BARBARA STANWYCK (1907 - 1990. Nova Iorque / EUA) é a minha atriz clássica
favorita. Perto dela, nessa
admiração, também me comovem Jennifer Jones, Ingrid Bergman, Claudette Colbert, Lillian Gish, Gene Tierney,
Joan Crawford, Irene Dunne, Jean Arthur, Miriam Hopkins, Merle Oberon, Mary
Astor, Norma Shearer, Patricial Neal e Anne
Bancroft. Desde sempre, considero BARBARA STANWYCK a maior das estrelas de
Hollywood. Vez ou outra fico com Jennifer Jones ou Joan Crawford, embora termine
voltando aos seus encantos. Sedutora, inúmeras vezes assumiu personagens
provocantes, mas era uma intérprete versátil, capaz de fazer qualquer papel. “Meu
único problema é encontrar uma maneira de interpretar a minha quadragésima
mulher fatal de um jeito diferente da trigésima nona”, confessou, com ironia,
numa entrevista.
Considerada
uma joia no trabalho, pela responsabilidade profissional e descontração no set, era muito requisitada, no auge atuava em três a quatro filmes ao ano.
Em 1944, foi a mulher que mais ganhou dinheiro nos Estados Unidos, graças aos constantes
sucessos. Ela surgiu em Hollywood no final do cinema mudo,
durante a invasão de atores da Broadway, ao lado de outras atrizes de
teatro. Embora seja mais lembrada pela
imagem sedutora e perigosa em célebres filmes noir, igualmente foi hábil em
comédias, dramas e westerns. Fazendo um filme atrás do outro - praticamente
aceitando todas as ofertas que lhe eram oferecidas -, ao longo de três décadas
brilhou como a mulher mais durona das telas, superando inclusive Bette Davis e
Joan Crawford. E o público amava essa combinação de independência e
erotismo.
Nascida Ruby Stevens em Nova York, no Brooklyn, e a
mais nova de cinco irmãos, ficou órfã de mãe aos dois anos. Logo seu pai abandonou
os filhos e partiu para o Panamá, morrendo quatro anos depois. Criada,
alternadamente, por uma família amiga e pela irmã corista, ainda passou por uma
família judaica, os Cohens, de Flatbush. Ao sentir-se rejeitada,
omitiu a idade para trabalhar como empacotadora de uma loja de departamentos
e, em seguida, como funcionária de uma companhia telefônica. Aos 15 anos sobrevivia como corista. Em 1926, um amigo a apresentou a Willard Mack, produtor e diretor que a contratou para um show, mudando o seu nome para BARBARA STANWYCK. Um ano depois, como estrela, fez “Burlesque” e
338 apresentações.
Ainda
em 1927 partiu para Hollywood, sendo rejeitada em todos os testes até conseguir
um pequeno papel em “Noites da Broadway / Broadway Nights” (1927).
O sucesso aconteceu com Frank Capra em “A Flor dos Meus Sonhos / Ladies of
Leisure”, em 1930. A produção teve um começo difícil, pois diretor e atriz
não se entenderam, tornando-se bons amigos mais adiante.
O drama foi um inesperado sucesso crítico e comercial, dando início a uma carreira bem-sucedida. Casou-se duas vezes. O primeiro com o ator teatral Frank Fay, que, convencido do talento da
esposa, a levou para Hollywood. No entanto, enquanto a carreira dela crescia, a
dele afundou, provocando uma relação tensa.
Quando
a Warner Bros. cancelou o contrato do ator, ele passou a beber e se tornou fanático religioso. As brigas do casal tornaram-se públicas, inclusive sabendo-se que ele a
espancava. A infelicidade conjugal levou BARBARA STANWYCK aos braços de Capra
durante as filmagens de “A Mulher Miraculosa” (1931).
Procurando salvar o casamento, adotaram uma criança. Bêbado, Fay
agredia o menino. O divórcio aconteceu em 1936. Viciada em
trabalho, a atriz não dava atenção ao filho, deixando-o em
internatos ou aos cuidados de babás. Ele morreu em 1961, mas não a
considerava uma mãe.
Em
1936, ao rodar “A Mulher do seu Irmão / His Brother’s Wife”, BARBARA STANWYCK
passou a viver com Robert Taylor. Com a pressão
da mídia, casaram-se em 1939. A primeira crise aconteceu em 1941, quando Bob teve um caso com Lana Turner, pedindo o divórcio. Descontrolada, Barbara cortou os pulsos, mas logo ele se arrependeu da infidelidade.
