fevereiro 12, 2017

********** LUCHINO VISCONTI: o CONDE CINEASTA



“Prefiro contar as derrotas, descrever as almas solitárias, os destinos esmagados pela realidade”
LUCHINO VISCONTI
1976


BELEZA e DENSIDADE

Dilacerado entre convicções socialistas e a nostalgia dos valores perdidos da sua formação aristocrática, o esteta italiano de fama internacional LUCHINO VISCONTI (1906 - 1976) juntou épico e intimismo, morte e decadência, sensualidade e política em filmes de arquitetura rigorosa e refinamento visual. Apaixonado pela beleza, filmou com minúcia enamorada alguns dos mais belos rostos que passaram nas telas: Romy Schneider, Alain Delon, Jean Sorel, Silvana Mangano, Massimo Girotti, Maria Schell, Jean Marais, Charlotte Rampling, Claudia Cardinale, Alida Valli, Farley Granger, Claudia Cardinale, Pierre Clémenti, Burt Lancaster, Marisa Berenson, Dominique Sanda, Anna Karina, Florinda Bolkan e Helmut Berger.

luchino visconti
De um cinema autoral e passional, tornou-se mestre em adaptações literárias, rodando obras de Thomas Mann, Albert Camus, Camillo Boito, Lampedusa, Gabriele D’Annunzio, James B. Cain, Dostoievski. Ele nasceu em Milão, nobre, filho de um duque, Seu nome de batismo: Luchino dei Duchi di Grazzano Visconti, Conde di Lonate Pozzolo, Signore di Corggeno, Consignore di Somma, Crenna e Agnadello. Durante a juventude interagiu com importantes intelectuais e artistas, do compositor Puccini ao escritor D'Annunzio. 

Interessou-se desde cedo por música, literatura e teatro, e também por cavalos. Fez o serviço militar na cavalaria, passando a criar cavalos puro-sangue destinados às corridas. O cinema surgiria bem mais tarde. Morreu em 1976, aos 70 anos, ao som da Segunda Sinfonia de Brahms e sem realizar os sonhos de filmar “A Montanha Mágica”, de Thomas Mann, e “Em Busca do Tempo Perdido”, de Marcel Proust.

ASSISTENTE de RENOIR

Dedicado à cenografia e aos figurinos teatrais, em 1936 conheceu o produtor Gabriel Pascal, acenando-lhe a possibilidade de dirigir a adaptação de um conto de Gustave Flaubert para o produtor Alexander Korda. O projeto não vingou. Ao 20 anos, mudou-se para Paris, ficando amigo de Coco Chanel. Através dela foi apresentado a Jean Cocteau e Jean Renoir. Este último, contratou-o como assistente de “Une Partie de Compagne” (1935), “Toni” (1935) e “Les Bas-Fonds” (1936). O genial Renoir seria uma influência marcante e o primeiro passo de uma carreira que brilharia na Itália.

Em CENA, a ESTRELA ANNA MAGNANI

anna magnani e visconti
Ele vendeu joias da família para realizar sua estreia cinematográfica, “Obsessão”, considerado o primeiro filme neo-realista. Queria Anna Magnani como protagonista. Não foi fácil, pois na época os produtores não acreditavam no talento dramático da diva. Eles a viam apenas como uma excelente comediante. No entanto, LUCHINO VISCONTI tinha como garantia a atuação dela em “Teresa Venerdi / Idem” (1941), de Vittorio De Sica, convicto do talento. Convencendo os produtores, partiu para Ferrara com a atriz, começando as filmagens. Interessada no papel, ela enganou o diretor dizendo que estava grávida de dois meses, mas na verdade estava com cinco meses.

Para substituí-la como a bela e infeliz esposa do dono de um boteco e de um posto de gasolina de beira de estrada, chamou às pressas Clara Calamai. Ela diria mais tarde que o diretor era “um senhor medieval com chicote”.  Em cena com ela, Massimo Girotti, que faria outros filmes com LUCHINO VISCONTI: “Sedução da Carne”, “As Bruxas” e “O Inocente”. O cineasta trabalharia com Anna Magnani em “Belíssima”, de 1951, ela dando show como a mãe humilde que sonha em tornar sua filha uma estrela infantil de cinema e é apaixonada por Burt Lancaster.

