sandra milo |
Considerado irreverente, mal-humorado e tirano, mas, acima de tudo, um monstro sagrado do cinema, o cineasta Federico Fellini (1920 - 1993) conviveu conjugalmente 50 anos com Giulietta Masina, carismática atriz que participou em vários de seus filmes. Entretanto, durante 17 anos, relacionou-se amorosamente com SANDRA MILO, a fútil e fogosa Carla de “Oito e Meio / 8 1/2” (1963). Coadjuvante de luxo de outra obra imortal do genial italiano, “Julieta dos Espíritos / Giulietta Degli Spiriti” (1965), ela publicou em 1982 o romance “Caro Federico”, onde a personagem principal, Selana, tem um envolvimento erótico com o cineasta. Apesar de negar a história no lançamento, o livro foi motivo de escândalo e Fellini recusou-se a tocar no assunto.
Vinte e sete anos depois, em 2009, após as mortes de Fellini e Masina, ela surpreendeu a todos ao revelar seu duradouro romance com o diretor, que logo depois seria confirmado por várias pessoas, porque de novidade tinha muito pouco entre os mais íntimos do casal infiel. De qualquer maneira, o encontro com Fellini consolidou SANDRA MILO como atriz - Sandrocchia (como era chamada por ele) interpretou desinibidas e sedutoras mulheres fatais, que incorporavam o imaginário erótico do diretor.
Vinte e sete anos depois, em 2009, após as mortes de Fellini e Masina, ela surpreendeu a todos ao revelar seu duradouro romance com o diretor, que logo depois seria confirmado por várias pessoas, porque de novidade tinha muito pouco entre os mais íntimos do casal infiel. De qualquer maneira, o encontro com Fellini consolidou SANDRA MILO como atriz - Sandrocchia (como era chamada por ele) interpretou desinibidas e sedutoras mulheres fatais, que incorporavam o imaginário erótico do diretor.
Ao casar com Giullieta em 1943, Federico Fellini firmou uma das mais vibrantes e bem sucedidas parcerias do cinema europeu – culminando em inesquecíveis sucessos. Porém, a vida pessoal de ambos, marcada por um único filho falecido aos 2 meses de idade, é apontada por biógrafos como triste e fulgurante – a síntese da existência de um mestre que equilibrou sua obra entre a magia e a tragédia. Ele e SANDRA MILO foram apresentados pelo roteirista Ennio Flaiano. “Fiquei impressionada com sua voz sutil, suave, quase feminina, uma voz muito pequena para um homem tão grande, de mais de 100 quilos; para um cérebro tão grande. Fiquei deslumbrada e encantada ao mesmo tempo”, recordou a atriz numa entrevista recente. Meses depois, a produtora Rizzoli convidou-a para um teste. A produção seria “Oito 1/2” e a personagem, Carla, o affair secreto de Guido (Marcello Mastroianni), o alter-ego do realizador.
Desiludida com o fracasso de “Vanina Vanini / Idem” (1961), de Roberto Rossellini, ela estava decidida a deixar o cinema, rejeitando o convite sem pensar duas vezes, mas Fellini apareceu de surpresa em sua casa com o fotógrafo Gianni di Venanzo e o figurinista Piero Gherardi. “O que está acontecendo?”, ela perguntou. “Nada. Viemos fazer o seu teste”, respondeu. Aprovada, durante as filmagens se tornaram amantes. Ela passou a amá-lo loucamente, de uma maneira alucinada. A paixão intensa transformou o que seria apenas um caso descartável em um amor duradouro. Mas passaram por situações vexatórias. Muito amiga de Giulietta Masina, SANDRA MILO foi proibida de frequentar a casa dos Fellini depois que o caso tornou-se notório. A relação cheia de altos e baixos tinha hotéis, motéis e casas fechadas do diretor como alcovas, numa afinidade clandestina. A atriz atuou em muitos filmes, casou-se, gerou três filhos e deixou o cinema, sempre encontrando Federico Fellini sigilosamente.
Desiludida com o fracasso de “Vanina Vanini / Idem” (1961), de Roberto Rossellini, ela estava decidida a deixar o cinema, rejeitando o convite sem pensar duas vezes, mas Fellini apareceu de surpresa em sua casa com o fotógrafo Gianni di Venanzo e o figurinista Piero Gherardi. “O que está acontecendo?”, ela perguntou. “Nada. Viemos fazer o seu teste”, respondeu. Aprovada, durante as filmagens se tornaram amantes. Ela passou a amá-lo loucamente, de uma maneira alucinada. A paixão intensa transformou o que seria apenas um caso descartável em um amor duradouro. Mas passaram por situações vexatórias. Muito amiga de Giulietta Masina, SANDRA MILO foi proibida de frequentar a casa dos Fellini depois que o caso tornou-se notório. A relação cheia de altos e baixos tinha hotéis, motéis e casas fechadas do diretor como alcovas, numa afinidade clandestina. A atriz atuou em muitos filmes, casou-se, gerou três filhos e deixou o cinema, sempre encontrando Federico Fellini sigilosamente.