Em 1944 o casamento novamente se abalou com o tórrido romance do galã com Ava Gardner. Superaram, mas nunca mais foram felizes. Seis anos depois ele a abandonou, deixando-a numa amargura que nunca cessou totalmente. Ela prometeu que não voltaria a se casar, e cumpriu a promessa. Citou Robert Taylor como o amor de sua vida. A morte do ex-marido em 1969 foi um golpe duro e a atriz diminuiu o ritmo de trabalho no cinema e na televisão. Há rumores de que teria sido bissexual, mas não há provas sólidas. No entanto, dizem que teve um relacionamento com sua assessora, Helen Ferguson.
Em 1944 o casamento novamente se abalou com o tórrido romance do galã com Ava Gardner. Superaram, mas nunca mais foram felizes. Seis anos depois ele a abandonou, deixando-a numa amargura que nunca cessou totalmente. Ela prometeu que não voltaria a se casar, e cumpriu a promessa. Citou Robert Taylor como o amor de sua vida. A morte do ex-marido em 1969 foi um golpe duro e a atriz diminuiu o ritmo de trabalho no cinema e na televisão. Há rumores de que teria sido bissexual, mas não há provas sólidas. No entanto, dizem que teve um relacionamento com sua assessora, Helen Ferguson.
Um
dos maiores êxitos de BARBARA STANWYCK, “Pacto de Sangue”, de 1944, tem origem
em um romance policial de James M. Cain, adaptado ao cinema por um outro grande
autor do policial, Raymond Chandler, argumento que contém ainda a assinatura talentosa do próprio diretor, Billy Wilder. O que está em causa é a intenção de uma
mulher (uma verdadeira “femme fatal” com uma ambição desmedida) em matar o
marido para ficar com o seguro, enrolando no esquema um empregado de uma
agência de seguros que se deixa prender de amores pela bandida de falinha
mansa. O filme, tenso e obsessivo, liberta sintomas de uma sociedade
doente, obcecada pelo dinheiro, corrupta e inebriada
pelo sucesso fácil. Neste ambiente noir quase todas as personagens agem em
função de desprezíveis intenções.
O
ambiente é de tal maneira doentio que BARBARA STANWYCK, ao ser convidada para
interpretar o papel principal, depois de ler o argumento o recusou, por o achar
demasiado ignóbil. Foi Billy Wilder quem a convenceu, em boa hora: “É um rato
ou uma atriz?”, ao que ela respondeu “quero ser uma atriz”. “Então aceita o papel”,
ela aceitou e triunfou. Na trama, no meio deste lamaçal de más intenções que
idealizam o crime perfeito e a avultada recompensa financeira, aparece um
astuto diretor de serviços da seguradora, Barton Keyes (um fabuloso Edward G.
Robinson), que instintivamente descobre que nem tudo o que parece é. O filme é
admiravelmente contado, com magnífica fotografia de John F.
Seitz, iluminação que sublinha a sordidez dos ambientes, e trilha musical de
Miklós Rózsa, daquelas que ficaram para a história. Obra-prima.
A
carreira de BARBARA STANWYCK atingiu o auge entre 1940 e 1946, período em que
rodou algumas das suas melhores fitas. Seu declínio começou ao perder o papel principal
de “Almas em Suplício / Mildred Pierce” (1945) para sua grande amiga Joan
Crawford. Ela havia lutado bravamente para atuar nesse melodrama. Também brigou
por “Vontade Indômita / The Fountainhead” (1949), sendo trocada por Patricia
Neal. Entretanto, seu erro crucial foi recusar “A Malvada / All About Eve”
(1950), de Joseph L. Mankiewicz, para tentar controlar os passos de Robert
Taylor na Europa, enquanto ele filmava “Quo Vadis / Idem” (1951). Perdeu o
filme que revitalizaria a sua carreira e perdeu o marido. Ainda
assim, fez boas fitas nos anos 1950, sendo dirigida por Robert Siodmak, Fritz
Lang, Anthony Mann, Douglas Sirk, Robert Wise e Samuel Fuller.
Nos
anos 1960, apresentou com sucesso o programa de tevê “The Barbara Stanwyck
Show” e permaneceu cinco temporadas no ar (de 1965 a 1969) com o seriado “Big
Valley”, sempre com grande audiência devido em parte à sua forte performance
como a matriarca Victoria Barkley. BARBARA STANWYCK foi injustiçada pela Academia de Artes de Hollywood, pois mesmo com excelentes atuações jamais levou a estatueta de Melhor Atriz. Recebeu
quatro indicações para o prêmio: por “Stella Dallas, Mãe Redentora”, “Bola de
Fogo”, “Pacto de Sangue” e “Uma Vida por Um Fio”. Sua primeira nomeação, em
1938, disputava com outras grandes atuações, todas mereciam a
estatueta. Em 1942, Babs e a Bette Davis de “Pérfida / The Little Foxes” eram as melhores do ano,
mas o prêmio foi parar nas mãos de Joan Fontaine. Três anos
depois, chegou perto, mas a vitória de Ingrid Bergman foi merecida. Sua
última nomeação, em 1949, ano de marcantes atuações femininas.