Na II GUERRA MUNDIAL

Em 1944, Roma foi declarada “cidade aberta”. Denominação dada em tempos de guerra a uma cidade que, na iminência de ser atacada ou invadida, abandona os esforços de defesa, disposição de luta e se entrega ao inimigo. Politicamente comunista e antifascista, LUCHINO VISCONTI se juntou à Resistência italiana, escondendo aliados em seu palácio e permitindo que o lugar fosse utilizado como centro de um comando secreto, arriscando-se a ser executado. Participou de ações armadas contra os ocupantes alemães. Foi preso pela Gestapo em 1944, durante três meses. Vingou-se da prisão filmando a execução do chefe da policia política italiana Pietro Caruso para o documentário de 1945 “Dias de Glória”.

O CONDE VERMELHO

Ligado ao Partido Comunista Italiano, daí a alcunha de “Conde Vermelho”, nunca chegou a ser admitido como membro. O puritanismo do PCI da época jamais aceitaria um homossexual assumido no seu quadro. E sua origem também não recomendava. Na verdade, VISCONTI nunca foi totalmente aceito pelas esquerdas. Jamais perdoaram não ter dado continuidade à chamada “trilogia proletária”, iniciada com “A Terra Treme”. A partir de “O Leopardo”, quando, na opinião de muitos, ele abandonou de vez a temática política, essa rejeição ficou clara. Passou a ser patrulhado.

Na RIBALTA

alain delon e romy schneider
dirigidos por visconti
Nos últimos anos da década de 1940, direcionou sua energia para o teatro. Foi um atuante, inovador, criativo e audacioso diretor teatral. Sua primeira peça, “Os Pais Terríveis”, de Jean Cocteau, despontou como sucesso e escândalo. Fez cerca de 50 apresentações com casa lotada, algo extraordinário para a época. Houve grande tumulto e êxito ainda maior ao encenar “Adamo”, de Achard, lidando com a homossexualidade. A reação do público para “Caminho Áspero”, de Erskine Caldwell (filmado por John Ford), não foi menos violenta. A montagem chocou a classe mais abastada. Criticaram duramente a sua ópera “Fígaro”, descontentes com as inovações. A carreira na ribalta do diretor continuou com sucessos, como “Crime e Castigo” e “À Margem da Vida”, e nomes do calibre de Vittorio Gassman e Marcelo Mastroianni faziam parte de sua companhia teatral.

Após a opulência de “Rosalinda”, patrocinado por Salvador Dali – que afirmou sarcasticamente que o realizador “era um comunista que só gostava do luxo” -, montou em 1949 “Um Bonde Chamado Desejo” - com Gassman como um vigoroso Stanley Kowalski -, conduzindo habilmente a agressividade e o erotismo latentes no texto. Dirigiu a tragédia “Orestes”; “A Morte do Caixeiro Viajante”, de Arthur Miller, com Mastroianni; “O Sedutor”, de Diego Fabro; “La Locandiera”, de Goldoni; “As Três Irmãs”, de Tchekov. Nos palcos de Paris, em 1961, brilhou com Alain Delon e Romy Schneider na comédia “Pena Que Ela é Uma Puta”, de John Ford. No final da vida, doente, montou Harold Pinter, “Tanto Tempo Faz”, e a ópera “Manon”.

A DIVA LÍRICA

Ele teve um grande envolvimento com a produção de óperas. Montou 21 delas entre 1953 e 1973, sendo dez de Verdi, seu compositor preferido. Por volta de 1954 tornou-se amigo de Maria Callas, montando e dirigindo espetáculos inesquecíveis para a soprano, no Scala de Milão. Essa inesquecível parceria resultou em óperas como “La Vestale”, “La Sonnambula”, “La Traviata” e “Anna Bolena”. A famosa cantora lírica afirmaria que aprendeu a representar com LUCHINO VISCONTI.

