abril 30, 2012

********* O CINEMA MARGINAL de SAMUEL FULLER

mark hamill e lee marvin em “agonia e glória”

Perceber o talento peculiar indiscutível de um cineasta é pura emoção. Nestas ocasiões, vejo alguns de seus filmes e leio sobre sua vida e obra. Aconteceu com Terrence Malick, F. W. Murnau, Sean Penn (como diretor), Max Ophuls, Jules Dassin, Robert Siodmak, Mauro Bolognini e Robert Mulligan, entre outros. Atualmente percorro os caminhos perigosos de SAMUEL FULLER, um excepcional diretor norte-americano anti-racista e anti-guerra, de mise en scène diabólica, injustiçado pela crítica e pouco conhecido do público, mas responsável por uma filmografia livre e independente.

Diretor de longas B, sem nunca cair nos estereótipos do thriller ou do gênero melô, a restrição financeira que afetava a produção dos seus filmes não o impediu de rodar títulos com qualidade. Admirado pela trupe de jovens críticos da revista “Cahiers du Cinema”, encabeçado por François Truffaut e Jean-Luc Godard, que o trataram como um autêntico “auteur”, por seus poderosos golpes nos sentimentos humanos, é considerado um existencialista.
samuel fuller

Ex-jornalista policial de Nova York, vagabundo que saltava de trens de carga, escritor de “pulp fiction” e soldado da Segunda Guerra Mundial, sua cáustica visão geralmente apresenta personagens amorais lutando para sobreviver no hospício da vida. Guerra e criminalidades são temas centrais em sua filmografia, com sua hiperativa câmara vasculhando os submundos e revelando os becos mais sórdidos das grandes cidades, onde cada figura é submetida a um violento rito de passagem em que certezas morais estabelecidas são testadas ao máximo. 

O amor destrutivo entre os personagens é uma constante na sua obra. A consolidação ordenada e harmoniosa de uma comunhão romântica inexiste nesse universo. Apesar de se esquivar de rótulos, o seu cinema flerta diretamente com o gênero “noir”, cujo surgimento aconteceu em 1941, com O FALCÃO MALTÊS / The Maltese Falcon, de John Huston. Ao menos cinco filmes do diretor podem ser assim classificados: “Anjo do Mal”, “A Casa de Bambu / House of Bamboo” (1955), “O Quimono Escarlate / The Crimson Kimono” (1959), “A Lei dos Marginais / Underworld U.S.A.” (1961) e “O Beijo Amargo”.
james dean em "baionetas caladas"

Num filme de SAM FULLER, a ação é sempre repentina, sem motivação profunda ou explicação detalhada. Ele expressou a violência e o caos do mundo em dezenas de policiais, westerns, dramas e filmes de guerra. A maioria com orçamento baixo e rejeitados pelos críticos de sua época, que o consideravam “primitivo e bárbaro”, mas redimidos através dos anos pela crescente admiração dos cinéfilos e cineastas (Robert Bresson e Claude Chabrol, por exemplo) em todo o mundo. Começou no cinema escrevendo roteiros para produções baratas nos anos 30. 

Teve a sua primeira chance de dirigir em 1949, agarrando-a com unhas e dentes. Simples e impactante, “Eu Matei Jesse James” já revela a garra do diretor. Em 1952, o poderoso produtor Darryl F. Zanuck, da Fox, convidou-o para uma produção “classe A”, ou seja, de orçamento polpudo e atores famosos como protagonistas. Sombrio e sem heroísmo, o bonito “Anjo do Mal” não fez sucesso de bilheteria. Ele continuou filmando, numa persistência louvável, mostrando honestamente uma América do Norte não-oficial, de rejeitados, desconstruindo a noção de herói e vilão que dominava o cinema clássico.

