
Cinéfilo
de carteirinha gosta de diversos tipos de filmes, desde certos blockbusters aos
indicados ao Oscar, de clássicos imperdíveis a cults que saíram bem falados dos
festivais. Acreditando nessa teoria, O FALCÃO MALTÊS assistiu 513 filmes em
2012, listando aqui Os 10 MELHORES FILMES do ANO, mas também quer saber quais
deles você curtiu mais. Diga qual é o seu filme preferido de 2012 e explique a
sua escolha, concorrendo a cinco títulos inesquecíveis. É rápido e fácil.
Participe! O 1º lugar leva três
filmes em DVD, o 2º ganha dois. Participam
do sorteio somente os comentários com um título e a justificativa da escolha,
que não precisa ser longa, basta uma frase. A promoção limita-se ao território
brasileiro e o resultado será divulgado na nossa próxima postagem com a lista dos
10 mais votados pelos leitores. A
verdade é que 2012 não foi um bom ano para o cinema. Tanto que não foi difícil
selecionar dez filmes para compor a lista dos meus preferidos. Nela, vale
lembrar, entram somente filmes que vi. Aproveito
também para listar Os 10 MELHORES CLÁSSICOS que vi em 2012. Vamos às listas!
10
Um METÓDO PERIGOSO
(A Dangerous Method, 2011)
direção de David Cronenberg
(Inglaterra, Alemanha, Canadá e Suiça)
Cinebiografia
dos célebres psicanalistas Sigmund Freud e Carl Jung, focalizando a relação
entre os personagens e o triângulo amoroso formado com uma paciente. Baseia-se
na peça “The Talking Cure”, de Christopher Hampton. Um grande mérito do filme
está em não sucumbir ao peso habitual das produções de época, permitindo que
seus personagens se movimentem e reajam de forma natural. O diretor também
enfrenta a contento o desafio de humanizar dois mitos do nível de Freud e Jung,
tornando palpáveis tanto suas contradições quanto seus sentimentos.
09
A FEBRE do RATO
(2011)
direção de Cláudio Assis
(Brasil)
Febre
do rato é uma expressão típica do Nordeste, que significa estar fora de
controle. O protagonista do filme, um anti-herói poeta por vocação, dedica a
vida à publicação de seu jornaleco, cujo nome é o mesmo do título. O objetivo é
expor suas ideias, repletas de propostas anárquicas que valorizam o livre
arbítrio das pessoas, sem se prender às amarras morais impostas pela “vida
civilizada”. O diretor pernambucano brilha novamente ao retratar seu universo
sórdido. Destaque para a fotografia de Walter Carvalho.
08
INTOCÁVEIS
(Intouchables, 2011)
direção de Eric Toledano e Olivier Nakache
(França)
Inspirada
em uma história real, a comédia dramática levou mais de 20 milhões de franceses
aos cinemas. O que poderia render um dramalhão lacrimoso virou uma espirituosa
trama capaz de tirar do sério um tema espinhoso. Após sofrer um acidente, um
milionário fica tetraplégico. Precisando de um assistente, ele decide contratar
um jovem negro problemático que não tem a menor experiência em cuidar de
pessoas no seu estado. Começa aí uma amizade improvável embalada por situações
ora divertidas, ora emocionantes, quase sempre de deixar a plateia com um nó na
garganta.
07
MISTÉRIOS de LISBOA
(2010)
direção de Raoul Ruiz
(Portugal e França)
O
amor arrebatador e trágico do romancista Camilo Castelo Branco num filme de quatro horas e meia (seis na versão televisiva que tem a forma de uma minissérie
de seis episódios) que conta com excelentes interpretações. O enredo cruza uma
série de histórias. Filme de cores sombrias, próximas do sépia. Uma sensível viagem
no tempo.
