novembro 22, 2014

********* OSCAR 2015 – PREVISÕES PREMATURAS

joaquin phoenix em “vício inerente”



Os indicados ao OSCAR 2015 serão anunciados no dia 15 de janeiro. Com a proximidade da data, começam as especulações e os favoritos despontam. Realizada no Teatro Dolby, em Hollywood, dia 22 de fevereiro, a cerimonia será transmitida ao vivo para 225 países.

Mesmo com possíveis concorrentes ainda inéditos nos cinemas nacionais, o blog O FALCÃO MALTÊS aposta suas fichas, escolhendo dez filmes, dez atrizes e dez atores. Veja a lista abaixo. Qual a sua opinião e os seus favoritos?

MELHOR FILME

Exibido pela primeira no Festival de Cannes, onde venceu o premio de Melhor Direção, “Foxcatcher: Uma História que Chocou o Mundo”, até o momento é o grande favorito. Bennett Miller, conhecido por “Capote / Idem” (2005) e “O Homem que Mudou o Jogo / Moneyball” (2011), ambos indicados ao Oscar, volta ao tema do esporte, baseando-se em fatos reais. Narra a sombria e trágica história da relação entre o excêntrico multimilionário John du Pont, que forma uma equipe para treinar para os Jogos Olímpicos de Seul em 1988 em seu novo centro de treinamento, e os irmãos Mark e Dave Schultz, campeões olímpicos de luta. Nos papéis de Mark, seu irmão Dave e Du Pont, Channing Tatum e dois impressionantes Mark Ruffalo e Steve Carell, respectivamente.

GRANDES OLHOS
(Big Eyes)

direção de Tim Burton
Drama com Christoph Waltz, Amy Adams,
Krysten Ritter e Terence Stamp


CAMINHOS da FLORESTA
(Into the Woods)

direção de Rob Marshall
Fantasia com Emily Blunt, Johnny Depp,
Meryl Streep e Chris Pine


FOXCATCHER: uma HISTÓRIA que CHOCOU o MUNDO
(Foxcatcher)

direção de Bennett Miller
Cinebiografia com Steve Carell, Channing Tatum,
Mark Ruffalo e Vanessa Redgrave


GAROTA EXEMPLAR
(Gone Girl)

direção de David Fincher
Thriller com Ben Affleck, Rosamund Pike
e Neil Patrick Harris


JAMES BROWN
(Get on Up)

direção de Tate Taylor
Cinebiografia com Chadwick Boseman, Nelsan Ellis,
Dan Aykroyd e Viola Davis


O GRANDE HOTEL BUDAPESTE
(The Great Budapeste Hotel)

direção de Wes Anderson
Comédia com Ralph Fiennes, F. Murray Abraham,
Mathieu Amalric, Adrien Brody, Willem Dafoe,
Jeff Goldblum, Harvey Keitel, Jude Law,
Bill Murray, Edward Norton, Saoirse Ronan,
Léa Seydoux, Tilda Swinton e Tom Wilkinson



INTERESTELAR
(Interstellar)


direção de Christopher Nolan
Fiçcao-Científica com Matthew McConaughey, Anne Hathaway,
Jessica Chastain, Ellen Burstyn, Michael Caine
e Wes Bentley




O JOGO da IMITAÇAO
(The Imitation Game)

direção de Morton Tyldum
Cinebiografia com Benedict Cumberbatch, Keira Knightley,
Matthew Goode e Charles Dance


SR. TURNER
(Mr. Turner)

direção de Mike Leigh
Cinebiografia com Timothy Spall, Paul Jesson
e Dorothy Atkinson


VÍCIO INERENTE
(Inherent Vice)

direção de Paul Thomas Anderson
Comédia com Jena Malone, Reese Witherspoon,
Joaquin Phoenix, Josh Brolin, Benicio Del Toro
e Owen Wilson


MELHOR ATRIZ

Será que dessa vez Amy Adams leva a estatueta? Depois de cinco indicações e nenhuma vitória, há boas possibilidades dela receber a sua sexta indicação, agora por interpretar um personagem real - algo que a Academia adora. Mas a sensacional veterana Julianne Moore também está na corrida ao OSCAR 2015 por duas elogiadas interpretações: Havana Segrand, atriz neurótica e decadente em “Mapa para as Estrelas”, e Dra. Alice Howland, que sofre com Alzheimer precoce em “Still Alice”. Ela levou o premio de Melhor Atriz no Festival de Cannes pelo drama bizarro de David Cronenberg. Moore também é um típico caso de injustiça: quatro indicações e nenhuma estatueta. Há quem diga que esse é o seu momento.