Ensaiando uma ou duas vezes e filmando, SAMUEL FULLER não voltava a repetir a tomada. Fez um filme em 10 dias, com um único cenário e sem externas. Seus protagonistas são homens duros, simples, e, portanto, de confiança, em histórias de um dramatismo exacerbado, pontuadas por uma fotografia diferenciada e por momentos de absoluta e estranha beleza. Repudiado por colaborar com a política de caça aos comunistas liderada pelo senador republicano Joseph McCarthy, pouco a pouco foi sendo deixado de lado em Hollywood, instalando-se na França onde promoveu diversos workshops. Durante um deles, conheceu Wim Wenders, que o convenceu a participar como ator em “O Amigo Americano / Der Amerikanische Freund” (1977) e “Hammett / Idem” (1982). Teve também participação especial em “O Demônio das Onze Horas / Pierre Le Fou” (1965), de Jean-Luc Godard. Morreu em 1997, aos 86 anos, deixando na memória coletiva a imagem provocativa do seu gigantesco charuto e estilo contundente.
gene evans em “capacete de aço”

Pouco se viu e muito se falou sobre os filmes de SAMUEL FULLER. Sua filmografia sobreviveu como seus personagens, renegada por muito tempo à margem do cinema. Dirigiu um total de 22 filmes para cinema e outros projetos para televisão. O seu último trabalho foi o telefilme “Le Jour du Chatiment” (1990). É um daqueles realizadores de segunda linha que nunca chegou verdadeiramente ao topo. Quase todos os seus filmes foram insucessos. “Cão Branco / White Dog” (1982), um dos últimos, nem sequer foi exibido comercialmente nos Estados Unidos, forçando-o a roubar as bobinas e fugir para o México, com medo que fosse permanentemente destruído. À sua maneira deixou um legado recheado de personagens cujo vigor de sobrevivência a qualquer custo incomoda os observadores mais antiquados.

FONTES
“Il était une fois… Samuel Fuller”, Cahiers du Cinéma, 1986; e “1000 Que Fizeram 100 Anos de Cinema”, Isto é/The Times)

wim wenders e samuel fuller

NOVE FILMES de SAM FULLER

EU MATEI JESSE JAMES
(I Shot Jesse James, 1949)
Com Preston Foster, Barbara Britton e John Ireland

Seu Jesse não é o Robin Hood da lenda cinematográfica, muito pelo contrário. E Robert Ford, o assassino, é retratado com simpatia. A relação suspeita deles é algo pouco visto em faroestes (como também em “O Proscrito / The Outlaw”, 1943; “Rio Vermelho / Red River”, 1948; “Johnny Guitar / Idem”, 1954; “Um De Nós Morrerá / The Left Handed Gun”, 1958; “Minha Vontade é a Lei / Warlock”, 1959; etc.): um sub tom homoerótico razoavelmente óbvio. Há algo de feminino nas preocupações de Jesse James (Reed Hadley). Algo provocante e sedutor. Ford (John Ireland) não consegue tirar os olhos dele. Estreia arrasadora, em tese é um faroeste, mas o diretor rompe os mitos que cercam os gêneros.

CAPACETE de AÇO
(The Steel Helmet, 1951)
Com Gene Evans e Robert Hutton

O primeiro título a trazer algum reconhecimento para o diretor, despe mitos, representando a diversidade étnica norte-americana e os bastidores de uma guerra cruel. Não é um filme sobre heroísmo, mas sobre a luta pela sobrevivência, sem mistificações. Sam se orgulhava de ter feito o primeiro filme sobre a Guerra da Coréia, enquanto ela acontecia.


BAIONETAS CALADAS
(Fixed Bayonets!, 1951)
Com Richard Basehart e Gene Evans

O mesmo cenário do drama de guerra anterior, a Coréia, e o mesmo ator, um dos favoritos do diretor: Gene Evans. Ele faz o duro sem ilusões num destacamento designado para uma batalha de retaguarda quase suicida. Todos os soldados são sujeitos comuns, nada heroicos. Ponta de James Dean como o soldado Doggie.

