outubro 18, 2011

**** Um ANO de BLOG: com a PALAVRA, o EDITOR

antonio nahud em montagem de darci fonseca


Celebrando o PRIMEIRO ANIVERSÁRIO deste blog, convidei dez blogueiros cinéfilos para um bate-papo. Eles perguntam, eu respondo. Estendendo assim as fronteiras de um perfil e revelando a força da identidade cinematográfica em cada coração. Nada mais nada menos do que isso. 

hunter mcCracken em a árvore da vida

ADALBERTO MEIRELLES

Nota-se a exposição de um vasto repertório em “O Falcão Maltês”, seja de fotos ou de informação sobre filmes, diretores e estrelas do cinema. O material é pesquisado apenas na web, ou você tem um arquivo pessoal? Fale mais sobre esse repertório apresentado, sobretudo referente aos filmes e estrelas do passado.

Não deixo de pesquisar na web, Adalberto, mas boa parte do material postado neste blog vem do arquivo pessoal. Desde garoto, quando vi os primeiros filmes, eu rabisca em cadernos sobre eles, completando essas anotações ingênuas com imagens recortadas em revistas ou jornais. Eu sempre li muito. Desde cedo. E comecei a gostar de cinema na mesma época, misturando tudo na minha cabeça. Logo passei a colecionar revistas de cinema, cartazes, figurinhas, livros etc. Até fazia fichas técnicas e críticas de filmes. Perdi muita coisa nessa vida cigana, morando em tantas cidades e países diferentes, mas restou um farto acervo, do qual me orgulho. Preservo uma coleção de cerca de cinco mil filmes, mais de uma centena de livros sobre cinema, inúmeras revistas e trilhas sonoras, além de pastas-arquivos abarrotadas de recortes.

Comparando-se o cinema de hoje ao do passado, você acredita que ainda há lugar para a arte e a invenção? O que você viu de melhor e de pior no cinema este ano?

Nos últimos anos, como sabemos, a sensibilidade cultural caiu barbaramente, tornando mais difícil a sobrevivência da arte inteligente e sofisticada, predominando o tosco, o perecível. O cinema também mergulhou nessa crise, mas alternativas positivas existem, mesmo com a aparentemente e talvez irreversível decadência cultural. Já não há aquela efervescência cinematográfica em busca de um estilo, um movimento, ou mesmo da “obra perfeita”.  Os cineastas não estão interessados em qualidade, querem dinheiro e fama. São raros os que fogem desta tendência. O que vale hoje é a cultura da celebridade, da vulgaridade televisiva. A mediocridade domina o mundo. O melhor filme que vi este ano talvez tenha sido “A Árvore da Vida / The Tree of Life” (2011), de Terrence Malick. Realmente me comoveu, até chorei, navegando em sensações tarkovskianas. “Melancolia / Melancholia” (2011) também é um belo filme, embora me canse a linguagem chata e neurótica de Von Trier. Gostei especialmente de “Ilha do Medo / Shutter Island” (2010), mas sou suspeito, compartilho a opinião de que todos os filmes de Scorsese são fenomenais. Comofaço uma triagem radical antes de ir ao cinema nos shoppings enfadonhos, posso dizer que os piores filmes que vi este ano não são tão detestáveis: “Meia-Noite em Paris / Midight in Paris” (2011), de Woody Allen; “Além da Vida / Hereafter” (2010), de Clint Eastwood; “Thor / Idem” (2011), de Kenneth Branagh, e “A Rede Social / The Social Network” (2010), de David Fincher.

“O Falcão Maltês” apresenta-se com dinâmica rara e elogiável senso de oportunidade na realização de promoções e elaboração dos textos postados, o que não é comum entre os sites, blogs e revistas eletrônicas que proliferam na web. Gostaria que você refletisse um pouco sobre isso.

Levo a sério o trabalho que desenvolvo. Não é um simples passatempo ou terapia. Leio diariamente, pesquiso, troco ideias com gente bem informada. Procuro mostrar, de forma honesta e minimalista, a história de muitos profissionais de talento. Creio que escreve quem sabe, noticia quem é bem informado, quem lê sobre cinema e vê filmes com olhos atentos, conhecendo a trajetória de mais de um século. Não é o que geralmente acontece. Existem blogs fantásticos na área cinematográfica – o seu, por exemplo -, mas muitos outros são feitos por imaturos, que não se relacionam muito bem com as palavras, predominando a pieguice ou a vaidade. No entanto, acredito no potencial da mídia eletrônica como fonte de valorização do universo cinematográfico.

renato salvatori e alain delon 
em rocco e seus irmãos

ANDRÉ SETARO

Considerando a infantilização temática do cinema americano contemporâneo, como você, cultor dos clássicos do pretérito, vê o cinema da atualidade. Se, antigamente, emocionava-me facilmente com um filme, hoje é muito difícil disso acontecer.

