(por
ordem de preferência)
01
CLAMOR do
SEXO
(Splendor
in the Grass, 1961)
Direção
de Elia Kazan
Elenco: Natalie
Wood, Warren Beatty, Pat Hingle e Barbara Loden
Obra-prima
que se tornou um símbolo da revolução sociocultural, e sexual, dos anos 60. O
enredo se passa no Kansas, em 1928, e acompanha um jovem casal impedido pelas
convenções pudicas da época, incluindo a pressão familiar, de consumar
carnalmente o seu amor. Essa repressão do desejo acaba por desencadear uma
série de conflitos e desilusões. Uma obra carregada de sensualidade que
investiga a faceta moralista da sociedade norte-americana. Píncaros de
intensidade, perturbação íntima e sofrimento. Além da realização impecável, com
seu registro elegante e visualmente arrebatador, Kazan extrai o máximo do
elenco. Navegando habilmente entre a intensidade e a sutileza, Natalie Wood
talvez atinja aqui o ápice de seu talento. Lírico e dilacerante, o belo filme
marcou a estreia de Warren Beatty.
02
Os
GUARDA-CHUVAS do AMOR
(Les
Parapluies de Cherbourg, 1964)
Direção
de Jacques Demy
Elenco: Catherine
Deneuve, Nino Castelnuovo e Anne Vernon
Uma
poeticidade pouco vista e pouco replicada. Palma de Ouro (Melhor Filme) no
Festival de Cannes. Neste envolvente melodrama, o diretor Demy incorpora música
e dança a serviço do realismo. O efeito é perturbador e comovente. Todos os
diálogos são cantados. O amor de uma jovem parte para a guerra da Argélia. Sua
mãe, opositora ao namoro somente pelo fato de o rapaz ser pobre, incentiva a filha
a aceitar a proposta de casamento de um rico joalheiro. Um clássico
inesquecível, com uma Catherine Deneuve mais bela do que nunca. Tudo isto com
uma trilha sonora diferenciada de Michel Legrand e um final tocante.
03
DESENCANTO
(Brief
Encounter, 1945)
Direção
de David Lean
Elenco: Celia
Johnson, Trevor Howard e Stanley Holloway
Uma
mulher casada, dedicada e insatisfeita. Um médico também casado. Uma forte
atração entre eles, uma relação adúltera platônica, uma estação de trem, um
derradeiro adeus. Este relacionamento secreto, dividido entre o amor e os
costumes tradicionais, tem a Inglaterra do pós-guerra como cenário. Drama delicado e realista do mestre David Lean. Johnson e Howard estão
excepcionais. Baseado numa peça de Noel Coward, conta com diálogos repletos de emoções profundas.
04
NOSSO
AMOR de ONTEM
(The Way
We Were, 1972)
Direção
de Sydney Pollack
Elenco:
Barbra Streisand, Robert Redford, Bradford Dillman e Lois Chiles
Militante
judia comunista, altamente engajada, vive um romance com um escritor bonitão, protestante
e da alta classe, de estilo de vida totalmente diferente do seu. No despertar
da Segunda Guerra Mundial, independentemente de suas diferenças, casam-se e se
mudam para a Califórnia. Nesta relação complicada, as diferenças ideológicas entram
em choque. A química entre a dupla central seduz o
público e a memorável trilha sonora de Marvin Hamlisch (vencedor do
Oscar, assim como a canção-título gravada por Streisand) capta o
senso de nostalgia. O roteiro, escrito por Arthur Laurents,
adaptando seu romance homônimo, coloca o casal em meio a
furacões políticos - a ascensão do comunismo, a ameaça do nazismo, a caçada por McCarthy - mas não politiza a
trama, o amor impossível é o eixo.
05
O MORRO
dos VENTOS UIVANTES
(Wuthering
Heights, 1939)
Direção
de William Wyler
Elenco: Laurence
Olivier, Merle Oberon, David Niven, Flora Robson, Donald Crisp e Geraldine
Fitzgerald
Um dos maiores
clássicos do cinema. Incomparável conto gótico sobre uma paixão indestrutível,
frustrada pelas circunstâncias sociais e pela desgraça. Com magistral direção
de Wyler, essa adaptação do famoso romance de Emily Bronte fala de amor,
paixão, ciúme, ódio e vingança. No século XIX, um cigano errante se apaixona
perdidamente pela filha do seu pai adotivo, mas ela termina casando com um rico
vizinho, resultando em tragédia. Obra-prima com poderosa fotografia de Gregg
Toland (que levou o Oscar) e atuações notáveis de todo o elenco.