ANJO do MAL
(Pickup on South Street, 1953)
Com Richard Widmark, Jean Peters e Thelma Ritter

Primeiro grande filme de estúdio do diretor, protagonizado por Richard Widmark como um larápio que furta uma carteira que contém um microfilme valioso. Foi galardoado com o Leão de Bronze do Festival de Veneza. Noir clássico, fora de época, uma de suas características incomuns é a personalidade criminosa do protagonista. A femme fatale é uma prostituta que trabalha para os dissidentes comunistas. A polícia local utiliza métodos pouco ortodoxos para identificar o carteirista. Tudo isso numa Nova Iorque miserável e violenta, envolta num mundo negro de melancolia. Talvez a maior atuação de Ritter, que concorreu ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante.

RENEGANDO o MEU SANGUE
(Run of the Arrow, 1957)
Com Rod Steiger, Sarita Montiel e Ralph Meeker

Um soldado sulista confederado (excelente atuação de Rod Steiger, do Actor’s Studio) se refugia na terra dos índios Sioux após o fim da Guerra Civil nos EUA. História de perseverança, cenários épicos e defesa aberta à causa indígena. Charles Bronson, em início de carreira, faz um indígena.

DRAGÕES da VIOLÊNCIA
(Forty Guns, 1957)
Com Barbara Stanwyck, Barry Sullivan e Dean Jagger

Um dos faroestes mais audaciosos de todos os tempos. A super star Barbara Stanwyck, numa interpretação marcante, faz a baronesa do gado Jessica Drummond. Sem escrúpulos, ela luta pelo controle dos pastos no Arizona, estalando o seu chicote e escoltada por 40 soldados mercenários.  Faz de tudo para proteger seu irmão desordeiro. Quando um novo delegado chega à cidade para colocar tudo em ordem, ela se apaixona pelo homem da justiça.

PAIXÕES que ALUCINAM
(Shock Corridor, 1963)
Com Peter Breck, Constance Towers e Gene Evans

Intensidade, força e fúria na história de um jornalista que se infiltra em um hospício passando-se por louco para descobrir o autor de um assassinato, e de quebra, ganhar o Prêmio Pullitzer.

O BEIJO AMARGO
(The Naked Kiss, 1964)
Com Constance Towers e Anthony Eisley

Uma das obras fundamentais do diretor. Disfarçado na redenção de uma prostituta que tenta ser aceita na sociedade hipócrita, trata de um outro assunto, muito mais aterrador, a pedofilia. E a forma como nos é mostrado, uma revelação horrível antecedida de uma cena de uma beleza ímpar, é marcante. Os fracos resultados de bilheteira levaram o diretor a trabalhar em televisão.

AGONIA e GLÓRIA
(The Big Red One, 1980)
Com Lee Marvin, Mark Hamill e Stéphane Audran

Após dez anos sem filmar, Sam retornou à ativa ajudado pelo amigo e fã incondicional Peter Bogdanovich, que capitaneou fundos para esse ambicioso projeto, um drama anti-guerra com Lee Marvin numa sensacional atuação lacônica. Ele interpreta um sargento veterano, que com seu pelotão de infantaria luta na costa argelina contra as tropas nazistas, desembarcando na Normandia, no episódio que ficou conhecido como Dia D. John Wayne havia sido cotado para o papel, mas foi descartado pelo diretor. “Eu queria fazer um filme sobre um cara que se mistura com os outros, não um herói. Eu queria um homem cansado, macilento, ossudo”, justificou. Glorificado pela crítica, não resultou muito bem em termos comerciais.

36 comentários:

renatocinema disse...

Amigo não sou conhecedor a fundo de Samuel Fuller, espero que me perdoe.

Mas, apesar de amar seu texto, como sempre, tenho que dizer que o primeiro paragrafo esta divino: " "Perceber o talento peculiar indiscutível de um cineasta é pura emoção. Nestas ocasiões, vejo alguns de seus filmes e leio sobre sua vida e obra. Aconteceu com Terrence Malick, F. W. Murnau, Sean Penn (como diretor)", humildemente assino embaixo.