O diretor usou música clássica em muitos de seus filmes. Giuseppe Verdi (“Obsessão”, “Sedução da Carne”, “O Leopardo”); Anton Bruckner (“Sedução da Carne”); Gustav Mahler (“Morte em Veneza”); Cesar Frank (“Vagas Estrelas da Ursa”); Gaetano Donizetti (“Belíssima”); Richard Wagner (“Ludwig”) etc.

De OLIVIER a LANCASTER

burt lancaster e luchino visconti
Sonhou Laurence Olivier para o papel do príncipe Fabrizio di Salina na obra-prima cult “O Leopardo”, personagem que acredita que se deve dar a impressão de estar mudando tudo para que tudo permaneça igual. O esnobe inglês tinha outros compromissos profissionais. Quando sugeriram Burt Lancaster, relutou, mas terminou por se encantar com a semelhança física dele com o protagonista de Lampedusa. Ficaram amigos. O ator norte-americano garantiu que foi o melhor momento de sua carreira.

O filme ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes. Mostra a mudança de rumo da nobreza siciliana para a nova sociedade burguesa. O desempenho magistral de Lancaster é distinto e profundamente humano. O diretor lapida o ex-artista de circo, fazendo com que fale pausadamente, brilhando mais nos silêncios, nas pausas. Onze anos depois, voltariam a trabalhar juntos no soberbo “Violência e Paixão”, onde ele faz um professor solitário, alter ego do diretor.

INTIMIDADE

visconti e alain delon
Apesar dos casos amorosos vividos, em diferentes períodos, com várias mulheres, como Coco Chanel, as atrizes Clara Calamai, María Denis, Marlene Dietrich e a escritora Elsa Morante, VISCONTI jamais escondeu sua homossexualidade, explicitamente referida em muitos dos seus filmes e nas montagens teatrais que dirigiu. Nos anos 1930, em Paris, teve um relacionamento com o fotógrafo Horst P. Horst. Entre o final dos anos 1940 e o início dos 1950, já consagrado como diretor, manteve uma longa relação afetiva e profissional com o seu então cenógrafo Franco Zeffirelli, que vivia então na vila do diretor, na via Salaria, em Roma.

Biógrafos garantem romances dele com Alain Delon, Mario Girotti (depois Terence Hill) e Giuliano Gemma. Profissionalmente convidava homossexuais para atuar em seus filmes (Massimo Girotti, Farley Granger, Jean Marais, Dirk Bogarde, Burt Lancaster etc.). Depois de 1965, ligou-se ao ator austríaco Helmut Berger. A relação se manteve, com altos e baixos, até a morte do diretor, em 1976.

Uma HISTÓRIA de AMOR e DOR

helmut berger e visconti
Acostumado a descrever em filmes e peças os meandros complexos do afeto e do amor, LUCHINO VISCONTI mergulhou num universo destrutivo a partir do relacionamento amoroso com o temperamental Helmut Berger, ator de pouco talento, drogado e escandaloso. Ele foi sua inspiração em vários de seus dramas, desde o pequeno papel em “As Bruxas”, aos 23 anos. Tenso e inseguro, Berger se destacou em “Os Deuses Malditos”, principalmente na famosa cena da Lola-Lola de “O Anjo Azul / Der Blaue Engel” (1930).

O jovem ator também viveu o papel-título de “Ludwig, a Paixão de um Rei”. Nessa filmagem de 1972, o diretor sofreu um colapso que o deixou semiparalítico. Em 1975 voltaria a escalar o amante para “Violência e Paixão”, deixando claro na narrativa que a lucidez não é capaz evitar a sedução carnal. Com a morte do protetor, Helmut Berger decaiu subitamente, mesmo atuando em diversos filmes. Terminaria por tentar o suicídio, incendiando o apartamento onde morava.

