março 02, 2015

**** BURTON & TAYLOR: um AMOR para SEMPRE

                      

Os dois se apaixonaram nos imponentes sets de filmagem de “Cleópatra”, em 1962. Ela, casada com o ator e cantor Eddie Fischer, ele, com Sibil, sua mulher de muitos anos. “Elizabeth olha para você com aqueles olhos, e seu sangue se agita”, declarou o ator na ocasião. O caso agitou as colunas de fofoca. Como seus personagens Cleópatra e Marco Antonio, o amor começou com um escândalo de traição e terminou em casamento. Seria o quinto do histórico matrimonial de ELIZABETH TAYLOR. Temperamental, carismática e rebelde, ela casou-se oito vezes, duas delas com Burton, e teve quatro filhos, que lhe deram dez netos e quatro bisnetos. Liz não deixava suas paixões passarem em branco, começava de novo como se fosse a primeira vez: com festa, convidados, flores, cerimônia e lua de mel. Suas relações eram apaixonadas, intensas, quase sempre atribuladas. Foi com o ator inglês RICHARD BURTON que protagonizou os maiores altos e baixos de sua vida amorosa. Muitos outros casamentos depois, eles continuavam a afirmar o grande amor que sempre os uniu e também separou.

O GRANDE AMOR de suas VIDAS

Durante a filmagem de “Cleópatra”, à vista do marido, Liz começou abertamente a ter um caso com Burton. Os dois se entregavam a noitadas de bebedeira homérica e sexo, que acabavam muitas vezes em brigas e, pelo menos uma vez, numa “ameaça de suicídio” de Liz. Impotente diante da insobordinação hedonista de seus astros, o diretor Joseph L. Mankievicz teria se queixado aos executivos da Fox enviando-lhes um bilhete: “Liz e Burton não estão apenas 'interpretando' Cleópatra e Marco Antônio”. Com uma divulgação focada nos escândalos da vida dos protagonistas fora das telas, o épico foi um sucesso de bilheteria, embora tenha deixado a Fox no prejuízo, pois os US$ 26 milhões que arrecadou ficaram longe de cobrir seu custo assombroso de US$ 44 milhões.

Eles se casaram em março de 1964. Levaram uma vida de luxúria, regada a álcool e abrilhantada por muitas jóias, presentes de Richard para Liz, entre elas o famoso diamante Krupp (anel), de 33,19 quilates, e o diamante Taylor-Burton (pingente), em forma de gota, com 69,42 quilates. A primeira união durou quase 10 anos, marcada por acontecimentos positivos e negativos de igual intensidade. Do lado bom havia muito amor, paixão e admiração. Do lado mau estavam discussões, ciúmes, tapas, ofensas, descontrole de drogas e excesso de bebida. Mas não há dúvida de que RICHARD BURTON foi o homem da vida de ELIZABETH TAYLOR, e vice-versa. Em 2010, ela divulgou pela primeira vez as cartas de amor que recebeu dele, oferecendo novos vislumbres de um romance apaixonado, brincalhão e turbulento que se estendeu por 15 anos. Mais tarde as cartas seriam reunidas no livro “Furious Love: Elizabeth Taylor, Richard Burton, and the Marriage of the Century”.

CARTAS de um APAIXONADO

Nas cartas, Burton brinca com Taylor chamando-a de apelidos carinhosos como “Twit Twaddle” e “My Lumps” (minhas bolotas). “Se você me deixar, eu me mato. Não há vida sem você”, ele escreveu em uma das primeiras cartas. “O fato fundamental e mais terrível, fatal e impossível de mudar é que nós não nos compreendemos de maneira alguma. Operamos em comprimentos de ondas diferentes. Você está à distância de Vênus - o planeta, quero dizer - e eu não tenho ouvido para captar a música dos astros”, escreveu o ator sobre os desentendimentos do casal. Em outra, ele se refere ao talento e à beleza da diva.  “Você é provavelmente a melhor atriz do mundo, o que, somado à sua beleza extraordinária, faz você ser única.”  Na época em que revelou as cartas, ELIZABETH TAYLOR disse em entrevista à revista “Vanity Fair” que “Richard foi magnífico em tudo o que fez. Ele era o pai mais carinhoso, divertido e gentil. Todos meus filhos o adoravam. Atencioso, amoroso - assim era Richard - desde aqueles primeiros momentos em Roma, sempre estivemos loucamente e poderosamente apaixonados.”

