sissy spacek em “carrie, a estranha” |
stephen king |
Ainda pequeno, o escritor descobriu Lovecraft, Ray Bradbury, histórias em quadrinhos e filmes B de ficção científica – a matéria prima de sua bagagem literária. Publicou o primeiro romance, “Carrie”, em 1974, narrando a história de uma garota com poderes telecinéticos. Atirou a primeira versão do trabalho no lixo, mas foi resgatada pela esposa, Tabitha, que o encorajou a reescrevê-la. A obra não teve, a princípio, senão um sucesso modesto, mas a adaptação cinematográfica alavancou instantaneamente a carreira do autor.
Ao
constatar, estupefato, que baseou o protagonista Jack Torrance, de “O
Iluminado”, em sua própria pessoa, deixou de lado todos os vícios de muitos
anos, cortando o álcool e qualquer tipo de droga. Mantém-se sóbrio desde então.
Escreve ao som do AC/DC, Metalica, Anthrax, Judas Priest etc. Em 1999, sofreu
um acidente gravíssimo. Atropelado durante uma de suas caminhadas, perdeu a
memória, fraturou o quadril, quebrou a perna e teve danos pulmonares. Mas se
recuperou. No mês seguinte, começou a publicar uma série de folhetins no seu
website stephenking.com, sendo um dos primeiros escritores famosos a recorrer
ao suporte virtual.
Na primeira história, uma videira sobrenatural começa a crescer numa editora de livros de bolso, trazendo sucesso e riquezas em troca de sangue e carne fresca. Aos 65 anos, multimilionário, vive numa mansão vitoriana de 24 cômodos em Bangor, no Maine (EUA), com um portão em forma de aranha emoldurado por dois gigantescos morcegos.
Na primeira história, uma videira sobrenatural começa a crescer numa editora de livros de bolso, trazendo sucesso e riquezas em troca de sangue e carne fresca. Aos 65 anos, multimilionário, vive numa mansão vitoriana de 24 cômodos em Bangor, no Maine (EUA), com um portão em forma de aranha emoldurado por dois gigantescos morcegos.
jack nicholson em “o iluminado” |
Possivelmente, a qualidade essencialmente visual da narrativa alucinada de STEPHEN KING é o que o faz um dos queridinhos de Hollywood. Desnecessário dizer que o terror é o seu gênero de filme favorito. Em alta novamente, ele tem quatro novas versões cinematográficas de suas histórias prontas para estrear nos cinemas: “Carrie - A Estranha”, “O Braço do Mar”, “Ten O'Clock People”, “A Good Marriage” e “A Dança da Morte”. Fique de olho.
GALERIA MALDITA de STEPHEN KING
CARRIE, a ESTRANHA
(Carrie, 1976)
direção de Brian de Palma
Com: Sissy Spacek, Piper Laurie, Amy Irving,
William Katt e John Travolta
Do romance “Carrie”, de 1974. Teve uma sequência em 1999 e uma refilmagem de 180
minutos para a TV em 2002. Concorreu aos Oscars de Melhor Atriz e Melhor Atriz
Coadjuvante. Rendeu elogios – e uma bela bilheteria – a Brian de Palma. Carrie
White (a ótima Sissy Spacek) é uma garota que não tem amigos por conta de sua
mãe, Margareth (a veterana Piper Laurie, bela mocinha da Universal ao lado de
Tony Curtis e Rock Hudson), uma pregadora religiosa que se torna mais louca a
cada dia que passa e mantém a filha em isolamento quase total. Motivo de piada
na escola, ela é ridicularizada diante de todos os colegas num baile. O que ninguém imaginava é que a estranha
menina possui poderes paranormais que ficam mais fortes quando ela fica com
raiva. King acha que o filme tem estilo. Eu concordo com ele.