QUASE PROUST, QUASE GARBO

Desde jovem LUCHINO VISCONTI foi leitor atento e fiel de Proust. O conhecimento e a intimidade com o universo do escritor francês deixaram marcas profundas no seu imaginário. Um dos seus maiores sonhos era o de adaptar ao cinema um dos volumes de “Em Busca do Tempo Perdido”. Em 1969, a produtora Nicole Stéphane convidou o cineasta para realizá-lo. Apesar de apreciar muitos pontos do roteiro de Ennio Flaiano, preferiu uma versão mais pessoal, encarregando sua parceira habitual de ajudá-lo, a ótima roteirista Suso Cecchi D’Amico.

Projeto promissor. Locações foram escolhidas, figurinos desenhados, elenco anunciado: o Barão de Charlus, personagem principal da versão viscontiana, caberia a Laurence Olivier ou Marlon Brando; Marcel, o narrador, seria interpretado por Alain Delon (falou-se também em Dustin Hoffman); Helmut Berger interpretaria Morel; Silvana Mangano, a duquesa (Oriane) de Guermantes; Charlotte Rampling faria Albertine (Visconti também pensou em uma desconhecida para o papel); Edwige Feuillère, madame Verdurin; a avó de Marcel, Madeleine Renaud; Marie Bell encarnaria a Berma; Simone Signoret, Françoise; e luxo supremo, Greta Garbo, convidada pela produtora, pedira um tempo para se decidir.

silvana mangano
O diretor não se conteve e anunciou numa coletiva que a veterana estrela sueca, afastada das telas desde os anos 1940, estaria no seu filme como a Rainha de Nápoles. A divulgação precipitada provocou a recusa da mítica atriz. Por razões não esclarecidas, o filme não foi realizado. Nicole Stéphane pediu o adiamento das filmagens, a fim de captar recursos, mas o diretor impaciente partiu para outro projeto: “Ludwig – A Paixão de Um Rei”. A amiga Suso D’Amico alega que ele no fundo temia realizar a obra de Proust, acreditando que seria seu último trabalho.

A MUSA

Atriz maravilhosa e uma das grandes estrelas do cinema europeu, Silvana Mangano se tornou musa de LUCHINO VISCONTI em seus últimos filmes. Interpretou Glória no episódio “A Bruxa Queimada Viva” em “As Bruxas”; a mãe de Tadzio em “Morte em Veneza”; Cosima Von Buelow, esposa do compositor Richard Wagner, em “Ludwig, a Paixão de um Rei” e a Marquesa Bianca Brumonti em “Violência e Paixão”. Obsecado pela recordação da mãe falecida em 1939, o cineasta via ecos maternos na elegância e na personalidade forte da estrela italiana.

FONTES
“Da Mann a Proust. Intervista con Visconti”, de Giuliana Bianchi; “Visconti”, de Yves Guillame; “Visconti: Classicisme et Subvertion”, de Michèle Lagny; “Luchino Visconti: Les Béances de Ludwig”, do Cahiers du Cinéma; e “Esplendor de Visconti”, de Maria Rosária Fabris, Alex Calheiros e Carlos Augusto Calil”.

alain delon e claudia cardinale em o leopardo

FILMOGRAFIA

OBSESSÃO
(Ossessione, 1943)

adaptação do romance de James B. Cain
com Massimo Girotti e Clara Calamai

DIAS de GLÓRIA
(Giorni di Gloria, 1945)

documentário

A TERRA TREME
(La Terra Trema, 1948)

com pescadores sicilianos

BELÍSSIMA
(Bellissima, 1951)

adaptação do conto de Cesare Zavattini
com Anna Magnani e Walter Chiari

NÓS, as MULHERES
(Siamo Donne, 1953)

com Anna Magnani
episódio “Anna”

SEDUÇÃO da CARNE
(Senso, 1954)

adaptação do romance de Camillo Boito
com Alida Valli, Farley Granger, Massimo Girotti
e Christian Marquand

Um ROSTO na NOITE
(Le Notti Bianche, 1957)

adaptação do romance de Fiodor Dostóievski
com Maria Schell, Marcello Mastroianni, Jean Marais
e Clara Calamai

Leão de Prata no Festival de Veneza

ROCCO e seus IRMÃOS
(Rocco e i suoi Fratelli, 1960)

adaptação do romance de Giovanni Testori
com Alain Delon, Renato Salvatori, Annie Girardot,
Katina Paxinou e Claudia Cardinale