06
CASABLANCA
(Idem, 1942)
Direção
de Michael Curtiz
Elenco: Humphrey
Bogart, Ingrid Bergman, Paul Henreid, Claude Rains e Peter Lorre
Eterno
cult cinematográfico muitas vezes imitado, mas jamais igualado. Romântico,
altruísta e humanista. Numa história complicada, em plena Segunda Guerra
Mundial, o dono de um bar no Marrocos tem um reencontro inesperado com um
antigo amor, agora casada com líder da resistência aos nazistas. Eternizado
pela frase “Nós sempre teremos Paris”, o filme foi indicado a oito
Oscar e levou três estatuetas: Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Roteiro. O
extenso elenco de talentos coadjuvantes também é memorável. Para ver e rever
diversas vezes.
07
DOUTOR
JIVAGO
(Doctor
Zhivago, 1965)
Direção
de David Lean
Elenco: Omar
Sharif, Julie Christie, Geraldine Chaplin, Rod Steiger e Alec Guinness
Um dos
maiores épicos produzidos para a tela. Um médico-poeta, casado com namorada de
infância, conhece na guerra o grande amor de sua vida, que é também casada. Uma
impactante história de amor mais lembrado por suas sequencias magníficas. David
Lean esbanja talento e o elenco internacional é magistral. A fotografia de
Freddie Young evoca a vastidão e a beleza da paisagem russa e a trilha sonora
de Maurice Jarre é admirável, ambos ganharam o Oscar. Personagens memoráveis,
ação poderosa e uma descrição precisa de eventos históricos.
08
TUDO o
QUE o CÉU PERMITE
(All That
Heaven Allows, 1955)
Direção
de Douglas Sirk
Elenco: Jane
Wyman, Rock Hudson, Agnes Moorehead e Conrad Nagel
Um dos
melhores exemplos dos luxuosos melodramas em Technicolor da década de 50 e
talvez o mais famoso dos dirigidos na Universal pelo mestre Douglas Sirk. O
amor salta por cima das diferenças sociais e de idade. Uma viúva sofisticada,
que vive na Nova Inglaterra, se envolve com afável e inteligente jardineiro. O
amor surge entre ambos, mas as pressões sociais dos filhos dela são fortes e
insistentes e as fofocas da sociedade local são cruéis. O filme tem uma
aparência encantadora, com cores, iluminação, direção de arte, figurino e
fotografia maravilhosos. Repleto de esplendor, com um ótimo elenco, compõe um
melodrama divinamente romântico.
09
AURORA
(Sunrise,
1927)
Direção
de F. W. Murnau
Elenco: George
O'Brien, Janet Gaynor e Margaret Livingston
Um dos
filmes mais reverenciados de todos os tempos, concentrando-se em um casal do
interior cujas vidas são destruídas por uma sedutora mulher de uma grande
cidade. Atraído pela amante insaciável, o camponês planeja o assassinato da
inocente esposa, em uma longa cena carregada de suspense e melancolia. A
simplicidade da história confere um peso dramático formidável. Imagens mágicas,
graciosos e inventivos movimentos de câmera. Sua sofisticação contradiz os
recursos da época. A talentosa Janet Gaynor e os dois fotógrafos tiveram Oscars
merecidos.
10
O SEGREDO
de BROKEBACK MOUNTAIN
(Brokeback
Mountain, 2005)
Direção
de Ang Lee
Elenco: Heath
Ledger, Jake Gyllenhaal, Michelle Williams e Anne Hathaway
Ao longo
das décadas de 60 e 70, dois cowboys mantêm uma ligação amorosa intermitente,
ora relutante, ora ardente, ao mesmo tempo que ambos se casam e têm filhos. Ang
Lee descreve com sensibilidade e pudor uma relação complexa entre dois homens
que não se assumem claramente como homossexuais, e que é tornada ainda mais
problemática pela época e pela região dos EUA em que a história se passa, bem como
pelo meio social e profissional em que ambos ganham a vida. Conquistou o Leão
de Ouro no Festival de Veneza e três Oscars, incluindo o de Melhor
Diretor.