Setaro, ainda acredito que é possível a produção de filmes de qualidade, mesmo convicto que o cinema perdeu a aura que tinha antigamente e tenha se vendido integralmente ao mercado, como sempre foi de sua índole. Tenho visto longas maravilhosos: “A Vida dos Outros / Das Leben der Anderen” (2006), do alemão Florian Henckel von Donnersmarc; “Milk – A Voz da Igualdade / Milk” (2008), de Gus Van Sant ; “A Fita Branca / Das Weibe – Eine Deutsche Kindergeschichte” (2009), de Haneke. E também ótimos trabalhos de Ang Lee, Andre Tèchiné, Tim Burton, Zhang Yimou, Chen Kaige, Almodóvar etc. Portanto, talento e filmes de excelência existem, embora cada vez mais parcos. O problema maior está no cinema norte-americano, que domina 80% do mercado mundial. Ele mergulhou numa vergonhosa crise. Se até os anos 70 era fácil citar 20 excelentes cineastas em atividade, hoje Hollywood está ressentida desse prestígio. Têm o Scorsese, Irmãos Coen, Eastwood, Tim Burton, Paul Thomas Anderson, David Lynch, Christopher Nolan e poucos outros.

Quais os cinco melhores filmes na sua opinião afetiva?

Tenho percebido que sempre que ouso listar os melhores de sempre, os filmes não são os mesmos das listas anteriores. Talvez eu seja volúvel, hoje Visconti, amanhã Bergman. Mas vamos lá. Fico com “Rocco e seus Irmãos / Roco e i Suoi Fratelli” (1960), de Luchino Visconti; “Rashomon / Idem” (1950), de Akira Kurosawa; “A Marca da Maldade / Touch of Evil” (1958), de Orson Welles; “Fausto / Faust – Eine Deutsche Volkssage” (1926), de F. W. Murnau; e “O Sétimo Selo / Det Sjunde Inseglet” (1956), de Ingmar Bergman.

E o cinema nacional. Qual a sua opinião?

Continuo tentando me sensibilizar com o cinema nacional. Vi filmes de Humberto Mauro e Mário Peixoto, a fase da Vera Cruz, quase todo o Cinema Novo, o experimentalismo da Boca do Lixo, o cinema baiano etc. Acompanho as novas produções nacionais mais por afeição do que por qualquer outra coisa. O nosso cinema é tosco. Não conheço nenhum filme brasileiro que possa ser considerado uma obra-prima. O Glauber nunca foi gênio, o Nelson Pereira repete falhas primárias, o Cacá Diegues e os Barretos são apenas esforçados artesões. Estamos perdidos entre tiroteios e comédias globais, e ainda não merecemos o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Entretanto, aprecio – e muito – “O Cangaceiro” (1953), “Noite Vazia” (1964), “São Paulo S. A.” (1965), O Padre e a Moça (1965), “São Bernardo” (1972), “Pixote – A Lei do Mais Fraco” (1981), Cabra Marcado para Morrer (1984), “A Ostra e o Vento” (1997), “Abril Despedaçado” (2001), “Lavoura Arcaica” (2001), “Amarelo Manga” (2002), Desmundo (2003) e mais três ou quatro.

rodrigo santoro em abril despedaçado

CARLA MARINHO

Já pensou em trabalhar diretamente com o cinema, seja ministrando aulas ou botando a mão na massa e fazer filmes?

Teve uma época em que desejei ser roteirista. Escrevi até dois curtas que foram filmados por um cineasta português, José Ricardo Corte-Real. Um deles era uma adaptação de um conto de Edgar Allan Poe. Mas jamais pensei em me tornar um profissional de cinema, creio que temi a batalha árdua. Eu também não saberia viver outra vez numa metrópole, nesses lugares acelerados onde as coisas acontecem, tenho procurado cada vez mais cidades menores e mais tranquilas para viver. Quiçá, um dia, realize curtas domésticos, sem qualquer pretensão comercial ou artística.

E criar um cineclube clássico? Eu já pensei nessa idéia aqui em Recife. Você já pensou em fazer algo do tipo aí em Natal?

Não descarto. Durante um certo tempo, em Barcelona, no Centro de Estudos Brasileiros, selecionei e apresentei filmes brasileiros. Depois de cada sessão acontecia uma conversa informal. Era interessante. Atualmente seria mais instigante coordenar uma mostra clássica anual, celebrando cineastas, atores e técnicos. Recheada com convidados do Brasil e de outros países, workshops, exposições, feira de livros, palestras e exibição de clássicos fundamentais.

Qual o pior cinéfilo, aquele metido a crítico, que observa cada detalhe para somente criticar cada um dele baseado em alguma regra cinematográfica (e ai de você se discordar dele) ou aquele que torce o nariz quando você lhe fala sobre um filme com mais de 10 anos de idade sem nem ao menos pensar se seria uma boa experiência vê-lo?

