agosto 20, 2016

*** DEBORAH KERR: Uma MOÇA Bem COMPORTADA




Ela tinha cabelos ruivos e olhos azul-esverdeados. Atriz versátil, não se encaixava no molde da mocinha típica decorativa da Hollywood da época. Trabalhou com George Cukor, Michael Powell, Elia Kazan, John Huston, Vincente Minnelli, Otto Preminger, Joseph L. Mankiewicz etc. – nos mais distintos papéis. E fez sob direção de Fred Zinnemann uma das cenas icônicas do cinema, nos braços de Burt Lancaster numa praia, em “A Um Passo da Eternidade”. O erotismo discreto e o talento de DEBORAH KERR (Helensburgh, Escócia. 1921 - 2007) são fundamentais para o filme. Quando ela diz “Ninguém nunca me beijou como você”, acreditamos nela.

Como a britânica Greer Garson, outra estrela contratada da Metro-Goldwyn-Mayer, elas projetam na tela uma classe difícil de encontrar hoje em dia. Refinadas e delicadas, às vezes certinhas e vulneráveis, jamais frágeis. Sensuais, sem exibição, e naturalmente belas. Ao lado de Garson e Jean Simmons, DEBORAKH KERR foi a “atriz inglesa” por excelência da era de ouro de Hollywood, com o negativo e o positivo que este rótulo implica. Muita gente maldosa contava com um escândalo em sua trajetória. Nunca aconteceu. Nem mesmo quando, casada, teve discreto romance com Burt Lancaster durante as filmagens de “A Um Passo da Eternidade”.

Sua fértil carreira mostra que nela borbulha paixão sob o exterior controlado. Indicada seis vezes ao Oscar de Melhor Atriz, não levou a cobiçada estatueta. Concertando a injustiça, em 1994 a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood lhe deu o Oscar Honorário, em reconhecimento a “uma artista de graça e beleza impecáveis, uma atriz dedicada cuja imagem sempre foi sinônimo de disciplina, perfeição e elegância”. Além da formosura, esta atriz de expressivo talento dramático, entregava-se aos personagens. Desses, a professora Anna Leonowens em “O Rei e Eu / The King and I” (1956), ao lado de Yul Brynner, talvez seja lembrado com mais carinho.

Filha de militar, tímida e insegura, com a ajuda de uma tia, estrela do rádio, estreou no teatro londrino aos dezessete anos, no corpo de baile do espetáculo “Prometheus”. Do primeiro papel no cinema, em 1941, como religiosa do Exército da Salvação em “Major Barbara / Idem”, protagonizado por Rex Harrison, aos três personagens em “Coronel Blimp – Vida e Morte / The Life and Death of Colonel Blimp” (1943), em pouco tempo se tornou uma das principais atrizes do cinema britânico. Em “Narciso Negro” (1947), de Emeric Pressburger e Michael Powell (ele confessou em sua autobiografia a paixão que sentia pela atriz), vive a orgulhosa irmã Clodagh, líder de um grupo de freiras que tenta estabelecer um espaço católico em antigo harém no Himalaia. A atuação de DEBORAH KERR cintila.

Reconhecida pelo Círculo dos Críticos de Cinema de Nova York como Melhor Atriz do ano por suas performances neste drama religioso e no thriller “Um Estranho na Escuridão / I See a Dark Stranger” (1946), chama a atenção de Louis B. Mayer, poderoso chefão da M-G-M. Impressionado, ele diz que o sobrenome Kerr rima com estrela, levando-a para Hollywood em 1947, com um dos mais altos salários já pagos pelo estúdio. A estreia acontece ao lado de Clark Gable e Ava Gardner em “O Mercador de Ilusões / The Hucksters”. O fraco roteiro desperdiça um elenco de ouro.

Prestigiada como estrela de primeira grandeza, DEBORAH KERR se sentiu constrangida pela sucessão de papéis em que representava mulheres superficiais, honoráveis e reservadas, muitas vezes quase inúteis, em épicos e aventuras. Ganhando a reputação de “lady” – fina, digna, um pouco gélida -, fez uma legião de fãs. Lutando para superar este rótulo, mostrou disposição para outros personagens. 

