Victoria Page (Moira Shearer) se apaixona pelo compositor Julian Craster (Marius Goring), ele tenta impedir o romance. Pressionada para sacrificar tudo pela dança, Vicky se identifica com a heroína do balé “Os Sapatinhos Vermelhos”, vítima de um par de sapatilhas enfeitiçadas, e, como ela, envereda por um caminho trágico.
Livremente inspirado em um conto de Hans Christian Andersen, tem um tom estilizado de conto de fadas para adultos. Graças à coesão e brilhantismo de todos os setores técnicos – Oscar para a trilha sonora de Brian Easdale e a direção de arte de Hein Heckroth e Arthur Lawson -, o fantástico se une ao real num turbilhão de cores, simbolicamente aproveitadas, e a paixão dos artistas por sua arte passa, num clima mágico, para os espectadores. Com esplendorosa fotografia de Jack Cardiff, magníficos cenários e primorosas coreografias, Os SAPATINHOS VERMELHOS vai além de uma dramática história de amor, traduzindo-se, sobretudo, como uma reflexão sobre os bastidores do espetáculo.
A fundamental e arrebatadora seqüência de balé, que dura cerca de 15 minutos, levou seis semanas para ser rodada e é notável, uma preciosidade, unindo movimento, música e cor. O corpo de baile é composto por 53 bailarinos e foram usados 120 cenários diferentes. Um dos filmes favoritos de Martin Scorsese, que conseguiu, através da sua Fundação, restaurá-lo a partir do negativo original, após vários anos de dedicação, classificou-se em 9º lugar na lista dos 100 Melhores Filmes Ingleses de todos os tempos do British Film Institute. Já na minha relação, entre todos os musicais que assisti, ele está em 6º lugar. Pura emoção de cores, ritmo e beleza. Imperdível.
Livremente inspirado em um conto de Hans Christian Andersen, tem um tom estilizado de conto de fadas para adultos. Graças à coesão e brilhantismo de todos os setores técnicos – Oscar para a trilha sonora de Brian Easdale e a direção de arte de Hein Heckroth e Arthur Lawson -, o fantástico se une ao real num turbilhão de cores, simbolicamente aproveitadas, e a paixão dos artistas por sua arte passa, num clima mágico, para os espectadores. Com esplendorosa fotografia de Jack Cardiff, magníficos cenários e primorosas coreografias, Os SAPATINHOS VERMELHOS vai além de uma dramática história de amor, traduzindo-se, sobretudo, como uma reflexão sobre os bastidores do espetáculo.
A fundamental e arrebatadora seqüência de balé, que dura cerca de 15 minutos, levou seis semanas para ser rodada e é notável, uma preciosidade, unindo movimento, música e cor. O corpo de baile é composto por 53 bailarinos e foram usados 120 cenários diferentes. Um dos filmes favoritos de Martin Scorsese, que conseguiu, através da sua Fundação, restaurá-lo a partir do negativo original, após vários anos de dedicação, classificou-se em 9º lugar na lista dos 100 Melhores Filmes Ingleses de todos os tempos do British Film Institute. Já na minha relação, entre todos os musicais que assisti, ele está em 6º lugar. Pura emoção de cores, ritmo e beleza. Imperdível.
Os SAPATINHOS VERMELHOS
THE RED SHOES
THE RED SHOES
(1948)
País: Inglaterra
Gênero: Musical
Duração: 133 min.
Cor
Produção, Direção e Roteiro: Michael Powell
e Emeric Pressburger (Rank/The Archers)
Adaptação do conto de Hans Christian Anderson
Fotografia: Jack Cardiff
Edição: Reginald Mills
Música: Brian Easdale
Cenografia: Hein Heckroth (des. prod.)
e Arthur Lawson (d. a.)
Vestuário: Carven, Jacques Fath e Mattl
Elenco:
Anton Walbrook (“Boris Lermontov”),
Marius Goring (“Julian Craster”),
Moira Shearer (“Victoria Page”), Robert Helpmann,
Leonide Massine, Albert Basserman,
Ludmilla Tcherina e Esmond Knight
Marius Goring (“Julian Craster”),
Moira Shearer (“Victoria Page”), Robert Helpmann,
Leonide Massine, Albert Basserman,
Ludmilla Tcherina e Esmond Knight
Nota: ***** (ótimo)
Prêmios: Oscar de Melhor Trilha Sonora
e Melhor Direção de Arte;
e Melhor Direção de Arte;
Globo de Ouro de Melhor Trilha Sonora.
anton walbrook |
moira shearer |
marius goring |
moira shearer |
35 comentários:
Maravilha Antonio! Amo! (Mais uma na qual nos "cruzamos" - só que minha postagem é muito, muito antiga... de 3 de janeiro de 2009... de uma olhadinha!
http://tertulhas.blogspot.com/2009/01/moira-shearer-red-shoes-vicky-others.html
"Os Sapatinhos Vermelhos" tem cores, imagens, situações e música de contos de fadas. É realmente uma obra-prima.
É um filme intemporal!
Esse filme tocante me faz lembrar sempre de Ionaldo Cavalcanti, pintor e escritor pernambucano que me disse em qntrevista que "Sapatinhos Vermelhos" era o filme que ele mais gostava das centenas que ele havia assistido. A surpresa era porque Ionaldo era fã de Jack Palance e gostava de ser chamado de 'Ionaldo Jack Palance'. Mais um belo post do nosso Sam Spade. Parabéns!