Eu não entendo o cinéfilo que vive só de modismos ou blockbusters, esnobando o cinema clássico. É o mesmo que gostar de música e não ouvir jazz, bossa-nova, samba canção. É desinformação, não abre caminhos, não se sustenta. Tampouco compreendo o cinéfilo metido a crítico, analisando rigorosamente cada filme que vê. Sei que não existe uma escola de cinema onde se sai crítico, mas tal profissão não é fácil como muita gente pensa. O crítico deve ter, antes de mais nada, um repertório muito extenso da cinematografia e a capacidade de contextualizar os filmes no universo sócio-político-cultural em que eles se inserem. Ele também precisa investir na inteligência do leitor, despertando o interesse por textos elaborados. O que vejo em abundância nada mais é do que o triunfo da preguiça intelectual, o superficial que não satisfaz.

silvana mangano em ulisses

DANIELA CREPALDI CARVALHO

Preciso que me ensine a receita para escrever com tanta regularidade e sobre temas tão variados referentes à Sétima Arte. Quero detalhes, hein (quem sabe eu não aprendo e começo a escrever com mais frequência!).

Dani, eu leio sobre cinema e vejo filmes furiosamente, desde os nove, dez anos. Eu sempre vivi cercado de livros e filmes. Com uns quinze anos, já tinha uma biblioteca e pilhas de cadernos onde anotava impressões sobre os filmes vistos, diretores e atores que me seduziam. Comecei com “Amarcord”, de Fellini, que vi num cinema de arte ainda garoto. Nunca mais parei de tomar anotações. Posso dizer que tenho centenas de textos incompletos sobre cinema. Quando desejo postar algo no blog, geralmente influenciado por um filme visto recentemente, consulto em primeiro lugar o arquivo. Ao encontrar um velho texto que se situa no que procuro, releio-o diversas vezes, reviso, acrescento ou corto trechos, e por aí vai. Além disso, como sempre trabalhei com a palavra, escrevo rápido e tenho facilidade em condensar um determinado assunto.

Qual é sua primeira memória relacionada ao cinema (é de um ator? um filme?). De que forma isso influenciou sua paixão pela arte?

Não tenho certeza da primeira lembrança relacionada ao cinema. Quero acreditar que foi Silvana Mangano como a feiticeira Circe em “Ulisses / Ulisse” (1954) ou a irreverência humorada de “Amarcord / Idem” (1973), de Fellini. De alguma forma, eles me influenciaram. Depois de Silvana passei a cultuar musas cinematográficas, acompanhando religiosamente o trabalho delas. Tive o momento Jennifer Jones, o momento Gene Tierney, o Jeanne Moreau, Merle Oberon, Mia Farrow etc. Em relação a “Amarcord”, Fellini nunca me deslumbrou profundamente, mas não posso negar que o impacto dessa obra-prima me levou às estranhas do cinema, fazendo-me compreender que a vida seria mais triste sem ele.

Diga alguns elementos que estabeleceram a sua trajetória como jornalista-viajante-cinéfilo-escritor.

Houve uma época em que imaginava a possibilidade de um mundo sem fronteiras, coroado pela magia da arte. Acima de politicagens, religiosidade, preconceitos e consumismo descartável. Para desfrutar dessa utopia, escrevia, via filmes e viajava. Inocente, acreditei que o jornalismo era a profissão ideal nessa sociedade ilusória. Os anos passaram, li boa parte dos livros desejados e vi quase todos os filmes que me interessam, conheci países que nem imaginava um dia conhecer, aprendi com diferentes costumes e terminei por descobri que o jornalismo é uma profissão banal como outra qualquer. Por fim, percebi que a minha solidão é idêntica a de todos os outros seres humanos, nem maior nem menor. Só que não sou do tipo que cultua amargura ou fobias, encontrando uma certa serenidade nas aventuras intimistas do “jornalista-viajante-cinéfilo-escritor”.

robert ryan e janet leigh 
em o preço de um homem

DARCI FONSECA

Qual seu faroeste preferido (não é o melhor, mas o que você mais gosta de assistir)?

Durante anos enxerguei John Ford como o soberano do gênero western e colocava, como quase todo mundo, “Rastros de Ódio / The Searchers” (1956) no topo dos melhores westerns de todos os tempos. Quando vi “Rio Vermelho / Red River” (1948), de Hawks, fiquei em dúvida, mas continuei fiel a Ford. Ao assistir “Winchester 73 / Idem” (1950), “E o Sangue Semeou a Terra / Bend of the River” (1952) e “O Preço de um Homem / The Naked Spur” (1953) compreendi que o imperador do gênero era outro: Anthony Mann. Tenho convicção de que O Preço de Um Homem” é o melhor western que assisti. Simplesmente assombroso. Pena que é estrelado por Jimmy Stewart e Janet Leigh, dois atores competentes que não simpatizo. Seria perfeito com Robert Mitchum e Shelley Winters. Felizmente o terrível vilão do magistral Robert Ryan rouba a cena.

Qual cena de um faroeste é inesquecível para você?

O enforcamento em “Consciências Mortas / The Ox-Bow Incident” (1943) é extraordinário, tenso, dramático. Assim como a olímpica e trágica batalha de “Buffalo Bill / Idem” (1944). William A. Wellman, diretor desses dois filmes, é um primoroso e esquecido diretor, e não só de westerns, mas obras-primas nos gêneros guerra, aventura, drama e comédia.

Tendo vivido na Europa, o que você acha do spaghetti-western?