No clássico “As Minas do Rei Salomão / King Solomon’s Mines” (1950), filmado em locações na África, ela empolga com sexualidade e vulnerabilidade, trazendo novas dimensões para um filme de ação orientado para o público masculino. No decorrer da trama, tem seu guarda-roupa rasgado em tiras e enfrenta perigos. Um divertimento lindamente filmado, captando a atriz em technicolor e cabelo vermelho flamejante ao vento.

Ao ser emprestada a Columbia Pictures para “A Um Passo da Eternidade”, substituindo Joan Crawford, teve oportunidade de provar sua versatilidade, seduzindo os críticos e chocando o público como Karen Holmes, a infeliz e adúltera esposa de um militar. A cena do beijo apaixonado entre ela e Burt Lancaster na praia do Havaí fez história. A partir daí, deixou um legado de poderosas atuações.

deborah kerr e yul brynner em o rei e eu
Em 1953, estreou na Broadway com a peça “Chá e Simpatia”, de Robert Anderson, fazendo o mesmo papel no cinema sob a direção de Vincente Minnelli: a esposa de professor, simpatizante de um estudante (John Kerr) inseguro da sexualidade. Com discurso homossexual datado, o ousado filme encanta com as performances notáveis de ambos os Kerr (eles não eram parentes). Batendo recordes de bilheteria, ela protagonizou o romântico e charmoso melodrama “Tarde Demais para Esquecer”, ao lado do galã Cary Grant. Remake de “Duas Vidas / Love Affair” (1939), com Charles Boyer e Irene Dunne, inspiraria no futuro outra versão menos bem sucedida, “Segredos do Coração / Love Affair” (1994), com Warren Beatty e Annette Bening.

Ainda na década de cinquenta, DEBORAH KERR brilha no musical “O Rei e Eu”, dublada por Marian Nixon (Maureen O'Hara foi convidada para o papel, mas Yul Brynner exigiu Deborah), e no drama “Vidas Separadas”, adaptação da peça de Terence Rattigan, como uma solteirona solitária alienada por uma mãe dominadora (fabulosa Gladys Cooper). O desempenho, reservado e discreto, comove. Está também muito bem no intimista “O Céu por Testemunha”, sobre freira e fuzileiro juntos em uma ilha no Pacífico durante a Segunda Guerra Mundial. Neste belo filme, a química entre a atriz e Robert Mitchum, aparentemente díspares, é inquietante. No inicio das filmagens, o astro irreverente se preocupou com a fama de “moça bem comportada” da colega. Depois que ela xingou John Huston durante um take, ele caiu na risada e se tornaram amigos (a amizade durou até a morte do ator, em 1997).

deborah e o segundo marido,
peter viertel
“A Noite do Iguana”, de Tennessee Williams, foi outro bom momento da atriz. Faz uma quarentona lésbica, enfrentando Richard Burton, padre depravado e ébrio acusado de seduzir a adolescente Sue Lyon na costa do México. Em 1969, depois de filmar com Elia Kazan e John Frankenheimer, em obras injustamente atacadas pelos críticos, ela decidiu deixar o cinema e morar na Suíça – depois na Espanha -, decepcionada com a sexualidade e a violência em excesso nas telas de então. No período que se seguiu, participou de peças teatrais na Broadway – entre elas, a Prêmio Pulitzer “Seascape” (1975), de Edward Albee - e de um punhado de bem cuidados filmes para a televisão.