O ILUMINADO
(The Shining, 1980)
direção de Stanley Kubrick
Com: Jack Nicholson, Shelley Duvall e
Danny Lloyd
De “O Iluminado” (1977), tornou-se uma minissérie homônima para a TV em
1997. Não é apenas uma das melhores adaptações de Stephen King, mas também um
dos grandes filmes de terror do cinema. Um cult. Inexplicavelmente, o escritor
não ficou satisfeito com essa versão, considerando-a fria e intelectualizada. O
escritor Jack Torrance (Jack Nicholson, excepcional, embora mais careteiro do
que nunca) é contratado para vigiar um hotel no Colorado durante o inverno. Ele
leva sua esposa (Shelley Duvall, uma das musas de Altman) e seu filho (Danny
Lloyd). Por ser inverno e a região estar cheia de neve, o hotel deixa de
funcionar e Jack e sua família acabam ficando isolados. A situação começa a se
complicar quando ele passa a ter problemas mentais devido ao isolamento,
ficando cada vez mais agressivo e perigoso. Pra piorar a situação, seu filho
Danny começa a ter visões de acontecimentos terríveis ocorridos no passado.
A HORA da ZONA MORTA
(The Dead Zone, 1983)
direção de David Cronenberg
Com: Christopher Walker, Brooke
Adams, Tom Skerritt
e Martin Sheen
Do
livro “Zona Morta”, de 1979, transformado em série de TV homônima em 2002. Sóbrio
e um dos filmes mais controlados de Cronenberg. Johnny Smith (Christopher
Walken), um professor de literatura prestes a se casar, sofre um acidente de
carro e fica cinco anos em coma. Ao recobrar a consciência, descobre que perdeu
sua carreira e sua noiva (Brooke Adams), mas em compensação ganhou poderes paranormais
que o permitem antever o futuro. Assim, ele tem o poder de alterar o curso dos
acontecimentos e este é o seu dilema: interferir ou sofrer sozinho, sabendo das
tragédias que estão por acontecer. Um thriller político dos melhores.
CONTA COMIGO
(Stand by Me, 1986)
direção de Rob Reiner
Com: Will Wheaton, River Phoenix,
Kiefer Sutherland
e Richard Dreyfuss
Do
conto “O Corpo”, de 1982. A história é autobiográfica, baseada num fato
realmente ocorrido na infância de King. Inclusive, o próprio autor é retratado,
no personagem que se torna um escritor quando adulto. Uma obra sensível, terna
e intimista, embalada por uma bonita trilha sonora. Talvez a mais atípica do
universo literário do autor. Conta a história de quatro amigos que partem em
uma jornada em busca de um cadáver, e que acabam aprendendo valiosas lições durante
o caminho. Quando se encontram com marginais, que armados de navalhas também
procuram o corpo, eles descobrem uma força que não sabiam ter. Filme muito
especial, que trata com delicadeza da amizade e da inesquecível experiência que
é crescer.
LOUCA OBSESSÃO
(Misery, 1990)
direção de Rob Reiner
Com: James Caan, Kathy Bates e Lauren Bacall
Do romance “Angústia”, de 1987. Kathy Bates ganhou o Oscar de Melhor Atriz por sua
atuação ensandecida da psicopata que prende um escritor - de quem se diz “fã
número 1” - depois que ele sofre um acidente de carro. Chocante o momento em
que seu personagem quebra os pés do ídolo com uma pá. Sem poder se locomover,
ele se vê à mercê das loucuras da “fã”. Duelo de atores com extrema tensão
física. Reiner revisita o universo de King em mais uma narrativa pé-no-chão,
sem delírios sobrenaturais.
A METADE NEGRA
(The Dark Half, 1994)
direção de George A. Romero
Com: Timothy Hutton, Amy Madigan,
Michael Rooker
e Julie Harris
Do
romance “A Metade Negra”, de 1989. Um escritor, Thad Beaumont (Hutton), cria um
pseudônimo para obter sucesso. Ao decidir eliminá-lo, dá origem a um duplo
sanguinário. A partir daí estranhos e violentos assassinatos são cometidos,
sempre precedidos de uma revoada de pardais. O roteiro tem paralelos com a
carreira de King.
Um SONHO de LIBERDADE
(The Shawshank Redemption, 1994)
direção de Frank Darabont
Com: Tim Robbins, Morgan Freeman e
James Whitmore
Do
conto “Rita Hayworth e a Redenção de Shawshank”. Fala de Andy Dufresne (Tim
Robbins), um jovem e bem sucedido banqueiro que é condenado a prisão pelo
assassinato de sua esposa e do amante dela. Cumprindo pena perpétua, faz
amizade com Ellis Boyd Redding (o classudo e talentoso Morgan Freeman), um
prisioneiro que cumpre pena há 20 anos e controla o mercado negro da
instituição. Primeiro filme dirigido por Darabont. Concorreu aos Oscars de Melhor
Filme, Melhor Ator (Freeman), Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Fotografia, Melhor
Edição, Melhor Trilha Sonora Original e Melhor Som.