RICHARD BURTON também declarou seu amor pela atriz inúmeras vezes. Chegou a dizer que seus famosos olhos cor de violeta eram “tão sexy que equivaliam a pornografia”. Separaram-se em 1973, depois de muitas reconciliações e brigas, provocadas principalmente pelo alcoolismo dele. O divórcio veio em 1974. No ano seguinte, casaram-se novamente. A segunda união durou menos de um ano. Durante esse período o casal adotou a quarta filha da atriz, Maria Burton. Em 4 de dezembro de 1976, mesmo ano em que se separou definitivamente de Burton, Liz casou-se com seu sétimo e penúltimo marido, o político conservador e atual senador republicano John Warner. Os dois ficaram juntos até 1982. Lyz e Burton continuaram amigos, se falavam longamente pelo telefone, e trocaram cartas de amor até a morte dele, em 1984. Dias antes de morrer na Suíça, vítima de uma hemorragia cerebral, ele escreveu a última carta, que ela recebeu na Califórnia quando voltou para casa, após comparecer ao funeral do ex-marido.  Dizia: “Nós nunca nos separamos realmente, e nunca iremos”.

Depois de um Oscar  bastante questionado em 1960, por Disque Butterfield 8 / Butterfield 8”, o segundo – e merecido! - Oscar de ELIZABETH TAYLOR veio com “Quem Tem Medo de Virginia Woolf” (1966), seu filme favorito dentre todos os que fez, e em que contracena com Burton. O ator nunca ganhou a estatueta da Academia, embora tenha sete indicações: “Minha Prima Raquel / My Cousin Rachel” (1952), “O Manto Sagrado / The Robe” (1953), “Becket, O Favorito do Rei / Becket” (1964), “O Espião que Veio do Frio / The Spy Who Came in from the Cold(1965), “Quem Tem Medo de Virginia Woolf”, “Ana dos Mil Dias / Anne of the Thousand Days” (1969) e “Equus / Idem” (1977). Além de estrelarem “Cleópatra” e “Quem Tem Medo... , os dois apareceriam juntos em mais seis filmes, entre eles o romântico “Adeus às Ilusoes”, a bonita comédia “A Megera Domada” e o tresloucado “O Homem Que Veio de Longe”, baseado numa peça de Tennessee Williams.

REENCONTRO nos PALCOS

Em 1983, a atriz – então com 50 anos – propôs a Burton que fizessem uma peça juntos, “Vidas Privadas / Private Lives”, do sofisticado dramaturgo inglês Noel Coward. Ele topou, resultando numa conturbada temporada na Broadway, arrasada pela crítica e glorificada pelo público que lotava o teatro todos os dias, aplaudindo de pé quando Elizabeth entrava em cena. Trata-se de uma comédia sobre a história de um casal divorciado há cinco anos, que, ao se reencontrar durante a lua de mel, com seus respectivos novos pares, vê o amor renascer e resolvem fugir para Paris. O fato desencadeia uma hilária trajetória com diálogos divertidíssimos. O charme da história real, vivida por uma das duplas mais famosas do cinema, alimentou como ninguém o noticiário sobre a intimidade das celebridades. Mas nos bastidores a tensão era grande. Com o fim do espetáculo, Liz internou-se numa clínica de reabilitação e Burton morreu nove meses depois, aos 59 anos.


LIZ e RICHARD no CINEMA

CLEÓPATRA
(Cleopatra, 1963)
direção de Joseph L. Mankiewicz
com Rex Harrison, Pamela Brown e Hume Cronyn

GENTE MUITO IMPORTANTE
(The V.I.P.s, 1963)
direção de Anthony Asquith
com Louis Jourdan, Elsa Martinelli, Margaret Rutherford,
Maggie Smith, Rod Taylor e Orson Welles

ADEUS às ILUSOES
(The Sandpiper, 1965)
direção de Vincente Minnelli
com Eva Marie Saint e Charles Bronson

QUEM tem MEDO de VIRGINIA WOOLF?
(Who's Afraid of Virginia Woolf?, 1966)
direção de Mike Nichols
com George Segal e Sandy Dennis

A MEGERA DOMADA
(The Taming of the Shrew, 1967)
direção de Franco Zeffirelli
com Cyril Cusack e Michael York

DOUTOR FAUSTUS
(Doctor Faustus, 1967)
direção de Richard Burton e Nevill Coghill

Os FARSANTES
(The Comedians, 1967)
direção de Peter Glenville
com Alec Guinness, Peter Ustinov, Paul Ford,
Lillian Gish, James Earl Jones e Cicely Tyson

O HOMEM que VEIO de LONGE
(Boom!, 1968)
direção de Joseph Losey
com Noel Coward, Joanna Shimkus, Michael Dunn
e Romolo Valli


GALERIA de FOTOS






43 comentários:

Giancarlo Salvagni disse...

eu gosto dele!!!! Assistiu noite do iguana? Estou certo de que sim!

Carlos José Marques de Carvalho disse...

Quando o cinema tinha rosto !...A frase é de Norma Desmond...

Eraldo Urano disse...

Dos filmes que fizeram juntos, acho imbatível Quem Tem Medo de Virginia Woolf?.