Nove
anos antes de sua morte, recebeu um Oscar honorário. No Globo de
Ouro, ganhou em 1986 o Cecil B. DeMille Award, de carreira, além da estatueta
para Melhor Atriz Coadjuvante de televisão em 1984, por “Pássaros Feridos / The
Thorn Birds” (1983), tendo ainda sido nomeada em mais três ocasiões, 1966,
1967 e 1968, por “The Big Valley”. Acumulou prêmios e nomeações ao
longo de toda a sua carreira. Em cerca de 60 anos, atuou em mais de 70 filmes,
além de séries e shows para a tevê. Seu último êxito, a
fazendeira Mary Carson da minissérie “Pássaros Feridos”, resultou no
Emmy de Melhor Atriz Coadjuvante. A atriz morreu de insuficiência cardíaca, aos
82 anos.
19 PERSONAGENS MARCANTES
Florence 'Faith' Fallon em
A MULHER MIRACULOSA
(The Miracle Woman, 1931)
direção de Frank Capra
elenco: David Manners
Lili em
SERPENTE de LUXO
(Baby Face, 1933)
direção de Alfred E. Green
elenco: George Brent e John Wayne
elenco: George Brent e John Wayne
Nora Clitheroe em
HORAS AMARGAS
(The Plough and the Stars, 1936)
direção de John Ford
direção de John Ford
elenco: Preston Foster
Stella Martin Dallas em
Stella Martin Dallas em
STELLA DALLAS, MÃE REDENTORA
(Stella Dallas, 1937)
direção de King Vidor
elenco: John Boles
Mollie Monahan em
ALIANÇA de AÇO
(Union Pacific, 1939)
direção de Cecil B. DeMille
elenco: Joel McCrea
Lee Leander em
LEMBRA-TE DAQUELA NOITE
(Remember the Night, 1940)
direção de Mitchell Leisen
elenco: Fred MacMurray
Ann Mitchell em
(Remember the Night, 1940)
direção de Mitchell Leisen
elenco: Fred MacMurray
Ann Mitchell em
ADORÁVEL VAGABUNDO
(Meet John Doe, 1941)
direção de Frank Capra
elenco: Gary Cooper
Jean Harrington em
As TRÊS NOITES de EVA
(The Lady Eve, 1941)
direção de Preston Sturges
elenco: Henry Fonda
Sugarpuss O’Shea em
BOLA de FOGO
(Ball of Fire, 1941)
direção de Howard Hawks
direção de Howard Hawks
elenco: Gary Cooper
Phyllis Dietrichson em
PACTO de SANGUE
(Double Indemnity, 1944)
direção de Billy Wilder
elenco: Fred MacMurray e Edward G. Robinson
Martha Ivers em
direção de Billy Wilder
elenco: Fred MacMurray e Edward G. Robinson
Martha Ivers em
O TEMPO NÃO APAGA
(The Strange Love of Martha Ivers, 1946)
direção de Lewis Milestone
direção de Lewis Milestone
elenco: Van Heflin e Kirk Douglas
Leona Stevenson em
Uma VIDA POR um FIO
(Sorry, Wrong Number, 1948)
direção de Anatole Litvak
elenco: Burt Lancaster
Vance Jeffords em
ALMAS em FÚRIA
(The Furies, 1950)
direção de Anthony Mann
elenco: Wendell Corey e Walter Huston
Mae Doyle D’Amato em
direção de Anthony Mann
elenco: Wendell Corey e Walter Huston
Mae Doyle D’Amato em
SÓ a MULHER PECA
(Clash by Night, 1952)
direção de Fritz Lang
elenco: Robert Ryan
Julia O. Tredway em
UM HOMEM e DEZ DESTINOS
(Executive Suite, 1954)
direção de Robert Wise
elenco: William Holden e Fredric March
Martha Wilkison em
direção de Robert Wise
elenco: William Holden e Fredric March
Martha Wilkison em
UM PECADO em CADA ALMA
(The Violent Men, 1955)
direção de Rudolph Maté
elenco: Glenn Ford e Edward G. Robinson
Norma em
CHAMAS que NÃO se APAGAM
(There’s Always Tomorrow, 1956)
direção de Douglas Sirk
elenco: Fred MacMurray
Jessica Drummond em
DRAGÕES da VIOLÊNCIA
(Forty Guns, 1957)
direção de Samuel Fuller
elenco: Barry Sullivan
Jo Courtney em
PELOS BAIRROS do VÍCIO
(Walk on the Wild Side, 1962)
direção de Edward Dmytryk
direção de Edward Dmytryk
elenco: Laurence Harvey