outubro 17, 2021

**************** F. W. MURNAU: LUZ e SOMBRAS



Considerado o mais importante diretor do cinema mudo, dirigiu dezessete filmes na Alemanha e quatro nos Estados Unidos. Oito deles se perderam. Mestre da luz e das sombras, batizado de “o maior poeta que a tela já conheceu” pelo diretor francês Alexandre Astruc, F. W. MURNAU (1888 – 1931. Bielefeld, North Rhine-Westphalia / Alemanha) foi pioneiro ao explorar novas técnicas de filmagem. Inclusive, foi o primeiro a libertar a câmera de uma postura estática.
 
Cheio de imaginação e também extremamente musical. Quieto, altruísta, elegante e cosmopolita, mas ao mesmo tempo reservado e arrebatado pelos próprios pensamentos. Era, apesar de seus muitos amigos, entre eles a estrela Greta Garbo, um solitário. Influenciado pela literatura, teatro e artes plásticas, desenvolveu uma linguagem diferenciada. Seus filmes penetram no mundo psíquico dos personagens, registrando experimentações em movimentos de luz.  

Antes de se tornar cineasta, estudou filosofia, literatura, música e história da arte nas universidades de Heidelberg e Berlim. Frequentou a escola de arte dramática de Max Reinhardt, que influenciou o seu estilo cinematográfico pelas ideias deste sobre iluminação e cenografia. O próprio F. W. MURNAU afirmou que o cinema deve ser um “teatro para os olhos” e que a relação entre personagens e câmera é “um elemento na sinfonia do filme”. A experiência teatral deu ao diretor um toque diferenciado ao lidar com performances. Evitando a atuação exagerada, ele encorajou um estilo de interpretação mais naturalista, fazendo seus atores transmitirem uma profunda vida interior e tirando o melhor deles.
 
Curioso e aventureiro, viajou muito, aprendendo com outras culturas e interagindo com a comunidade cinematográfica internacional. Essas experiências enriqueceram sua filmografia. Combinando conhecimento e inovação, refilmava cenas diversas vezes. Via o cinema como arte e a câmera como uma ferramenta do artista: “o lápis de desenho do diretor.
 
Nasceu Friedrich Wilhelm Plumpe, em Bielefeld, adotando o sobrenome Murnau em homenagem à cidade homônima da Baviera, no Sul da Alemanha, um polo de arte e berço de talentos do expressionismo, onde conheceu seu primeiro namorado. Sua concepção cinematográfica foi influenciada pela pintura alemã do século XIX, cujas paisagens e estilo transferiu para as suas imagens. As suas fitas, tanto as de temática fantástica como as mais realistas, caracterizam-se pela beleza e requinte da encenação, por uma sensibilidade aguçada e pela vocação do trágico.
hans ehrenbaum-degele

Desde sempre ele se interessou por rapazes. Seu primeiro companheiro foi o belo e rico escritor judeu Hans Ehrenbaum-Degele, cujos pais aceitaram sem reservas o relacionamento homossexual. Os dois se conheceram em 1909, em Berlim, onde cursaram a universidade. Juntos, continuaram seus estudos literários e filosóficos em Heidelberg. Um namoro intenso e inspirador, ambos dedicados totalmente à arte, mas Hans morreu em combate em Narev, Império Russo, em 1915, na Primeira Guerra Mundial, aos 25 anos.
 
Na guerra, F. W. MURNAU foi oficial de infantaria e piloto, sobrevivendo a oito acidentes, sem ferimentos graves. Um deles danificou seu fígado gravemente e nunca mais foi capaz de beber álcool. De volta a Alemanha, fundou seu estúdio com o ator Conrad Veidt, estreando como diretor em “Esmeralda da Morte / Der Knabe in Blau” (1919), inspirado em pintura de Thomas Gainsborough. O filme seguinte, “Satanas / Idem” (1920), foi produzido por Robert Wiene. Dirigiu “Der Januskopf” (1920) e “O Castelo Vogelod / Schloss Vogelod” (1921). Infelizmente, alguns foram perdidos para sempre.
 