Tenho vergonha de confessar, mas sinceramente não suporto o spaghetti-western, mesmo vendo talento em Giuliano Gemma, Franco Nero, Gian Maria Volonté e em diretores como Sergio Corbucci ou Damiano Damiani. Toda a a embalagem me parece primária, rude, improvisada, sem verdade ou emoção. Por achar o spaghetti-western oportunista e descartável, terminei por separar o Sergio Leone dessa febre cult sem estilo. “Era Uma Vez no Oeste / C’era una Volta Il West” (1968) é uma obra-prima memorável e Leone, magistral. Ele não merece seguidores tão chinfrins.


DILBERTO LIMA ROSA

Vives do jornalismo cultural ou haveria uma identidade secreta para sustentar o herói com aspirações cinematográficas?

Nenhuma “identidade secreta”, caríssimo. Nenhuma herança, nenhum casamento rico, nem mesmo sou funcionário público... rs... Vivo do jornalismo cultural, de assessoria de comunicação, uma ou outra ação cultural e alguma sorte. Desde que enveredei por esse caminho, sabia que teria que descartar “o luxo e o lixo” almejado por muitos. Não me arrependo. Sou um abençoado. Não estou rico, mas faço o que gosto. Ficaria contente se o resto da vida seguisse no mesmo rumo. Se bem que um dinheirinho a mais seria de grande valia. Por quê? Montaria um centro cultural em louvor ao cinema clássico e todos os anos pegaria um avião direto para os festivais de Veneza e Cannes.

Já participaste (ou almejas participar) de alguma produção da Sétima Arte nacional (como roteirista, por exemplo)?

Nunca. E olha quemeus contos são propositalmente cinematográficos e tenho amigos cineastas. Quem sabe um dia alguém leia um deles e resolva filmá-lo... Seria lindo.

Os textos que publicas no aniversariante Falcão Maltês são atuais e produzidos especialmente para o 'blog' ou são reaproveitamentos de textos já existentes de outras publicações tuas?

Como disse acima, a Dani Carvalho, alguns são do arquivo, inclusive um ou outro já publicado na imprensa. Só que repousavam como rascunhos, fragmentos, sensações. Foram reescritos. Por exemplo, “Nossas Musas, Nuas” e “Marlene Dietrich, a Vênus Loira” são textos antigos, de muitos anos, repaginados, nem parecem os de antes. Entretanto, em sua maioria, publico material recente, sem qualquer vestígio de outros tempos.

alain delon e giancarlo giannini 
em a primeira noite de tranquilidade

KLEY COELHO

Você pensa em dirigir um filme?

Se eu ganhasse na Mega Sena produziria e dirigiria um filme intimista com o cangaço como pano de fundo, fotografia de Walter Carvalho (ou Affonso Beato) e Selton Mello, Leandra Leal, Murilo Benício, Simone Spoladore, Rodrigo Santoro, Sonia Braga, Irandhir Santos, Odete Lara e Regina Duarte como protagonistas. Como não jogo, nunca será dirigido. Mas planejo realizar vídeos poéticos.

Qual filme você gostaria de ter dirigido?

Vixe... Pergunta de lascar... Nunca pensei... Talvez o bacana e melancólico “A Primeira Noite de Tranquilidade / La Prima Notte di Quiete” (1972), de Valerio Zurlini.

Cite três filmes que influenciaram a sua vida.

“O Sétimo Selo”, de Bergman, tornou-me consciente da fragilidade da vida e do desequilíbrio humano. “A Felicidade Não se Compra / It’s a Wonderful Life” (1946), de Frank Capra, me fez crer na inocência e na generosidade como bens preciosos e em extinção. “A Noite / La Notte” (1961), de Antonioni, revelou-me que a solidão e a falta de comunicação são estigmas incontornáveis da humanidade.

irene papas

LÊ MAGALHÃES

Você teve a oportunidade de conhecer várias personalidades do cinema e entrevistá-las enquanto morava na Europa. Quais atores e atrizes mais te surpreenderam quando você os conheceu pessoalmente e por quê?

Entrevistei mais de uma centena de atores e diretores nos 12 anos em que vivi na Europa, Lê, mas em sua maioria foram entrevistas coletivas, impessoais, tempo marcado, tradutores, ansiedade, disputa etc. Mas deu para viver momentos mágicos. Lembro que fiquei hipnotizado com a intensidade espiritual da grega Irene Papas; lembro da informalidade graciosa de Javier Bardem; do charme maduro de Omar Sharif; da simplicidade encantadora de Sophia Loren; da vivacidade sofrida de Roman Polanski; da sexualidade à flor da pele de Ewan McGregor; da inteligência austera de Carlos Saura; do magnetismo de Bernardo Bertolucci; e da aristocracia de Catherine Deneuve. Foram encontros especiais, marcantes.

Mais de 500 seguidores, notas e matérias em jornais e dezenas de comentários em cada post em apenas um ano! A que você atribui tamanho sucesso? Divulgação, sorte, qualidade...?

Talvez paixão. O título já diz, “O Falcão Maltês” é um dos meus filmes preferidos e o policial noir o meu gênero número um. Eu amo o cinema. Edito o blog com prazer, escrevendo somente sobre o que me comove, buscando na cabeça temas radiantes, concretos, rastreados em anos de leituras e apreciação de filmes. Creio que o leitor percebe, apaixonando-se pelo blog. Ele entende que não é superficial, vaidoso ou fútil, mas um ponto de encontro de enamorados do cinema clássico no qual ele é o convidado de honra.

