julho 13, 2011

******** SANTA JOANA: uma IMAGEM em 18 FILMES

renée falconetti em “a paixão de joana d'arc”


Heroína e fábula católica, a lendária mártir JOANA D’ARC nasceu na pequena aldeia de Domrémy, em 1412, na região de Lorraine, França. Como se Deus tivesse ideologia política, a partir dos 13 anos de idade ela começou a ouvir vozes supostamente divinas que diziam para ajudar seu país a derrotar o exército inglês que a cada dia ganhava mais espaço dentro do território francês. Em 1429 entrou em contato com o rei Carlos VII, convencendo-o a lhe dar um exército para libertar a cidade de Orléans. Ela realiza o prometido, reacendendo o espírito nacionalista. Em setembro de 1430, ferida na tentativa de libertar Paris, termina nas mãos de seus inimigos. Inicialmente confinada no castelo de Reun, foi denunciada a Santa Inquisição, que a fez passar por um torturante período de julgamento até 30 de maio de 1431, quando, considerada herética, morreu queimada viva em uma fogueira, aos 19 anos. Quase cinco séculos depois, em 1920, foi canonizada.

O cinema não poderia deixar de contar essa intrigante história religiosa, e o fez inúmeras vezes desde os primórdios da cena muda. Entretanto, ninguém superou a versão de 1928 do dinamarquês Carl Theodor Dreyer, “A Paixão de Joana D’Arc”. Genuíno poema litúrgico que figura sempre nas listas dos dez melhores filmes de todos os tempos, causou uma revolução estética com a utilização sistemática e eloqüente dos grandes planos, desvendando a alma da Donzela de Orléans e de seus algozes, a brancura insolente e a abstração dos cenários, os enquadramentos imprevistos e a montagem minuciosa, e até hoje gera impacto com sua perfeição estilística a serviço da verdade interior. Segundo opinião da renomada Pauline Kael, o trabalho de Renée Falconetti “talvez seja a melhor interpretação de um ator já gravada em película”.


JEANNE D'ARC 
(1900)
direção de Georges Méliès
com Jeanne D’Alcy

VITA di GIOVANNA D’ARCO
(1909)
direção de Mario Caserini
com Maria Caserini

JOANA D’ARC
(Giovanna D’Arco, 1913)
direção de Ubaldo Maria Del Colle
com Maria Jacobini

LA COLPA di GIOVANNA 
(1914)
direção de Ugo Falena
com Lea Campioni


JOANA D’ARC
(Joan the Woman, 1916)
direção de Cecil B. DeMille
com Geraldine Farrar

A PAIXÃO de JOANA D’ARC
(La Passion de Jeanne d’Arc, 1928)
direção de Carl Theodor Dreyer
com Renée Falconetti


La MERVEILLEUSE VIE de JEANNE D’ARC
(1928)
direção de Marco de Gastyne 
com Simone Génevois


SANTA JOANA D’ARC
(Das Madchen Johanna, 1935)
direção de Gustav Ucicky
com  Angela Salloker


JOANA D’ARC
(Joan of Arc, 1948)
direção de Victor Fleming
com Ingrid Bergman


JOANA D’ARC de ROSSELLINI
(Giovanna d'Arco al Rogo, 1954)
direção de Roberto Rossellini
com Ingrid Bergman


DESTINÉES
(1954)
direção de Jean Dellanoy
com Michèle Morgan


SANTA JOANA
(Saint Joan, 1957)
direção de Otto Preminger
com Jean Seberg


O PROCESSO de JOANA D’ARC
(Le Procès de Jeanne D’arc , 1962)
direção de Robert Bresson
com Florence Delay

GIOVANNA D’ARCO 
(1989)
direção de Keith Cheethan e Werner Herzog
com Susan Dunn

JOHANNA D’ARC of MANGOLIA
(1989)
direção de Ulrike Ottinger
com Ines Sastre


JEANNE la PUCELLE : LES BATAILLES / LES PRISONS 
(1994)
direção de Jacques Rivette
com Sandrine Bonnaire


JOANA D’ARC
Joan of Arc (1999)
direção de Luc Besson
com Milla Jovovich


JOANA D’ARC
(Joan of Arc, 1999)
direção de Christian Duguay
com Leelee Sobieski

FALCONETTI 
em A Paixão de Joana D'Arc


17 comentários:

João Roque disse...

Das antigas vi a extraordinária Falconetti, a magistral Ingrid e a belíssima Jean Seberg.

Anônimo disse...