ECLIPSE TOTAL
(Dolores Claiborne, 1995)
direção de Taylor Hackford
Com: Kathy Bates, Jennifer Jason
Leigh, Christopher Plummer
e John C. Reilly
Do
livro “Eclipse Total”, de 1992. Selena St. George (Jennifer Jason Leigh), uma escritora
de sucesso que vive em Manhattan, fica surpresa com a notícia de que a sua mãe,
de quem se encontra afastada, foi acusada de homicídio. Com algum
ressentimento, regressa à sua pequena cidade natal no Maine para oferecer
ajuda. Não que ela acredite que Dolores (Kathy Bates) é inocente. Na verdade, tem
suspeitas acumuladas desde há vinte anos. A memória do passado e fatos do
presente revelam a verdade aterradora que existe por detrás das duas
misteriosas mortes.
O APRENDIZ
(Apt Pupil, 1998)
direção de Bryan Singer
Com: Ian McKellen, Brad Renfro e Elias Koteas
Do
conto “Aluno Inteligente”, narra a história de um adolescente que descobre que
um de seus vizinhos é um criminoso nazista, passando a chantageá-lo para que
ele lhe conte as mais terríveis histórias sobre a Segunda Guerra Mundial. A
partir de então um tenso jogo psicológico surge entre os dois, ameaçando a sanidade
do garoto. Firme direção de Bryan Singer e impecável atuação da dupla central, McKellen
e Renfro.
À ESPERA de um MILAGRE
(The Green Mile, 1999)
direção de Frank Darabont
Com: Tom Hanks, Michael Clarke
Duncan, David Morse,
Graham Greene e Patricia Clarkson
Adaptada
da minissérie literária “O Corredor da Morte” (1996), a primeira e única escrita
por Stephen King. Somente depois da produção do filme é que os capítulos foram
reunidos em um único livro. Retrata o cotidiano - e o relacionamento muito
especial do policial Paul Edgecomb (Tom Hanks) com o condenado John Coffey
(Michael Clark Duncan) - no corredor da morte de uma prisão norte-americana.
Aos poucos, desenvolve-se entre eles uma relação incomum, baseada na descoberta
de que o prisioneiro possui um dom mágico que é, ao mesmo tempo, misterioso e
milagroso. O filme arrecadou, apenas nos Estados Unidos, mais de 130 milhões de
dólares, concorrendo aos Oscars de Melhor Filme, Melhor Ator Coadjuvante (Duncan),
Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Som.
SOBRE o AUTOR
“Dissecando Stephen King / Bare Bones:
Conversations on Terror with Stephen King”, de Tim Underwood e Chuck Miller,
1988.
32 comentários:
acho stephen king, pelas suas historias extremanete engenhos, video o caso de um de seus contos "Rita hayworth, se converteu num classico recente chamado, "Um Sonho de Lieberdade, e ue foi publicado aos poucos, em páginas de jornais, antes que o "folheteim eletronicos", como as da REDE BOBO de Televisão existiseem, ckassicos da literatura, como Les Miserabiles, Tres Moqueteiros ou ate esmo classicos da Literatura brasilea, como "A Moreninha", era publicados nas ediçoes diarias dos jornais. De fato King, com a sua escatologia, provoca arrepios
Texto muito legal. Não sou fã de tudo dele, mas "O iluminado" e "Carrie" (tanto os livros como os filmes) são sensacionais. Gostei muito da leitura de "Christine, o carro assassino", que em filme ficou sofrível.
Não sou fã dele, mas o texto é muito bom!
Abração.
O Iluminado amei em livro e em filme.
Carrie é showwwwwwwwww!
Seu texto "Ídolos Nazistas" foi tão bom que eu já indiquei a vários conhecidos. Parabéns pela pesquisa: o blog é muito enriquecedor. Abraços.
gosto muito de "Carrie", mas estranhamente, ainda não li o livro...
Todas las conocía menos la de George Romero, la lista es muy buena, todas valiosas, King es alguien interesante, quiero leer el resplandor, lo tengo y voy a buscarle un tiempo. Un abrazo.
Dos filmes citados, só não vi A metade negra e O aprendiz. Gosto muito dos filmes baseados em Stephen King.
