novembro 29, 2022

***** À BEIRA do ABISMO: 20 ESTRELAS BÊBADAS

 


“Eu me sinto como no inferno. Estou passando por abstinência alcoólica. Meu coração parece acelerado. Minhas pálpebras tremem. Oh Deus, estou tão, tão cansada.”
ELIZABETH TAYLOR em 1983
 
 
Ao longo da existência de Hollywood, a bebida tem sido predominante e arruinou diversas carreiras célebres. Na cidade das ilusões, a fama, o álcool e as drogas andam muitas vezes de mãos dadas. Conheça a história de estrelas que tiveram dificuldades em lidar com o vício e viram o seu nome associado à bebida. Mulheres maravilhosas, festas suntuosas, longas horas de trabalho, comportamentos viciantes. 

Durante a Era de Ouro cinematográfica (1920 a 1950), os astros e estrelas tinham rédea solta para fazer o que quisessem - contanto que pudessem ser discretamente varridos para debaixo do tapete por um agente de estúdio. Eles bebiam em excesso em festas e bares famosos todas as noites, bebiam quando estavam no set e bebiam quando dirigiam. São bizarros os casos mais loucos. 

Contos de incidentes insanos, comportamentos violentos e personalidades descontroladas. O consumo maciço de álcool resultou também em filmes, com atuações impecáveis, não incomum indicadas a prêmios importantes. Se antes o cinema evitava retratar o alcoolismo, mudou com o drama de Billy Wilder, em 1945, “Farrapo Humano / The Lost Weekend”. Mostra Ray Milland dominado pelo vício. 

20 ATRIZES ALCOÓLATRAS
 
01
ALI MacGRAW
(83 anos. Pound Ridge, Nova York / EUA)

Protagonista do romântico “Love Story – Uma História de Amor / Love Story” (1970), vencedora de dois Globo de Ouro e durante três anos casada com o chefe de produção da Paramount, Robert Evans. Tinha tudo para ser uma super estrela e era certo que interpretaria os papéis principais de “O Grande Gatsby / The Great Gatsby” (1974), de Jack Clayton, e “Chinatown / Idem” (1974), de Roman Polanski.
 
Ao filmar “Os Implacáveis / The Getaway” (1972), apaixonou-se por Steve McQueen e pediu o divórcio do marido poderoso. O filme de ação foi seu último sucesso. Steve bebia, se drogava (cocaína, peyote, LSD e nitrito de amila para suas maratonas sexuais) e a proibiu de trabalhar durante os cinco anos que estiveram juntos.
 
Tornou-se alcoólatra. Dominada, tinha como missão servir ao marido carne com batatas todas as noites, às 18h em ponto, e não abrir a boca enquanto ele via televisão. Com a separação fez filmes e séries de TV. Em 1995, lançou a autobiografia “Moving Pictures”, onde conta sobre seu alcoolismo e dependência de sexo.
 
02
AVA GARDNER
(1922 – 1990. Grabtown, Carolina do Norte / EUA)

O poeta Jean Cocteau a descreveu como o animal mais belo do mundo. Umas das atrizes mais rebeldes do cinema, bebia vorazmente conhaque, tequila e o que mais aparecesse. Independente e impetuosa, colecionou escândalos mundo afora e sua união com Frank Sinatra foi marcada por separações, tapas, álcool e drogas. 

Na tumultuada visita ao Brasil, nos meados dos anos 50, para o lançamento de “A Condessa Descalça / The Barefoot Contessa” (1954), ela foi manchete mundial. Bêbada, num acesso de fúria, quebrou a mobília do quarto do luxuoso Hotel Glória e jogou os objetos de decoração pela janela. Também assediou o cantor Carlos Augusto, garotão cearense da Rádio Nacional. Só que ele era gay.  

O relato de uma sua saída noturna em Roma, em amores com Tony Franciosa, casado então com Shelley Winters, terminou numa batalha campal com os paparazzis, servindo de inspiração a Federico Fellini para a deslumbrante Anita Ekberg de “A Doce Vida / La Dolve Vita” (1960). Por onde passava, o alcoolismo e aventuras sexuais deixavam um rastro de excessos. 

A união com Sinatra resultou em três tentativas de suicídio dele e dois abortos dela. Sexo ela gostava. A bebida e o cigarro foram companheiros de vida. Declarava que morreria com um cigarro na mão e um uísque na outra. Assim foi, até o dia de sua morte, isolada em Londres, cultivando a bebida, sempre com um copo perto dela. 