Os primeiros textos eram mais curtos, apresentando uma nota sobre alguém do cinema clássico e uma lista dos filmes do ator / atriz / diretor em questão. Hoje os textos são mais elaborados e o blog ganhou um formato de revista semanal com três artigos. Como você avalia essa evolução? De onde vieram as ideias para mudar o formato e caprichar nos textos?

Criei “O Falcão Maltês” tendo como meta um pequeno círculo de cinéfilos colecionadores, ou seja, o conceito inicial era trocar filmes ou vender cópias da minha coleção por um preço simbólico, apenas cobrindo os gastos com mídia, impressão e correio. Deu certo, troquei e vendi muitos filmes, mas o blog inesperadamente tomou outro rumo, com navegadores de inúmeros países interessados em informações sobre cinema clássico. Terminei por deixar o projeto inicial de lado, tomava muito tempo, e transformei o blog numa revista eletrônica semanal, focando com mais intensidade no texto e na imagem, contribuindo de alguma forma para o enriquecimento da memória cinematográfica. Tem sido bacana, pois esse formato me aproximou dos leitores, reforçando nossa paixão pelo cinema, num mútuo enriquecimento.

humphrey bogart em “casablanca”

RATO

Se você pudesse ter sido um realizador de cinema qual aquele que escolheria? (Esta pergunta não tem necessariamente a ver sobre o “melhor” realizador para você) E quais as razões?

Possivelmente Max Ophuls. Aprecio seu refinamento, a inquietação, as adaptações literárias, o cuidado cenográfico, a importância dada ao roteiro, a escolha acertada de atores, a sensibilidade latente. Só não queria morrer tão jovem como ele.

Diga o filme e a personagem (masculina ou feminina) que você mais gostaria de ter desempenhado no cinema e porquê.

Gosto do Rick Blaine de Humphrey Bogart em “Casablanca / Idem” (1942), mesmo não me interessando muito pelo filme num todo. Acho comovente esse quarentão independente, rebelde, deslocado, solitário, sem esperanças, vivendo num país que não é o seu, percebendo a loucura generalizada e estrangulando-se emocionalmente pela recordação de um amor impossível. Cai como uma luva na minha biografia.

Acredito que o cinema, tal como o conhecemos durante as nossas vidas, tem os dias contados e não vai sobreviver no futuro. Imagine que você dispõe de uma máquina do tempo e pode ir ao ano 5000 dar uma palestra sobre o que era essa coisa da “Sétima Arte” dos séculos 20 e 21. Quais os cinco filmes que você levaria debaixo do braço para exemplificar o que era o Cinema nas suas diversas vertentes? Aqui não precisa explicar as razões, heheh...

Êta, amigo, complicado... Contar a história do cinema em cinco filmes não é fácil não... Vamos ver... Começaria com “Tempos Modernos / Modern Times” (1936), de Chaplin. Saltaria para “O Boulevard do Crime / Les Enfants Du Paradis” (1945), de Marcel Carné. Continuaria com o neo-realista “Ladrões de Bicicleta / Ladri di Biciclette” (1948), de Vittorio De Sica. Depois “2001 – Uma Odisséia no Espaço / 2001: A Space Odyssey” (1968), de Kubrick. Por fim, “Apocalipse Now / Idem” (1979), de Coppola.

lana turner

RICARDO LEITNER

Se  você tivesse que usar três substantivos para descrever cinema... quais usaria?

Preto-e-branco, coração, memória.

Nós, muitas vezes, temos gostos completamente opostos em questão de atores/atrizes... Explique-me... por que Lana Turner?

A questão da atração/afeição é inexplicável, misteriosa. Cada um tem os seus fetiches e sensações privadas. O mesmo acontece em relação ao universo cinematográfico. Muitas vezes nos encantamos por certos atores/atrizes sem talento especial e sem qualquer motivo aparente. Por exemplo, gosto demais do Tyrone Power e da Rita Hayworth, dois atores de talento limitado. Já outros - embora tenha consciência da capacidade deles -, não consigo engolir, até incomodam, fico pensando: "Esse papel ficaria melhor na pele de tal ator. O filme cresceria muito mais". É o que sinto em relação a Jimmy Stewart, Mickey Rooney, Tony Curtis, Julie Andrews, Sidney Poitier, John Wayne, June Allyson, Joan Collins, Dean Martin, Richard Burton, Gina Lollobrigida, Greer Garson, entre outros. A Lana não faz parte do meu círculo de seletos, mas aprecio sua beleza sensual, o porte de diva, a trajetória perene e apaixonada. O autógrafo que tenho dela aconteceu por impulso. Ela estava no Festival de San Sebastian e eu a seguia com os olhos, procurando desvendar o mito. De repente, a estrela sorriu, eu me aproximei e timidamente pedi um autógrafo. De inglês limitado, nem deu para confessar como sou fã de alguns de seus filmes.

Uma das minhas memória prediletas... você se lembra da primeira vez que entrou num cinema? Descreva sua sensação...