Foi com surpresa que encontrei aqui alguns títulos que nunca pensei fossem adaptações deste escritor.
As mais célebres são de facto "Shinning" e "Carrie".
Tenho predileção pelas obras do King, praticamente todas que cheguei a ler. No entanto, existem adaptações irregulares e imaturas demais e King, por exemplo, na direção do filme "Comboio do Terror" foi o fim da picada, rs!
O Iluminado, Conta Comigo, Carrie, Misery, Um Sonho de Liberdade, O Nevoeiro, Cemitério Maldito e À Espera De Um Milagre, disparam como os meus favoritos baseados em obras suas.
Abs.
Você listou as melhores adaptações de King, porém existem vários outros filmes que são verdadeiras bombas baseadas em seus livros, inclusive "Comboio do Terror" que ele mesmo dirigiu.
Abraço
Adoro Louca Obsessão!
Eu acrescentaria á lista o "Cemitério Maldito" que, apesar de ser um filme fraco, marcou a minha adolescência por causa da música tema, Pet Sematary do Ramones.
Gosto de algumas obras de King - falo das que foram adaptadas ao Cinema ou TV, claro. Minhas preferidas são "Louca Obsessão", e "Um Sonho de Liberdade", justamente as que não têm um conteúdo tão obscuro. King pode ser um bom escritor, mas quando seus romances mais macabros viram adaptações na telona, eles acabam tendendo a perder a linha na metade da narrativa, perdem o foco, e, no meio do caminho, acabam virando grandes pastelões. Vou dar dois exemplos disso: "A Casa Adormecida" (Rose Red, 2002) e "A Dança da Morte" (The Stand, 1994). Essas adaptações tinham tudo para dar certo, mas debandaram para uma tragicomédia sem tamanho e viraram filmes sem pé nem cabeça, como "Fenda No Tempo" e "Creepshow" - outros dois exemplos bizarros, só para citar.
Grande lista, Nahud! O meu preferido é "O Iluminado", que colocaria em primeiro. No restante, suas escolhas foram ótimas. Acho que não trocaria por nenhum outro. Abraço!
Grande!
No próximo post do meu blog vou exatamente mencionar uma das obras dele, que ele lançou primeiramente como um livro e, depois, também através das mãos dele, virou o roteiro de um filme.
Sou suspeita pra falar sobre Stephen King e suas adaptações cinematográficas. Carrie é um clássico, assim como A Espera de um Milagre, mas de todos, o meu preferido é O Iluminado.
Coleciono , assim como DARIO ARGENTO
carrie,a estranha é classicão!!!
Faltou O Nevoeiro ai, pois achei aquele filme genial
Carrie é daqueles fraquinhos no gênero, mas um verdadeiro clássico.
Carrie a Esrtraha tem mais a ver com parapsicologia, vide a cenas do faqueiro, uma cena que chamou muito a tençao da molecada, na epca de seu lançamento, dos que viram sem ter aionda 18 anos, e aquea cena do vestiario
AMO! ;D
do King, creio que o único que li foi o The Mist, que gostei bastante, tal como o filme
Ola Falcão,já tinha esquecido dos medos e noites sem dormir após assistir alguns destes filmes mencionados.Agora relembrando todos de uma só vez já comecei a ter arrepios e a olhar em volta com certo temor.Fora isso,a postagem não poderia ser melhor.Beijus....SU
Stephen King não é considerado o mestre do terror á toa.Ele tem talento e é reconhecido por isso,seus livros são fantásticos e muitos dos filmes adaptados quase que se equiparam a essa perfeição.
Em breve teremos mais uma produção na área,Jason Blum que é responsável pela franquia Atividade Paranormal vai adaptar o conto "Mercy" de 1985 em filme...resta aguardar para ver.
Abraço!
Bruno
Estou mais familiarizada com as adaptações da obra de Stephen King do que com os escritos em si. Com certeza ele é um mestre ao tratar de terror, como em Carrie ou O Iluminado, e de amizade, como em Um Sonho de Liberdade e Conta Comigo.
Abraços!
amei carrie|!
imperdivel...
Aguardando com muito receio pelo remake de Carrie.
Uma lenda da literatura de terror cujo trabalho se traduz bem no cinema. Claro que The Shining e The Dead Zone são duas obras-primas :)
http://onarradorsubjectivo.blogspot.pt/
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