Grande Prêmio do Júri no Festival de Veneza

BOCCACCIO 70
(Idem, 1962)

com Romy Schneider, Thomas Milian e Romolo Valli
episódio “O Trabalho”

O LEOPARDO
(Il Gattopardo, 1963)

adaptação do romance de Giuseppe Tomasi di Lampedusa
com Burt Lancaster, Alain Delon, Claudia Cardinale,
Paolo Stoppa e Romolo Valli

Palma de Ouro (Melhor Filme) no Festival de Cannes

VAGAS ESTRELAS da URSA
(Vaghe Stelle dell'Orsa..., 1965)

com Claudia Cardinale, Jean Sorel, Michael Craig
e Marie Bell

Leão de Ouro (Melhor Filme) no Festival de Veneza

As BRUXAS
(Le Streghe, 1967)

com Silvana Mangano, Annie Girardot, Fernando Rabal,
Massimo Girotti, Clara Calamai e Helmut Berger
episódio “A Bruxa Queimada Viva”

O ESTRANGEIRO
(Lo Straniero, 1967)

adaptação do romance de Albert Camus
com Marcello Mastroianni, Anna Karina e Bernard Blier

Os DEUSES MALDITOS
(La Caduta degli Dei, 1969)

com Dirk Bogarde, Ingrid Thulin, Helmut Griem,
Helmut Berger, Charlotte Rampling e Florinda Bolkan

MORTE em VENEZA
(Morte a Venezia, 1971)

adaptação do romance de Thomas Mann
com Dirk Bogarde, Silvana Mangano, Björn Andrésen,
Romolo Valli e Marisa Berenson

David di Donatello de Melhor Direção

LUDWIG: a PAIXÃO de um REI
(Ludwig, 1973)

com Helmut Berger, Romy Schneider, Trevor Howard,
Silvana Mangano e Helmut Griem

David di Donatello de Melhor Filme e Melhor Direção

VIOLÊNCIA e PAIXÃO
(Gruppo di Famiglia in un Interno, 1974)

com Burt Lancaster, Helmut Berger, Silvana Mangano
e Romolo Valli

David di Donatello de Melhor Filme 

O INOCENTE
(L'Innocente, 1976)

adaptação do romance de Gabriele D'Annunzio
com Giancarlo Giannini, Laura Antonelli, Jennifer O`Neill
e Massimo Girotti

GALERIA de FOTOS

 
 
 
 
 

38 comentários:

M. disse...

Não, que eu lembre nunca assisti a nenhum filme de Luchino Visconti. Fica a dica! Excelente post!

Pinguim disse...

VISCONTI!
um dos expoentes máximos do "meu" cinema.
Foi um pouco devido a este Senhor, que comecei a gostar verdadeiramente de cinema.
Seria para mim impossível destacar um dos seus filmes, pois para mim, todos são uma obra prima.
O único senão foi muito bem apontado por ti, Helmut Berger; e de todos os actores/actrizes que com ele trabalharam tenho que distinguir a fabulosa e muito bela Silvana Mangano.
Um post que me deu um tremendo prazer ler.
Obrigado.

Dulcíssima Prisão disse...


Parece que não sei ver filmes. Sempre temo estar desatento para os detalhes cruciais que definem a trama. E isso acontece com frequência considerável. Mesmo assim fui crítico de cinema aos 18 anos. E agora me chamaram para ser diretor convidado do festival de Telluride, um evento de pura cinefilia. Não entendo direito os filmes. E mesmo de filmes que adoro se apagam dados do enredo. Gravo melhor os climas poéticos ou plásticos do que os fatos narrados. Qualquer amigo meu rirá ao ler isto aqui. É que tenho fama de ser um grande contador de filmes — alguns chegando a dizer que filmes são melhores contados por mim do que vistos. O que eles não sabem é que contar um filme em voz alta é um meio de eu tentar me ensinar algo sobre o que foi narrado pelas imagens. É parte do processo de percepção: narro sobretudo para mim mesmo. Por isso tudo foi um experimento e tanto assistir a “A árvore da vida”, com um amigo com quem pouco falei, e, no dia seguinte, ir sozinho ver “Melancolia”.

linezinha disse...