Após a morte de Ehrenbaum-Degele, conhecemos apenas mais uma relação íntima do cineasta alemão, a com o talentoso pintor Walter Spies. Os dois se conheceram na primavera de 1920 em Berlim. Depois de várias viagens juntos, em agosto de 1923 Spies deixa a Alemanha para realizar seu sonho e se estabelecer em Java e depois em Bali. Suas cartas levaram MURNAU a fazer o mesmo anos depois. Infelizmente, os amantes nunca mais voltaram a se encontrar.
mary philbin e murnau em 1925

O realizador se dedicava com paixão à fotografia, principalmente de nus masculinos. Seus modelos eram jovens que posam nos juncos do rio Havel ou nas praias arenosas dos canais de Brandemburgo. Na Califórnia e nos mares do Sul, o pano de fundo são piscinas, veleiros e praias. O seu legado contém cerca de 200 fotografias tiradas entre 1924 e 1929.
 
Como cineasta, começou a se destacar a partir de Nosferatu”, horror gótico que marcou época por suas inovações técnicas e efeitos especiais. Baseado sem permissão no “Drácula, de Bram Stoker, foi acusado de plágio pela viúva de escritor e processado pelo uso não autorizado do romance. Um tribunal inglês ordenou que todas as cópias e negativos do longa fossem destruídos. Felizmente, isso não foi aplicado na Alemanha.
 
“A Última Gargalhada” estabeleceu F. W. MURNAU como um diretor formidável. Nunca antes sua técnica revolucionária de mover a câmera ao longo de ruas e corredores, subindo e descendo escadas, foi tão eficazmente empregada como nesse drama de um idoso porteiro de hotel. A fama de diretor atravessou o Atlântico e as suas inovações técnicas impressionaram os produtores de Hollywood. Em 1926, a Fox ofereceu um contrato que lhe permitia levar sua equipe alemã.
george o´brien fotografado por murnau

Permaneceu sob contrato até 1929 e realizou três filmes: “Aurora”, “Os Quatro Diabos / 4 Devils (1928) e “O Pão Nosso de Cada Dia”. O primeiro é considerado um dos maiores já feitos, para muitos o melhor filme mudo de Hollywood. É uma trama corriqueira de triângulo amoroso, mas cineasta aproveitou ao máximo, construindo cenários elaborados e criando um visual fascinante. À frente de seu tempo, foi um fracasso de bilheteria.
 
Controlado pela Fox nos dois filmes seguintes, livrou-se do contrato e jogou sua sorte com o documentarista Robert Flaherty, famoso por “Nanook, o Esquimó / Nanook of the North” (1922), com quem viajou para os mares do sul em 1931 para fazer “Tabu. A dupla discordou sobre o desejo de Flaherty de fazer um documentário com foco antropológico. A intenção de MURNAU era uma história de amor fictícia. E assim foi. Sem estrelas, os papéis foram interpretados por habitantes locais. Para financiar o filme, ele investiu sua fortuna e pediu dinheiro emprestado, endividando-se. Felizmente, a Paramount ficou entusiasmada com o filme e ofereceu-lhe um contrato de dez anos.

Uma semana antes da estreia, ele morreu em um acidente automobilístico em Santa Bárbara, na Califórnia. Estava sendo conduzido na Pacific Coast Highway pelo seu criado e amante, o belo Garcia Stevenson. Sem aviso, um caminhão mudou para a pista em sentido contrário. O condutor desviou o Packard para evitar uma colisão frontal, o carro bateu em um barranco e capotou. Os ferimentos de todos foram leves, mas F. W. MURNAU fraturou o crânio e morreu no hospital na manhã seguinte. Tinha 42 anos.
walter spies

Sucesso de bilheteria, “Tabu” acabou sendo o maior - e único – êxito comercial do diretor nos Estados Unidos. Seu cadáver foi embalsamado e enviado a Alemanha. No cemitério de Stanhsdorf, nas redondezas de Berlim e no meio do bosque, um grupo presenciou a cerimônia fúnebre, entre eles Fritz Lang, Erich Pommer, G. W. Pabst, Robert J. Flaherty, Emil Jannings e Greta Garbo. Pouco depois, Charlie Chaplin declarou que foi o melhor artista que a Alemanha enviou a Hollywood”, enquanto Fritz Lang afirmou que “um pioneiro nos deixou no meio de sua criatividade”.
 