Nos anos 70, o diretor a convidou para interpretar a sensual Gradisca de “Amarcord / idem” (1973), contudo o ciumento marido dela impediu a nova parceria, sendo substituída por Magali Noel (orientada a imitar o seu andar e trejeitos). “Eu queria tanto dormir ao menos uma noite com ele, para despertar pela manhã e encontrá-lo ao lado, sentir o seu cheiro, o cheiro do sono, do despertar, o cheiro do amor”, lamentou a atriz. Um dia tudo se acabou. Depois de enviar-lhe cem rosas e uma carta romântica e melancólica, Fellini a procurou, pedindo-a em casamento. Durante muitos anos ela havia esperado por aquele momento, certa de que ele terminaria por deixar Giulietta, mas já era tarde demais, estava casada, tinha filhos pequenos e uma vida organizada. Recusou o pedido, mesmo ainda o amando, e nunca mais voltaram a se encontrar como amantes.
Nascida em Túnis, no ano de 1933, SANDRA MILO estreou no cinema ao lado de Alberto Sordi em “O Solteirão / Lo Scapolo” (1955), de Antonio Pietrangeli. Reconhecida por sua voz exuberante, corpo vistoso e ar ingênuo, tornou-se uma sensação participando de comédias. O sucesso definitivo veio em 1959, graças ao produtor Moris Ergas, que mais tarde se casaria com ela: trata-se de “De Crápula a Herói / General Della Rovere” (1959), no qual interpreta uma prostituta, dirigida por Roberto Rossellini. Fez outro papel semelhante em “Adua e suas Companheiras / Adua e Le Compagne” (1960), abrindo caminho para uma bem sucedida carreira.
Nascida em Túnis, no ano de 1933, SANDRA MILO estreou no cinema ao lado de Alberto Sordi em “O Solteirão / Lo Scapolo” (1955), de Antonio Pietrangeli. Reconhecida por sua voz exuberante, corpo vistoso e ar ingênuo, tornou-se uma sensação participando de comédias. O sucesso definitivo veio em 1959, graças ao produtor Moris Ergas, que mais tarde se casaria com ela: trata-se de “De Crápula a Herói / General Della Rovere” (1959), no qual interpreta uma prostituta, dirigida por Roberto Rossellini. Fez outro papel semelhante em “Adua e suas Companheiras / Adua e Le Compagne” (1960), abrindo caminho para uma bem sucedida carreira.
O amor tempestuoso com Fellini, o caA trajetória de SANDRA MILO sofreu uma crise abrupta após as duras críticas que recebeu por “Vanina Vanini”, adaptado de um conto de Stendhal e novamente assinado por Rossellini. Sua atuação foi considerada excessiva. O encontro crucial com o universo onírico de Federico Fellini mudou o destino de sua vida. Entre outros, também foi dirigida por Luigi Zampa, Dino Risi, Steno, Jacques Becker, Claude Autant-Lara, Claude Sautet, Mauro Bolognini, Pupi Avat e Gabriele Salvatores. Em “A Visita / La Visita” (1963), de Antonio Pietrangeli, criou um personagem, Pina, de impacto considerável.
samento com Ergas e uma união posterior com Ottavio De Lollis, fez com que abandonasse o cinema, só voltando a filmar no final dos anos 70. De personalidade vulgar, loura e peituda, Sandrocchia reinventou-se, brilhando como apresentadora de programas de televisão. Sua vida privada nunca deixou de ser escancarada na mídia e a divulgação do romance tórrido com Federico Fellini foi apenas mais um escarcéu consentido.
samento com Ergas e uma união posterior com Ottavio De Lollis, fez com que abandonasse o cinema, só voltando a filmar no final dos anos 70. De personalidade vulgar, loura e peituda, Sandrocchia reinventou-se, brilhando como apresentadora de programas de televisão. Sua vida privada nunca deixou de ser escancarada na mídia e a divulgação do romance tórrido com Federico Fellini foi apenas mais um escarcéu consentido.
sandra em “julieta dos espíritos”
38 comentários:
E eu pensava que Fellini só tinha olhos para a fofa da Giulietta... Pois é.