Na vida pessoal, casou-se com o inglês Anthony Bartley em 1945, piloto de caça condecorado durante a Segunda Guerra Mundial, divorciando-se em 1959. No ano seguinte, novo casamento com o escritor e roteirista Peter Viertel (Sabotador / Saboteur, de Hitchcock, 1942; Resgate de Sangue / We Were Strangers, de John Huston, 1949; E Agora Brilha o Sol / The Sun Also Rises, de Henry King, 1957), cuja mãe era a melhor amiga de Greta Garbo, ficando com ele o resto da vida. A meiga e inteligente DEBORAH KERR morreu em Suffolk, na Inglaterra, por problemas decorrentes do Mal de Parkinson. Ela, seu marido e o biógrafo dela, Eric Braun, morreram no espaço de cinco semanas, no outono de 2007. Todos aos 86 anos.

a estrela recebendo 
o oscar honorário
A última aparição pública da estrela aconteceu em 1994, ao ser premiada com o Oscar Honorário. Na noite da cerimônia, Glenn Close apresentou a homenagem especial ao seu trabalho, e o público assistiu clipes de seus lendários filmes. DEBORAH KERR apareceu em alinhado modelo azul-turquesa, e recebeu ovação de pé. Timidamente, disse: “Eu nunca estive tão assustada na minha vida, mas me sinto melhor agora, porque eu sei que estou entre amigos. Obrigada por me darem uma vida feliz”. Após a fala emocionada, outra ovação. Foi o adeus oficial a Hollywood.

Uma das suas duas filhas, Francesca Schrapnel, garante que a mãe nunca teve um filme favorito entre tantos que estrelou. A família, no entanto, tem predileção por “O Peregrino da Esperança”, um premiado drama que se passa no interior australiano.

deborah e as filhas francesca 
e melanie jane

Fontes: Deborah Kerr” (1977), de Eric Braun; e “Deborah Kerr – A Biography” (2010), de Michelangelo Capua.

deborah e burt lancaster em a um passo da eternidade

10 FILMES de Miss KERR
(por ordem de preferência)

01
NARCISO NEGRO
(Black Narcissus, 1947)

direção de Michael Powell e Emeric Pressburger
com David Farrar, Flora Robson, Sabu
e Jean Simmons

Melhor Atriz do Círculo dos Críticos de Cinema de Nova York

02
Os INOCENTES
(The Innocents, 1961)

direção de Jack Clayton
com Michael Redgrave, Martin Stephens e Pamela Franklin

03
O CÉU por TESTEMUNHA
(Heaven Knows, Mr. Allison, 1957)

direção de John Huston
com Robert Mitchum

Melhor Atriz do Círculo dos Críticos de Cinema de Nova York

04
TARDE DEMAIS para ESQUECER
(An Affair to Remember, 1957)

direção de Leo McCarey
com Cary Grant e Cathleen Nesbitt

05
A um PASSO da ETERNIDADE
(From Here to Eternity, 1953)

direção de Fred Zinnemann
com Burt Lancaster, Montgomery Clift, Donna Redd
e Frank Sinatra

06
CHÁ e SIMPATIA
(Tea and Sympathy, 1956)

direção de Vincente Minnelli
com John Kerr

07
BOM DIA, TRISTEZA
(Bonjour Tristesse, 1958)

direção de Otto Preminger
com David Niven, Jean Seberg e Walter Chiari

08
VIDAS SEPARADAS
(Separates Tables, 1958)

direção de Delbert Mann
com Rita Hayworth, David Niven, Wendy Hiller
e Burt Lancaster

David di Donatello de Melhor Atriz Estrangeira

09
O PEREGRINO da ESPERANÇA
(The Sundowners, 1960)

direção de Fred Zinnemann
com Robert Mitchum, Peter Ustinov e Glynis Johns
Melhor Atriz do Círculo dos Críticos de Cinema de Nova York

10
A NOITE do IGUANA
(The Night of Iguana, 1964)

direção de John Huston
com Richard Burton, Ava Gardner e Sue Lyon

GALERIA de FOTOS


agosto 06, 2016

*** CREPÚSCULO dos DEUSES: na MISÉRIA - Parte II



Publicado em 5 de junho de 2011, o texto “Crepúsculo dos Deuses: Na Miséria - Parte I” (http://ofalcaomaltes.blogspot.com.br/2011/06/crepusculo-dos-deuses-estrelas-na.html) lista alguns famosos do cinema que perderam tudo o que tinham e terminaram seus dias na pobreza. Na época, expressei o desejo de escrever uma segunda parte. Mais de cinco anos depois, o cinéfilo cearense ERALDO URANO faz a continuação, “honrando o convite que este meu amigo me dá pra escrever um texto pro seu blog, listando mais nomes que ficaram de fora no primeiro texto”.