Profanado nos anos 1970, o túmulo foi novamente arrombado em 2015 e o crânio roubado. Alguns detalhes indicavam um ritual satânico. Segundo o administrador do cemitério, a cabeça de MURNAU, envolta em um sudário, encontrava-se bem conservada, reconhecível, e ainda tinha cabelos e dentes.
 
Uma aura de mistério permanece em torno da figura de FRIEDRICH WILHELM MURNAU. Algo indefinível, impenetrável, esconde-se em seus filmes, quase como se quisesse se revelar tanto em sua arte quanto em sua vida privada. Afinal, era um elegíaco, um narrador de paraísos perdidos, de felicidade fracassada. Simpatizava com os perdedores, com os ingênuos, mas também com os valentes e os belos. Seus 21 filmes revelam um sentimento de intimidade e tristeza, de vivacidade e arrependimento, de compaixão combinada com breves lampejos de serenidade.
 
nosferatu

10 FILMES de MURNAU
(por ordem de preferência)
 
01
FAUSTO
(Faust: Eine Deutsche Volkssage, 1926)

Elenco: Gösta Ekman, Emil Jannings, Camilla Horn, Frida Richard, William Dieterle e Yvette Guilbert

Baseado na peça de Goethe, um idoso alquimista vê sua cidade ser assolada pela peste negra. Pensando sobre sua própria finitude, evoca o diabo e pede sua juventude de volta. O demônio a garante, em troca da sua alma. É o último filme do diretor na Alemanha.
 
02

AURORA
(Sunrise: A Song of Two Humans, 1927)

Elenco: George O'Brien, Janet Gaynor, Margaret Livingston e Bodil Rosing

Estreia norte-americana do diretor. Na trama, seduzido por uma moça da cidade, um fazendeiro tenta afogar sua mulher, mas desiste no último momento. Esta foge para a cidade, mas ele a segue para provar o seu amor. Vencedor de três Oscar, incluindo Melhor Atriz para Janet Gaynor, é uma obra poética de grande beleza.
 
03

A ÚLTIMA GARGALHADA
(Der Letzte Mann, 1924)

Elenco: Emil Jannings, Maly Delschaft, Max Hiller e Emilie Kurz

O veterano porteiro de um elegante hotel de Berlim sente orgulho do seu trabalho, que faz com dedicação, e se comporta como um general em seu uniforme, sendo tratado com respeito pelos amigos e vizinhos. Entretanto, o novo gerente do hotel o rebaixa a criado do banheiro masculino, provocando um efeito desastroso na sua autoestima.
 
04

NOSFERATU
(Nosferatu, eine Symphonie des Grauens, 1922)

Elenco: Max Schreck, Gustav von Wangenheim, Greta Schröder e Georg H. Schnell

Um dos seus filmes mais conhecidos. Agente imobiliário viaja até os Montes Cárpatos para vender um castelo, cujo cliente é um excêntrico conde, que na verdade é um milenar vampiro. Com extraordinária atuação de Shreck, o diretor faz excelente uso de sombras e silhuetas para criar a aura de uma criatura de outro mundo e transmitir uma sensação paranoica de onipresença maligna.
 
05

O PÃO NOSSO de CADA DIA
(City Girl, 1930)

Elenco: Charles Farrell, Mary Duncan, David Torrence, Anne Shirley e Richard Alexander

Filho de fazendeiros, tendo passado sua vida às voltas com as colheitas de trigo, viaja para Chicago a fim de vender a produção da família, encantando-se por uma garçonete.
 