06
HOLY MOTORS
(Idem, 2012)
direção de Leos Carax
(França e Alemanha)
Não é
um filme fácil. O óbvio simplesmente não existe. Estranho, conceitual, cumpre
seu papel de instigar e maravilhar. Fábula surrealista, daquelas em que o
espectador é deixado com muitas dúvidas e praticamente nenhuma resposta. O jogo
aqui não é distinguir realidade de ficção, mas ficção de ficção. E é durante a
série de metamorfoses a que o ator Denis Lavant é submetido que o filme se
desenvolve como uma espécie de compêndio sobre a arte e a necessidade de
representar e interpretar, seja na tela de cinema ou fora dela. Um delírio
estético, no melhor sentido.
05
MOONRISE KINGDOM
(Idem, 2012)
direção de Wes Anderson
(EUA)
Wes
Anderson mais uma vez lança mão de seu estilo extravagante, agora para narrar o
romance juvenil entre um impetuoso escoteiro e uma garota introspectiva e
emotivamente complexa, membros das típicas famílias disfuncionais dos filmes do
diretor. É um filme doce, com aura de fábula, que fala sobre descobertas e
sentimentos.
04
DRIVE
(Idem, 2011)
direção de Nicolas Winding Refn
(EUA)
Pode parecer
a princípio, mas não é um filme revisionista ou saudosista. A memória dos anos
70 que ele resgata está na forma com que combina o estilo elegante e a
brutalidade de filmes como “Os Implacáveis / The Getaway” (1972), de Sam
Peckinpah ou “Operação França / The French Connectiom” (1971), de William
Friedkin. Violento e perturbador. Atuação marcante de Ryan Gosling. Melhor
Diretor no Festival de Cannes.
03
FAUSTO
(Faust, 2011)
direção de Aleksandr Sokurov
(Rússia)
Adaptação russa livre da obra do imortal Goethe. Tem um bom ritmo e diálogos que prendem a atenção,
ainda que pouca coisa de fato aconteça no diabólico pacto do protagonista com
Mefisto. Leão de Ouro no Festival de Veneza.
02
PRECISAMOS FALAR SOBRE o KEVIN
(We Need to Talk About Kevin, 2011)
direção de Lynne Ramsay
(Inglaterra e EUA)
Perturbador
não apenas pela história, mas pela inexistência de um motivo para o brutal. Apenas a constatação de que a mente humana, que pode
produzir tantas maravilhas, é também capaz das maiores atrocidades. Melhor
Atriz no European Film Awards.
01
AMOUR
(Idem, 2012)
direção de Michael Haneke
(França, Alemanha e Áustria)
Um
casal de octogenários enfrenta a progressiva deterioração física e mental da
esposa e as difíceis opções que devem ser feitas pelo marido. Palma de ouro em
Cannes. Deliberado e elegante exercício sobre amor e moral no inverno da vida,
Michael Haneke desafia a plateia a refletir sobre nosso inevitável destino como
seres humanos. Desempenhos extraordinários de Emmanuelle Riva e Jean Louis
Trintignant. Palma de Ouro no Festival de Cannes. Melhor Filme, Melhor Ator e Atriz no European Film Awards.
Os 10 MELHORES CLÁSSICOS que vi em 2012
10
DENTRO da NOITE
(They Drive by Night, 1940)
direção de Raoul Walsh
(EUA)
09
O CORVO
(Le Corbeau, 1943)
direção de Henri-Georges Clouzot
(França)
08
Os ASSASSINOS
(The Killers, 1964)
direção de Don Siegel
(EUA)
07
ONIBABA
(Idem, 1964)
direção de Kaneto Shindô
(Japão)
06
O PADRE e a MOÇA
(1966)
direção de Joaquin Pedro de Andrade
(Brasil)
05
AMARGA ESPERANÇA
(They Live by Night, 1948)
direção de Nicholas Ray
(EUA)
04
VERÃO VIOLENTO
(Estate Violenta, 1959)
direção de Valério Zurlini
(Itália)
03
NOITE e NEBLINA
(Nuit et Brouillard, 1955)
direção de Alain Resnais
(França)
02
CHAMAS de VERÃO
(Mademoiselle, 1966)
direção de Tony Richardson
(França e Inglaterra)
01
A GRANDE ILUSÃO
(La Grande Illusion, 1937)
direção de Jean Renoir
(França)