A primeira vez não recordo. Nas defasadas matinês do cinema da minha cidade interiorana exibiam-se reprises de filmes de Jerry Lewis, Elvis Presley, épicos (Hercules, Maciste etc.) e westerns italianos. Ia semanalmente assisti-los como quem ia à missa, bastante entediado. Tudo se iluminou na primeira sessão noturna, em um cinema de arte. Eu tinha doze anos e fui com meu tio-padrinho assistir “Amarcord”. Fiquei enfeitiçado, estarrecido. Ainda mais que não havia outra criança presente, somente adultos. Passei o resto da noite sem dormir, literalmente seduzido pela magia do bom cinema.


50 comentários:

O Neto do Herculano disse...

Parabéns pelo blogue,
parabéns pela postagem.

Outros anos virão,
certamente.

Carla Marinho disse...

Maravilha Antonio!!!!!!!!!!!!! Estou lendo as perguntinhas e suas respostas. Abraço e parabéns por esse espaço tão rico.

Fábio Henrique Carmo disse...

Parabéns, Antônio! Muitos anos de vida ao blog que, com certeza, é um dos melhores da rede.

Sobre cineclubes: você costuma frequentar o Cineblube aqui de Natal? Há grandes conhecedores de cinema por lá, inclusive uma grande amigo meu, Gianfranco Marchi, um cara que sabe tudo da sétima arte. Se ainda não conhece, vale a visita em alguma exibição. Abraço!

Edison Eduarddo disse...

Antonio!!!!! PARABÉNS pro blog!!!!! Que blogada sensacional!!!! Primeiro aniversário do blog??? Pensei que já estava na maioridade, ehehehe, deve por causa do conteúdo maduro, só pode... PARABÉNS pra vc!!!!!!! Aquele abraço festivo! Edison Eduardo d:-)

PS: Bacana ver a minha amiga Danielle fazendo perguntas!!!!!! SHOW!

Marcelo Castro Moraes disse...

E ai Antonio tudo bom? Um ano de blog em. Que venham mais anos com ele ativo.
Seguinte, como lhe prometi no passado, deixo abaixo as datas e horarios da realização, sobre o curso com relação a Ingmar Bergman. Leia, e se tiver afim, participe, pois vale a pena viajar para cá num final de semana, para participar do curso.

http://cinemacenaum.blogspot.com/2011/10/mestre-sueco.html

David Cotos disse...

Felicidades Antonio. A seguir adelante. Hay mucho cine por ver. Éxitos.

E. SANCHES disse...

Não poderia de fazer uma visita e deixar registrado aqui os meus parabéns a este primeiro ano de vida levando conhecimento, curiosidades e entretenimento a todos os cinéfilos.
Todos nós blogueiros sabemos como é complicado se dedicar em fazer um trabalho com a melhor qualidade possível tendo que conciliar tudo isso com nossa vida pessoal.
É simplesmente talvez pela satisfação em ver o resultado de tudo isso em simples comentário como por exemplo: um simples "Parabéns".

Sucesso Sempre

Edivaldo Martins disse...

HAPPY ANNIVERSARY.ADOREI O POSTER DO WESTERN O PREÇO DE UM HOMEM. ANTES NO MEU PERFIL EU TINHA UMA FOTO SEMELHANTE. P A R A B É N S ! ! !

Gilberto Carlos disse...

Parabéns pelo primeiro ano de vida do Falcão. Com certeza virão muitos outros e com grande sucesso. Abraços.

Rato disse...

Foi realmente uma excelente ideia, esta de arquitectar uma entrevista colectiva para comemorar o 1º aniversário. E não é que deu certo? Está magnífica, com muito interesse, e permitindo-nos a todos nós ter um melhor conhecimento das tuas ideias e dos teus viveres.
Será que posso transcrever algumas partes da entrevista no meu blog?
Um grande abraço, Nahud, e votos de que para o ano estejamos de novo aqui a festejar o seu espaço, já tão indispensável.

Unknown disse...

Ah... ganha na mega para eu ver este filme!!! hehehehe
Mas, Parabéns pelo seu 1 ano de blog e muita cultura e charme com que vem nos presenteando!
A entrevista ficou sensacional...
E que venham os próximo e muitos anos de sucesso!

;D

Alan Raspante disse...

ah, só tenho que desejar parabéns, pelo excelente trabalho feito aqui. tu merece =)

Luciana Conti disse...

parabéns por 1 ano só de coisas boas!!!

Faroeste disse...

Nahud;
Vou falar para o amigo colunista, mas o ferei em 3 comentários diferentes, para não mostrar aparencias de um outro post;
1 - Sua identidade na setima arte está claramente explicitada, pelo que captei em quase 70% de suas respostas, na sua inclinação pelo cinema europeu.
Nada de errado, nada mesmo. Apenas este tipo de cinema, que é muito bom, cultural e rico em diversidades, chegou muito pouco para nós, impondo, porém, decisiva e forte influencia em sua formação dentro da diretriz "cinema".
Vos confesso, no entanto, que eu adoraria menos o cinema americano e o nacional, caso houvesse tido a oportunidade de conviver mais com estas culturas cheias de riquezas!
jurandir_lima@bol.com.br

Faroeste disse...