06

TABU
(Tabu: A Story of the South Seas, 1931)

Elenco: Matahi, Anne Chevalier, Bill Bambridge e Hitu

O pescador de aldeia do Taiti se apaixona por garota escolhida pelos deuses e considerada tabu, o que significa que não poderá se entregar a nenhum homem. Com simplicidade, conta esta história chocante de um amor impossível. Antes de o diretor viajar para Los Angeles com um negativo de filme, Flaherty vendeu-lhe os direitos.
 
07

TARTUFO
(Herr Tartüff, 1925)

Elenco: Emil Jannings, Lil Dagover, Werner Krauss, Rosa Valetti e Camilla Horn        

Jannings cria um tipo inesquecível, um fanático religioso libidinoso, nesta tragicomédia sobre uma governanta manipuladora, que maltrata um velho, cuja herança espreita. O sobrinho dele, percebendo o plano diabólico, arma uma cilada para desmascará-la.

 
08

FANTASMA
(Phantom, 1922)

Elenco: Alfred Abel, Frida Richard, Aud Egede-Nissen, Hans Heinrich von Twardowski, Lya De Putti e Lil Dagover

Um escrivão público, humilde, apaixona-se por uma rica mulher dona da carruagem que o atropelou. Por fim, ele encontra uma sósia da amada num cabaré. Essas duas mulheres transformarão o seu mundo de maneira irreversível.
 
09

TERRA em CHAMAS
(Der Brennende Acker, 1922)

Elenco: Werner Krauss, Eugen Klöpfer, Vladimir Gajdarov, Lya De Putti e Alfred Abel

Quando um agricultor morre, seu filho permanece em suas terras, porém não está satisfeito e aceita um trabalho com um velho conde. Sua ambição leva-o a se envolver com a única filha do patrão. Mas, quando descobre que a esposa de seu chefe herdará terras, sua ganância fala mais alto.
 
10

CAMINHADA NOITE ADENTRO
(Der Gang in die Nacht, 1921)

Elenco: Olaf Fønss, Erna Morena, Conrad Veidt e Gudrun Bruun Stephensen

A história fala de um médico ocupado demais para dar atenção à sua noiva. Ele se encanta por uma dançarina, abandona tudo e vai com ela morar no campo. Tudo vai bem até o aparecimento de um misterioso pintor cego. A sempre criativa direção de F. W. MURNAU se destaca, principalmente pela rica composição dos enquadramentos e pelo aproveitamento criativo da profundidade de campo.

GALERIA de FOTOS


outubro 03, 2021

************* MANSÕES de ESTRELAS de CINEMA




para Marc Mendonça, meu mano
 
 
Los Angeles é a cidade da indústria cinematográfica norte-americana. Entre suas infinitas colinas, desfiladeiros e litoral, celebridades construíram mansões. A casa palaciana do casal de atores mais famosos do cinema mudo, Mary Pickford e Douglas Fairbanks, era o sonho de muita gente e foi apelidada de “Pickfair”. Na época, nos anos 20, a revista “Life Magazine” a definiu como “local de reunião apenas um pouco menos importante do que a Casa Branca ... e muito mais divertido”.
 
Considerada como o reduto da superficialidade e moradia de alguns dos maiores excêntricos do mundo, Los Angeles está sempre se renovando. Sendo assim, residências monumentais vêm e vão. Algumas se perdem em incêndios, outras na especulação imobiliária. Selecionei dezesseis luxuosas mansões de estrelas e astros de Hollywood. Quase todas em Los Angeles, mas há uma ou outra em cidades próximas e uma vila em Roma, Itália, da diva Sophia Loren. Confira.
 
