abril 13, 2017

***************************** ÍDOLOS do CINEMA NAZI

zarah leander

No cinema, o espectador deve saber,
com maior certeza do que no teatro, 
quem deve  amar e quem deve odiar.
FRITZ HIPPLER
diretor do antissemita “O Judeu Eterno”


Ele era obcecado por cinema. Compreendia o poder da máquina cinematográfica de moldar a opinião das pessoas. Em 13 de março de 1933, na Alemanha, Adolf Hitler (1889 - 1945) criou o Ministério do Reich para Esclarecimento Popular e Propaganda, cujo titular, Joseph Goebbels (1897 - 1945), foi encarregado de controlar os aspectos da propaganda política e da comunicação de massa. Esse Ministério supervisionava a produção cinematográfica, da concepção à exibição de filmes.

A indústria cinematográfica alemã foi a melhor do mundo no cinema mudo, deixando um legado de obras-primas. Cortejando a população através das emoções e utilizando a sétima arte como instrumento de poder mediático, nos anos 1933 a 1945 o Terceiro Reich promoveu o escapismo fácil, distraindo e doutrinando o povo. Do pouco que conheço, considero os documentários de Leni Riefenstahl e o colossal “Titanic / Idem” (1943) como excelentes contribuições para a história do cinema. A maioria dos filmes do CINEMA NAZI possui qualidade técnica e proporciona bom entretenimento.

adolf hitler
Nos primeiros anos do falado, o cinema germânico passou por uma grave crise. Seus atores, cineastas e técnicos mais conceituados deixaram o país após a ascensão do nazismo. “Não-arianos” foram excluídos, afetando cerca de 3 mil pessoas que ficaram sem trabalho. Alguns profissionais aproveitaram a oportunidade oscilante para exigir salários mais elevados, aumentando consideravelmente os orçamentos de produção. Por fim, a exportação de filmes caiu drasticamente devido aos boicotes internacionais.

Em 1933, ano em que os nazistas chegaram ao poder, havia 5.071 cinemas em toda a Alemanha. Seis anos depois, em 1939, o número de cinemas aumentou para 6.923. Somente a produtora UFA (Universum Film Aktien Gesellschaft) tinha 159 cinemas em 69 cidades – um total de 162.171 lugares. O UFA Palast am Zoo, em Berlim, o maior deles, com mais de dois mil lugares, era onde acontecia a maioria das pré-estreias.

Num esforço para atingir segmentos mais amplos da população, o ministro da propaganda instituiu o “Dia do Filme Popular”, no qual o público podia assistir exibições especiais por um preço simbólico. Os filmes eram exibidos como parte de um programa obrigatório, que consistia de cine-jornais politizados e documentários educativos. Nas “Horas de Filmes para a Juventude”, organizadas pela Juventude Hitlerista, mostravam-se documentários direcionados para crianças a adolescentes.

cinema da ufa em berlim
Durante o nazismo, vários estúdios faliram, restando apenas 38 de 114. Os sobreviventes trabalharam em dobro, produzindo inúmeros filmes, numa tentativa infundada de fortalecer o CINEMA NAZI. Goebbels comprou as ações das produtoras, inclusive da poderosa UFA, e estatizou a indústria cinematográfica. “Quando compramos a UFA”, se vangloriou em meados de 1937, “nos tornamos a maior união mundial de   cinema,   imprensa,    teatro   e   rádio. Agora  eu   tenho um    instrumento    muito    útil    à    minha    disposição”. Gradualmente, ele fundou uma escola estatal para cineastas politicamente confiáveis; e uma organização profissional oficial e obrigatória para atores, cineastas, técnicos e distribuidores. Goebbels censurava previamente manuscritos e roteiros; criou prêmio de incentivo a produção de filmes; empréstimos a juros baixos e benefícios fiscais.