AMY ADAMS

GRANDES OLHOS
(Big Eyes)
direção de Tim Burton

FELICITY JONES

A TEORIA de TUDO
(The Theory of Everything)
direção de James Marsh

JESSICA CHASTAIN

O DESAPARECIMENTO de ELEANOR RIGBY
(The Disappearance of Eleanor Rigby)
direção de Ned Benson

JESSICA LANGE

THE GAMBLER
direção de Rupert Wyatt

JULIANNE MOORE

STILL ALICE
direção de Richard Glatzer e Wash Westmoreland
MAPA PARA as ESTRELAS
(Maps to the Stars)
direção de David Cronenberg

KEIRA KNIGHTLEY

MESMO se NADA DER CERTO
(Begin Again)
direção de John Carney

MAGGIE SMITH

MY OLD LADY
direção de Israel Horovitz

MARION COTILLARD

ERA uma VEZ em NOVA YORK
(The Immigrant)
direção de James Gray

REESE WITHERSPOON

A BOA MENTIRA
(The Good Lie)
direção de Philippe Falardeau

SHIRLEY MACLAINE

ELSA & FRED
direção de Michael Radford

MELHOR ATOR

Os especialistas se dividem entre os britânicos Benedict Cumberbatch e Timothy Spall. O primeiro tem a responsabilidade de interpretar um matemático homossexual que solucionou um dos códigos que ajudaram a acabar com a II Guerra Mundial. A passagem de “O Jogo da Imitação” pelo Festival de Toronto foi estrondosa e o protagonista transformou-se em forte candidato ao OSCAR 2015. Também muito elogiado, Spall interpreta o pintor inglês J.M.W. Turner, um dos pioneiros do movimento impressionista. Ele ganhou o premio de Melhor Ator em Cannes e foi nomeado para o European Film Awards.

AL PACINO

MANGLEHORN
direção de David Gordon Green

BENEDICT CUMBERBATCH

O JOGO da IMITAÇÃO
(The Imitation Game)
direção de Morton Tyldum

CHADWICK BOSEMAN

JAMES BROWN
(Get on Up)
direção de Tate Taylor

CHRISTOPHER PLUMMER

ELSA & FRED
direção de Michael Radford

JOAQUIN PHOENIX

VÍCIO INERENTE
(Inherent Vice)
direção de Paul Thomas Anderson

MICHAEL FASSBENDER

MACBETH
direção de Justin Kurzel

MICHAEL KEATON

HOMEM-PÁSSARO
(Birdman)
direção de Alejandro González Iñárritu

RALPH FIENNES

O GRANDE HOTEL BUDAPESTE
(The Great Budapest Hotel)
direção de Wes Anderson

TIMOTHY SPALL

SR. TURNER 
(Mr. Turner)
direção de Mike Leigh

VIGGO MORTENSEN

As DUAS FACES de JANEIRO
(The Two Faces of January)
direção de Hossein Amini
  

novembro 15, 2014

***************** GINGER & FRED, DUPLA de OURO



Eles tinham uma química inigualável e são reconhecidos como a dupla mais famosa do musical cinematográfico. Entretanto, odiavam-se. FRED ASTAIRE (1899 - 1987) dizia que GINGER ROGERS (1911 - 1995) era caipira e não conseguia executar passos mais complicados. Ela, por sua vez, irritava-se ao ter sua imagem associada à dele. Alguns anos depois do fim da parceria, declarou: “Eu fazia tudo o que ele fazia, só que de salto alto e para trás”. Nas filmagens de “O Picolino”, Fred teve uma crise de espirros por causa do vestido de penas de avestruz usado pela atriz, mas, para sorte do figurinista, descontou sua raiva na parceira, que apenas usava o vestido. Ele não queria formar uma dupla fixa, depois da longa e bem sucedida parceria com sua irmã Adele, mas o mundo se apaixonou por eles e tiveram que fazer dez filmes juntos. Katherine Hepburn teria dito sobre os dois: “Ele lhe dá classe e ela lhe dá sex-appeal”.

Ele fazia o tipo aristocrata, era magro, um pouco baixo, e estava longe dos padrões de beleza estabelecidos para os galãs de Hollywood, mas isso não impediu que se tornasse uma força nas telas. Os seus números musicais misturavam várias influências, fossem elas clássicas ou inspiradas na cultura de massa da periferia, como sapateado. Perfeccionista, ensaiava muito antes das filmagens e repetia os takes dezenas de vezes até ficar como ele queria. Certa vez, os ensaios chegaram a três meses, com dez horas diárias de trabalho, repetições feitas passo a passo e movimentos de câmara acompanhando a coreografia.

FRED ASTAIRE deu nova emoção à dança. Sua interpretação enriquecia-se pelo que James Cagney chamava de “o toque do vagabundo". Sempre trajado a rigor, seu charme tornou-se lendário. Antes dele, as coreografias dos musicais apareciam através dos recursos cinematográficos: na formação das dançarinas, na montagem e no ângulo da câmera. Quando ele entrou para o ramo, decidiu cortar esses efeitos. A câmera passou a ficar estática, frontal, capturando o corpo inteiro do dançarino e quase não havia cortes. Dizia: “Ou dança a câmera ou danço eu”. O talento, o charme, o perfeccionismo e a sua elegância eram suficientes para hipnotizar.