AMEI a matéria sobre Sandra Milo - nao sabia da metade dos detalhes... que interessante, que cara a dela... sim, um "ideal" se acabou (eu julgava que a realacao dele com Giulietta era "o máximo", uma uniao perfeita em termos profissionais e privados... como a gente se engana!). Pobre Cabiria...
Guilietta, Giulietta! Sempre e eternamente Guilietta! A obra de Federico passeia por traições, desejos,sandras, sandrinhas e sandrocas. Está tudo bem! Quanto à oferta de casamento, parece uma cena do filme Os Girassóis da Rússia. Prefiro pensar que ela nunca aconteceu de verdade. Uma romântica tardia!
Era uma pessegona, a Sandrocchia! Gosto deste diminutivo, um autêntico miminho do Fellini...
Não tem jeito. Todo otimo diretor tem sua musa (ou amante). E pensar que eu achava que ele fosse fiel a Giulietta.
Mas que mulher linda, não ?
Sabia muito pouco sobre o envolvimento dela com Fellini. (Essa música que está tocando agora é maravilhosa!)
A propósito, foi até bom você me falar sobre Claudette. Eu até encontrei alguns textos sobre lesbianismo, mas fiquei com receio de colocar; hoje em dia temos que ter certa desconfiança com o que lemos na internet.
Olá, Antonio! Como grande fã da Giulietta, não consigo simpatizar com a Sandra. Mais uma estereotipada como personificação do sexo? Acho que não: talvez sua persona cinematográfica fosse como Sandra era na vida real.
Abraços, Lê.
Lindissima!! Este filme deve ser bom
vlwlw
pobre Giulietta
deve ser bacana esse filme o cinema brasileiro melhorou muito a história me chamou atenção ainda mais pq se passa em sp
acreditaa que na minha cidade nuam tem tem cinema..é eu sim O FIM DO MUNDO! rsr assim que sair em DVD assisto ou pego um carro a 3:45 xego a um cinema rsr (PETROLINA) depois piora
ADOREI VOSSO BLOG!!! sandra milo BELAA MATERIA!
XEROOOOO (TE SEGUINDO)
http://cywmara.blogspot.com
Poxa caraa, vim agradecer a visita lá no blog, e dizer que é sempre bom estar por aqui..
Pois é, gosto muito de cinema clássico, aprecio bastantee..
sempre que dá assisto a alguns ou leio sobre, e aqui é um ótimo lugar para fazê-lo..
Abrçãoo
Obrigado, Antônio!!
Ler o "Falcão " virou uma espécie de obrigação boa & divertida!Prazer garantidíssimo!
Precisando de alguma coisa é só falar!
Parabéns!!
Olá caro amigo.
Acabo de comentar em uma matéria sobre o Cary Grant.
Seu blog é muito bom!
Abraço.
Como Oito e Meio foi de certa forma auto-biográfico, acredito então que Fellini tinha ainda outras amantes.
Ótimo texto sobre uma história que eu pouco conhecia. Abração, amigo, e o texto sobre cinema já enviei para seu e-mail.
Estimado e Fabuloso Amigo:
"...Ao casar com Giullieta em 1943, Federico Fellini firmou uma das mais vibrantes e bem sucedidas parcerias do cinema europeu – culminando em inesquecíveis sucessos. Porém, a vida pessoal de ambos, marcada por um único filho falecido aos 2 meses de idade, é apontada por biógrafos como triste e fulgurante – a síntese da existência de um mestre que equilibrou sua obra entre a magia e a tragédia...."
Fez uma extraordinária homenagem ao cineasta Fellini e à sua esposa e à sua vida.
Escreve de forma fantástica. Fellini fez parte da minha vida de estudante, assim como, Bergman, Truffaut e outros.
Excelente!
Abraço amigo ao seu talento e capacidade de pesquiza deslumbrante e extraordinária.
Com respeito e sempre a admirá-lo
pena
Bem-Haja, pela visita simpática.
Adorei tudo o escreveu com magia e sublime sentir.
Parabéns.
Oi Antonio!
Assim como a metade do pessoal que já comentou, fiquei boba com esse triângulo amoroso. Bem, parece que a fidelidade não passa de um conceito para o mundo do show biss, não? O que importa é que Fellini era genial (inveja de vc que vai ver Oito e Meio na telona).
Curiosa pra ver Estamos Juntos! Também admiro o trabalho de Leandra Leal. Estão saindo ótimos filmes daqui do país, né?
