agosto 28, 2019

******************* GARY COOPER, a FACE do HERÓI


  
Apelidos: Coop, Cowboy Cooper, A Mula de Montana e Studs
Altura: 1,92 m
Cor dos Olhos: azuis
Cor do cabelo: castanho                                           


Ele é um dos mais caros símbolos da história do cinema. Alto, másculo, de poucas palavras e muita ação, de integridade moral irrepreensível. O legendário GARY COOPER (1901 - 1961. Helena, Montana / EUA) foi quase sempre o mocinho em seus 35 anos de carreira. À vontade tanto em comédia sofisticada quanto num drama de Ernest Hemingway, passava os sentimentos dos personagens, mas era sempre ele mesmo na pele de outros. Sua ascensão foi rápida. Com cinco anos de trabalho, alcançou o estrelato. Ganhou três Oscar: por “Sargento York” (1941); “Matar ou Morrer” (1952), e em 1960, um Oscar especial, pelo conjunto da obra.

Apesar do seu norte-americanismo, era filho de ingleses e estudou alguns anos em Londres. Cresceu numa fazenda e formou-se em agronomia. Aos 23 anos mudou para Los Angeles, tentando a sorte como caricaturista de jornais e revistas, pois desenhava bem. Acabou como figurante de filmes para ganhar a vida e foi descoberto pelo diretor Henry King para o ainda mudo “Beijo Ardente / The Winning of Barbara Worth” (1926), ao lado de Ronald Colman e Vilma Banky. Dois anos depois, era protagonista absoluto. Em 1928, as revistas de cinema chamavam GARY COOPER de “o grande sujeito”. No cinema falado, estourou como ator de primeira grandeza ao contracenar com a diva Marlene Dietrich em “Marrocos / Morocco” (1930). Em 1933, ganhava seis mil dólares por semana. Entre 1936 e 1957 esteve dez vezes na lista dos atores de maior sucesso de bilheteria. Foi o primeiro em 1953 e o segundo em 1944 e 1952. Manteve o status de grande estrela e o carisma até morrer.

No fim dos anos 30, era o ator mais bem pago do mundo. Seu desempenho em “Adeus às Armas / A Farewell to Arms” (1932), de Frank Borzage, impressionou tanto Ernest Hemingway que insistiu para que fizesse “Por Quem os Sinos Dobram”, onze anos depois. Os dois foram íntimos por 20 anos. GARY COOPER fez mais de 100 filmes. Recusou protagonizar “A Grande Jornada / The Big Trail” (1930), “No Tempo das Diligências / Stagecoach” (1939), E o Vento Levou / Gone with the Wind” (1939), “Correspondente Estrangeiro / Foreign Correspondent” (1940) e “Rio Vermelho / Red River” (1948). “Recusei alguns roteiros porque estavam cheios de ideias comunistas”, disse. Era republicano conservador.

Sua vida particular foi marcada inicialmente por um romance tempestuoso, que durou vários meses, com uma das maiores estrelas da época do cinema mudo, Clara Bow. A moça era sexualmente insaciável. Muitas vezes, depois de uma noitada de amor, pegava seu conversível, assim que ele saia, para procurar outros homens. Ele ficava sabendo, resultando em terríveis cenas de ciúme. O casamento foi anunciado diversas vezes pela imprensa, mas nunca se realizou. Cansado de ser traído, rompeu o romance e se envolveu com a temperamental mexicana Lupe Velez, apelidada “A Gata Selvagem de Hollywood”. O caso durou dois anos, marcado por diversos escândalos. Certa vez, no badalado café Madame Helen, enciumada, a explosiva atriz mordeu furiosamente a orelha do namorado e gritou várias vezes: “I love you, Gary”. Seu estúdio, Paramount Pictures, não via o romance com bons olhos, tampouco a dominadora mãe do astro. Pressionado, ele findou a relação.
mae west e gary cooper nos anos 30

O ator se casou em 1933 com a rica e sofisticada Veronica (apelidada Rocky) Balfe, sobrinha do cenógrafo Cedric Gibbons. Tinha 33 anos; ela, 20.  Tiveram uma filha, Maria. Casado, envolveu-se com Ingrid Bergman e, mais adiante, com Patricia Neal, durante as filmagens de “Vontade Indômita / The Fountainhead”, em 1949. Eles se apaixonaram perdidamente. Foi a última história de amor na sua vida. Rocky, católica, jamais concordou com o divórcio. A sociedade hollywoodiana era abertamente contra os amantes. Ele abandonou a esposa, mas Patricia pulou fora quando teve certeza de que não haveria casamento, voltando para os palcos da Broadway. Numa Hollywood recheada de escândalos, o casamento ainda era uma instituição absolutamente intocável.

