Os filmes do futuro usarão
cada vez mais esses
‘ângulos de câmera’ ou,
como prefiro chamá-los,
esses
‘ângulos dramáticos’.
Eles auxiliam o pensamento
cinematográfico.
F.W. MURNAU
F.W. MURNAU
(1888 - 1931. Bielefeld / Alemanha)
Em agosto de 1919, finalmente entrou em vigor uma nova Constituição na Alemanha. Pela primeira vez na história do país foi instituída uma forma de Estado democrático. Terminaria em 1933 com o fim da República de Weimar e a ascensão de Adolf Hitler. O período teve lados positivos e obscuros que foram retratados em inúmeros filmes, alguns conhecidos como expressionistas e influenciando diversos cineastas. Nessa época, o cinema germânico foi extraordinariamente criativo. Transportou para as telas as visões, os desejos e os perigos iminentes da vida real. A programação dos cinemas era variada, e o preço dos bilhetes valia a pena. As invenções e inovações técnicas – como aparelhos de rádio ou discos de vinil – apareciam nas produções cinematográficas.
Em muitos longas, mulheres emancipadas entram no mercado de trabalho e escrevem com toques rápidos em máquinas de escrever. O documentário da produtora UFA (Universum Film Aktiengesellschaft), “Wege zu Kraft und Schönheit” (1925), idealiza o culto ao corpo. “Berlim - Sinfonia de uma Metrópole” (1927), de Walter Ruttmann, se concentra na vida de uma grande cidade. O expressionismo alemão é um dos estilos do cinema mais celebrados. Busca uma representação subjetiva do mundo, capaz de revelar as angústias da existência humana através de imagens distorcidas, remetendo a pesadelos. Com seu uso de sombras e contrastes, histórias abordando temas inquietantes, estabeleceu as bases para dois grandes gêneros do cinema: o terror e o noir.
Para compensar a falta de orçamentos orbustos, os filmes expressionistas usam cenários pouco realistas, com desenhos pintados nas paredes e nos pisos para representar luzes, sombras e objetos. As histórias e narrativas geralmente tratam de loucura, insanidade, traição e outros temas existenciais trazidos à tona pelas experiências traumáticas da Primeira Guerra Mundial. A situação econômica da Alemanha era tensa, o abismo entre pobres e ricos crescia rapidamente. “A Última Gargalhada”, de Friedrich W. Murnau, mostra a vida de um porteiro de hotel, enquanto em “Metrópolis”, o mestre Fritz Lang desenvolve a sombria visão de uma cidade do futuro, onde os ricos se divertem na parte superior e os pobres trabalham e moram no subsolo. Nos estúdios, surgiram cenários monumentais de produções históricas, exóticas ou sombriamente futuristas. A interação entre arquitetura, luz e câmera garantiam intensidade e efeitos surpreendentes, nos mais diferentes estilos. Filmes com imagens poderosas como “O Gabinete do Doutor Caligari” estabeleceram padrões internacionais de expressão cinematográfica.
