O amor é fogo.
Mas nunca se sabe se vai
aquecer
ou incendiar a casa.
JOAN CRAWFORD
JOAN CRAWFORD
Altura: 1,6 m
Cabelos: castanhos
Olhos: azuis
Apelidos: Oxicoco e Billie
Durante uma surpreendente carreira de mais de cinquenta
anos, JOAN CRAWFORD (San Antonio, Texas, EUA. 1904 - 1977) manteve seu nome em
destaque. Podemos até não gostar dela, mas não podemos ignorá-la. Ela era
simplesmente grande demais para ser ignorada. Tudo nela era enorme: boca larga,
rosto quadrado, olhos enormes, sobrancelhas, queixo, ombros e, claro, seus
gestos. Na mitologia da estrela de cinema, ela era a Cinderela. Nascida na extrema
pobreza, tornou-se rica e famosa através de muito trabalho e determinação. Aperfeiçoamento
era sua palavra de ordem. Alegrias e tristezas particulares, escorregões e
retornos profissionais auspiciosos foram relatados por jornais e revistas acompanhados por um público fiel. Secretárias,
garçonetes e operárias encontraram inspiração e desejo de
realização na sua saga cinematográfica.
Nenhuma estrela sofreu nas telas como JOAN
CRAWFORD. Era a especialidade dela. Filme após filme, foi vítima de amantes
psicóticos, donos malandros de casas noturnas lascivas, filhas intoleráveis, políticos
corruptos e maridos alcoólatras. Vestida de pérolas e vison, ela enfrentou agonias
com elegância e queixo erguido, enquanto seus olhos traduziam as torturas que
sofria. Chegou ao estrelato no final dos anos 20, interpretando mulheres de origem humilde que lutam pelo sucesso. Nesse momento de sua carreira, era incrivelmente bonita. Muitos pensam
nela como a matrona dos anos 50 (com sobrancelhas grossas), mas na juventude sua beleza era arrebatadora.
A M-G-M forneceu às revistas de cinemas páginas de
material sobre o passado de JOAN CRAWFORD, desde seu nascimento como Lucille Le
Seur até seu trabalho como balconista em uma loja de departamentos em Kansas
City, Missouri. Como resultado, seus fãs acreditavam saber tudo sobre sua
ascensão. Para eles, a vida pessoal e personalidade dela na tela eram inseparáveis. Atuou em mais de 80 filmes, mas o ponto alto de sua trajetória aconteceu em 1945, com “Alma em Suplício”, pelo qual ganhou o Oscar de Melhor Atriz. Na vida privada, namorou os maiores astros da sua época. De Clark Gable a Spencer Tracy a Kirk
Douglas. Ela também não dispensava mulheres e seu magnetismo sexual levou
para a cama Greta Garbo, Marlene Dietrich, Barbara Stanwyck, Katharine Hepburn,
Audrey Hepburn e até Marilyn Monroe.
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douglas fairbanks jr. e joan |
O seu nome artístico surgiu em um concurso
realizado nas páginas da popular revista “Movie Weekly”. Venceu Joan Arden, mas
já havia uma atriz desconhecida com o mesmo nome, que ameaçou processá-la, e
a escolha recaiu no segundo colocado, sugerido por Marie M. Tisdale, uma
senhora inválida que vivia em Nova Iorque e ganhou US $ 500 pela criação.
Ambiciosa, JOAN CRAWFORD tinha um rosto peculiar e inconfundível,
com traços pronunciados e expressivos, e uma atração hipnotizante, tornando-se
uma das atrizes mais carismáticas e talentosas de Hollywood. O ditado “O rosto é o espelho da alma” descreve sua personalidade avassaladora e seu
temperamento forte que rendeu inúmeros atritos.