Comentario 2;
Fiquei feliz em observar que o cineasta William A. Wellman tem sua simpatia e admiração por sua obra.
Como falaste em faroestes (além de, também, outros generos do bom diretor), acrescento aqui mais tres excelentes faroestes aos que já citaste; Ceu Amarelo, Assim São os Fortes e Caravana de Mulheres.
Elogiaste um grande nome da cinematografia americana, pois vi mais de 15 de seus trabalhos.
Abraços
jurandir_lima@bol.com.br

Faroeste disse...

Comentário 3;
Peço desculpas ao colunista e leitores, pois este deveria ser o comentário 1.
Por falta de atenção ficou no 3o. lugar, mas o aceite como o num. 1;
- Vos parabenizo pelo blog. Ele é claro, bem feito, que utiliza um portugues limpido e simples e fala do que gostamos, que é cinema. E o faz de uma maneira que nos condiciona a não perder uma virgula do escrito, além de ser muito diversificado e indutivo.
jurandir_lima@bol.com.br

disse...

Parabéns, Antônio! Uma entrevista inteligente e bastante reveladora, mais uma ótima ideia!
Que venham muitos anos de vida a esse excelente espaço!

Hugo disse...

Ótima a iniciativa de ser entrevistado por outros blogueiros.

Acabamos conhecendo ainda mais sobre você, além de seu gosto e conhecimento sobre cinema.

Parabéns pelo aniversário do blog.

Abraço

Felipe Rocha disse...

Parabéns pelo blog meu amigo! um dos melhores blogs q eu acompanho, sempre com mto conteúdo e mta novidade! E essa forma de entrevista c os blogueiros ficou sensacional...

Não pude deixar de perceber um comentário seu sobre Scorsese, aproveitando o gancho confira la no Cinéfilos um post dedicado ao diretor..

Um abraço!

Maxwell Soares disse...

Gostei do papo. Informal e objetivo. Valeu...

Rubi disse...

Antes de mais nada, parabéns! Que venham muitos outros anos do Falcão Maltês. Um blog tão rico em conteúdo!

M. disse...

Parabéns Antonio Nahud por este espaço tão lindo e tão rico culturalmente quando o tema é cinema. Nossa! Adorei as perguntas feitas pelos colegas blogueiros, muito original.

siby13 disse...

Antonio querido, Parabéns pelo BLOG e pelo seu jeito carinhoso de falar de cinema.
Embora ame cinema de todas as nacionalidades, o cinema Ianque , meu favorito , aquele que marcou época de Ouro em nossas vidas eternamente.
beijinhusssssssss e muitos anos pela frente.
Estou lendo a matéria com emoção.

siby13 disse...

Completando...
Anthony Mann é uma das minhas paixões,quase secretas, rs rs ( que Gary não saiba disso!).
Que outro Diretor faria de Bárbara Stanwick uma atriz tão talentosa quanto ele em "Almas em Fúria"?
( Um Personagem feminino que eu amaria ser).
Que outro diretor faria Gary Cooper tão apaixonante quanto ele em "O Homem do Oeste"?
Tantos filmes maravilhosos e uma versatilidade tão grande.
Um dos mais surpreendentes filmes dele que ví
" Two O'Clock Courage " ___ com Tom Conway (irmão do George Sanders), mostra que com baixo orçamento se faz cinema de primeira qualidade.
Fico feliz que também aprecie Anthony Mann.

linezinha disse...

Antonio parabéns a vc e ao Falcão Maltês! quem venham muitos anos ao blog!
Abraços

Faroeste disse...

Nahud;
Tens todo o meu apoio em ter simpatia especial por Lana Turner.
A mulher, além de muito, muito linda, ela era uma formidável atriz! Vi fitas com ela jovem, onde sua lindeza encandeava nossos olhos e imaginação, assim como qdo mais madura, onde sua beleza era mantida e seus encantos seguiam firmes e quase que inabaláveis.
Tem-se mesmo de adorar um mito deste,
jurandir_lima@bol.com.br

Tcharly Magalhães Briglia disse...

Parabéns, Júnior. Você merece esse sucesso!

Unknown disse...

Parabéns! Não pude participar, mas adorei!

Danielle Crepaldi Carvalho disse...

Muito boa entrevista, Antonio. Gosto é realmente uma coisa subjetiva: acho perfeita a frase de uma amiga definindo A árvore da vida "Parece uma longa exibição da tela de descanso do Windows."; já "Melancolia" eu achei arrebatador.

Parabéns pelo aniversário de "O Falcão Maltês"! Que venham outros.

Bjs
Dani

PS: Como é que justo o Jimmy Stewart está atrás de você?

Zertus disse...

Caro Antonio Jr
Desejo parabeniza-lo pelo aniversario do site, facho de luz para qualquer cinefilo , que deseje informações,curiosidades, e historias sobre essa 7ª arte da qual somos aficionados , e aproveitando o ensejo solicito uma informação se possivel : estou procurando algum cinefilo ou não, que possua em seu acervo filmes da atriz (Jacqueline Myrna e do Diretor Konstantin Tkaczenko )
No aguardo da resposta, um cordial abraço
ZAZ

Elias Sampaio disse...