Que post fantástico!
Tenho passado por aqui frenquentemente e sempre me perco (no melhor sentido da palavra) nos posts bem escritos e com imagens tão sensacionais.
Os Sapatinhos Vermelhos é, sem dúvida, uma grandiosa e completíssima obra-prima.
Muito bom o post,,gosto de saber um pouco da história sempre,,
parabéns!
Fantástico filme. verdadeira obra de arte. Muito bom o texto, adorei!!
Um abraço
Dani
www.telaprateada.blogspot.com
Ô filme que eu tenho que ver ainda! Pena que ainda não conferi este clássico.
Abs!
Pudim de cinema
Também atribuí a nota máxima quando comentei o filme no Blogue do Rato. Uma maravilha sem tempo!
Quando Cisne Negro estreou, ouvi falar muito desse filme, já que são filmes que retratam esse mundo. Pelas fotos, a fotografia realmente é algo magico e ouvi do propio Martin Scorsese que é um de seus filmes favoritos.
Estou devendo comigo mesmo em assistir a esse filme, portanto, mais uma caçada proveitosa.
"Nobre" e Admirável Amigo:
"...Um dos filmes favoritos de Martin Scorsese, que conseguiu, através da sua Fundação, restaurá-lo a partir do negativo original, após vários anos de dedicação, classificou-se em 9º lugar na lista dos 100 Melhores Filmes Ingleses de todos os tempos do British Film Institute...."
O filme, que ainda não vi, os Sapatinhos Vermelhos deve ser pertinente observar dada a pureza e maravilha da sua descrição e narração extraordinárias e perfeitas que requereu imensa investigação e dedicação.
Excelente, amigo.
Abraço de respeito pelo seu talento profundo e magistral.
Sempre a admirá-lo e a respeitá-lo
pena
Concebe o encanto nas salas e telas dos sonhos.
Bem-Haja, pela sua magia no meu blogue.
MUITO OBRIGADO agradecido.
Adorei o que escreveu de forma notável e fantástica.
Caro Júnior
Merci pelas preciosíssimas informações sobre esse mágico mundo do cinema...
Avanti!
de renart
Lindíssimo!
RED SHOES IS AMAZING!
Bom dia,amigo!Adorei tudo,o texto,as fotos,o vídeo.Muito bacana,a Arte sempre muito "rica".Sua sensibilidade com ela é bastante visível.Bjuxssss.....
opa muito bom e vc como vai? abração
"Friend" vc é 10 e colore o mundo com sua inteligência e BELEZA. Saudades. Bjs
Antonio,
Nunca assisti a esse filme! Mas com este texto tão envolvemente, que é mesmo a sua marca e a bela fotografia da película, fico com a imensa vontade de vê-lo.
Abraço e bom fim de semana!
Oi, Antonio :) Eu sou fascinada por filmes antigos, mas confesso que desconhecia esse. Fiquei com uma vontade enorme de assistir. Ainda mais pelo espetáculo artístico. :D
Ótima dica.
Bjs ;)
Uma grande obra prima mesmo, um fascinio enorme por filmes antigos...
abraço
Philip Rangel
http://entrandonumafria.blogspot.com/
Eu simplesmente amo esse filme. E o Scorsese também, né? Ótima lembrança amigo!
Filme belíssimo, mas vi faz muito tempo, ainda na era do VHS. Está na hora de rever em condições melhores.
Abs
Ótimo texto, Antônio! E taí um filme que merece urgentemente uma edição decente em Blu-Ray aqui no Brasil...
Adorei o que li sobre o filme, assisti ao trailler também!!!! Sabe como consigo esse filme pra assistir e se tem versão com legenda ou tradução?
Adoro filmes antigos, e adoro musicais, e adoro o seu blog, pena que não tenho tanto tempo agora pra visitá-lo mais vezes, estou em fase final na faculdade, monografia... Aí fico com a vida ainda mais corrida.
Sucesso e felicidade sempre pra você!
Grande beijo.
De acordo. Um tour de force cinematográfico, e um poderoso drama romântico também.
quero muito ver esse filme, powell e pressburger são excelentes! cumprimentos
Antonio,
voce assistiu a primeira versao (inglesa) de "Gaslight" com Walbrook no papel (depois) de Boyer???? Muito, muito interessante...
Antônio,
Se Os Sapatinhos Vermelhos fica em sexto lugar, quais seriam os outros cinco musicais que vc listaria na frente? Taí uma sugestão para post de musicais (se é que você já não o escreveu).
Gde Abraço.
Oi meu querido passando pra desejar uma linda semana, que ela seja abençoada, e iluminada, com todas as cores possivéis, beijos grandes..
Belo texto. Parabéns!
Abraços
Grande espetáculo de Powell e Pressburger e presença marcante de Moira. Clássico!
Bem-Haja, admirável amigo cinéfilo.
É mágico e sublime no que concebe.
Parabéns.
Abraço amigo de respeito.
Com admiração sempre e constante.
pena
Excelente.
É fantástico na magia que transmite da Tela dos Sonhos.
Parabéns renovados.
Adorei.
Desde olançamento de Cisne Negro no início do ano, quando o Aronofsky se disse altamente influenciado por esse filme (uma referência evidente, diga-se) que eu quero ver o filme, mas estou adiando até agora. Espero que esse seu post seja um incentivo para eu vê-lo logo, logo.
Um dos maiores musicais da história.
Inesqecível...
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