03
BARBARA PAYTON
(1927 – 1967. Cloquet, Minnesota / EUA)

A sexy loura de olhos azuis apareceu em 12 filmes entre 1949 e 1955. Seus casamentos fracassaram e de 1955 a 1963 teve vários problemas com a lei - entre eles cheques sem fundos, embriaguez pública e prostituição. Foi forçada a dormir em bancos de rua, espancada por amantes ocasionais e perdeu dentes em brigas.
 
Em 1967, tentando parar de beber, foi morar com os pais em San Diego. Era tarde demais. A ex-estrela de 39 anos foi encontrada no chão do banheiro, morta por insuficiência cardíaca e hepática. De alguma forma, em meio a essa tragédia, deixou uma autobiografia reveladora, ironicamente intitulada “Não Tenho Vergonha”.
 
04
CLARA BOW
(1905 – 1965. Brooklyn, New York / EUA)

Primeiro símbolo sexual de Hollywood e uma das maiores estrelas do cinema mudo, a talentosa e carismática ruiva era totalmente descontrolada. Teve uma longa série de amantes, bebia como um cossaco e mergulhou em problemas finaceiros alimentados por dívidas de jogo e sonegação de impostos. 

Escandalosa, dizia que adorava “beber, jogar, xingar e transar”. Esteve envolvida em batalhas judiciais por “roubar” maridos alheios. Amava festas, sempre pendurada em um amante (alguns casados) e enchendo a cara. Sua roupa suja foi exposta em 1930, quando uma ex-secretária julgada por roubo denunciou sua vida sexual selvagem. 

O escândalo abalou sua carreira, que nunca mais se reergueu. Terminou casando com um ator cowboy. Atormentada por crises pessoais, alcoolismo, instabilidade mental e problemas de peso, não fez mais outro filme. Morreu em 1965, aos 60 anos de idade, após um inesperado e fulminante ataque cardíaco.

05
ELIZABETH TAYLOR
(1932 – 2011. Hampstead, Londres, Inglaterra / Reino Unido)

Oito casamentos, alcoolismo e doenças marcaram a conturbada vida da estrela. A lenda de Hollywood passava dias no set bêbada demais para recordar suas falas. Ao finalmente tentar se recuperar, no Centro de Reabilitação Betty Ford, em 1983, no final da carreira, disse: “Não ficar bêbada é a única maneira de permanecer viva.” 

Seu primeiro casamento com Conrad Hilton era conhecido pela bebedeira. Com Richard Burton resultou também em álcool excessivo e agressões públicas. Durante as filmagens de “A Noite da Iguana / The Night of the Iguana” (1964), acompanhando Burton, começava a beber às 10h da manhã, com vodca e a seguir tequila. 

O alcoolismo deles tornaram os dois infelizes. O Vaticano os condenou, chamando-os de “vagabundos eróticos”. A cada briga, na manhã seguinte ele a presenteava com um diamante, inclusive o diamante mais caro do mundo, um Cartier de 70 quilates avaliado em um milhão de dólares, rebatizado hoje como “diamante Taylor-Burton”

Assim viveu a grande estrela, quase sempre bêbada e envolvida em conflitos matrimoniais vulgares. Apesar do alcoolismo, da saúde precária e do vício em analgésicos e pílulas para dormir, que durou grande parte da vida, conseguiu sobreviver quase 80 anos. Morreu por insuficiência cardíaca congestiva.

 
06
FRANCES FARMER
(1913 – 1970. Seattle, Washington / EUA)

Em 1935, ela foi para Hollywood, onde assinou contrato de sete anos com a Paramount. Rebelde, teve conflitos e tentou a Broadway. A partir de 1939, seu comportamento errático e a bebedeira descontrolada resultou no cancelamento do contrato. A seguir foi presa por dirigir com os faróis acesos em zona de blecaute.
 
Um ano depois, a bela atriz foi presa mais uma vez por deslocar a mandíbula de um cabeleireiro. No julgamento, agrediu dois policiais e jogou um tinteiro no juiz. Terminou em um asilo. Em 1943, foi declarada mentalmente incapaz e internada por seus pais em uma série de hospitais psiquiátricos públicos. Era o fim da sua carreira.
 
Tentou retornar ao cinema em 1957 e durante alguns anos apresentou um programa de variedades na TV. Em 1964, o alcoolismo havia se tornado tão agudo que emissora a demitiu. Passou seus últimos anos fazendo trabalho simplórios e bebendo sem parar, até morrer de câncer de esôfago em 1970.
 
