Apelidos: Coop, Cowboy Cooper, A Mula de Montana e Studs
Altura: 1,92 m
Cor dos Olhos: azuis
Cor do cabelo: castanho
Ele é um dos mais caros símbolos da história do cinema. Alto,
másculo, de poucas palavras e muita ação, de integridade moral irrepreensível.
O legendário GARY COOPER (1901 - 1961. Helena, Montana / EUA) foi quase sempre
o mocinho em seus 35 anos de carreira. À vontade tanto em comédia sofisticada
quanto num drama de Ernest Hemingway, passava os sentimentos dos personagens,
mas era sempre ele mesmo na pele de outros. Sua ascensão foi rápida. Com cinco
anos de trabalho, alcançou o estrelato. Ganhou três Oscar: por “Sargento York”
(1941); “Matar ou Morrer” (1952), e em 1960, um Oscar especial, pelo conjunto
da obra.
Apesar do seu norte-americanismo, era filho de ingleses e estudou
alguns anos em Londres. Cresceu numa fazenda e formou-se em agronomia. Aos 23
anos mudou para Los Angeles, tentando a sorte como caricaturista de jornais e
revistas, pois desenhava bem. Acabou como figurante de filmes para ganhar a
vida e foi descoberto pelo diretor
Henry King para o ainda mudo “Beijo Ardente / The Winning of Barbara Worth”
(1926), ao lado de Ronald Colman e Vilma Banky. Dois anos depois, era
protagonista absoluto. Em 1928, as revistas de cinema chamavam GARY COOPER de
“o grande sujeito”. No cinema falado, estourou como ator de primeira grandeza
ao contracenar com a diva Marlene Dietrich em “Marrocos / Morocco” (1930). Em 1933, ganhava
seis mil dólares por semana. Entre 1936 e 1957 esteve dez vezes na lista dos
atores de maior sucesso de bilheteria. Foi o primeiro em 1953 e o segundo em
1944 e 1952. Manteve o status de grande estrela e o carisma até morrer.
No fim dos anos 30, era o ator mais bem pago do mundo. Seu desempenho em “Adeus às Armas / A
Farewell to Arms” (1932), de Frank Borzage, impressionou tanto Ernest Hemingway que insistiu para que fizesse “Por Quem os Sinos Dobram”, onze anos depois. Os dois foram íntimos por 20
anos. GARY COOPER fez mais de 100 filmes. Recusou
protagonizar “A Grande Jornada / The Big Trail” (1930), “No Tempo das
Diligências / Stagecoach” (1939), “E o Vento Levou / Gone with the Wind”
(1939), “Correspondente Estrangeiro / Foreign Correspondent” (1940) e “Rio Vermelho / Red River” (1948). “Recusei alguns
roteiros porque estavam cheios de ideias comunistas”, disse. Era republicano conservador.
Sua vida particular foi marcada inicialmente por um romance
tempestuoso, que durou vários meses, com uma das maiores estrelas da época do
cinema mudo, Clara Bow. A moça era sexualmente insaciável. Muitas vezes, depois
de uma noitada de amor, pegava seu conversível, assim que ele saia, para
procurar outros homens. Ele ficava sabendo, resultando em terríveis cenas de
ciúme. O casamento foi anunciado diversas vezes pela imprensa, mas nunca se
realizou. Cansado de ser traído, rompeu o romance e se envolveu com a
temperamental mexicana Lupe Velez,
apelidada “A Gata Selvagem de Hollywood”. O caso durou dois anos,
marcado por diversos escândalos. Certa vez, no badalado café Madame Helen,
enciumada, a explosiva atriz mordeu furiosamente a orelha do namorado e gritou
várias vezes: “I love you, Gary”. Seu estúdio, Paramount Pictures, não via o
romance com bons olhos, tampouco a dominadora mãe do astro. Pressionado, ele
findou a relação.