Bjinhos e inté logo
Dani
Oi Antonio!
Nossa, eu gosto muito de cinema clássico sim! Tenho uma quedinha pelo cinema expressionista alemão e alguns filmes mais atuais mas que são tão artisticos que podem ser considerado arte!
E você mencionou Julieta dos Espiritos o/
http://www.empadinhafrita.blogspot.com
passando para agradece sua visita lá no blog , obriagada !
Beijos :)
Além do texto, gostei muito das fotos e do vídeo! Um abraço e bom fim de semana.
Claro que me recordo bem de Sandra Milo, cujo tipo físico até será muito mais felliniano do que Giuletta Masina; mas desconhecia em absoluto esse relacionamento e sempre pensei ser o casamento de Federico com Giulietta, um caso exemplar.
Belíssima a música do mestre Nino Roth...
Olá Antonio,
Não te conheço, mas amei o seu artigo sobre Sandra, a atriz de quem Felini foi amante. (observe a inversão na forma de colocar o amante)
Não sei se você já leu algo sobre mim. Sou escritora. Já publiquei a revista eletronica Vagalume, de literatura. Agora, numa parceria com um designer gráfico muito bom, vou lançar a Revista Grafite, de arte e cultura, eletrônica, trimestrial. Gostaria de colaborar? Os colabores não ganham, claro. Não temos patrocínios e nem queremos colocar propagandas no ar. Você poderia escrever sobre cinema em geral. O artigo pode não ser inédito, pelo menos que seja algo mais antigo do seu blog.
Caso se interesse, envie-me o artigo (ou outro gênero, se preferir), duas linhas de currículo e uma boa foto.
Saudações, Cida
Ótimo, amigo...
Gostei muito , tudo do seu blog :)
Beijos meus seguindo aqui !
Sandra Milo é linda, nunca tinha ouvido nada sobre ela e gostei.
Vim retribuir a visita e adorei o espaço . Aprecio blogs com conteúdo em geral, e este gostei tbm.
parabéns pelo blog .
http://admiravelmundonosso.blogspot.com
Oi Tony Nahud
O Fellini jamais foi santo. Gelsomina parece que foi feito para colocar as coisas no devido lugar. Sandra Milo provavelmente foi o caso mais duradouro do regista. O 'Amarcord' dele deve conter molti nomi... Acho que Magali Noël e Valentina Cortese seriam as primeiras de uma longa lista, pela beleza e sensualidade das duas. Um abraço do Darci.
Imagine se a Bridget Bardot fosse italiana...
Ola Antonio,belo texto,sempre aprendendo com sua pequisas.Acho normal,um Diretor como Feline ter tido amantes...Um artista sempre tem uma intensidade de vida muito grande,por isso a criatividade!Mas,amar é outra coisa,Guilietta deve ter comprendido dessa forma..rsrsrsr!
Quanto a Leandra Leal,concordo que ela,é uma das grandes atrizes atuais,se não a melhor!
Beijos
Antônio, na primeira foto da postagem ela está absurdamente linda. Valeu pelo comentário do Oscar de Chaplin. O cara foi o máximo. Abração.
Meu querido, vc como sempre trazendo histórias deliciosas. Claro que eu ia colocar como um dos links indicados da semana! beijos (adorei tb o post que fala sobre o Mickey Rooney).
Caramba, eu achei que era boato! É verdade mesmo? UAU!
Ótimo post! Me considero um cinéfilo, porém pela história longa do cinema mundial tem muitas coisas que não sei e que não tenho muito acesso. E através de seu blog consigo sempre me interar de assusntos esquecidos pelo tempo. Parabéns.
http://cinefilosdeplantaobr.blogspot.com
Não sei porque hoje o cunema italiano, e de outros paises, que tanto andaram em volga no Brasil décadas atrás, desapareceram das telas, e até das TV's.
Porém, um homem poderoso como o Fellini, vivendo em meio a tantas divas belissimas, seria impossível não brotar em sua vida casos amorosos extra casal. Faz parte da vida de qualquer homem, ainda mais se ele tem o poder dentre seus punhos.
jurandir_lima@bol.com.br
Sempre leio as postagens de seu blog, são muito bem escritas e de uma qualidade rara.
Caro Antônio, como vão as coisas?
Teu blog tá massa.
Grande abraço,
Nelson
Que pajasa entrada!
Me gusta tu blog , espero te pases por el mio tambien y puedas ver mis estradas y seguirme
Cuidte! Un abrazo
TE SIGO!
muito legal teu blog, te seguindo ;D
http://sweetboldness.blogspot.com/
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