07
GAIL RUSSELL
(1924 – 1961. Chicago, Illinois / EUA)

Descoberta pelo cinema aos 17 anos, sofreu problemas emocionais ao longo de uma carreira meteórica. De beleza etérea, tímida, inicialmente usava álcool para acalmar os nervos no set. Em 1950, a Paramount não renovou seu contrato por causa do problema com a bebida. Sua dispensa do estúdio arruinou sua carreira. 

Desapareceu das telas por cinco anos. Presa várias vezes por dirigir embriagada, tentou voltar ao cinema em 1956, mas não deu certo. A essa altura, estava possuída pelo álcool. Em 1961, foi encontrada morta em seu apartamento em Los Angeles, Califórnia. Morreu de alcoolismo crônico, cercada por garrafas de vodca vazias.  

08
GIA SCALA
(1934 – 1972. Liverpool, Merseyside, Inglaterra / Reino Unido)

Alta e deslumbrante, teve uma carreira promissora no cinema e na televisão. O seu papel mais conhecido foi a resistente grega em “Os Canhões de Navarone / The Guns of Navarone” (1961). Sofrendo de depressão, bebia muito. Presa, perdeu o contrato na Universal e tentou se matar, jogando-se da Ponte de Waterloo, em Londres.
 
Os surtos de depressão tornaram-se graves. Em 1971, embriagada, seu carro esportivo capotou em uma estrada sinuosa de um desfiladeiro e ela perdeu parte do dedo indicador. Em 30 de abril de 1972, foi encontrada morta em seu quarto em Hollywood Hills, após uma overdose de álcool e pílulas para dormir. Tinha 38 anos.
 
09
JEANNE EAGELS
(1890 – 1929. Kansas City, Missouri/ EUA)

Garota Ziegfeld, atuou na Broadway e em Hollywood, recebendo uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz por seu papel em “A Carta” (1929). Em 1920, no auge do sucesso teatral, começou a abusar do álcool e da heroína. Debilitada, perdeu trabalhos devido ao seu estado físico e ficou proibida de trabalhar por dezoito meses.
 
Protagonizou oito filmes e o penúltimo deles fez enorme sucesso. Sofria de problemas respiratórios, mas nunca deixou a bebida e as drogas. Em 1929, a caminho de consulta médica, sofreu convulsões e morreu, sucumbindo a overdose de heroína. Em 1957, Kim Novak estrelou “Lágrimas de Triunfo / Jeanne Eagels”, contando sua vida.
 
10
JOAN CRAWFORD
(1904 – 1977. Texas / EUA)

Uma das estrelas mais populares, glamourosas e magnéticas dos anos 30 e 40, disse certa vez: “O alcoolismo é um risco ocupacional de se ser ator, viúva e ou de se estar sozinho. E eu sou os três.”. Ganhadora do Oscar, protagonista de filmes inesquecíveis, tornou-se alcoólatra e para onde ia carregava na bolsa uma bebida.
 
De alcoolismo discreto, casada com o dono da Pepsi, tornou-se sua embaixadora oficial. Viajava pelo mundo representando a Pepsi e, a cada parada da turnê, pedia Smirnoff, bourbon Old Forester, uísque, gim Beefeater e garrafas de champanhe. Nas tardes e noites enchia a cara, mas sempre impecável, nunca deu vexame.
 
11
JUDY GARLAND
(1922 – 1969. Grand Rapids, Minnesota / EUA)

Conhecida por desempenhos marcantes e voz excepcional, é uma das maiores artistas de Hollywood. Apesar de triunfos profissionais, ela teve vários problemas pessoais ao longo da vida. Insegura com sua aparência, seus sentimentos foram agravados por executivos de cinema que disseram que ela era feia e gorda. 

O uso de anfetaminas e barbitúricos no estúdio terminou em dependência química. Em pouco tempo, seus medicamentos foram misturados a bebida alcoólica. Atormentada por uma instabilidade financeira, seus cinco casamentos terminaram em divórcios. Sem nunca parar de beber, acabou em clínicas psiquiátricas. 

Viciada em soníferos, álcool e morfina, cortou a garganta. Morreu aos 47 anos, de overdose de medicamentos. Nessa época, decadente, atuava em shows em Londres com enormes dificuldades. Um especialista britânico, que acompanhou sua carreira, diz que sua morte foi causada por uma cirrose hepática. 