01
AUDREY HEPBURN
(1929 – 1993. Ixelles, Bruxelas / Bélgica)

A estrela de “A Princesa e o Plebeu / Roman Holiday” (1953) viveu na elegante casa colonial em 100 Delfern Drive, Holmby Hills, com seu primeiro marido, o ator Mel Ferrer. Construída em 1938, é tradicional e requintada. O vasto terreno inclui a majestosa casa principal, outra de hóspedes, apartamento para funcionários, quadra de tênis, jardins, piscina e escadaria imponente palaciana. Projetada pelo arquiteto Paul R Williams, que garantiu que a residência atemporal impressionaria por muitos anos, foi vendida em 2019 por um preço impressionante: US $ 11 milhões.


02
CARY GRANT
(1904 – 1986. Horfield, Bristol, Inglaterra / Reino Unido)

O palacete de um andar, construído em 1934, é belo e repleto de luz natural, combinando design contemporâneo com toques históricos. De pisos de madeira a lareiras de porcelana, portas em estilo Crittall com estrutura de aço a tetos com painéis. São oito quartos e 10 banheiros, além de academia, escritório, uma sala deslumbrante com teto de madeira e um bar. A maioria dos quartos está disposta ao redor do quintal. Há uma piscina e um amplo deck na cobertura que oferece vistas de Los Angeles. O charmoso astro de “Ladrão de Casaca / To Catch a Thief” (1955) viveu nesta mansão durante muito tempo, atualmente pertence a cantora Betty Moon.


03
ELVIS PRESLEY
(1935 – 1977. Tupelo, Mississippi / EUA)

O cantor e ator de “Ama-me com Ternura / Love Me Tender” comprou Graceland, em Memphis, Tennessee, em 1957. A mansão em estilo colonial, construída em 1939, tem 23 quartos, quadra e jardins, além do lendário portão de ferro com notas musicais. O sofá da sala foi estofado em tecido azul elétrico e as paredes pintadas de azul dresden. A sala da selva é um dos cômodos mais famosos, projetada para lembrar o Havaí. Com a morte de Elvis, em 1977, a propriedade passou a ser de sua filha, Lisa Marie Presley. Em 1982, aberta ao público, tornou-se a segunda casa mais visitada dos EUA, com mais de 650 mil visitantes anuais, perdendo apenas para a Casa Branca. Em 2006, foi tombada como monumento histórico.


04
FRANK SINATRA
(1915 – 1998. Hoboken, New Jersey / EUA)

Com linhas elegantes, esta maravilha modernista é conhecida como Byrdview. Localizada na Avenida Farralone, em Los Angeles, pertenceu ao cantor e ator de “Deus Sabe Quanto Amei / Some Came Running” (1958), que morou nela nas décadas de 50 e 60. É uma relíquia, um pedaço da história da arquitetura e da arte. Projetada pelo lendário William Pereira, foi uma das quatro casas que ele construiu. Em toda a mansão de sete quartos, há janelas do chão ao teto que enchem a casa com luz natural. A propriedade inclui espaço para 100 carros na entrada - espaço mais do que suficiente para festas de arromba!


05
GINGER ROGERS
(1911 – 1995. Independence, Missouri / EUA)

Em uma estrada sinuosa, na Appian Way, 8782, esta vila em estilo espanhol foi construída para a premiada comediante e dançarina de “O Picolino / Top Hat” (1935) e seu então marido, o ator Lew Ayres. Perfeitamente posicionada, a linda residência oferece vistas panorâmicas de Los Angeles. Seus portões se abrem para um pátio repleto de folhagens exuberantes e oliveiras perfumadas. Possui cinco quartos e quatro banheiros. Foi vendida pela última vez em 2015.


06
JAMES DEAN
(1931 – 1955. Marion, Indiana / EUA)

Situada em Hollywood Hills, na 6225 Quebec Drive, nesta vila em estilo espanhol vivia o mito de “Juventude Transviada / Rebel Without a Cause” (1955) antes da fama. O aspirante a ator morava na suíte do andar de baixo, trabalhando como zelador do produtor Hal B Wallis. A propriedade fica em um gigantesco terreno, com a suíte de hóspedes, onde Dean morou, localizada abaixo da casa principal. Até hoje é mantida como alojamento privado para hóspedes. O antigo quarto do ator icônico tem sua própria área de estar espaçosa, além de uma lareira. A vila foi vendida em 2018.

