abril 13, 2011

*************************** ALAN LADD é SHANE




Depois do sucesso de “Um Lugar ao Sol / A Place in the Sun” (1951), o premiado George Stevens queria Montgomery Clift como Shane, William Holden como Joe Starrett e Katharine Hepburn como Marian para o seu novo projeto, um faroeste. A recusa destes quase inviabilizou as filmagens de “Os Brutos Também Amam / Shane” (1953). Felizmente, o diretor acabou por aceitar a prata da casa da Paramount para tais papéis. As filmagens foram entre julho e outubro de 1951, mas o filme só foi lançado em 1953, devido ao enorme tempo tomado pela edição. Seguramente, Shane é o melhor papel da carreira de mais de 30 anos e 95 títulos de ALAN LADD (1913 - 1964).

Atraente, com um belo rosto ao mesmo tempo frágil e tristonho, louro, olhos verdes, baixinho, interpretou quase sempre personagens fortes, em especial em policiais de sucesso ao lado de Veronica Lake. Morreu jovem, aos 50 anos de idade, devido a uma mistura de sedativos e álcool, provavelmente por livre e espontânea vontade de não mais continuar vivendo. No seu último filme, “Os Insaciáveis / The Carpetbaggers” (1964), de Edward Dmytryk, fez Nevada Smith, um astro do cinema de faroeste dos anos 20/30.

ladd e brandon de wilde
Baseado no best-seller  homônimo de Jack Schaefer, “Os Brutos Também Amam” é, sem dúvida, um dos melhores faroestes produzidos por Hollywood, abordando temas como amizade, lealdade, honra e coragem. Embora haja uma meia-dúzia de mortes, gira mais em torno de princípios do que de ação. Conta a história de um misterioso cowboy  chamado Shane (Alan Ladd), recém-chegado a uma região de pequenos fazendeiros, num vale do Wyoming. Esses colonos lutam por seus direitos contra os poderosos criadores de gado que controlam a maior parte da terra. 

Shane, pistoleiro que quer mudar de vida, aceita trabalhar na pequena fazenda de Joe Starret (Van Heflin, em uma interpretação inesquecível), sentindo-se atraído pela esposa deste, Marian (a ótima Jean Arthur no seu último papel no cinema, aos 53 anos). O filho do casal, Joey (maravilhoso Brandon De Wilde, no seu segundo filme), apaixona-se por Shane à primeira vista. O cavaleiro solitário com um revólver no coldre é a coisa mais heróica, mais mítica, mais perfeita que o garoto poderia imaginar. A tensão entre as facções em conflito aumenta quando um rico fazendeiro contrata o temível vilão Jack Wilson (assustador Jack Palance) para pressionar os humildes colonos, culminando com um duelo final.

de wilde, jean arthur, heflin e ladd
Estrondoso êxito de público e crítica no mundo todo, teve remakes declarados como “O Cavaleiro Solitário / Pale Rider”, de Clint Eastwood, rodado em 1985, ou disfarçados como “No Rastro da Violência / The Quick and the Dead”, de 1987, e uma série de TV em 1966. Aparece em 45º posição na lista dos 100 melhores filmes do American Film Institute (AFI). 

Concorreu aos Oscar de Melhor Filme, Direção, Roteiro Adaptado e Atores Coadjuvantes (Palance e De Wilde), ganhando o de Melhor Fotografia (Loyal Griggs). ALAN LADD não levou nenhum prêmio por sua delicada atuação, mas sua popularidade cresceu como nunca. Shane, silencioso e justo, pode ser considerado todos os heróis do western reunidos em uma única pessoa. Já o filme de George Stevens, poético e mítico, num evidente tributo ao lendário Oeste selvagem, sempre será lembrado como um dos principais exemplares do gênero.


OUTROS FAROESTES de ALAN LADD

ABUTRES HUMANOS
(Whispering Smith, 1948)
direção de Leslie Fenton
com Brenda Marshall

MARCA RUBRA
(Branded,1950)
direção de Rudolph Maté
com Mona Freeman

O ÚLTIMO CAUDILHO
(Red Mountain ,1951)
direção de William Dieterle
com Lizabeth Scott

NENHUMA MULHER VALE TANTO
(The Iron Mistress, 1952)
direção de Gordon Douglas
com Virginia Mayo

PACTO de HONRA
(Saskatchewan, 1954)
direção de Raoul Walsh
com Shelley Winters

RAJADAS de ÓDIO
(Drum Beat, 1954)
direção de Delmer Daves
com Audrey Dalton e Marisa Pavan

ENCONTRO com o DIABO
(The Big Land, 1957)
direção de Gordon Douglas
com Virginia Mayo

O REBELDE ORGULHOSO
(The Proud Rebel, 1958)
 direção de Michael Curtiz
com Olivia de Havilland

Os HOMENS das TERRAS BRAVAS
(The Badlanders, 1958)
 direção de Delmer Daves
com Katy Jurado

GIGANTES em LUTA
(Guns of the Timberland, 1960)
 direção de Robert D. Webb
com Jeanne Crain

A SENDA do ÓDIO
(One Foot in Hell, 1960)
 direção de James B. Clark
com Dolores Michaels


18 comentários:

Kley disse...

Shane é daqueles filmes mágicos, inesquecíveis. Assim como Fred Zinnemann e seu Matar ou Morrer, Os Brutos Também Amam foi o único faroeste da carreira de George Stevens, o que nos faz pensar o que os mesmos fariam com esse gênero. Obra-prima.

Rubi disse...

Filmes desse gênero sempre chamam minha atenção. Apesar das críticas, acho muito bom!

Rato disse...