12
LANA TURNER
(1921 – 1995. Wallace, Idaho / EUA)

Mesmo se não fosse por sua vida pessoal, com sete casamentos e um assassinato, seria sempre um dos maiores ícones do cinema. Grande estrela da Metro-Goldwyn-Mayer, símbolo sexual entre as décadas de 1940 e 1950, tornou-se uma das estrelas mais bem pagas da época. Boa atriz, deixou um legado de filmes clássicos.
 
Ficou falada por diversas controvérsias fora das telas do cinema, como relacionamentos violentos, ostentação excessiva de itens de luxo e graves problemas com bebida. Ela lutou contra o vício e passou um longo tempo em depressão, mas nunca conseguiu superá-lo. No entanto, seu alcoolismo sempre foi discreto.
 
13
LINDA DARNELL
(1923 – 1965. Dallas, Texas / EUA)

Uma das mais belas estrelas de cinema, teve uma carreira sólida na 20th Century-Fox nos anos 40. Atuou em filmes excelentes. Sofrendo de alcoolismo durante a maior parte da vida, quando seu contador roubou suas economias mergulhou em um período sombrio, marcado ainda mais pela bebida e três casamentos fracassados.
 
A profissão naufragou. De grande estrela, perdeu o contrato com a Fox e os convites de trabalho desapareceram. Surtos de depressão e muito álcool marcaram seus últimos anos, até que morreu ébria e queimada em incêndio na casa de uma ex-secretária, causado por ter adormecido com cigarro aceso. Aos 41 anos de idade.
 
14
MABEL NORMAND
(1892 – 1930. New Brighton, Staten Island, New York / EUA)

Comediante de destaque na companhia Keystone, atuando ao lado de Charles Chaplin, era extremamente popular. Astuta e talentosa, foi uma das primeiras mulheres a dirigir filmes. Decepções amorosas com o namorado Mack Sennett, dentre outras coisas, contribuíram para que ela sucumbisse ao álcool e a cocaína. 

Ébria e irresponsável, não conseguia cumprir horários e envolvia-se em escândalos. Foi a primeira a chegar ao local do assassinato de seu amante, o produtor William Desmond Taylor, e posteriormente seu motorista atiraria em um homem com a sua pistola. Sua carreira se acabou. Internada, morreu de tuberculose aos 37 anos. 

15
MARILYN MONROE
(1926 – 1962. Los Angeles, Califórnia / EUA)

Encontrada morta, aos 36 anos, vítima de uma overdose de tranquilizantes, em sua casa em Los Angeles. Era a atriz mais amada de Hollywood e atraía multidões aos cinemas. No entanto, a dependência de drogas e álcool eram mais fortes do que o glamour, a profissão bem sucedida e a própria vida. 

A loira construiu uma péssima reputação nos bastidores de cinema, com atrasos constantes, problemas pessoais e de saúde. Internada várias vezes em clínicas psiquiátricas, enfurecia diretores com sua falta de profissionalismo. As suas tendências depressivas aumentaram com dois abortos e duas tentativas de suicídio. 

Dona de uma capacidade fotogênica miraculosa, carisma, beleza e sensualidade, a mulher mais desejada de seu tempo passou a sua curta vida tentando encontrar um amor verdadeiro. Segundo relatos, a rejeição do presidente John Fitzgerald Kennedy alimentou a queda final em bebidas e pílulas que finalmente a mataram. 

16
NATALIE WOOD
(1938 – 1981. São Francisco, Califórnia / EUA)

Viciada em álcool, cigarros, anfetaminas e barbitúricos, fez sucesso nos anos 60, iniciando a carreira criança e se tornando uma atriz adulta bem sucedida. Recebeu três indicações ao Oscar. Adolescente, foi estuprada durante horas por Kirk Douglas e obrigada a fazer sexo com o diretor Nicholas Ray para o papel de “Juventude Transviada / Rebel Without a Cause” (1955).
 
Criança selvagem, bebia vinho ainda menina. Os problemas conjugais com o marido Robert Wagner e as pressões na carreira levaram a atriz ao alcoolismo. Morreu afogada após um controverso acidente. Rumores indicam que foi assassinada pelo esposo, a bordo de um iate em um passeio regado à muita bebida e drogas.
 
Há falatórios sobre um romance entre a atriz e o ator Christopher Walken, presente no iate onde ocorreu o acidente que a vitimou. A versão mais aceita, porém, é que os três estavam totalmente bêbados e drogados, e depois de muitas discussões entre o casal, causadas pelo ciúme, ela se desequilibrou e caiu no mar.
 