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franchot tone e joan |
Considerada a décima maior estrela feminina de
todos os tempos pelo “American Film Institute”, ela levou uma das vidas sexuais
mais ardentes de Hollywood. Em sua autobiografia, Jackie Cooper, famoso pelo clássico “A Ilha do Tesouro / Treasure Island” (1934), afirma que ainda garoto teve um caso com a atriz, que era sua vizinha. Ela também
seduziu Dorothy Arzner, que a dirigiu em “Felicidade de Mentira / The Bride Wore Red” (1937), e diversos cineastas e produtores. Reforçando sua fama de predadora
sexual, sua arqui-inimiga Bette Davis afirmou que ela tinha dormido “com todas
as estrelas da M-G-M, exceto a cadela Lassie”.
A rivalidade com Bette Davis é notória, gerando
até uma recente série, “Feud: Bette e Joan / Feud: Bette and Joan” (2017), com Jessica Lange e Susan
Sarandon. A briga começou por conta de Franchot Tone. Ao filmar com ele “Perigosa / Dangerous” (1935), Bette se apaixonou. Ao ser informada,
JOAN CRAWFORD, recém-divorciada de Fairbanks Jr., o convidou para um
jantar. Ao chegar na sua residência, ela estava nua. No dia
seguinte, foi filmar com o rosto sujo de batom. Bette tentou reverter
a situação em um intervalo da
filmagem, dando prazer a Tone ajoelhada no camarim. “Eles me
viram e não se importaram, continuando a sacanagem”, disse o produtor Harry Joe Brown.
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phillip terry e joan |
Em sua autobiografia, a estrela afirma que manteve
relações sexuais com seu padrasto aos 11 anos, mas que diferente do que se podia
esperar, ela não considerava abuso ou estupro, mas sim um ato afetuoso e consensual.
Diz que sempre tratou a sexualidade de uma maneira diferente das mulheres
do seu tempo. “Minha forma de agir sexualmente era considerada apropriada
apenas para os homens. Eu tinha uma necessidade sexual física e emocional. Tive
vantagens no prazer que me trouxe, mas me fez uma vítima, uma dependente”, confessou em entrevista polêmica.
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joan e clark gable |
Assumidamente bissexual, JOAN CRAWFORD nunca teve
problemas com sua sexualidade. Certa vez confessou que Clark Gable foi o grande
amor de sua vida. Os dois nunca casaram, mas tiveram um caso ao longo de oito filmes juntos. Eles se conheceram durante as filmagens de “Quando o Mundo Dança / Dance, Fools, Dance” (1931). A química foi tão intensa que
secretamente não se separaram durante muitos anos. Apesar da paixão, a amizade foi mais importante. Quando Gable perdeu a esposa Carole Lombard em um acidente de avião, ela o amparou emocionalmente e sexualmente.
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alfred steele e joan |
A estrela casou-se quatro vezes: com Douglas
Fairbanks Jr. de 1929 a 1934; Franchot Tone, de 1935 a 1939; Phillip Terry, de
1942 a 1946; e Alfred Steele, de 1956 a 1959. Os seus casamentos nunca duravam
muito, era difícil e com o espírito livre. O último deles, com um
magnata dos refrigerantes, só teve fim por conta de um repentino ataque
cardíaco do parceiro. Ela se deprimiu, pois o considerava sua alma gêmea,
continuando a colocar um lugar para ele na mesa de jantar. Como herdeira, tornou-se
uma das principais acionistas da Pepsi-Cola e exerceu um cargo na diretoria da
empresa até 1977, quando morreu por conta de um câncer no fígado aos 73 anos, resultado de décadas
de excessos etílicos. Nos últimos anos, confinada em seu apartamento luxuoso,
recusando entrevistas e homenagens, pesava cerca de 30 quilos e bebia um
litro de vodka por dia. Como costumava dizer, “eu fui criação da
M-G-M. Ela me deu um nome, uma carreira e um estilo de vida”. Ave, Joan.
FONTE
“My
Way of Life: Joan Crawford”
Sobre JOAN CRAWFORD:
A PODEROSA JOAN CRAWFORD
CONFISSÕES de JOAN CRAWFORD
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