O ator se casou em 1933 com a rica e sofisticada Veronica
(apelidada Rocky) Balfe, sobrinha do cenógrafo Cedric Gibbons. Tinha 33 anos;
ela, 20. Tiveram uma filha, Maria. Casado,
envolveu-se com Ingrid Bergman e, mais adiante, com Patricia Neal, durante as filmagens de “Vontade
Indômita / The Fountainhead”, em 1949. Eles se apaixonaram perdidamente.
Foi a última história de amor na sua vida. Rocky, católica, jamais concordou
com o divórcio. A sociedade hollywoodiana era abertamente contra os amantes.
Ele abandonou a esposa, mas Patricia pulou fora quando teve certeza de que não
haveria casamento, voltando para os palcos da Broadway. Numa Hollywood recheada
de escândalos, o casamento ainda era uma instituição absolutamente intocável.
Em 1934, GARY COOPER firmou novo contrato com a Paramount, por
cinco anos. Ele interpretou personagens reais de todos os tipos: Wild Bill
Hickok, Marco Polo, Sargento Alvin C. York, Lou Gehrig, Dr. Corydon M. Wassell
e General Billy Mitchell. Com isso, exercitou a versatilidade e aumentou a
popularidade. Em 1936, dirigido por Frank Capra, fixou um encontro histórico. O
genial cineasta fez questão de trabalhar com ele. Com “O Galante Mr. Deeds”
ganhou a primeira indicação ao Oscar e virou símbolo nacional da honestidade,
do idealismo e da integridade.
No final de 1939, quando expirou seu contrato, preferiu não
renová-lo e trabalhar por conta própria. Em 1944 fundou sua
própria produtora, a International Pictures, que teria vida curta. Seus parceiros eram William Goetz e
Nunnally Johnson. Produziram apenas nove filmes, dois estrelados por
GARY COOPER, “Casanova Júnior / Casanova Brown” (1944) e “Tudo por Uma Mulher /
Along Came Jones” (1945). Em 1946, vendeu a International para a Universal, que mudou seu nome para Universal-International. No ano seguinte
assinou contrato com a Warner Bros. para seis filmes.
Mulherengo, além de Clara Bow, Ingrid Bergman e Patricia Neal,
teve como amantes Evelyn Brent, Marlene Dietrich, Carole Lombard e Grace Kelly.
Dizem que apreciava rapazes afeminados. O célebre fotógrafo /cenógrafo Sir
Cecil Beaton afirmou ter tido um caso com ele. Nos anos 50, GARY COOPER era um
homem solitário e envelhecido. Teve histórias amorosas passageiras, mas se
sentia cansado, embora não parasse de filmar. Ele não esteve presente para receber
seu Oscar em 1953, sendo representado por John Wayne. Passou 18 meses fora de
Hollywood. Durante esse tempo filmou no Havaí, México e França, fazendo quatro
filmes: “A Volta ao Paraíso / Return
to Paradise” (1953), “Sangue da Terra / Blowing Wild” (1953), “Jardim do Pecado
/ Garden of Evil” (1954) e “Vera Cruz” (1954). Mais uma vez fundou uma
produtora, a Baroda Productions, em 1958, realizando “A Árvore dos Enforcados /
The Hanging Tree” (1959), “Heróis de Barro / They Came to Cordura” (1959) e “O
Navio Condenado / The Wreck ofthe Mary Deare” (1959).
Terminada as filmagens de “Heróis de Barro”, foi hospitalizado e
operado, mas um câncer havia se alastrado por todo o corpo. O último filme, “A Tortura da Suspeita /
The Naked Edge”, rodado na Inglaterra em 1960, com a sublime Deborah
Kerr, foi lançado postumamente. Sabendo que o ator estava morrendo, a Academia
lhe conferiu um Oscar especial em 1960, recebido por seu amigo James Stewart,
que discursou com voz trêmula e lágrimas nos olhos. Dois dias depois, seu
agente tornou pública a notícia da doença fatal. O público, tomado de surpresa,
mandou milhares de cartas. No meio da correspondência, mensagens do presidente
John Kennedy, da rainha Elizabeth II, do papa João XXIII, de Pablo Picasso, Richard
Nixon, Ernest
Hemingway e do ex-presidente Dwight D. Eisenhower. Sua morte foi comentada em
todo o mundo. A imprensa gastou muita tinta em elogios a sua impecável
trajetória cinematográfica. É um astro para não esquecer.