A crítica de cinema foi proibida. Jornalistas informavam sobre o conteúdo do filme, sem qualquer julgamento artístico, político ou ético. No comando, o brilhante e cruel Goebbels demonstrou sensibilidade para o espetáculo fílmico e manipulação do espectador digno de um David O. Selznick. Afinal, o CINEMA DO TERCEIRO REICH era dominado pelas estrelas. Adoradas pelos fãs, elas propiciavam o glamour. As mais famosas: as grandes atrizes Marianne Hoppe e Lil Dagover, Zarah Leander (anunciada como a “Garbo Alemã”), o premiado Emil Jannings, o comediante Heinz Rühmann, Kristina Söderbaum (“a ariana ideal”), Marika Rokk, Lilian Harvey etc.

marlene dietrich e os aliados
Cerca de 1.500 diretores, produtores, atores e outros profissionais de cinema emigraram da Alemanha no período pré-nazista ou logo depois. Entre eles, figuras míticas. Em Hollywood, esses refugiados iniciaram um trabalho de conscientização anti-nazi. A alemã Marlene Dietrich, convidada por Hitler para estrelar filmes na Alemanha, deu banana e foi para o outro lado da guerra fazer campanha pelos norte-americanos, causa que lhe granjeou ódio em sua terra natal. O ditador tomou a recusa como um desrespeito à pátria, e a acusou de traição. Marlene foi ao encontro das tropas aliadas, cantando para divertir e aliviar a dor dos soldados. Acabou condecorada com medalha do governo norte-americano.

Nem todos os ameaçados pelo regime nazista tiveram a sorte de escapar. O ator e diretor de origem judaica Kurt Gerron morreu em um campo de concentração, aos 47 anos de idade. Ele participou de “O Anjo Azul / Der Blaue Engel” (1930) e dirigiu vários filmes. Depois que a Gestapo o prendeu em Amsterdam, onde ele dirigia o Teatro Judeu, foi obrigado a supervisionar a produção de um documentário de propaganda, “Theresienstadt: Ein Dokumentarfilm aus dem Jüdischem Siedlungsgebiet”. Assim que o filme ficou pronto, Gerron e outros que haviam trabalhado nele foram assassinados em câmara de gás.

renate muller 
em “victor ou vitória”
Sacerdotisa que cantava, atuava no cinema e era admirada por uma multidão, a popular e conceituada Renate Müller, aos 31 anos, em 1937, estava no auge do sucesso quando foi jogada por uma alta janela de um prédio em Berlim e se estatelou no chão, morrendo e deixando o mundo germânico de boca aberta. Pior, sem saber o que aconteceu. Ela seria lembrada na história do cinema, principalmente o alemão, por ser a primeira intérprete de “Victor ou Vitória / Viktor und Viktoria” (1933), um dos 26 filmes que interpretou e teve remake em 1982, com a talentosa Julie Andrews.

Há versões de que Hitler pessoalmente tentou persuadi-la a fazer filmes de propaganda, e ela não aceitou. Ao recusar a proposta de musa nazista, tornou-se uma suspeita vigiada pela Gestapo. Ela ainda fez “Togger” (1937), de propaganda política, mas as coisas continuaram mal resolvidas, porque em seguida foi morta. O anúncio oficial atribuiu a morte à epilepsia. Outra, não oficial, era a de que foi jogada pela janela por oficiais da Gestapo. Depois de sua morte, como se tratava de atriz popular, os nazis espalharam que era uma viciada que se entupiu de drogas - no caso, morfina – e por esta razão, veio a óbito. Uma grande mentira.

Cerca de 500 artistas de cinema foram vítimas do terror do Terceiro Reich. O famoso humorista judeu Otto Wallburg foi um deles. Preso após a invasão das tropas alemãs na Holanda, morreu aos 55 anos na câmara de gás de Auschwitz, em 1944. O mesmo aconteceu com os atores Fritz Grünbaum (1880 – 1941) e Paul Morgan (1886 – 1938). Joachim Gottschalk (1904 - 1941) até 1940 desempenhava papéis principais no cinema, ao rejeitar a sugestão de se separar da esposa judia, passou a ser descartado. Em maio de 1941, na noite anterior à deportação a um campo de concentração, ele, esposa e filho de oito anos se suicidaram. Lale Andersen (1905 - 1972), uma das cantoras mais famosas, gravou em 1939 a canção “Lili Marleen”, popular na guerra, tanto entre alemães como entre aliados, mas foi impedida pelos nazistas em 1942 de cantar em público por se corresponder com imigrantes judeus.

joachim gottschalk
O grande ator Curd Jürgens (1915 - 1982), crítico do regime nazista, foi enviado a um campo de concentração com o rótulo de cidadão “politicamente incorreto”, mas sobreviveu à guerra. Herbert Selpin, diretor de “Titanic”, não engoliu o famoso naufrágio como propaganda anti-britânica, entrando em conflito nas filmagens com Goebbels. Acabou assassinado em 1942, aos 40 anos. O filme foi finalizado por Werner Klingler (1903 - 1972). O mítico diretor Fritz Lang (1890 - 1976) conseguiu fugir, antes se divorciando da esposa e roteirista nazista Thea Von Harbou (1888 - 1954). Eles fizeram juntos, entre outros, o clássico imortal “Metrópolis / Idem” (1927).