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“o gabinete do dr. caligari” |
01
elenco: Gösta Ekman, Emil Jannings, Camilla
Horn, Frida Richard e William Dieterle
02
02
A ÚLTIMA
GARGALHADA
(Der Letzte Mann, 1924)
(Der Letzte Mann, 1924)
direção
de F.W. Murnau
elenco: Emil
Jannings, Maly Delschaft, Max Hiller e Emilie Kurz
03
03
METROPÓLIS
(Metropolis, 1927)
(Metropolis, 1927)
direção
de Fritz Lang
elenco: Gustav
Fröhlich, Brigitte Helm, Alfred Abel, Theodor Loos e Heinrich
George
04
04
NOSFERATU
(Nosferatu, eine Symphonie des Grauens, 1922)
(Nosferatu, eine Symphonie des Grauens, 1922)
direção
de F.W. Murnau
elenco: Max
Schreck, Gustav von Wangenheim, Greta Schröder e Georg H. Schnell
05
05
O
GABINETE do DR. CALIGARI
(Das Cabinet des Dr. Caligari, 1920)
(Das Cabinet des Dr. Caligari, 1920)
direção
de Robert Wiene
elenco: Werner
Krauss, Conrad Veidt, Lil Dagover e Rudolf
Klein-Rogge
06
06
A CAIXA
de PANDORA
(Die Büchse der Pandora, 1929)
(Die Büchse der Pandora, 1929)
direção
de Georg
Wilhelm Pabst
elenco: Louise
Brooks, Fritz Kortner, Francis Lederer, Alice Roberts e Gustav
Diessl
07
Os
NIBELUNGOS – 1 e 2
(Die Nibelungen, 1924)
(Die Nibelungen, 1924)
direção
de Fritz Lang
elenco: Gertrud
Arnold, Margarete Schön, Hanna Ralph, Paul Richter e Theodor Loos
08
08
RUA das
LÁGRIMAS
(Die Freudlose Gasse, 1925)
(Die Freudlose Gasse, 1925)
direção
de Georg Wilhelm Pabst
elenco: Asta
Nielsen, Greta Garbo, Ágnes Eszterházy e Werner Krauss
09
09
As MÃOS de
ORLAC
(Orlacs Hände, 1924)
(Orlacs Hände, 1924)
direção
de Robert Wiene
elenco: Conrad
Veidt, Alexandra Sorina e Fritz Strassny
10
10
A MULHER
do FARAÓ
(Das Weib des Pharao, 1922)
(Das Weib des Pharao, 1922)
direção
de Ernest Lubitsch
elenco: Emil
Jannings, Harry Liedtke, Paul Wegener e Lyda
Salmonova
CINCO
DIRETORES do CINE MUDO ALEMÃO
(por ordem de preferência)
(por ordem de preferência)
01
F.W.
MURNAU
(1888 – 1931. Bielefeld / Alemanha)
(1888 – 1931. Bielefeld / Alemanha)
FRITZ
LANG
(1890 – 1976. Viena / Áustria)
(1890 – 1976. Viena / Áustria)
ERNST
LUBITSCH
(1892 – 1947. Berlim / Alemanha)
(1892 – 1947. Berlim / Alemanha)
GEORG
WILHELM PABST
(1885 – 1967. Roudnice nad Labem / Tchéquia)
(1885 – 1967. Roudnice nad Labem / Tchéquia)
ROBERT
WIENE
(1873 – 1938. Breslávia / Polônia)
(1873 – 1938. Breslávia / Polônia)
CINCO
ATRIZES do CINE MUDO ALEMÃO
(por ordem de preferência)
(por ordem de preferência)
01
LIL
DAGOVER
(1887 – 1980. Madiun, East Java / Indonésia)
(1887 – 1980. Madiun, East Java / Indonésia)
BRIGITTE
HELM
(1906 – 1996. Berlim / Alemanha)
(1906 – 1996. Berlim / Alemanha)
POLA
NEGRI
(1897 – 1987. Lipno / Polônia)
(1897 – 1987. Lipno / Polônia)
O4
LYA de
PUTTI
(1897 – 1931. Vojcice / Slovakia)
(1897 – 1931. Vojcice / Slovakia)
HENNY
PORTEN
(1890 – 1960. Magdeburg / Alemanha)
(1890 – 1960. Magdeburg / Alemanha)
CINCO
ATORES do CINE MUDO ALEMÃO
(por ordem de preferência)
(por ordem de preferência)
01
EMIL
JANNINGS
(1984 – 1950. Rorschach / Suíça)
(1984 – 1950. Rorschach / Suíça)
CONRAD
VEIDT
(1893 – 1943. Berlim / Alemanha)
(1893 – 1943. Berlim / Alemanha)
WERNER
KRAUSS
(1884 – 1954. Baviera / Alemanha)
(1884 – 1954. Baviera / Alemanha)
GUSTAV
FRÖHLICH
(1902 – 1987. Hanôver / Alemanha)
(1902 – 1987. Hanôver / Alemanha)
MAX
SCHRECK
(1879 – 1936. Berlim / Alemanha)
(1879 – 1936. Berlim / Alemanha)