ANITA EKBERG
(1931 - 2015)

Símbolo sexual da década de 1960, assim conhecida após sua aparição no clássico “A Doce Vida / La Dolce Vita” (1960). Eleita Miss Suécia em 1951, foi para os Estados Unidos representar o país no Miss Universo. Não venceu o concurso, mas ganhou um contrato em Hollywood. Depois do sucesso de “A Doce Vida”, ela permaneceu na Itália. Durante os anos 1970, os papéis tornaram-se menos frequentes e a imprensa noticiou que Anita estaria trabalhando como empregada doméstica. Nessa época, ela engordou muito.

Culpava seu segundo marido, Rick van Nutter, de ter roubado grande parte de seus bens. Ela conseguiu emagrecer e voltou ao cinema como protagonista de um filme medíocre, “A Freira Assassina / Suor Omicidi” (1979). Em 2011, a imprensa revelou que, aos 80 anos, a ex-estrela de cinema teria se visto obrigada a pedir ajuda financeira à Fundação Fellini. Ela passou a viver então em uma residência para idosos, perto de Roma, depois de sofrer uma fratura no fêmur.

BELA LUGOSI
(1882 - 1956)

Um ícone dos filmes de horror, esse ator húngaro ficou famoso interpretando o papel do vampiro em “Drácula / Dracula” (1931). Porém, estereotipado como Drácula, seus papéis foram diminuindo em importância gradativamente até ficar desempregado. Viciado em morfina e metadona e vivendo na semi-pobreza, terminou sua carreira trabalhando para o lendário pior diretor de todos os tempos, Ed Wood.

BOBBY DRISCOLL
(1937 - 1968)

Ator mirim, ganhou um Oscar especial por sua atuação em “Ninguém Crê em Mim / The Window” (1949) e foi o primeiro ator criança a ter contrato exclusivo com os estúdios Disney. Com o seu envelhecimento e a diminuição das ofertas de trabalho, ele se envolveu com drogas, o que por fim arruinou sua saúde e o reduziu à pobreza. Anos de abuso severo de drogas enfraqueceram seu coração e ele morreu sozinho de um ataque cardíaco numa construção desocupada em Nova York, tendo sido sepultado numa sepultura comunitária.

GAIL RUSSELL
(1924 - 1961)

De rara beleza, essa morena de olhos azuis melancólicos e angelicais, enquadrados em um rosto oval perfeito, foi preparada para ser uma das estrelas da Paramount nos anos 1940. Entretanto, durante as filmagens de “O Solar das Almas Perdidas / The Uninvited” (1944), adquiriu o hábito de ingerir bebida alcoólica para anular sua insegurança e medo de palco. O hábito tornou-se vício e seu contrato não foi renovado. 

Ficou com a reputação manchada: envolveu-se em um pretenso adultério com John Wayne e teve problemas com a lei por dirigir embriagada. Casou-se em 1949 com o belo galã Guy Madison, mas o divórcio veio em 1954. Quase sem encontrar mais trabalho como atriz, foi encontrada morta no pequeno apartamento alugado em que vivia, cercada de garrafas de vodka vazias. Desnutrida e envelhecida, não chegou a ver seu último filme, “The Silent Call” (1961), uma produção modesta.

LOUISE BROOKS
(1906 - 1985)

Lendária atriz do cinema mudo, teve uma carreira breve em Hollywood, participando de 24 filmes entre os anos 1925 e 1938. Sua imagem e atitudes permanecem, no entanto, como símbolo de uma época, e uma de suas características mais lembradas será sempre o corte de cabelo liso e curto, que lançou moda e tornou-se um ícone dos anos 1920.  Uma atriz à frente de seu tempo, era dona de uma beleza incomum e de uma personalidade fortíssima. Deixou Hollywood e entrou numa lista negra, viajando para a Europa, onde fez seus filmes mais memoráveis, dentre eles “A Caixa de Pandora / Die Büchse der Pandora” (1929). 