Para maquiar a imagem da Alemanha sanguinária, Goebbels não poupou esforços ao promover estrelas. O exemplo mais conhecido é o da sueca Zarah Leander. Contratada em 1937 pela UFA, tornou-se a atriz mais bem paga do país. Protagonizou dez filmes alemães entre 1937 e 1943, quase sempre como mulher fatal. Suas canções e filmes são melodramas apaixonados. Elegância, beleza e voz poderosa contribuíram para sua consagração. Em 1943 regressou a Suécia, continuando a carreira sem o sucesso de antes.

Estrela atraente e atlética dos filmes de montanha de Arnold Fank, ela estreou no cinema nos anos vinte. Quando os nazistas chegaram ao poder, Leni Riefenstahl, ardente admiradora e amiga pessoal de Hitler, realizou o extraordinário documentário “Triunfo da Vontade / Triumph des Willens” (1935), promovendo o orgulho nacional. Uma visão impressionante de um espetáculo de massa e glorificação da figura do Führer. Após a Segunda Guerra Mundial, foi presa, acusada de ser amante do ditador e simpatizante do nazismo. Negou as acusações, mas jamais demonstrou sinal de arrependimento pela proteção especial nazista. Com a estética de seus filmes, ela determinou como nenhum outro cineasta a imagem do Terceiro Reich. Em 1952, uma corte a libertou e ela pode trabalhar de novo, passando a maior parte do resto da vida fotografando na África. Nunca se soube até que ponto Riefenstahl se comprometeu com a ideologia ou se ela era uma oportunista política.

leni riefenstahl
Hitler, Goebbels e o líder do Partido Nazi, Hermann Göring (1893 – 1946), apareciam em público com atrizes populares, sendo as preferidas Olga Tschechowa, Marika Rökk e Lil Dagover. As relações amorosas de Goebbels com várias estrelas são notórias. No topo dos atores do CINEMA NAZI, primeiro vencedor do Oscar de Melhor Ator, o magnífico Emil Jannings estrelou muitos filmes com a pretensão de promover a filosofia nazista. Goebbels o apelidou de “Artista do Estado”, em 1941. Quando as tropas aliadas invadiram a Alemanha, em 1945, conta-se que ele mostrou seu Oscar como prova da antiga associação com Hollywood. O papel ativo na propaganda nazista o condenou ao desemprego, passando a viver numa fazenda na Áustria.

Outro importante aliado de Adolf Hitler foi o popular comediante Heinz Rühmann. As conexões entre ele e o nazismo não o impediram de ser escolhido, numa pesquisa recente, como “o ator mais querido dos alemães”. Gozando de certa reputação como ator de teatro e cinema, após a ascensão do partido nazista ele não se distanciou do regime. Pelo contrário, as comédias que estrelou, em tempos de terror e genocídio, serviram perfeitamente à causa local. Em 1940, nomeado “Ator Nacional” e sob pressão,  separou-se da esposa judia, Maria Bernheim. No pós-guerra, sua carreira foi prejudicada pela denúncia do compromisso nazista, caindo no ostracismo. Na década de 1950 recuperou o sucesso. Poucos meses antes de morrer trabalhou em “Tão Longe, Tão Perto / In Weiter Ferne, so Nah!” (1993), de Wim Wenders. Apesar do vínculo nazista evidente, Rühmann sempre se definiu como apolítico.

goebbels
Importantes para a imagem do governo nacional-socialista, atores e diretores de destaque foram premiados, em 1938, com a isenção fiscal. Na guerra, eles fizeram shows para as tropas ou recolheram dinheiro da iniciativa privada. A maioria dos astros de cinema foi dispensada do serviço militar, mas um ou outro - como Heinz Rühmann – se alistou. O Terceiro Reich convidou vários artistas para atuar no CINEMA NAZI. Quem recusasse a oferta, caia em desgraça. Dezenas escaparam através da emigração. Quem ficou, cedeu à ditadura. Ingenuidade, ideologia, medo ou oportunismo? Possivelmente um pouco de cada. Os ídolos se prestaram ao culto nazista – até certo ponto, voluntariamente – e souberam se beneficiar dele.