Do Visconti só assisti "Rocco e Seus Irmãos" e que grande atriz a Silvana Mangano uma pena que morreu cedo. Abç

PAULA DIP disse...


que lindo isso! saudade, antonio

Fábio Henrique Carmo disse...


O nome da minha mãe é Silvana por causa da Silvana Mangano. Meu avô escolheu o nome por conta da beleza da atriz.

Preciso me aprofundar mais na obra do Visconti. Dele só vi "O Leopardo" e "Rocco e Seus Irmãos". Post mais uma vez excelente!

Rodrigo Duarte disse...


Visconti é dos poucos que eu seria capaz de adivinhar um filme de sua autoria, especialmente nas produções depois dos anos 60. O estilo é muito característico, talvez confundível com o Joseph Losey e algum Fassbinder. Cinema de gente grande.

Enaldo disse...


Violência e Paixão é uma das grandes lembranças de quando comecei a ver filmes europeus. Revi-o há alguns meses atrás e continua um clássico.

Anônimo disse...


Visconti foi um diretor de cinema
diferente devido sua origem nobre, muito culto transmitiu para o cinema a vivencia de seu mundo social. Sua obsessão pela
beleza foi um premio sem paralelo para os cinéfilos. Vou citar dois filmes de sua obra O Leopardo e Os Irmãos Rocco. Apenas duas obras primas de toda uma grande obra artistica. Visconti foi unico e genial.

renatocinema disse...


Esse é um texto obrigatório para um diretor idem.

Gosto de muita coisa de Visconti.

Adorei seu texto, vou divulgar, humildemente, no twitter e facebook.


Abraços

Rafael Carvalho disse...


Gosto de Rocco e Seus Irmãos, mas para mim O Leopardo é insuperável, obra-prima não só do Visconti, mas como de todo o cinema mundial. E lembro que preciso muito ver Morte em Veneza. Li o livro (e adorei) justamente pata ver o filme, mas até hoje não o fiz.

Paloma Viricio:: Jornalismo na Alma disse...


Muito obrigada por visitar meu blog. O seu também é muito bom, regado com bastante conteúdo. Adorei. As fotos estilo retrô deram ao post um ar muito show!
Beijocas!
http://palomaviricio.blogspot.com

Lázaro Faria disse...


Sensacional o blog, seria possivel se fazer algo parecido em relação ao cinema brasileiro?

Edivaldo Martins disse...


CINEMA REFINADO PARA GOSTO REFINADO!

Ana Paula Chagas disse...


Refinadíssimo!

Darci Fonseca disse...


Primoroso post, comme d'abitude. Há um crítico gaúcho há anos radicado em São Paulo, Luís Carlos Merten, que certa vez disse que Rocco e seus Irmãos é um filme que deveria ser assistido de joelhos. Exagero à parte concordo com Merten. A cena da morte de Annie Girardot é daquelas inesquecíveis. Nahud, esta semana por acaso assisti Siamo Donne e um dos quatro episódios é de Visconti com Anna Magnani e ele desperdiça uma grande oportunidade ao não encontrar o tom certo de comédia, em que os registas italianos eram sublimes, menos Visconti. Insisto: quando o blog falará de Pierre Clementi?
Abraços cinéfilos do amigo darci Fonseca - CINEWESTERNMANIA.

Adalberto Meireles disse...


Sou suspeito para falar. Adoro tudo de Visconti. Claro que o melhor dele é Rocco, um dos 10 mais de todos os tempos: um destroço. Acho que só não vi um ou dois filmes do diretor de Violência e Paixão. Helmut Berger realmente não era um bom ator, tinha voz irritante. Mas Visconti conseguiu moldá-lo à perfeição, sobretudo em Ludwig. Inesquecível a sequênca à qual você se refere, Nahud, em Os Deuses Malditos. Visconti era o cineasta do esplendor e da decadência. E isso é tudo.