11
As PONTES
de MADISON
(The
Bridges of Madison County, 1995)
Direção
de Clint Eastwood
Elenco: Meryl
Streep e Clint Eastwood
Indicada
ao Oscar de Melhor Atriz por este filme, Meryl Streep interpreta uma dona de
casa do interior de Iowa, casada, que tem um caso de apenas quatro dias, porém
intenso, com um fotógrafo da National Geographic. A recordação ficará para
sempre. Clint Eastwood e Meryl
Streep apresentam performances naturalistas, fazendo
parecer que estamos testemunhando um belo e verdadeiro romance. Um
fato que difere o filme de outros romances é a idade dos protagonistas. Clint
estava com seus 65 anos e Meryl passava dos 40. Ou seja, um amor maduro. Louvável, já que boa parte dos filmes
do gênero tende a esquecer esta parcela do público. Resumindo, é uma belíssima história, filmada de forma inteligente, com
protagonistas apaixonantes.
12
Um HOMEM e
uma MULHER
(Un Homme
et une Femme, 1966)
Direção
de Claude Lelouch
Elenco: Jean-Louis
Trintignant e Anouk Aimée
Grande
sucesso da carreira do diretor Claude Lelouch, vencedor da Palma de Ouro em
Cannes e de dois Oscars, entre outros prêmios. Tornou-se sinônimo mundial de
“filme romântico”. O despertar do amor entre um solitário convicto e uma mulher
precocemente viúva. Ele, piloto de corridas. Ela, roteirista de cinema. Os dois
tentam conduzir um relacionamento sincero e bem humorado em meio às insistentes
demandas familiares e profissionais. Ótima trilha sonora de Francis Lai.
De
forma contemplativa, a obra ganha intensidade a partir do senso de urgência
daquele amor.
13
HOUVE UMA
VEZ um VERÃO
(Summer
of '42, 1971)
Direção
de Robert Mulligan
Elenco: Gary
Grimes, Jennifer O'Neill e Jerry Houser
No verão
de 1942, um adolescente passa férias numa pequena ilha, no estado de
Massachusetts. Ele está decidido a transar com algumas garotas, mas termina
apaixonando-se por uma mulher mais velha que vive sozinha enquanto o marido
está na Europa lutando na Segunda Guerra Mundial. Em caráter autobiográfico, é
um drama de amadurecimento. Clássico inesquecível, com excelente direção, bela
fotografia e trilha sonora tocante, ganhadora do Oscar.
14
TARDE
DEMAIS para ESQUECER
(An
Affair to Remember, 1957)
Direção
de Leo McCarey
Elenco: Cary
Grant, Deborah Kerr, Richard Denning e Cathleen Nesbitt
Deborah Kerr
e Cary Grant se conhecem em uma viagem em um transatlântico, apaixonam-se
perdidamente, mas estão comprometidos com outras pessoas. Decididos a terminar
cada qual seu relacionamento, combinam novo encontro algum tempo depois no
Empire State Building, em Nova York. Mas há um desencontro. No entanto, o tempo
é irônico e muitas vezes cruel, manobrando os acontecimentos para que um dia,
sem querer, se encontrem novamente para um acerto de contas final. Um melodrama
magnífico que leva às lágrimas.
15
ROMEU e
JULIETA
(Romeo
and Juliet, 1968)
Direção
de Franco Zeffirelli
Elenco: Leonard
Whiting, Olivia Hussey, Robert Stephens e Michael York
Esta
versão da peça de Shakespeare, rodada em Itália, deve parte do seu sucesso ao
fato do diretor Franco Zeffirelli ter escolhido, para os papéis principais,
dois atores com idades muito próximas dos personagens: Leonard Whiting (Romeu)
tinha 17 anos e Olivia Hussey (Julieta) tinha 15. Resultou numa inspirada
adaptação de um clássico imortal sobre um amor trágico. Dois
adolescentes, filhos de famílias inimigas, se apaixonam. Oscar de Melhor
Fotografia e Melhor Figurino.
16
A
HISTÓRIA de ADELE H.
(L'histoire
d'Adèle H., 1975)
Direção
de François Truffaut
Elenco:
Isabelle Adjani, Bruce Robinson e Sylvia Marriott
No século
XIX, a filha do grande escritor francês Victor Hugo viaja em busca de um
tenente que não lhe corresponde o amor. Esta situação a deixa em um desespero
crescente, ficando perturbada e a levando a um processo de auto-destruição. A
paixão obsessiva da personagem emociona. Trágico, tristíssimo, um amor absolutamente insano. A atuação de Isabelle
Adjani é extraordinária. Ela entrega-se ao papel. Vemos no rosto
dela como a loucura vai tomando conta, como fica cada vez mais longe da
realidade. É impressionante. Foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz.