Os carregadores do caixão no enterro eram os amigos mais íntimos
de GARY COOPER: James Stewart, Henry Hathaway, Jack Benny, William Goetz, Jerry
Wald e Charles Feldman. Rocky e Maria caminharam atrás, ao lado da mãe de
Cooper, aos 87 anos de idade. Entre os presentes, Norma
Shearer, Dean Martin, Walter Pidgeon, Mary Pickford, Marlene Dietrich, Randolph
Scott, Joel McCrea, Frank Sinatra, Burt Lancaster, John Wayne, Rosalind
Russell, Myrna Loy, Fay Wray, Joan Crawford, Fred Astaire, Judy Garland, Bob
Hope e Karl Malden. O silêncio era sepucral, nenhum fã invadiu os limites traçados
pela segurança para pedir um autógrafo a quem quer que seja. Era a despedida de
um mito.
15 FILMES de GARY COOPER
(por ordem de preferência)
01
ADORÁVEL VAGABUNDO
direção de Frank Capra
elenco: Barbara Stanwyck, Edward Arnold, Walter Brennan,
Spring Byington e Rod La Rocque
02
BOLA de FOGO
direção de Howard Hawks
elenco: Barbara Stanwyck, Oskar Homolka e Dana Andrews
03
SARGENTO YORK
direção de Howard
Hawks
elenco: Walter
Brennan, Joan Leslie e Ward Bond
Oscar de Melhor Ator
Melhor Ator do Círculo dos Críticos de Cinema de Nova Iorque
Melhor Ator do
National Board of Review
04
A OITAVA ESPOSA do BARBA AZUL
direção de Ernst
Lubitsch
elenco: Claudette
Colbert, Edward Everett Horton e David Niven
05
O GALANTE MR. DEEDS
direção de Frank Capra
elenco: Jean Arthur e George Bancroft
06
O HOMEM do OESTE
direção de Anthony Mann
elenco: Julie London, Lee J. Cobb
e Arthur O'Connell
07
POR QUEM os SINOS DOBRAM
direção de Sam Wood
elenco: Ingrid Bergman, Akim Tamiroff e Katina Paxinou
08
MATAR ou MORRER
direção de Fred
Zinnemann
elenco: Thomas
Mitchell, Lloyd Bridges, Katy Jurado
e Grace Kelly
Oscar de Melhor Ator
Globo de Ouro de Melhor Ator-Drama
09
SUBLIME TENTAÇÃO
direção de William
Wyler
elenco: Dorothy
McGuire, Anthony Perkins e Marjorie Main
10
ÍDOLO, AMANTE e HERÓI
direção de Sam Wood
elenco: Teresa Wright, Walter Brennan e Dan Duryea
11
BEAU GESTE
direção de William A. Wellman
elenco: Ray Milland, Robert Preston, Brian Donlevy,
Susan Hayward, J.
Carrol Naish, Albert Dekker
e Broderick Crawford
12
SÓCIOS no AMOR
direção de Ernst
Lubitsch
elenco: Fredric March, Miriam Hopkins, Edward Everett Horton
e Jane Darwell
13
JORNADAS HEROICAS
direção de Cecil B.
DeMille
elenco: Jean Arthur, James Ellison e Charles Bickford
14
A GALANTE AVENTUREIRO
direção de William
Wyler
elenco: Walter
Brennan, Doris Davenport, Chill Wills
e Dana Andrews
15
VERA CRUZ
direção de Robert Aldrich
elenco: Burt Lancaster, Denise Darcel, Cesar Romero,
Sara Montiel, George
Macready, Jack Elam,
Ernest Borgnine e
Charles Bronson
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2 comentários:
Amei a materia
Falcao maltes poderias falar sobre o ator james stewart
Amei a materia falcao maltes poderias falar do james stewart?
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