jane wyman |
As revistas de cinema foram inicialmente concebidas como instrumento publicitário direto dos setores de exibição e distribuição dos estúdios cinematográficos. Só depois é que nasceram projetos editoriais mais arrojados, com um teor mais jornalístico. A “Motion Picture Story Magazine”, a primeira publicação popular cinematográfica dos Estados Unidos, mudou definitivamente o perfil do setor. O dilúvio de periódicos que surgiu depois ajudou a criar o glamour das estrelas de Hollywood, a promover as suas bases de fãs, os novos filmes e a esculpir a mitologia da história do cinema. A capa da primeira edição, de fevereiro de 1911, não apresentava uma estrela de cinema, mas o inventor Thomas Edison, que lançou a indústria do cinema com seu Kinetescope.
No mesmo ano surgiu a PHOTOPLAY, da cidade de Chicago, reproduzindo as tramas e personagens de filmes da época. Em 1915, ela partiu para o formato de sucesso que celebrava a vida privada das estrelas, tornando-se conhecida como a primeira publicação com tal ideia: a invasão de privacidade. Atingiu seu ápice nas décadas de 20 e 30, considerada bastante influente dentro da indústria cinematográfica. As suas capas eram verdadeiras obras de arte geralmente assinadas por Earl Christy e Charles Sheldon, mas com o avanço da fotografia a cores, passou a utilizar fotografias de estrelas (a partir de 1937). Tinha na sua equipe colunistas famosos como Hedda Hopper, Walter Winchell, Louella Parsons e Sheila Graham, além dos conselhos de beleza e saúde da guru Sylvia de Hollywood. A revista premiava anualmente o melhor filme do ano com a Medalha de Ouro e promovia verdadeiras eleições entre os leitores, como a que escolheu Clark Gable para o protagonista de “... E o Vento Levou”. PHOTOPLAY deixou de ser publicada em 1980, depois de quase sete décadas de popularidade.
Em setembro de 1920 apareceu a grande concorrente da PHOTOPLAY, a SCREENLAND, uma revista de Los Angeles que também atravessou décadas, foi muito influente e só fechou as portas em 1971. Ela enfrentou muitos processos legais por suas reportagens audaciosas. No Brasil, a “Scena Muda”, lançada em 1921, foi a primeira revista de cinema realmente popular e reproduzia basicamente material estrangeiro. Todas essas revistas são documentos de valor histórico, imprescindíveis para a preservação da memória do cinema. Abaixo, capas da PHOTOPLAY e da SCREENLAND.
joan bennett |
20 comentários:
Eu com revistas começei assim. Anos noventa era revista Heroi, depois Sfi-fi para então começar a colecionar revista SET apartir de março de 2001.
Bons tempos que publicavam matérias boas, mas então começou a andar mau das pernas e sumiu do mapa, infelismente.
Atualmente compro a Preview que possui uma boa qualidade e alguns que trabalhavam na SET anteriormente.
Mesmo com expansão da internet e tudo mais, é sempre bom ter uma revista sobre cinema nas bancas e que seja especialista no assunto.
Outra boa pedida é Teorema
Estava mesmo procurando revistas antigas; até então a única que eu conheço é a Life. Sempre com posts surpreendentes!
Viajei no tempo vendo essas fotos de revistas antigas. Para mim isto é o achado!
Insuportavelmente chique e de bom gosto o seu blog, em especial o final desse pot falando do filme francês... arrebentou!
Sempre aqui.
http://phebbo.blogspot.com/
Oi, Antonio!
Sinto muito por não passar por aqui tanto quanto gostaria. Esse post está belíssimo - não só pela escolha do assunto, mas também pelas imagens. Muitos parabéns pelo seu blog - já te disse que invejo sua agilidade de escrita, né? :D
Bem, esse assunto me interessa muitíssimo, porque estou estudando esse tipo de publicação. Você já deu uma olhada na Scena Muda ou na Cinearte? Elas estão disponíveis na internet. É espantoso percebermos quão pouco as publicações (comerciais) sobre cinema mudaram em 100 anos de história.
Fiquei curiosa pra ver o filme que você resenhou. A filha do Mastroianni é ótima atriz, além de ser muito parecida com ele.
Bjinhos e até logo
Dani
Como diria Jack, o estripador, vamos por partes:
1) Ótimo o texto sobre as revistas. Gosto muito deste visual vintage e é bom que este estilo esteja sendo resgatado.
2) De C. Honoré sou encantado por "Canções de amor", que considero um dos melhores e mais criativos filmes dos últimos anos. E Chiara Mastroanni cantando "Au parc" é uma das cenas mais intensas do filme.
3) Pois é, amigo, conforme sua torcida e sua expectativa Mallick ganhou Cannes. E claro que não foi receber a palma, anti-social que é. Que venha o filme. Abração.
Meu caro, bacana é ver você engajado num ofício que ama profundamente. Tenho acompanhado seus convites. É preciso realizar mesmo.
Desejo-lhe bastante sucesso!
Abração!
O blog continua muito bom, sempre com novas postagens!
Parabéns!
Abraço
Lá vai o link, Antonio.
http://www.bjksdigital.museusegall.org.br/busca_revistas.html
Divirta-se!
Bjs
Dani
Olá, Antonio! Grande post, ótimas imagens! É ótimo saber que as revistas brasileiras estão disponíveis na internet. Gostaria de ver essas americanas disponíveis também.
Abraços, Lê
Olá, obrigado pela visita ao modesto Byron & Shelley. Também apreciei muito seu blog. Aquele abraço!
Olha essas capas de revista! Que coisa maravilhosa!
Que lidas essas revistas! Passarei menos cansada por aki.bjs
Adoro ler sobre cinema na Internet, mas nada se compara ao prazer de ler uma boa revista de cinema. Pena que estamos meio órfãos nesse quesito, já que a SET praticamente faliu, a Preview não é distribuida em todas as bancas de revista e a Sci-Fi só é publicada esporadicamente.
Fantástico seu blog!
Meu ex-marido colecionava essas revistas antigas. Lembro muito bem. Belas, artísticas.
TODAS lindas... vou ver se escaneio umas capas de "Cinelandia" para voce (Comprei uma vez mais de cem na Rodoviária de Resende... Arrastei-as com muita dificuldade até minha csa no Rio mas sao um "tesouro"!!!)
Não conhecia algumas delas. Na Filme Cultura acho que de janeiro, inclusive, tem-se um texto histórico sobre publicações no Brasil.
Sobre Honoré, também gosto dele, apesar de MA MÈRE não ter batido tanto. Seu próximo filme tem cara de coletânea: (novamente) Chiara Mastroianni, Catherine Deneuve, Ludivine Sagnier e Louis Garrel. Pra completar, ainda tem Milos Forman.
Bonitos posters.
Excelente idéia! Fantástico resgate das primeiras publicações dedicadas ao cinema e suas estrelas.
Antônio, seu blog está se tornando referência. Verdadeiras aulas de História cinéfila!
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