A obra de Georges Méliès é a mais incrível de todas, não é nem por nada como roteiro, direção e etc não, é pelo ''simples'' fato de ter sido colorido quadro-a-quadro à mão, NAQUELA ÉPOCA! Um gênio.

Abç!

Carla Marinho disse...

Assisti a um dia desses à versão do Luc Besson.

Marcelo Castro Moraes disse...

Da para ver pelas imagens que ela deu a alma pelo filme. Eu conheci essa produção pelo especial da revista Bravo elegendo os 100 melhores filmes de todos os tempos na opnião deles. Magistral, forte e inesquecivel.

disse...

Excelente lista! O artigo de Vinicius também é um achado... Pergunto-me se tanto sofrimento valeu a pena para Falconetti. Ela pode ser considerada a Joana D´Arc mais perfeita do cinema, mas abandonar a carreira pelo trauma foi o melhor para ela? Acho que nunca saberemos.
Abraços, Lê.

debora disse...

Sei que foi muito criticado, mas achei linda a versão de Otto Preminger com a ótima Jean Seberg (tá tão novinha no filme) e o Richard Widmark. Bem melhor que a de Ingrid Bergman, que mesmo com ótimos momentos dela é uma produção artificial.
O que você achou do filme do Preminger, Antonio?

Alexandre Santos disse...

muito bom seu post sobre as versões de joana d'arc no cinema!adorei!

Adecio Moreira Jr. disse...

Nossa, eu imagino como esse cara ficou marcado pela delação dos colegas.

Perdeu a chance de morrer com o nome bem lembrado (ao menos sem manchas).

DARCI FONSECA disse...

Sempre uma interessante leitura magnificamente escrita e ilustrada. Parabéns, Tony.

Faroeste disse...

Ando cansado de falar; tudo que se haveria de fazer de bom no cinema, já foi feito. Quando querem algo bom, voltam e refilmam as coisas boas que já vimos ou que mofam em prateleiras ou baús.
Exatamente como esta beleza de fita que, em apenas com estes 10 minutos, conseguiu acudir fundo à minha alma.
Como podem estar a guardar ou a esconder tantas joias preciosissimas? Onde estão tais achados que nos privam de apreciar e sentir o que um dia sentiram ao ve-los?
Porque temos de ficar agonizantes a assistir os Rambos, os Van Damme ou os Segais da vida, enquanto dormem em prateleiras mofadas tantas coisas valiosissimas?
Não entendo como não há alguem capaz de trazer tudo isso à nossa amostra e apreciação e nos deixar sentir como eles sabiam fazer cinema!
Preciso, sinto a necessidade de ver A Paixão de Joana D'Arc e me emocionar ao degustar uma fita feita por um nome que ouço pela primeira vez, Carl Theodor Dreyer e interpretado por esta mulher de nome corriqueiro Renee Falconetti.
Me emocionei, de fato, ao longo destes poucos minutos de uma realidade brutal, onde a IGREJA, A "SAGRADA IGREJA", determinava quem viveria ou quem morreria.
jurandir_lima@bol.com.br

Edivaldo Martins disse...

Ingrid Bergman, uma grante estrela, que jamais apagará...

Bete Nunes disse...

Vi três das versões apresentadas aqui. Sempre achei que Joana D'Arc era uma pobre fanática esquizofrênica. Independente de crenças religiosas, confesso que o video me deixou deprimida, tamanha a dramaticidade. Achei pesado,chocante, sufocante. Acho que era o ponto exato que o diretor Dreyer buscava: Chocar e Deprimir. Chego a me lembrar de um conto de Poe, O Retrato Oval...
Essa atriz nunca mais foi a mesma pessoa, com certeza. Acho que mesmo se ela fizesse outros filmes, jamais se livraria do estigma de Joana D'Arc. Ela é a própria Joana D'Arc.

Líria Porto disse...

Da melhor qqualidade!

Bento De Luca disse...

Muito legal o blog, Antonio. Parabéns! Abraços

Lúcio Pamplona disse...

Ingrid realmente é uma estrela.Talvez a number ono pela personalidade.

Antonio Faria disse...

Com os melhores votos de sucesso.
Cordialmente
Antonio Faria

Anônimo disse...

Nada mais belo que tantos rostos as fotos -luz e sombra -que mulheres lindas ,eu jamais pensei que houvesse havido no cinema tantas Joannas.Maravilhoso,você quer ficar olhando os rostos, é muito estranho eu vou tentar ver se consigo encontrar alguns destes para assistir acho que muito difícil.como vocês são inteligentes encontrar coisas tão antigas.