As salas de exibição seguiam regras e regulamentos. A importação de fitas dos países inimigos foi proibida. Fornecendo exibições cinematográficas em áreas rurais e remotas, o Departamento de Propaganda do partido operava 300 caminhões e dois trens levando o equipamento necessário para as projeções. Mesmo sob as condições severas dos últimos anos da II Guerra, os cinemas alemães funcionavam perfeitamente. Em Berlim, unidades antiaéreas os protegiam contra bombardeios.

documentário “o judeu eterno”
A ausência de crítica ao regime, predileção por musicais e comédias, diálogos conformistas e uma narrativa clássica são o perfil do cinema germânico daqueles anos. Nos dramas de guerra, o CINEMA NAZI exalta o heroísmo local e a brutalidade do inimigo. Os ingleses são apresentados como fracos, ridículos, imperialistas, opressores; os russos, brutos e bêbados; os judeus, “sub-humanos” que se infiltraram na sociedade ariana. De 1940, o documentário “O Judeu Eterno / Der Ewige Jude”, direção Fritz Hippler, mostra os judeus como parasitas culturais ambulantes, consumidos pelo sexo e amor ao dinheiro. Alguns longas glorificam Hitler e o movimento Nacional Socialista.

Como os alemães em geral, diretores e atores aderiram ao nazismo ou suportaram a situação insustentável. Passando a guerra, ninguém se identificou com os derrotados e mentiram, negando envolvimento.  O ator e diretor Veit Harlan, um dos gigantes do seu tempo, foi o único a enfrentar um tribunal de Justiça, sob a acusação de crimes contra a humanidade, principalmente por ter feito o antissemita “Judeu Süss / Jud Süss” (1940). Depois de dois interrogatórios, ele foi absolvido das acusações. Escapou com a defesa de que teria agido sob coerção. Em 1950, voltou a dirigir.

Historiadores criaram uma imagem do CINEMA NAZI como um cinema de ódio e de terror. Enganam-se. Está mais para um cinema de ilusão. Nesse escapismo, muitas vezes interfere a propaganda subliminar, diluindo nos enredos valores básicos da ideologia nazista como obediência, auto-sacrifício, ordem, camaradagem, liderança etc. Mas nem sempre. No período 1933 a 1945, os filmes de entretenimento dominam o mercado. Dos 1094 filmes de longa-metragem produzidos na Alemanha Nazista, somente 153 são diretamente políticos ou propagandísticos. Os outros 941 filmes são tradicionais, no estilo Hollywood na mesma ocasião.

willi forst e olga tschechowa em “bel ami”
No fim do conflito bélico, em 1945, com a Alemanha devastada e reduzida a escombros, filmes eram produzidos, entre eles “Kolberg” (1945), de Veit Harlan. Superprodução a cores, ambientada nas guerras napoleônicas, narra a resistência de uma cidade alemã diante das tropas francesas, numa tentativa de animar a destroçada moral nacional. Certamente, este objetivo não se concretizou, entretanto, comprova que, mesmo em plena e irreversível queda, o Terceiro Reich acreditou, protegeu e explorou a indústria cinematográfica até os últimos instantes.

FONTES
“A Critical History of German Film”, de Stephen Brockmann; 
“Cinema no Terceiro Reich”, blog “Histórias de Cinema”
“Histoire du Cinéma Nazi”, de Francis Courtade e Pierre Cadars; 
“Hitler`s Heroines – Stardom and Womanhood in Nazi Cinema”, de Antie Ascheid; “Nazi Cinema as Enchantment: The Politics of Entertainment in the Third Reich”, de Mary-Elizabeth O’Brien; 
“Popular Cinema in the Third Reich”, de Sabine Hake;  
“The UFA Story”, de Klaus Kreimeier;  
“The Ministry of Illusion”, de Eric Rentschler.