Antônio,

Parabéns pela data.Mas a gente é que ganha,sempre.Coisa boa é qdo estou de folga e me atualizo no Falcão Maltez.
O blog evoluiiu muito,tá cada vez melhor!

Leandra disse...

Entrevista forte, reveladora, mas fiquei decepcionada com o comentário duro em relação ao nosso cinema.
Leandra Leal

Anônimo disse...

Olá, obrigada por passar no meu blog, realmente seu blog merece Parabéns novamente, um abraço Cynthia.

Fabrício Brandão disse...

Parabéns por materializar a sua paixão cinéfila em palavras compartilhadas! Siga em frente e firme com o blog. Abração

Rodrigo Duarte disse...

Muito, muito bom Antônio! Bela iniciativa! Ficou muito bacana.
Gde Abraço.
Rodrigo

Elias Sampaio disse...

Parabens. O Falcão é minha diversão certa em meu dia de folga!

Selmo Vasconcellos disse...

Antonio Nahud Júnior, um dos primeiros colaboradores do Momento Lítero Cultural ( hoje Lítero Cultural ), merece ser homenageado em âmbito nacional pelo seu trabalho desenvolvido pela história do cinema. Parabéns amigo.

José Carlos Saenger disse...

Um grande abraço e parabens pelo blog.

JMAbreu disse...

Muito obrigado pelo convite , e agraceçer a qualidade refinada deste blogue.
Por fim, que estejamos aqui para o proximo ano, afim de festejar-mos mais um aniversário.

HURAAAaaaa / HURAAAaaa

PARABÉNS ! ! !

Luiz Santiago (Plano Crítico) disse...

Nahud, meu amigo, parabéns pelo aniversário d'O Falcão! Que muitos e muitos anos venham ainda! Seu blog é maravilhoso e nos faz aprender sempre muito. Adorei de paixão essa entrevista! Meus parabéns! Um grande abraço.

Luiz Santiago

CINEBULIÇÃO

Jane Voisin disse...

delícia vê-lo, belo antônio, sorrindo assim largamente, e ver no seu blog superbacana um tanto mais de você. compartilho seu júbilo com o cinema clássico e me deleitei com uma primeira "folheada" na sua revista. sucesso sempre!

Cecília Veloso disse...

Amigo, parabéns para o seu blog. Adorei a foto. Bj

Vera Rabelo disse...

Parabéns, querido! Sempre notável, denso, multi... adoro o que fazes!

Solange Gomes disse...

Parabéns ! vida longa para o Falção ...

Ed Paixão disse...

Parabéns Antonio Nahud Júnior, por um ano de blog, acompanho sempre as novidades do Falcão Maltês. É bom saber que existem pessoas como você preocupadas com a qualidade cinematográfica. Destaco aqui uma parte da sua entrevista "Nos últimos anos, como sabemos, a sensibilidade cultural caiu barbaramente, tornando ainda mais difícil a sobrevivência da arte inteligente e sofisticada, predominando o tolo, o perecível. O cinema também mergulhou nessa crise, mas alternativas positivas existem, mesmo com essa aparentemente irreversível decadência cultural. Já não há aquela efervescência cinematográfica em busca de um estilo, um movimento, ou mesmo da “obra perfeita”. Os cineastas de hoje não estão interessados em qualidade, mas em ganhar dinheiro e fama." E isso é uma realidade não só no cinema como no teatro também. Novamente, Parabenizo-o e continue nos abastecendo com mais informações.

Kley disse...

Parabéns, Antonio, e muito obrigado por ter me escolhido para ser um dos entrevistadores. Obrigado também por nos trazer um point riquíssimo sobre a Sétima Arte, algo raro de se ver nos dias de hoje.
Um grande abraço!

Victor Noé disse...

Parabéns Nahud... Você é brilhante!

AnnaStesia disse...

Excelente e oportuna interação entre os blogs. Parabéns a todos e principalmente (e mais uma vez) ao Antônio.

Anônimo disse...

! , Eu aprecie seu trabalho hark na sua página, você está escrevendo para baixo com grandes coisas ! Este site é muito interessante !
Meu nome é Alice, de Nova Jersey, e eu vou ser um seguidor deste site , Meus interesses pode ser chato, mas eu digo -las é claro que eu gosto de livros , bem como esportes em geral , e eu também ouço muito Shakira no meu quarto, eu estou sem namorado no momento para que os usuários do sexo masculino .... just kidding :) ! Eu tentei uma vez namoro on-line não funcionou muito bem ....
Eu escrevi este comentário porque como eu já disse que eu realmente gosto deste site Eu também tenho um fórum como você, mas o meu é vey diferente da sua , que é sobre nenhum depósito poker bonus ....:)
Além disso, vou pedir desculpas por minha linguagem era a única maneira que encontrei para falar com vocês ....ficar bem a todos vocês, Bye bye , por meio do Feliz Ano Novo

Anônimo disse...

I must say I really like it. Your imformation is usefull. Thanks for share