Em 1934, GARY COOPER firmou novo contrato com a Paramount, por cinco anos. Ele interpretou personagens reais de todos os tipos: Wild Bill Hickok, Marco Polo, Sargento Alvin C. York, Lou Gehrig, Dr. Corydon M. Wassell e General Billy Mitchell. Com isso, exercitou a versatilidade e aumentou a popularidade. Em 1936, dirigido por Frank Capra, fixou um encontro histórico. O genial cineasta fez questão de trabalhar com ele. Com “O Galante Mr. Deeds” ganhou a primeira indicação ao Oscar e virou símbolo nacional da honestidade, do idealismo e da integridade.
gary, joan fontaine, mary astor
e donald crisp em 1942,
na cerimônia do oscar

No final de 1939, quando expirou seu contrato, preferiu não renová-lo e trabalhar por conta própria. Em 1944 fundou sua própria produtora, a International Pictures, que teria vida curta. Seus parceiros eram William Goetz e Nunnally Johnson. Produziram apenas nove filmes, dois estrelados por GARY COOPER, “Casanova Júnior / Casanova Brown” (1944) e “Tudo por Uma Mulher / Along Came Jones” (1945). Em 1946, vendeu a International para a Universal, que mudou seu nome para Universal-International. No ano seguinte assinou contrato com a Warner Bros. para seis filmes.

Mulherengo, além de Clara Bow, Ingrid Bergman e Patricia Neal, teve como amantes Evelyn Brent, Marlene Dietrich, Carole Lombard e Grace Kelly. Dizem que apreciava rapazes afeminados. O célebre fotógrafo /cenógrafo Sir Cecil Beaton afirmou ter tido um caso com ele. Nos anos 50, GARY COOPER era um homem solitário e envelhecido. Teve histórias amorosas passageiras, mas se sentia cansado, embora não parasse de filmar. Ele não esteve presente para receber seu Oscar em 1953, sendo representado por John Wayne. Passou 18 meses fora de Hollywood. Durante esse tempo filmou no Havaí, México e França, fazendo quatro filmes: “A Volta ao Paraíso / Return to Paradise” (1953), “Sangue da Terra / Blowing Wild” (1953), “Jardim do Pecado / Garden of Evil” (1954) e “Vera Cruz” (1954). Mais uma vez fundou uma produtora, a Baroda Productions, em 1958, realizando “A Árvore dos Enforcados / The Hanging Tree” (1959), “Heróis de Barro / They Came to Cordura” (1959) e “O Navio Condenado / The Wreck ofthe Mary Deare” (1959).
patricia neal e gary

Terminada as filmagens de “Heróis de Barro”, foi hospitalizado e operado, mas um câncer havia se alastrado por todo o corpo. O último filme, “A Tortura da Suspeita / The Naked Edge”, rodado na Inglaterra em 1960, com a sublime Deborah Kerr, foi lançado postumamente. Sabendo que o ator estava morrendo, a Academia lhe conferiu um Oscar especial em 1960, recebido por seu amigo James Stewart, que discursou com voz trêmula e lágrimas nos olhos. Dois dias depois, seu agente tornou pública a notícia da doença fatal. O público, tomado de surpresa, mandou milhares de cartas. No meio da correspondência, mensagens do presidente John Kennedy, da rainha Elizabeth II, do papa João XXIII, de Pablo Picasso, Richard Nixon, Ernest Hemingway e do ex-presidente Dwight D. Eisenhower. Sua morte foi comentada em todo o mundo. A imprensa gastou muita tinta em elogios a sua impecável trajetória cinematográfica. É um astro para não esquecer.