camilla horn
ESTRELAS do CINEMA NAZISTA

BRIGITTE HORNEY
(Dahlem, Alemanha. 1911 - 1988)

Filmes Selecionados
“Der Gouverneur” (1939)
“Barão de Münchhausen / Münchhausen” (1943)

CAMILLA HORN
(Frankfurt, Alemanha. 1903 - 1996)

Filmes Selecionados
“Maria / Sein Letztes Modell” (1937)
“Guerra nas Sombras / Rote Orchideen” (1938)

EMIL JANNINGS
(Rorschach, St. Gallen, Suíça. 1884 - 1950)

Filmes Selecionados
“O Governante / Der Herrscher” (1937)
“O Presidente Krüger / Ohm Krüger” (1941)

GUSTAF GRUNDGENS
(Düsseldorf, Alemanha. 1899 - 1963)

Filmes Selecionados
“Santa Joanna D'Arc / Das Mädchen Johanna” (1935)
“Friedemann Bach” (1941)

GUSTAV FRÖHLICH
(Hannover, Lower Saxony, Alemanha. 1902 - 1987)

Filmes Selecionados
“Terra em Chamas / Stadt Anatol” (1936)
 “O Grande Rei / Der große König”(1942)

HEINRICH GEORGE
(Stettin, Pomerania, Polônia. 1893 - 1946)

Filmes Selecionados
“Judeu Süß” (1940)
“Nostalgia, O Caminho da Perdição / Der Postmeister” (1940)

HEINZ RÜHMANN
(Essen, Alemanha. 1902 - 1994)

Filmes Selecionados
“O Chapéu Florentino / Der Florentiner Hut” (1939)
“Ich Vertraue Dir Meine Frau Na” (1943)

HENNY PORTEN
(Magdeburg, Alemanha. 1890 – 1960)

Filmes Selecionados
“Komödianten” (1941)
“Symphonie eines Lebens” (1943)

JENNY JUGO
(Mürzzuschlag, Styria, Áustria. 1904 – 2001)

Filmes Selecionados
“Pygmalion” (1935)
“Unser Fräulein Doktor” (1940)

JOHANNES HEESTERS
(Amersfoort, Utrecht, Holanda. 1902 - 2011)

Filmes Selecionados
“Nanon” (1938)
“Immer Nur-Du!” (1941)

KARL-LUDWIG DIEHL
(Halle, Saxony-Anhalt, Alemanha. 1896 - 1958)

Filmes Selecionados
“Romance em Viena / Episode” (1935)
“Die Entlassung” (1942)

KRISTINA SÖDERBAUM
(Estocolmo, Suécia. 1912 - 2001)

Filmes Selecionados
“Cidade da Ilusão / Die Goldene Stadt” (1942)
“O Grande Rei / Der Große König” (1942)

LA JANA
(Viena, Áustria. 1905 - 1940)

Filmes Selecionados
“Mistérios da Índia / Der Tiger von Eschnapur” (1938)
“Ouvindo Estrelas! / Es Leuchten die Sterne” (1938)

LENI RIEFENSTAHL
(Berlim, Alemanha. 1902 - 2003)

Filmes Selecionados
“O Triunfo da Vontade / Triumph des Willens” (1935)
“Olimpíadas e Mocidade Olímpica 1 e 2 / Olympia 1 e 2” (1938)

LÍDA BAAROVÁ
(Praga, Hungria. 1914 - 2000)

Filmes Selecionados
“Hora de Tentação / Die Stunde der Versuchung” (1936)
“Os Homens Devem Ser Assim / Männer Müssen so Sein” (1939)

LIL DAGOVER
(Madioen, Indonésia. 1887 - 1980)

Filmes Selecionados
“A Sonata de Kreutzer / Die Kreutzersonate” (1937)
“Bismarck” (1940)

LILIAN HARVEY
(Hornsey, Londres, Inglaterra. 1906 - 1968)

Filmes Selecionados
“Morrer de Amor / Fanny Elssler” (1937)
“Capricho / Capriccio” (1938)

LUIS TRENKER
(St. Ulrich, Tyrol, Itália. 1892 - 1990)

Filmes Selecionados
“Condottieri” (1937)
“Der Berg Ruft!” (1938)

MAGDA SCHNEIDER
(Augsburg, Bavaria, Alemanha. 1909 - 1996)