Nascida no Missouri (EUA), GINGER ROGERS começou a receber aulas de dança e canto muito cedo. Aos cinco anos já aparecia em comerciais impressos. Aos 15 anos ganhou um concurso de dança estilo “Charleston” e, logo depois, juntou-se a um circuito que percorreu os estados do sul e do meio Oeste dos Estados Unidos com seu número “Ginger e os Cabeças-Vermelhas”. Sua mãe, Lela, repórter e escritora, trabalhou como sua empresária e com ela viajou na condição de acompanhante, na verdade para protegê-la de assédios. Lela e o pai da atriz se divorciaram logo após seu nascimento. A mãe, sua principal incentivadora, continuaria a cuidar da carreira da filha até a sua morte, em 1971.

O nome Ginger surgiu, quando ainda menina, a sua prima mais nova não conseguia dizer Virginia e então dizia “Ginja”. Após grande sucesso na Broadway com o musical “Girl Crazy”, de George Gershwin, onde trabalhou ao lado de Ethel Merman, a atriz mudou-se para Hollywood, em 1931. Trabalharia numa série de filmes em vários estúdios, desempenhando o papel de loira objeto de pilhérias, até se firmar na RKO. À parte seus graciosos movimentos de dança, GINGER ROGERS também mostrou sólidas credenciais como artista dramática, conquistando o Oscar de Melhor Atriz em “Kitty Foyle / Idem”, de 1940.


Ele fez sua primeira apresentação no palco aos cinco anos com a irmã Adele, que o acompanhava em revistas musicais nos anos 1920, em Londres. Depois de carreira na Broadway, estreou no cinema em 1933, aparecendo ao lado de Joan Crawford em “Amor de Dançarina / Dancing Lady”. FRED ASTAIRE foi nomeado pelo American Film Institute (AFI) como o quinto maior astro de todos os tempos (Ginger ficou em 14° na eleição feminina), ganhando um Oscar Honorário em 1950, das mãos de Rogers, “por sua arte única e suas contribuições para a técnica dos filmes musicais”. Segundo muitos, o maior dançarino da história do cinema (eu prefiro Gene Kelly), permanece ainda hoje imbatível em termos de criatividade, virtuosismo e elegância. 

Aventurou-se em vários gêneros, mas nada maculou a pureza de sua dança, sozinho ou com parceiras sensacionais como Rita Hayworth, Cyd Charisse ou Leslie Caron.


Na RKO Radio Pictures, de “Voando Para o Rio” (1933) a “A História de Vernon e Irene Castle” (1939), a dupla marcou a década de 1930 encantando as plateias com suas comédias românticas embaladas por belas canções e números vigorosos de dança. Todos os filmes de FRED ASTAIRE e GINGER ROGERS são maravilhosos e seguem uma fórmula: Fred se apaixona por Ginger à primeira vista e, por algum mal-entendido, ela o rejeita até o fim da história, quando ela não resiste aos encantos e cortejos dele, além de seu sapateado, e juntos dançam de forma sublime.

Dois desses musicais se destacam: o primeiro, “O Picolino”, no qual é possível encontrar um dos maiores duetos românticos da história do cinema: a canção “Cheek to Cheek”. Outro número inesquecível desse musical é “Isn’t a Lovely Day?”. O segundo destaque é “Ritmo Louco”, de George Stevens, do qual saíram canções igualmente adoráveis como “Pick Yourself Up” e “The Way You Look Tonight”; e números de dança como “Never Gonna Dance” (talvez o melhor da dupla) e “Bojangles of Harlem”, tributo ao dançarino afro-americano Bill Robinson, que Astaire faz caracterizado como um negro (assim como Al Jolson em “O Cantor de Jazz / The Jazz Singer”, 1927, o que seria considerado ofensivo e inaceitável nos dias de hoje nos quais impera o politicamente correto).

nos anos 1970
Além dos nove filmes na RKO, repetiriam sua parceria mais uma vez em 1949, completando dez filmes juntos, em um luxuoso musical da Metro-Goldwyn-Mayer, “Ciúme, Sinal de Amor”, o único em cores, no qual foi utilizado o Technicolor.


Os 10 FILMES da DUPLA

01
VOANDO para o RIO
(Flying Down to Rio, 1933)
de Thornton Freeland


02
A ALEGRE DIVORCIADA
(The Gay Divorcee, 1934)
de Mark Sandrich


03
O PICOLINO
 (Top Hat, 1935)
de Mark Sandrich


04
ROBERTA
(Idem, 1935)
de William A. Seiter


05
RITMO LOUCO
(Swing Time , 1936)
de George Stevens



06
Nas ÁGUAS da ESQUADRA
(Follow the Fleet, 1936)
de Mark Sandrich


07
VAMOS DANÇAR?
(Shall We Dance, 1937)
de Mark Sandrich


08
DANCE COMIGO
 (Carefree, 1938)
de Mark Sandrich


09
A HISTÓRIA de VERNON e IRENE CASTLE
 (The Story of Vernon and Irene Castle, 1939)
de H. C. Potter



10
CIÚME, SINAL de AMOR
 (The Barkleys of Broadway, 1949)
de Charles Walters