Perfeita visão.


Abraços

Dilberto L. Rosa disse...

Salve, Anthony: noutro dia lutei para lembrar-me do título do ótimo "Agonia e Glória" e não consegui - apelava para amigos cinéfilos, "aquele com Mark Hamill e Lee Marvin", e ninguém sabia... Consegui agora, rs!

Ô, Nahuda, não se trata de não passar mais aqui: saiba que, apesar do meu tempo estar implacável, sempre que podia eu dava uma passada no Falcão Maltês, mesmo sem comentar... E graças a esse meu tempo louco, "escrevinhei", rapidinho e sem muio alarde, uns textos bacaninhas lá pelos Morcegos nos últimos dias, a falar dos Vingadores (e de outros filmes), a celebrar 8 anos de vida virtual e a dar um até breve - mas não sem antes agradecer a todos os que sempre me prestigiam com suas presenças e outros mimos, como você, que sempre comenta por lá (apesar de às vezes quase monossilabicamente, ré,ré)!

Mas, rapaz, aqui entre nós: é DILBERTO, Antonio!!! Rs. Abração e até a volta!

João Roque disse...

"Shock Corridor" é sem dúvida o seu melhor filme.
Ele será sempre conhecido como um dos realizadores "malditos" de Hollywood.

Rodrigo Duarte disse...

O pequeno grande homem. Sempre direto ao ponto, sem rodeios, sem firulas e hipocrisia. Quem se aventura pelo universo Fuller nunca se arrepende.

Adecio Moreira Jr. disse...

Éééé, rapaz.

Eu estava sumido mesmo. Arrumando mudança, emprego, faculdade, etc. Mas já estou de volta à social media!

Até mais.

Fábio Henrique Carmo disse...

Estranho como alguém com a filmografia contestadora de Fuller possa ter contribuído com o Macarthismo. De qualquer forma, grande diretor que merece mais reconhecimento. Abraço!

IVAN CARDOSO disse...

ENTENDO A INTENÇÃO , DESTE BLOG EM HOMENAGEAR O NOTAVEL SAMUEL FULLER, APESAR DE CLASSIFICAR ERRONEAMENTE O SEU VISIONARIO CINEMA COMO MARGINAL... ALIAS, CASO ISSO FOSSE VERDADE, COMO O NOSSO DESBOTADO CINEMA SERIA CLASSIFICADO: DE TRAÍRA, POR TER SE VENDIDO A TELEVISÃO ? DE LEPROSO... COMO O REVOLUCIONARIO DZIGA VERTOV CLASSIFICOU O CINEMA RUSSO, EM SEUS MANIFESTOS KINOKS ? OU, PAU DE GALINHEIRO... POR SEREM AS PRODUÇÕES MAIS CARAS DO UNIVERSO SE FORMOS CALCULAR O CUSTO BENEFICIO DE SUAS OBSOLETAS SUPER PRODUÇÕES.. DIVIDINDO O SEU ORÇAMENTO MILIONARIO PELOS TOSTÕES QUE PINGAM EM SUAS RAQUITICAS BILHETERIAS ? - SEGUNDO OS DADOS DA ANCINE

Danilo Donato disse...

Acompanho assiduamente o blog.

FOXX disse...

inveja de qm conhece cinema desse jeito...

Paulo Telles disse...

Saudações Nahud, primeiramente agradeço sua observação na enquete do meu blog, pois esqueci de falar no gênero POLICIAL, entretanto tem a alternativa de "outro" gênero que pode ser votado. Obrigado pelos comentários sobre MATAR OU MORRER.

Agora veja...

Se trata de um cineasta polêmico (e por sinal brilhante, logo, impossível traçar Fuller se não for sob esta ótica. Tenho uma entrevista dele publicada pela extinta revista Cinemin, em 1989, onde ele até fala que os dois melhores atores que dirigiu foi justamente Lee Marvin e Robert Ryan.