17
CARTA de
uma DESCONHECIDA
(Letter
from an Unknown Woman, 1948)
Direção
de Max Ophüls
Elenco:
Joan Fontaine, Louis Jourdan e Mady Christians
Adaptado do romance de Stefan Zweig. Em flashback, na Viena do
fim do século XIX, a infeliz existência de uma garota ingênua fascinada por um
pianista mulherengo termina num sombrio desenlace. Um drama apaixonante
controlado pela direção sensível e elegante de Max Ophüls. De forma implacável
e hipnótica, o diretor retira os véus de ilusão que envolvem a protagonista,
numa crítica devastadora ao mito e à ideologia do amor romântico. De
uma riqueza inesgotável, sublime e dilacerante.
18
CAMILLE
CLAUDEL
(Idem,
1988)
Direção de Bruno Nuytten
Elenco:
Isabelle Adjani, Gérard Depardieu e Madeleine Robinson
“Magnética”
e “Hipnotizante” foram alguns dos termos utilizados para descrever a
performance de Isabelle Adjani como a estrela desta cinebiografia sobre o
grande amor de um dos maiores escultores franceses de todos os tempos: Auguste
Rodin. Entre
ataques de fúria e de insanidade, a atriz se deixa guiar pelo instinto, não
atuando, mas, antes, incorporando por completo a personagem perturbada que
tinha em mãos. Um trabalho primoroso, que resultou em sua segunda indicação ao
Oscar, além do Urso de Prata no Festival de Berlim e do César de Melhor Atriz
na França.
19
LOVE
STORY – Uma HISTÓRIA de AMOR
(Love
Story, 1970)
Direção
de Arthur Hiller
Elenco: Ali
MacGraw, Ryan O'Neal, John Marley, Ray Milland e Tommy Lee Jones
Há muitos
filmes da categoria “amor e doença incurável”, mas esse, escrito por Erich
Segal (que só depois publicou o livro homônimo), é o mais famoso e lacrimal de
todos. Um rico universitário e uma colega encantadora e sem papas na língua
apaixonam-se e casam-se, contrariando os pais dele, que o deserdam. Parecem destinados a ser felizes, mas ela
descobre que tem leucemia. Oscar de
Melhor Trilha Sonora.
20
SUPLÍCIO
de uma SAUDADE
(Love Is
a Many-Splendored Thing, 1955)
Direção
de Henry King
Elenco: Jennifer
Jones e William Holden
Uma das
mais comoventes e famosas histórias de amor do cinema. Ambientado em Hong Kong, durante a
Guerra da Coréia, trata de um correspondente de guerra norte-americano e seu
amor por uma médica eurasiana. À medida que seu amor cresce, surgem problemas
para atrapalhar a felicidade. Ele deixou uma esposa em casa, e ela enfrenta a
desaprovação de sua família e amigos. A trilha sonora venceu o Oscar, assim
como a canção título, uma das mais populares já compostas para o cinema.
3 comentários:
Gostei muito de Tudo que o céu permiti. Mas Carta de uma desconhecida, ainda tô pra ver filme romântico melhor que ele sem falar nos planos filmado em movimento o Max era gênio, e achei muito legal a joan fontaine fazer ela própria a versão adolescente da personagem.
Pra finalizar uma vez li uma entrevista arquivada de 1961 onde Joan fontaine falava sobre o sobrenome Fontaine
"Eu me ressenti de ter que mudar meu nome. Terrivelmente. Eu ainda faço. Joan Fontaine. Eu não sei quem ela é. Sou Joan de Havilland. Eu nasci assim. Joan Fontaine é uma espécie de pessoa fictícia de quem estou cuidando, fazendo o melhor que posso por ela. Talvez seja um bom distanciamento. Talvez seja por isso que posso alcançar tanto quanto já fiz. Eu realmente considero ela como não sendo eu. Estou encarregado de Joan Fontaine. ” uma declaração triste, daquele fato que todos sabemos a mãe era a favor mais de uma do que da outra... Mas isso é a vida.
Belíssima seleção. Assistia a quase todos e recebi os demais como ótimas sugestões. Obrigado por postar.
Teria incluído Uma Janela Para O Amor (A Room with a View) 1985, A Época da Inocência ( The Age of Innocence) 1993, Bonequinha de Luxo ( Breakfast at Tiffany's) 1961, A Ponte de Waterloo ( Waterloo Bridge) 1940.
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