Jorge Domingos de Freitas disse...

Não haverá outra ...

Sibely Vieira Cooper disse...

Adeus às Ilusões é um filme que eu adoro e acho primoroso.

Silvio Poggi Nunes disse...

LIZ - A MEGERA INDOMADA rs rs

Lorry Beauvais-Dion disse...

She is so beautiful

Gisele Shaw disse...

Que olhos Liz! Inigualáveis!

Edivaldo Martins disse...

Liz e Burton, um clima de AMOR E ÓDIO!

Gisela Shaw disse...

Belíssima!

Valéria Mendes disse...
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Fernando Sobrinho disse...
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Lorry Beauvais-Dion disse...

Belissima

Lu Facchetti disse...

lindíssima!!!

Eduardo Sousa da Silva disse...
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Jacqueline Laurence disse...

Queria achar o filme, Meu corpo em suas mãos: Com Liz Taylor e Paul Newman? Corrigindo... Henry Fonda, ela estava em uma fase ruim mesmo, no filme ela faz uma plástica, pensava ela, que resolveria os problemas conjugais... mesmo sendo mediano eu gostei! A vida dela sempre foi de fases ...

Antonio Amaral Farias disse...

Linda, da adolescência à velhice. Impressionante.

Thais Negrão disse...

Furini Meus amados

Marcos Pedini disse...

O divorcio deles ocupou as manchetes dos jornais nos anos 70 com o titulo "O divorcio do seculo" e vc sabe Nahud, showbiz, não vive sem fofoca e é claro, Liz Taylor fez de tudo para arrancar o couro, exigiu até um diamante e o pior que muita gente fica horrorizada quando um ghostwriter qualquer resolve revelar manias e perversidades, como se um artista de cinema devesse parar o transito ou a rotação do planeta, ora pois!

Nathalia Martins disse...

Adorei saber mais sobre esse belo casal. Obrigada amigo !!

Soraya Silva disse...
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Soraya Silva disse...

Acho maravilhoso eles terem se casado por duas vezes. E ela compreender o interesse dele por rapazes. Um grande amor.

Antonio B Dos Santos disse...

Boa tarde, amigo Antonio Nahud ! Excelente ! Duas figuras inesqueciveis !

Antonio Bivar disse...

Conheci rapidamente os dois em Londres em 1970 e bebi o resto da vodka do copo da Elizabeth Taylor. Sei tanto deles que ae quisesse até escreveria um livrinho sobre o casal. Em 1970 conheci tb em Londres o Michael, filho de Liz com Michael Wilding. Ele era um hippie como eu. Desde a infância Liz fez parte da minha formação.

Gabrielle Violet Guimarães disse...

Casal antológico, que a gente amaaaa e que nunca se cansa de saber mais sobre!

Thais Negrão Furini disse...

Química total ! como se amavam ! lindos,amo

Antonio Bivar disse...

Liz ficou uma arara pq a revista Time publicou uma foto do Burton dançando com a nossa Florinda Bulcão insinuando que Burton tava traindo Liz com a nova starlet brasileira que fazia ponta num filme do Visconti, "The Damned". Na verdade era golpe de publicidsde da Condessa Cicogna, produtora do Visconti e amante da Bolkan.

Antonio Bivar disse...

Qdo Burton morreu, mesmo separados e ele casado com a Sibil, Liz fez questão de cuidar e foi visitar a familia pobre dele no País de Gales.

Sonia Brazão disse...

Bem antes de Brad e Angelina havia o casal Richard e Liz Taylor e, definitivamente, eram 'calientes'

Silvio Poggi Nunes disse...

Sinatra e Ava, Marilyn e Di Maggio.

Silvia Maria Sena disse...

Lindoss!

Valeria Mendes disse...


Minha Diva

Fernando Sobrinho disse...

Um dos casais mais lendários do século XX.

Eduardo Sousa da Silva disse...

Tudo!!!

Getulio Costa disse...

Liz Taylor ....simply the best

Paulo Lima disse...

Realmente, amigo. Acompanhei tudo detalhadamente pelas revistas especializadas. Ele a presenteou com um raro diamente de milhoes de dólares.

Renata Poniewierska disse...

Thank you very much!

Osvaldo Sequetin disse...

O casal perfeito!

Jacqueline Albuquerque disse...

Lindo!!! Adorei obrigada Antonio Nahud!

Vera Lúcia Silva disse...

Amava os dois.

Ana Paula Chagas disse...

Paixão alucinante de dois seres fascinantes.

Marlene Vieira Perez disse...

maravilhosos...isto q era amor...

disse...

De fato, Burton foi o grande amor da vida de Elizabeth Taylor. Um casal lindo e talentoso, mas explosivo!
Desconhecia o conteúdo das cartas de amor que trocaram. Foi ótimo ler algumas delas.
Abraços!