Ryan, juntamente com Robert Stack, fez para Fuller A CASA DE BAMBO em 1955, que considero um bom trabalho do diretor, um dos melhores policiais ao estilo noir dos anos de 1950.

Abraços

Paulo Néry

Paulo Telles disse...

EM TEMPO: se quiser, te mando uma cópia desta entrevista de Fuller para vc da revista Cinemin, de 1989. Me mande seu endereço por email.

Paulo

Brenda Rosado disse...

Não consegui encontrar James Dean em "Baionetas caladas".

Brenda Rosado disse...

Vi poucos filmes do Fuller, mas ficou patente que não faz o meu estilo. É um cinema muito agressivo e sombrio.

disse...

Acho que o fato de ele ter sido policial e combatido na Segunda guerra ajudou a criar seu estilo. Com certeza merece mais reconhecimento. Gosto bastante de O Amigo Americano, embora não seja meu favorito de Wim Wenders.
Abraços!

Bússola do Terror disse...

Também não sou um grande conhecedor da obra dele, mas achei muito interessante o post.

IVAN CARDOSO disse...

CONHECI, ENTREVISTEI & FOTOGRAFEI O GENIAL SAMUEL FULLER, EM BARCELONA, EM 1984,PODENDO LHE GARANTIR QUE,O LENDARIO DIRETOR, NÃO´ENTENDERIA & MUITO MENOS ACEITARIA VOCE CLASSIFICAR O SEU CINEMA DE MARGINAL... LHE RESPONDENDO: "YOU ARE A BULLSHIT"...
A MAIORIA DO DIRETORES AMERICANOS TEM SEUS MOMENTOS DE UPS AND DOWNS... PORÉM, NÃO É POSSIVEL "MARGINALIZAR" O AUTOR DE CLASSICOS COMO "A CASA DE BAMBOO", "NAKED KISS", OU, "SHOCK CORRIDOR" - NA MINHA OPINÃO SEU MELHOR FILME & TOTALMENTE, CULT... MAS QUE, MERECEU APENAS DUAS LINHAS DE VOCE ???
A UNICA QUEIXA QUE, FULLER FAZIA DE HOLLYWOOD É QUE, OS FILMES NÃO PERTENCIAM AOS SEUS REALIZADORES... POR SEREM PROPRIEDADES EXCLUSIVAS DOS ESTUDIOS QUE OS PRODUZIRAM
FULLER ERA UM DIRETOR, TOTALMENTE, ENGAJADO AO STAR SYSTEN HOLLYWOODIANO, TENDO ME CONTADO, SÓ PARA VOCE TER UMA IDEIA QUE,QUANDO PASSOU DOIS MESES NO BRAZIL, ENTRE OS INDIOS CARAJAS... ESCREVENDO UM ROTEIRO QUE PRETENDIA RODAR NO MATOGROSSO, COM AVA GADNER & JOHN WAYNE ! MAS, CUJO O PROJETO FOI INVIABILIZADO PELAS COMPANHIAS DE SEGURO QUE, FICARAM COM MEDO, NÃO QUERENDO SE ARRISCAR A PERMANENCIA DESSAS DUAS ESTRELAS, ENTRE OS "PERIGOSOS INDIOS BRASILEIROS"... O PODEROSO D.F.ZANUCK TERIA EXCLAMADO COM IRRITAÇÃO: "QUEM SÃO VOCES PARA PROIBIREM UM PROJETO DE FULLER" !!!
E, VOCE AINDA CHAMA ESSE CINEMA, AO QUAL ELE ERA TOTALMENTE, INTEGRADO DE "MARGINAL" ???

Luma Rosa disse...

Um post muito dígno!! Mais que um post, um ensaio.
Só queria acrescentar que "Tempos de Violência" é reciclado! Pulp Fiction é uma homenagem às velhas revistas Pulp e inspirado no conto noir "O Relógio de ouro". Pulp fiction era um nome dado para designar as revistas feitas com papel de baixa qualidade e acho que usou o termo para se referir à elas, mas os leitores nem sempre sabem disso, portanto, haveria de ter um referência nesse sentido. Até mesmo os que são candidatos a cinefilia, ainda não compreendem o termo. Bom restinho de semana!! Beijus,

Marcelo Castro Moraes disse...