 
07
JAMES STEWART
(1908 – 1997. Indiana, Pensilvânia / USA)

O carismático ator de A Felicidade Não se Compra / It's a Wonderful Life” (1946) viveu nessa mega-mansão por cinco décadas. Situada na cobiçada North Roxbury Drive, no coração de Beverly Hills, ao norte de Sunset Boulevard, tem estilo italiano. Cintilante e grandiosa, abriga nove quartos, 13 banheiros, uma biblioteca, uma sala de projeção, adega de mil garrafas, sala de lazer, academia, sauna e lareiras a lenha. Cada quarto possui janelas amplas, tetos altos, pisos de nogueira e tapetes orientais.


08
JAYNE MANSFIELD
(1933 – 1967. Bryn Mawr, Pensilvânia / EUA)

Em 1957, antes de se casar com Mickey Hargitay, a atriz de “Sabes o que Quero / The Girl Can't Help It” (1956) comprou uma mansão que havia pertencido ao ator e cantor Rudy Vallee. Conhecida por sua extravagância, ela mandou pintar tudo de rosa, sua cor favorita, e destacou detalhes como uma banheira em formato de coração e paredes do banheiro revestidas de pelúcia cor-de-rosa. Batizada de Palácio Rosa, Jayne viveu nele até sua morte em 1967. Em 2002, foi demolida. Localizava-se no ‎10100 Sunset Boulevard, Holmby Hills, Los Angeles.


09
JUDY GARLAND
(1922 – 1969. Grand Rapids, Minnesota / EUA)

No alto de Hollywood Hills, acima da Sunset Strip, esta casa espetacular foi construída em 1941. Em meados da década de 1940, a talentosa cantora e atriz de Nasce Uma Estrela / A Star is Born” (1954) vivia nela com o marido, o excelente diretor Vincente Minnelli, e a filha Liza. Possui piso de madeira escura, tetos altos e portas francesas que se abrem para varandas. Distribuída em três andares e projetada pelo famoso arquiteto John Elgin Woolf, pertenceu mais adiante ao cantor Sammy Davis Jr.. É um oásis! Tem cinco quartos e sete banheiros. Além da casa principal em estilo art déco e da casa da piscina, abriga um pomar e jardins extensos.


10
MARILYN MONROE
(1926 - 1962 Los Angeles, Califórnia / EUA)

Nas Hollywood Hills, em 2393 Castilian Drive, fica a mansão da lua de mel da estrela de “O Pecado Mora ao Lado / The Seven Year Itch” (1955) e Joe DiMaggio. Conhecido por seu relacionamento turbulento, o casal nela viveu pouco tempo. A estética rústica se destaca. Um terraço ensolarado atrás de enormes portas duplas com vista para um desfiladeiro. A piscina fica no fundo do jardim, cercada por árvores.

 
11
MARLON BRANDO
(1924 – 2004. Omaha, Nebraska / EUA)

A Laurel View Residence primeiro pertenceu a dançarina Ann Miller e depois ao protagonista de “Uma Rua Chamada Pecado / A Streetcar Named Desire” (1951). Projetada por AF Leicht, combina a arquitetura da Renascença francesa e do Renascimento espanhol. Enormes janelas emolduram panoramas majestosos. A decoração é tão especial quanto o próprio edifício, ostentando imponentes lareiras de pedra e piso em estilo toscano. Esta propriedade com torres, quartos octogonais e detalhes neogóticos, foi vendida no início deste ano.