Os carregadores do caixão no enterro eram os amigos mais íntimos de GARY COOPER: James Stewart, Henry Hathaway, Jack Benny, William Goetz, Jerry Wald e Charles Feldman. Rocky e Maria caminharam atrás, ao lado da mãe de Cooper, aos 87 anos de idade. Entre os presentes, Norma Shearer, Dean Martin, Walter Pidgeon, Mary Pickford, Marlene Dietrich, Randolph Scott, Joel McCrea, Frank Sinatra, Burt Lancaster, John Wayne, Rosalind Russell, Myrna Loy, Fay Wray, Joan Crawford, Fred Astaire, Judy Garland, Bob Hope e Karl Malden. O silêncio era sepucral, nenhum fã invadiu os limites traçados pela segurança para pedir um autógrafo a quem quer que seja. Era a despedida de um mito.

gary em “almas ao mar” (1937)

15 FILMES de GARY COOPER
(por ordem de preferência)

01
ADORÁVEL VAGABUNDO
(Meet John Doe, 1941)

direção de Frank Capra
elenco: Barbara Stanwyck, Edward Arnold, Walter Brennan,
Spring Byington e Rod La Rocque

02
BOLA de FOGO
(Ball of Fire, 1942)

direção de Howard Hawks
elenco: Barbara Stanwyck, Oskar Homolka e Dana Andrews

03
SARGENTO YORK
(Sergeant York, 1941)

direção de Howard Hawks
elenco: Walter Brennan, Joan Leslie e Ward Bond

Oscar de Melhor Ator
Melhor Ator do Círculo dos Críticos de Cinema de Nova Iorque
Melhor Ator do National Board of Review

04
A OITAVA ESPOSA do BARBA AZUL
(Bluebeard's Eighth Wife, 1938)

direção de Ernst Lubitsch
elenco: Claudette Colbert, Edward Everett Horton e David Niven

05
O GALANTE MR. DEEDS
(Mr. Deeds Goes to Town, 1936)

direção de Frank Capra
elenco: Jean Arthur e George Bancroft

06
O HOMEM do OESTE
(Man of the West, 1958)

direção de Anthony Mann
elenco: Julie London, Lee J. Cobb e Arthur O'Connell

07
POR QUEM os SINOS DOBRAM
(For Whom the Bell Tolls, 1943)

direção de Sam Wood
elenco: Ingrid Bergman, Akim Tamiroff e Katina Paxinou

08
MATAR ou MORRER
(High Noon, 1952)

direção de Fred Zinnemann
elenco: Thomas Mitchell, Lloyd Bridges, Katy Jurado
e Grace Kelly

Oscar de Melhor Ator
Globo de Ouro de Melhor Ator-Drama

09
SUBLIME TENTAÇÃO
(Friendly Persuasion, 1956)

direção de William Wyler
elenco: Dorothy McGuire, Anthony Perkins e Marjorie Main

10
ÍDOLO, AMANTE e HERÓI
(The Pride of the Yankees, 1942)

direção de Sam Wood
elenco: Teresa Wright, Walter Brennan e Dan Duryea

11
BEAU GESTE
(Idem, 1939)

direção de William A. Wellman
elenco: Ray Milland, Robert Preston, Brian Donlevy,
Susan Hayward, J. Carrol Naish, Albert Dekker
e Broderick Crawford

12
SÓCIOS no AMOR
(Design for Living, 1933)

direção de Ernst Lubitsch
elenco: Fredric March, Miriam Hopkins, Edward Everett Horton
e Jane Darwell

13
JORNADAS HEROICAS
(The Plainsman, 1936)

direção de Cecil B. DeMille
elenco: Jean Arthur, James Ellison e Charles Bickford

14
A GALANTE AVENTUREIRO
(The Westerner, 1940)

direção de William Wyler
elenco: Walter Brennan, Doris Davenport, Chill Wills
e Dana Andrews

15
VERA CRUZ
(Idem, 1954)

direção de Robert Aldrich
elenco: Burt Lancaster, Denise Darcel, Cesar Romero,
Sara Montiel, George Macready, Jack Elam,
Ernest Borgnine e Charles Bronson

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2 comentários:

Tukayana julio disse...

Amei a materia
Falcao maltes poderias falar sobre o ator james stewart

Tukayana julio disse...

Amei a materia falcao maltes poderias falar do james stewart?