Filmes Selecionados
“Redenção / Liebelei” (1933)
“Wer küßt Madeleine?” (1939)

MARIANNE HOPPE
(Rostock, Mecklenburg-Vorpommern, Alemanha. 1909 - 2002)

Filmes Selecionados
“Até a Vista Francisca / Auf Wiedersehn, Franziska!”(1941)
“Romanze in Moll” (1943)

MARIKA RÖKK
(Cairo, Egito. 1913 - 2004)

Filmes Selecionados
“Noite de Baile / Es War eine Rauschende Ballnacht” (1939)
“Kora Terry” (1940)

MARTHA EGGERTH
(1912. Budapeste, Hungria. 1912 - 2013)

Filmes Selecionados
“Canção da Lembrança / Das Hofkonzert” (1936)
“Quando Canta o Rouxinol / Wo die Lerche Singt” (1936)

OLGA TSCHECHOWA
(Alexandropol, Erivan Governorate, Rússia. 1897 - 1980)

Filmes Selecionados
“Absolvida / Unter Ausschluß der Öffentlichkeit” (1937)
“Quatro Mulheres é Demais / Bel Ami” (1939)

POLA NEGRI
(Lipno, Polônia. 1897 – 1987)

Filmes Selecionados
“A Mulher que Amou Demais / Madame Bovary” (1937)
“A Falsária / Die Fromme Lüge” (1938)

RENATE MÜLLER
(Munique, Bavária, Alemanha. 1906 - 1937)

Filmes Selecionados
“Victor ou Vitória / Viktor und Viktoria” (1933)
“Allotria” (1936)

SABINE PETERS
(Berlim, Alemanha. 1912–1982)

Filmes Selecionados
“Segundo Amor / Das Mädchen Irene” (1936)
“Preußische Liebesgeschichte” (1938)

SYBILLE SCHMITZ
(Düren, North Rhine-Westphalia, Alemanha. 1909 - 1955)

Filmes Selecionados
“Clarissa” (1941)
“Titanic / Idem” (1943)

VIKTOR STAAL
(Frankenstadt, Moravia, República Tcheca. 1909 - 1982)

Filmes Selecionados
“Recomeça a Vida / Zu Neuen Ufern” (1937)
“Die Große Liebe” (1942)

WERNER KRAUSS
(Gestungshausen, Sonnefeld, Bavaria, Alemanha. 1884 - 1959)

Filmes Selecionados
“Judeu Süß” (1940)
“Paracelsus” (1943)

WILLY BIRGEL
(Colônia, North Rhine-Westphalia, Alemanha. 1891 - 1973)

Filmes Selecionados
“Recomeça a Vida / Zu Neuen Ufern” (1937)
“Das Herz der Königin” (1940)

WILLY FRITSCH
(Kattowitz, Upper Silesia, Polônia. 1901 - 1973)

Filmes Selecionados
“A Pequena de Outra Noite / Das Mädchen von Gestern Nacht” (1938)
“Wiener Blut” (1942)

ZARAH LEANDER
(Karlstad, Värmlands län, Suécia. 1907 - 1981)

Filmes Selecionados
“La Habanera” (1937)
“Noite de Baile / Es War eine Rauschende Ballnacht” (1939)


MARLENE e os SOLDADOS


31 comentários:

Mario Salazar disse...


Una época terrible para el cine, siendo el alemán un cine muy interesante, Lang hacia ya maravillas en Alemania pero el nazismo solo empujo a genios como él a escapar a Estados Unidos donde se hicieron más grandes. Lo de RIEFENSTAHL sigue admirándose en su estética pero su ideología simplemente la sepultó, pudo ser gigante como Lang si hubiera sido mucho más ética y humana. Un abrazo

João Roque disse...


Fabulosa postagem de um assunto muito pouco explorado.Sobre isto pouco mais sabia do que a ligação da realizadora Leni Riefenstahl ao regime nazi.

Marcelo C,M disse...


Infelizmente foi um dos períodos mais sombrios para o cinema alemão. Vamos dizer que o cinema alemão de verdade, se encerrou a partir do momento que se perdeu a liberdade, ao ponto de encerrar o melhor período do cinema de lá, que foi o expressionismo alemão. Isso foi muito debatido no ultimo curso que eu participei pelo CENA UM, em que o foco principal foi o expressionismo e os gêneros que nasceram a partir dele.