É alguem que merecia um curso somente sobre ele. Lembrando, que neste final de semana em Porto Alegre, haverá um curso sobre Martin Scorsese. Portanto quem mora na capital ou região proxima, participe comigo.

ANTONIO NAHUD disse...

Verdade, Rodrigo, a cada filme de Fuller gosto mais do seu estilo direto e realista.

IVAN CARDOSO disse...

KARA CAI NA REAL... SAMUEL FULLER NUNCA PRODUZIU NENHUM FILME !!! ELE SEMPRE FOI UM DIRETOR CONTRATADO... CINEMA MARGINAL É COISA, ACOMEÇAR PELA TERMINOLOGIA, DO TERCEIRO MUNDO... NÃO EXISTE CINEMA NARGINAL, EM HOLLYWOOD !!! NEM MESMO NA AMERICA. ATÉ O CINEMA UNDERGROUND FEITO EM NOVA IORQUE, NÃO É MARGINAL ! CINEMA NOS EUA É COISA SERIA,PRODUZIDA PRA FAZER DINHEIRO... ONDE TODO MUNDO ANDA DE TERNO E GRAVATA, E FEZ FACULDADE DE CINEMA AMERICANO... NÃO ESTA BOSTA Q SE FAZ AQUI...
PERCEBO FULLER DE UMA OUTRA MANEIRA...ACREITANDO ATÉ Q ELE SEJA BASTANTE VERSATIL, EDUCADO & ATENCIOSO PARA QUEM DESEMBARCOU NA NORMANDIA NO DIA D !!!
KARA SE LIGA, VC ACHA Q QUEM TRABALHOU COM LEE MARVIN & OUTRAS ESTRELAS DESTE QUILATE PODE SER MARGINAL ???
AS TERMINOLOGIAS NORTE AMERICANAS SERVEM PARA NOS PORQUE SOMOS UMA CULTURA COLONIZADA... AGORA, A MATRIZ JAMAIS VAI SE ENQUADRAR EM NOSSAS DEFINIÇÕES
VC TA PARECENDO UMA VESTAL DA COMITIVA RUSSA QUE ACOMPANHOU EISENSTEIN, EM SUA CELEBRE VISITA A HOLLYWOOD. QUANDO SERGUEI FICOU ESCANDALISADO POR TER DESCOBERTO QUE GRIFFITH, ALÉM DE SER VICIADO EM COMER MELECA... KKKKKM GUARDAVA UMA VASTA COLEÇÃO DESTAS, DEBAIXO DO BRAÇO DE SUA CADEIRA DE DIRETOR... PARA DEGUSTA LAS QDO ESTIVESSE COM VONTADE !!! KKKKK
ACHO Q VC ADA LEDO MUITO RELEASE E VENDO POUCO FILME... HOLLYWOOD ERA UM ANTRO DE PUTAS, BANDIDOS, VEADOS,JUDEUS, COMUNISTAS, DROGADOS, MALUCOS,IMIGRANTES & GRANDES ARTISTAS !!!

Rafael Carvalho disse...

Eu sei que preciso ver muito mais coisa do Fuller, mas lembro como Paixões que Alucinam me deixou impressionado.

Mario Salazar disse...

Me gusta Wenders y que Fuller haya trabajado con él me intriga, voy a ver algunos de sus trabajos, me parece muy interesante lo que has apuntado de él. Un saludo.

Rubi disse...

Antonio!
Confesso que conheço, ou melhor, conhecia muito pouco sobre o trabalho de Fuller. No entanto, Paixões que Alucinam é um ótimo filme.

Márcio Sallem disse...