12
MARY PICKFORD
(1892 – 1979. Toronto, Ontario / Canadá)

Inicialmente um chalé de caça, localizado na 1143 Summit Drive, em San Ysidro Canyon, Beverly Hills, foi reformada pelo célebre casal Mary Pickford e Douglas Fairbanks, sendo transformada em uma suntuosa mansão de quatro andares, contendo 25 quartos e uma quadra de tênis. Na década de 1930, ampliada, elevou o número de quartos para 42. Após o divórcio da dupla, em 1936, a casa ficou em poder da atriz de “A Mulher Domada / Taming of the Shrew” (1929), que lá morou até sua morte, em 1979. Na década de 80, foi vendida para a italiana Pia Zadora. Ela optou por demolir a mansão e construir um palácio estilo veneziano no lugar. Atualmente, apenas algumas áreas, como os portões e a piscina, são originais


13
RUDOLPH VALENTINO
(1895 – 1926. Castellaneta, Puglia / Itália)

Primeiro símbolo sexual do cinema, o astro de “Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse / The Four Horsemen of the Apocalypse” (1921) comprou a mansão localizada na Bella Drive, em Beverly Hills, em 1925 para viver com sua segunda esposa, Natacha Rambova. Grandiosa, projetada por Wallace-Neff, foi construída em 1924 e ocupava três hectares nas colinas íngremes do Benedict Canyon. Chamada de Falcon Lair”, em homenagem ao filme que ele e Rambova esperavam fazer juntos, baseado na vida de El Cid, o lendário guerreiro espanhol, ainda hoje apresenta o letreiro no portão. Com o divórcio, ele viveu nela um ano. Em 1926, entrou em coma e morreu. Tinha apenas 31 anos. A milionária Doris Duke comprou a mansão e morou nela até 1993. A propriedade foi renovada em 2003 e demolida em 2005.


14
SHARON TATE
(1943 – 1969. Dallas, Texas / EUA)

A fama da propriedade nas montanhas de Santa Mônica, em Cielo Drive, veio das páginas policiais, devido ao brutal assassinato da atriz de A Dança dos Vampiros / Dance of the Vampires” (1967), Sharon Tate, pelos membros da seita de Charles Manson, em 1969. A mansão pertenceu à estrela francesa Michèle Morgan, que mandou construí-la em 1942. Com o final da Segunda Guerra, ela retornou à sua terra natal e vendeu a propriedade. Roman Polanski e Sharon se mudaram para a residência em 1969. Alguns meses depois, no dia 9 de agosto, os seguidores de Manson invadiram o local e mataram a atriz, grávida de nove meses, e quatro amigos seus. Polanski encontrava-se na Europa, a trabalho. O último residente da mansão foi Trent Reznor, da banda “Nine Inch Nails”, que terminou demolida em 1994.


15
SOPHIA LOREN
(1934. Roma / Itália)

O palacete Villa Sara, do século 16, localizado perto de Roma, é o lar da estrela de Os Girassóis da Rússia / I Girasoli” (1970) desde a década de 50. Comprado em 1952 por seu futuro marido, o produtor Carlo Ponti, foi restaurado pelo arquiteto e paisagista Imerio Maffeis e decorado por Ezio Altieri. O quarto do casal apresenta afrescos das quatro estações, que foram transferidos de outro cômodo da casa, e cama Luís XVI, além de inúmeras e preciosas obras de arte.


16
YVETTE MIMIEUX
(1942. Hollywood, Los Angeles, Califórnia / EUA)

Uma das casas mais bonitas de Bel Air, pertence à Yvette Mimieux e seu marido, Howard Ruby. O casal a comprou em 1979 e manteve seu estilo mediterrâneo requintado. Conhecida como “Il Sogno” e datada de 1928, foi inspirada nas vilas da Costa Amalfitana, na Itália. Grandiosa e opulenta, está equipada com tetos pintados à mão, lareiras de pedra, mármore verde e grandes janelas. Há seis quartos, uma biblioteca, um salão de festas e uma sala de jantar desenhados por Kalef Alaton, responsável pelo icônico Hotel Bel-Air. Cada espaço é preenchido com tapetes persas e pinturas clássicas. Com piscina, fontes, jardins e árvores selecionadas por David Jones, o paisagista de Jackie Kennedy e Elizabeth Taylor. A atriz de “Luz na Praça / Light in the Piazza” (1962) colocou a mansão à venda este ano.