Jefferson C. Vendrame disse...


Ótimo texto, uma verdadeira aula de cinema e história!
Nunca gostei do cinema europeu, principalmente do alemão.
Segundo consta, Leni Riefenstahl pouco antes de morrer, no inicio da década de 2000, disse que não sabia quando filmou O Triunfo da Vontade que o nazismo era o terror que demonstrou ser anos mais tarde. Se é verdade ou não.... nunca vamos saber!

Parabéns Antônio, ótimo post, mais uma vez.

IVAN PEIXOTO disse...


Parabéns pelo novo post.
Gosto muito do filme de István Szabó que trata exatamente
sobre esse tema: Mephisto. Com atuação notável de Klaus
Maria Branduer, interpretando um ator inspirado em
Gustaf Gründgens.
Abraço.

Camila Marina G disse...


Ótimo blog! Ótimo texto!

Lê disse...


Excelente post, aprendi muito com ele!
Sempre achei interessante a máquina de propaganda nazista, e com certeza o cinema teve uma contribuição importante para difundir a ideologia.
Abraços!

Brenda Rosado disse...


Post magistral, Falcão!!!! Aprendi muiiiiito. Desde já, sugiro postagem sobre os irmãos alemães Maria e Maximilian Schell.

Mauricio Kus disse...


Os irmãos Maria e Maximilian Schell, alemães de nascimento, não foram nazistas, Participaram de grandes filmes, inclusive "O julgamento de Nurenberg"(Maximiliam) e fizeram sua carreira no cinema americano.

Rodrigo Duarte disse...


Belo serviço prestado Nahud. Normalmente quando se aborda esse período, limita-se a contribuição de Leni Riefenstahl. Grato pela ajuda. Abraço.

Andressa Vieira disse...


Querido Nahud, post formidável!!!! Me será muito útil para um projeto que desenvolvo :)Só seria útil se você disponibilizasse a bibliografias dessas informações! Beijão!

Darci Fonseca disse...


Nahud,uma postagem importantíssima. Texto didático e fotos ótimas. Leni está Postagem para comemorar a merecida marca dos 500 mil acessos. Grande abraço do Darci Fonseca.

Rodrigo Mendes disse...


Obviamente odeio o cinema nazista, sobretudo do Goebbels. Minha apreciação do período histórico do cinema alemão fica sendo mesmo do expressionismo em obras do Murnau e outros filmes mais fantásticos como "O Gabinete do Dr. Caligari" que é seminal. Hollywood lucrou com os refugiados. Muitos dos artistas e técnicos que foram para os Estados Unidos contribuíram e muito com sua arte.

Parabéns por este post!

A melhor coisa foi o Tarantino ter assado o alto escalão nazista no cinema em "Bastardos Inglórios", ah se fosse verdade... rs morro de rir!

Abraço.

Alan Raspante disse...


Muito interessante o seu texto. Até então, nunca tinha sequer imaginando como havia sido o cinema durante o regime nazista. Ótima postagem!

siby13 disse...


Excelente matéria caro amigo.
Adorei a abordagem que realizou que mostra que p talento existe , mas nem sempre ao lado do bem.
Realmente , um dos períodos mais sombrios para a humanidade. Tantos talentos , infelizes.

Fernando Sobrinho disse...


Muito bom o texto. Dos artistas citados eu só conhecia Leni Riefensthal, Emil Jannings e a Lilian Harvey, por causa de uma breve referência em "Bastardos Inglórios". Parabéns pelo texto, excelente pesquisa !

Lázaro Faria disse...


Este Blog é demais

Cristina Queiróz disse...


Leni era genial, talvez uma das mulheres mais talentosas do Cinema. Seu trabalho posterior como fotógrafa mostra o quanto ela era boa. Uma pena, escolheu o lado errado. E foi eternamente punida por isso.

Fernando Sobrinho disse...


Sim, ela tinha um talento inquestionável no comando da imagem. Algumas técnicas utilizadas por ela, já na década de 1930, parecia coisa de peça publicitária feita cinquenta anos depois... Qualquer coisa que se comente a respeito de ter se tornado a "cineasta de Hitler" será polêmico (vide um projeto hollywoodiano que vive sendo engavetado)... No entanto, a exemplo de outro talento controverso, D.W Griffith, ela deu uma contribuição inegável ao aprimoramento das técnicas cinematográficas.

celso lima disse...