Belo western, que sempre associei a uma certa inocência no cinema. Mas gostei bastante mais da homenagem que o Clint Eastwood lhe fez ("Pale Rider")
O Rato Cinéfilo

Edelzio Sanches disse...

Com Certeza "Conteúdo é o que Faz a Diferença"!!!!!
E o Falcão tem de sobra
Muito bom

Do
Forasteiro
Edelzio Sanches

Marcelo Castro Moraes disse...

Sabe ao longo dos anos sempre ouvi uma teoria sobre o final do filme. Que durante o duelo final, Shane ficou gravemente ferido, e quando ele parte a cavalo e o garoto fica gritanto para ele voltar, ele já esta morto. Assistindo ele novamente, reparo que shane esta com o corpo todo mole em cima do cavalo, talvez a teoria esteja correta ou a coisa foi de proposito para deixar o final em aberto.

Luiz Santiago (Plano Crítico) disse...

Pô, eu tenho que conferir mais coisas dele!

linezinha disse...

adoro os Os Brutos Também Amam excelente filme

Rafael Carvalho disse...

Curioso, vi Os Brutos Também Amam há poucos dias e fiquei muito satisfeito com o filme. Talvez seja um dos westerns que melhor reúne as principais características do gênero em sua forma mais original. Portanto, é mítico. Allan Ladd era um desconhecido pra mim, mas faz um bom trabalho e deixa sua marca no filme.

Unknown disse...

"Conteúdo é o que Faz a Diferença"!
Com certeza!
Através do seu Blog, tive a alegria de rever um dos meus favoritos: Alan Ladd, que junto a Veronica Lake, nos proporcionou belos momentos."Shane", um dos melhores westerns, com a inesquecível Jean Arthur.
obrigada!

Faroeste disse...

Existe muito pouco mais a falar sobre Shane. Tudo, e muito mais, já foi dito em excesso.
No meu ver, claro que resumindo, é o segundo melhor faroeste que vi, sendo apenas superado, claro que pelo meu gosto, por Da Terra Nascem Os Homens. Porém o mestre George Stevens o soube fazer como desejou. E resultou nesta memorável fita que todos nós estamos cansados de saber que é.
jurandir_kima@bol.com.br

Vinícius Lemarc disse...

Nahud,

Dia desses vi uma postagem no Westerncinemania sobre o filme e lá se discute o filme e a atuação de Ladd. Entrei aqui para ver as novidades e vi esse link, para o qual imediatamente rumei. Queria ver sua visão sobre o filme. Gostei da postagem. É curioso pensarmos no filme com os outros atores. Excelentes atores, mas que não poderiam acrescentar sem tirar algo. Seja como for, ainda vejo Shane como um western maior.

Abraço!

Vinícius Lemarc

Helio Rohten disse...

Bem...Como já foi comentado aqui pelos amantes de cinema, vou acrescentar também o meu conceito sobre esse western magistral. Nele tudo se encaixa perfeitamente, a história que nunca havia sido contada,com atores perfeitos em suas interpretações, direção de um mestre de cinema,que já nos tinha brindados com "Um Lugar ao Sol", "Gunga Din" entre outros. O filme é inesquecível,e Alan Ladd, baixinho, bom de briga e bonito, faz o tipo de herói que qualquer homem gostaria de ser. Acho que outro ator não faria melhor esse pistoleiro honesto e sentimental. Já assisti esse filme tantas vezes que até já perdi a conta. Também escrevi comentários sobre "Os Brutos Também Amam" p/dois jornais.
Enfim, O cinema norte americano já fez muitos grandes westerns, mais nenhum com a história como a de "Shane", por isto posso dizer sem medo de estar errado; ele é o mehor de todos os westerns feitoas até hoje. Um forte abraço p/todos.

Unknown disse...

O melhor dos faroestes.Alan Ladd sensacional.

Ladislau disse...

Sou fã do gênero faroeste e Shane é o meu favorito; fico apenas imaginando como ficaria esse clássico com o elenco que o diretor George Stevens a princípio queria: Montgomery Cliff, William Holden e Katherine Hepburn. Também fico imaginando como ficaria com Gregory Peck ou Henry Fonda como Shane, mas quis o destino que fosse Allan Ladd e ficamos satisfeitos.

Ademir Faccion disse...

Eu vi uma entrevista do crítico Leonard Maltin no programa de entrevista do David Leterman em que ele diz que Shane não tinha como escapar daquele tiro de cartucheira, bem dizer a queima roupa e que portanto ele não ficou para não morrer perto do menino e que ele morre no final...

Ladislau disse...

Shane, na minha opinião, está entre os três melhores faroestes já produzidos, os outros dois seriam Rastros de ódio e Três homens em conflito. Shane é o tipo de filme que deixa o telespectador apreensivo e na expectativa de saber sobre o seu passado de pistoleiro, se Shane a o personagem de Jean Artur se apaixonaram, se no final do Shane estava morto em seu cavalo quando foi embora e de onde veio e pra onde iria quando se despediu do menino. São estás dúvidas que nos permeiam a nossa imaginação que faz de Shane um clássico indiscutível. Soma-se a tudo isto as excelentes atuação dos atores. Destaque também pela direção ímpar de George Stevens que, de um roteiro simples nos presenteou com um grande clássico.

Ademir Faccion disse...

Eu assiste uma entrevista do critico Leonard Maltin no programa do David Letterman, em que relata que Shane não podia escapar daquele tiro de cartucheira quase a queima roupa, ele afirmou categoriamente que Shane morreu logo após se despedir do garoto, e a minha opinião também é a mesma...

Anônimo disse...

Shane não morre não.ele saiu tranquilo do bar ferido e verdade mais não..morre.