Jean Guilherme Paixão disse...

Sou fã de Os deuses malditos e Ludwig.

Pedro Henrique de Brito disse...

"Rocco e seus irmãos" e "Morte em Veneza".

Alice Dias disse...

Seus filmes são lindos e melancólicos!

Luiz A. Ferreira disse...

Todos filmes de Visconti são muito bons.

Marília Menezes disse...

Violência e Paixão é inesquecível!

Jose Carlos Saenger disse...

Adoro o soberbo Visconti!!!

Rafa Amaral disse...


Visconti foi um mestre absoluto. Genial. Recentemente eu revi "Violência e Paixão", obra incrível, de múltiplas faces. Mas o meu preferido dele ainda é "O Leopardo", uma obra brilhante. Também me comove demais o encerramento de "Obsessão", que, acredito, seria revisitado depois em "Bonnie e Clyde". Abraços cinéfilos. Rafael Amaral. cinemavelho.com

J. BRUNO disse...


Andei dando uma prioridade para os filmes indicados em alguma das premiações da temporada, mas passada a entrega do Oscar na semana que vem, eu volto aos clássicos, e "Rocco e Seus Irmãos" já está na minha lista!

O Narrador Subjectivo disse...


grande, grande visconti... adoro os seus filmes de época em especial.

http://onarradorsubjectivo.blogspot.com/

Jamil disse...


Lástima ele não ter filmado Marcel Proust. Poucos tinham compreensão total da obra imortal do escritor francês como ele. E que elenco ele escalou! Só faltou Anna Magnani.

Mario disse...


Gran cineasta, he visto varias películas suyas, pero me faltan algunas más que iré descubriendo, hay tanto por ver que a uno se le hace mucho pero de a pocos algo se va avanzando. El neorrealismo italiano o su faceta aristocrática son de verse. un abrazo.

Blake disse...


ainda não assisti nenhum filme dele.

Obrigada pelo seu comentário lá no Sook.
Espero que volte mais vezes...
Seguindo seu blog já!

BjO

http://the-sook.blogspot.com/

As Tertúlias disse...


Falando de genios!!!!!!!!! Belíssima contribuicao ao mundo virtual! Meus parabéns!!!! O DVD chegou????????

David C. disse...


Me gusta mucho "El Gatopardo".

Otávio Augusto disse...


Esse texto me vem a ser muito bom. Visconti era um diretor prazeroso e único em suas obras. Seus trabalhos eram, como ainda são, magníficos. Bem, não cheguei a conferí-los por inteiro, mas qualquer dia destes estarei a vê-los. Obrigado pelas dicas.

Sou novo aqui no seu blog, estou a conhecê-lo por agora. Também tenho um meu, espero que goste. Linkarei seu blog nele.

Abraço, Otávio!

>>> http://dialogocinefilo.blogspot.com/

Lê disse...


Que belo apanhado de fatos sobre Visconti! Não sabia de sua origem nobre. Sempre acho uma pena esses filmes que acabam não saindo do papel. O projeto do diretor ficaria incrível, mas acredito que, de qualquer maneira, Garbo não iria aceitar o papel.
Abraços!

José Carlos Cruz disse...


O Falcão Maltês sempre chega com boas recordações, obrigado.

Ruben Celso Nigro Paschoal disse...


muito bom O FALCÃO MALTÊS. só não consegui acessar para receber atualizações. Se alguém souber como fazer para receber atualizações, por favor, me avisem.

Tozzi disse...


O meu filme preferido de Visconti é Sedução da Carne. Super operístico e belo. Visconti queria Ingrid Bergman para o papel (na época ela vivia na Itália), mas Alida Valli deu conta do recado. Está magnífica. Farley Granger é que decepciona.

Rubi disse...


Quantas curiosidades sobre Visconti! Confesso que não sabia de muita coisa a seu respeito; quanto aos seus filmes... nem me atrevo a dizer qual é o melhor.

ILMA FONTES disse...


Amo o cinema de Visconti, toda a obra, o luxo, a inteligência... IF