A ascensão dos regimes fascistas na Europa trouxe inicialmente um sentimento de admiração e fascinio. Hitler era admirado na Europa da decada de 30, e a Alemanha nazista era vista como um bastião contra o comunismo soviético, esse sim temido (que tal um post sobre o cinema soviético? Ha coisas magnificas ali), e somente qdo Hitler deu inicio as suas ambições territorialistas é que todo mundo percebeu o perigo (ja se perseguia gente aos montes na Alemanha, principalmente judeus, mas o anti-semitismo era mundial, e isso não sensibilizou muitos naquele momento). Mas o cinema nazista em si era tolo e pobre, fruto da censura extrema e da bestialidade do regime, mas é ainda muito incomodo assistir os filmes de Leni Riefenstahl, principalmente "Olimpia", pois é magnifico, e a Alemanha nazista foi grandiosa como uma ópera do mal, o que seduziu gente talentosa, mas de carater fraco, como Leni e outros, como a cantora lirica Elizabeth Schwarzkopf, voz magnifica, mas que não consigo ouvir (Hitler a idolatrava). O regime nazista é um momento muuuuito complicado da humanidade, pois a rejeição total veio tarde, ja que muita gente foi seduzida por uma ideologia para fortes, coisa que o cinema nazi frisa a todo momento, uma raça de heróis. Que sorte que o sujeito era um lunatico, e enfiou os pés pelas mãos, senão...

Marco Antonio disse...

Caro Antonio

Tema e abordagens como sempre abordados de maneira impecavel.
Por causa das Olimpíadas, revi a pouco tempo "Olimpia" e é sempre uma surpresa ver como uma cineasta podia ser tão brilhante e ao mesmo tempo servir a "Estrela da Morte".
No fim da vida, Leni filmou documentários sobre o fundo do mar.
Teve que submergir muito, provavelmente para esquecer seu passado.

Abs
Marco Antonio

Nasser disse...


Magnífico post, Falcão. Do cinema alemão desta época, só conheço os atores Werner Krauss, Emil Jannings e Lil Dagover. Por sinal, grandes atores.

Jamil disse...

Até a Magda, mãe da Romy? Incrível. O "Veronika Voss", de Fassbinder, se não me engano, foi inspirado na vida de Sybille Schmitz. Tô certo?

Lobo da Estepe disse...


ótimo trabalho, adorei!

Marcia Moreira disse...


Olá, Antonio.
Suas postagens, como sempre, são demais.
Passe lá no meu blogue que tem um selinho esperando por você.
Um grande abraço.

Elisandra Pereira disse...


Amei a postagem, Antonio! Impressionante o quanto eu aprendo com seu blog. Parabéns pelo texto!

Rafa Amaral disse...


Olá amigo Falcão. Desculpe a minha ausência. Este apanhado do cinema nazista é realmente incrível, um material precioso, sobre um período conturbado à sétima arte. Grande abraço. cinemavelho.com

Daniele Rodrigues de Moura disse...


Adorei, Antonio! Vc sempre com temas interessantes!
Beijin,
Dani

Anônimo disse...

O trabalho de Leni é uma das coisas mais impressionantes que já vi! Pode se dizer inclusive que todo o cinema pós 2a guerra foi influenciado por ela. Independente de seu posicionamento politico, a obra de Leni superou tudo isso. Superou inclusive o nazismo.

Hincha Azul disse...

Boa noite. Seu blog é muito bom. Acabei de assistir um filme do cinema nazi, "Cidade da Ilusão" (Die Goldene Stadt). Foi um filme que quer te fazer enxergar por um lado, mas eu acabei enxergando e concluindo a situação por outro lado. Sim, Kristina Söderbaum era linda, uma das mais belas da história do cinema, uma pena que se deixou levar por esse capítulo sombrio da humanidade ao fazer filmes para o nefasto Josef Goebbels. Pretendo assistir outros filmes desse cinema, mas tenho consciência de não me deixar influenciar por essa propaganda. Esses filmes possuem sim um valor histórico, e vale também a curiosidade.

ma.ga disse...

Oi, Brenda! Qual o seu contato? Vc ainda trabalha na imprensa? Agradeço, desde já.