Com as portas fechadas em Hollywood decretou falência em 1932 e terminou sua carreira no cinema em 1938. Nos anos seguintes, esquecida pelo cinema e pelo público, ganha seu sustento de várias formas, inclusive como vendedora da loja Sak's Fifth Avenue, por volta de 1946, recebendo 40 dólares por semana, e como “escort”. Na década de 1950, seus filmes foram redescobertos com grande sucesso. Seu status como uma das grandes atrizes e beleza do cinema permanece até hoje.

MARIE PREVOST
(1898 - 1937)

Popular estrela do cinema mudo, com o advento do som sua carreira entrou em declínio. Problemas pessoais levaram-na à depressão, com um aumento de peso crescente e alcoolismo. Morreu aos 38 anos, em Hollywood, de uma combinação de alcoolismo agudo e desnutrição extrema, praticamente sem dinheiro e vivendo em um apartamento em ruínas. Sua morte foi descoberta dois dias depois, quando os vizinhos reclamaram de latidos incessantes de seu cachorro.

MARISA MELL
(1939 - 1992)

Uma figura “cult” de filmes italianos B dos anos 1960, a bela austríaca Marisa Mell é mais conhecida pelo papel em “Perigo: Diabolik / Diabolik” (1968), de Mario Bava. No final dos anos 1980, os papéis no cinema foram desaparecendo e ela voltou para a Áustria. Morreu de câncer de garganta, em situação de pobreza, com apenas alguns amigos presentes no seu funeral.

OLIVE BORDEN
(1906 - 1947)
 

Considerada uma das mais belas atrizes do cinema mudo, era uma das beldades (“bathing beauties”) de Mack Sennett aos 15 anos e atingiu o auge de sua carreira em 1926, quando ela fez 11 filmes da Fox Studios e ganhou US $ 1.500,00 por semana. Apelidada “A Garota da Alegria”, viveu um estilo de vida luxuoso, com mansões, criados e uma dúzia de casacos de peles. Em 1927, ela deixou a Fox depois de uma disputa salarial. 

Como muitas estrelas do cinema mudo, ela teve dificuldade em fazer a transição para os “talkies”. Seu último filme foi feito em 1934. Durante a Segunda Guerra Mundial, trabalhou como enfermeira. Com a idade de 41 ela era uma alcoólatra sem um tostão. Morreu de uma doença do estômago num lar para mulheres carentes em Los Angeles.

TROY DONAHUE
(1936 - 2001)

Ídolo adolescente no final dos anos 1950 e início dos anos 1960, atingiu o estrelato em “Amores Clandestinos / A Summer Place” (1959), com Sandra Dee. Outros filmes destacados em sua carreira foram “No Vale das Grandes Batalhas / Parrish” (1961), com Claudette Colbert e “Candelabro Italiano / Rome Adventure” (1962), com Suzanne Pleshette. Troy e Suzanne se casaram, mas a união só durou nove meses. Seu belo rosto, de cabelos loiros e olhos azuis, aparecia frequentemente nas capas de revistas de cinema. Em poucos anos, sua carreira entrou em declínio e Donahue começou a abusar de drogas e álcool. 

Ele declarou falência em 1968 e perdeu sua casa. Arruinado financeiramente, passou a viver em apartamentos miseráveis e chegou a passar uma temporada como sem-teto no Central Park. Ele disse que vivia num arbusto e mantinha tudo o que tinha numa mochila. Com quatro casamentos fracassados, procurou ajuda para seu uso de bebida e drogas, juntando-se aos Alcoólicos Anônimos. Continuou a atuar em filmes, em pequenos papéis ou filmes de baixo orçamento. Morreu de um ataque cardíaco. Vivia com a noiva num modesto prédio de apartamentos.

CONFIRA

Parte I
CREPÚSCULO dos DEUSES: na MISÉRIA