Surpreso: não sabia da existência de outro filme de Jesse James e Robert Ford (sou fã confesso da versão estrelada por Casey Affleck e Brad Pitt, para mim uma obra-prima de escala imensa).

O Beijo Amargo tem justificativa porque foi um fracasso, seu tema, inclusive hoje em dia, é muito mal aceito e visto nos cinemas. Não seria diferente na época mais conservadora que Samuel Fueller viveu.

Abraços!

Gilberto Carlos disse...

Não conheço o cinema se Samuel Füller, mas fiquei curioso...

José Francisco disse...

Obrigado pela visita. Seu espaço é realmente informativo e pra lá de incrível!

Darci Fonseca disse...

Faltou entrar O Barão Aventureiro na lista, segundo filme de Fuller para a Lippert e que teria sido feito em inacreditáveis dez dias. Fuller faz uma pontinha em Pierro Le Fou de Godard, o suficiente para explicar o que é o cinema.
Darci Fonseca - WESTERNCINEMANIA

Unknown disse...

Otima postagem. Não assisti a maioria desses filme, mas Agonia e Glória eu vi e gostei. Vou anotar todas as dicas. Grande Abraço!

Jefferson C. Vendrame disse...

Antonio, Como vai?
Não conheço muito o trabalho desse diretor assim como a maioria do pessoal que comentou anteriormente. Confesso que tenho vontade de ver Baionetas Caladas só para ver a micro participação de J.Dean. Realmente esse e os demais filmes do diretor não são muito aclamados e fáceis de encontrar, e não tendo outro jeito, embora eu não goste muito, vou ter que recorrer a algum site e ver se encontro alguns que me interessam para baixá-los.

Só pra constar, Quando você diz que o "gênero" Noir nasceu em 1941 com O FALCÃO MALTÊS, sei que de fato realmente existe essa ideia porém eu não concordo com ela, ANJOS DE CARA SUJA e alguns outros títulos no mesmo estilo desse foram lançados antes de o Maltês e são MUITO mais Noir que ele, você não concorda?
Enfim...

Grande abraço

Leandro Afonso disse...

Antonio,

Embora não tenha visto muitos dos filmes de Fuller, parece que aos poucos ele recebeu reconhecimento que merece. Scorsese é um que tem nele um mestre. Por tabela, muita gente deve a ele.

Abraço,

Ps: Se possível, gostaria que mudasse link pro meu blog, Antonio. Agora é "um filme para viagem". http://umfilmeparaviagem.blogspot.com

Adecio Moreira Jr. disse...

Poxa, sem postagens novas essa semana?!

=(

J. BRUNO disse...

Excelente postagem Antônio, aguçou minha curiosidade em relação à filmografia dele!

Victor Ramos disse...

Grande expoente do cinema mundial. Todavia, estou com dívida com Cão Branco, que parece ser uma das maiores obras do artista em destaque.

Injeção Cinéfila

Unknown disse...

Não conheço muito do trabalho dele... seu blog é pura educação cinematográfica!

:D

-> Nascida em Versos:
http://nascidaemversos.blogspot.com.br/

-> Minha Poética:
http://nv-minhapoetica.blogspot.com.br/

siby13 disse...

Olá Antonio, sou fissurada pelo cinema do Samuel Fuller, muito mais por ele ter dirigido a minha musa Barbara Stanwick.
Está entre os meus colecionáveis e acho legal divulgar seu cinema. Gostei muito da matéria.
Em todos os filmes de Fuller sentimos a força que emana de seus personagens e por incrível que parece sempre me indentifico, rs
Parabéns pela homenagem ao mestre Fuller.
Abs.

David disse...

Parabéns pelo excelente artigo. Também sou um grande admirador de Fuller, que aqui aborda de modo bastante completo. Escrevi sobre ele também, focando-me nos bastidores do seu filme "White Dog", que poderá ler aqui, se quiser:
http://davidlfurtado.wordpress.com/2012/04/17/white-dog-de-samuel-fuller-a-obra-prima-proibida-pela-paramount/

Um abraço.