17
RITA HAYWORTH
(1918 – 1987. Brooklyn, Nova Iorque / EUA)

Tímida, mantinha a tempestuosa vida pessoal em segredo. O alcoolismo e a tendência a maridos dominadores criaram uma vida doméstica incrivelmente difícil para a estrela. Seus casamentos tendiam a terminar em disputas, agressões e batalhas judiciais prolongadas. Um relacionamento se misturava no outro.
 
O estresse e o álcool envelheceram a atriz prematuramente, enquanto o Alzheimer matou sua memória. Aos 50 anos, ela não memorizava as falas de seus filmes e passou o resto de seus dias em um apartamento em Nova York, bebendo sem controle e a memória desaparecendo, à medida que a conta bancária diminuía.
 
A garotinha espancada e abusada sexualmente por seu pai se casou cinco vezes. “Os homens vão para a cama com Gilda, mas acordam comigo”, lamentava. Ela vivia aterrorizada pela atenção midiática, por seu complexo de inferioridade e pela certeza de que os homens só estavam interessados em seu corpo.
 
Consumida pela ansiedade, ataques de pânico e alcoolismo, dizia que só foi feliz durante seu conturbado casamento com Orson Welles, o único homem na indústria que a valorizou como intérprete. Como resultado do que disse, Welles afirmou: “Se aquilo foi felicidade para ela, não quero nem imaginar como foi o resto de sua vida”.
 
18
SYLVIA KRISTEL
(1952 - 2012. Utrecht / Países Baixos)

A atriz holandesa, mais conhecida como Emmanuelle, personagem da série de filmes eróticos que a fez ficar famosa, esteve no Brasil para a divulgação de “A Margem / La Marge” (1976) e participou da telenovela “Espelho Mágico”, sempre embriagada. Quando maquiada para fotos, mal conseguia se equilibrar de tanto que tinha bebido.
 
Durante a vida, carregou o carma de deusa do sexo. Declarou que fez filmes baratos pela dependência da cocaína. Em 2006, lançou a autobiografia “Nue”, em que revela o declínio financeiro e os problemas com álcool e drogas, inclusive heroína. Seus últimos anos foram em Amsterdã e faleceu aos 60 anos, de um câncer.
 
19
VERONICA LAKE
(1922 – 1973. Brooklyn, Nova Iorque / EUA)

Na década de 1940, era uma das maiores femme fatales de Hollywood. O longo cabelo loiro, caído sobre o olho, virou moda, e sua parceria com Alan Ladd foi um grande sucesso. Considerada difícil, sua trajetória entrou em declínio e ela caiu no alcoolismo, acabando por falecer muito cedo, com apenas 50 anos de idade.
 
Estrela da Paramount, ao longo da carreira vários atores fizeram críticas públicas sobre a dificuldade em trabalhar com ela. Após amargar fracassos, um aborto espontâneo e um divórcio, entrou em depressão e começou a beber compulsivamente. Demitida pela Paramount, sem trabalho, recorreu à televisão.
 
Na mesma época, o Imposto de Renda confiscou sua casa e todos os seus bens, por dívidas com impostos atrasados.  Eventualmente, trabalhou no teatro. Mas o vício em bebida a fez abandonar os filhos e desmaiar durante a apresentação de uma peça, em Londres, em 1955. Passou a morar em hotéis baratos e perdeu os dentes.
 
Era constantemente presa por embriaguez. Trabalhou como garçonete em Nova York e em 1969 publicou uma biografia. Usou os lucros obtidos para produzir o filme de terror “Flesh Feast” (1970), que ela também estrelou.  Foi um fiasco.
 
20
VIVIEN LEIGH
(1913 – 1967. Darjeeling / Índia)

Grande êxito nas telas e palcos, a atriz teve uma vida de exageros na bebida e no sexo, e um transtorno mental grave tardiamente identificado. Tudo começou com uma overdose acidental nos bastidores de “...E o Vento Levou / Gone with the Wind” (1939), gerada por uma mistura explosiva de tranquilizantes e álcool.
 
O transtorno bipolar, à época conhecido como depressão maníaca, impactou na sua vida profissional. Ela passou por diversas tentativas de suicídio. A frágil saúde, o alcoolismo e os problemas psicológicos tornaram-na indesejada. Apesar da fama, sua carreira foi limitada, fazendo com que atuasse em poucos filmes.
 
Passou por dois abortos e o casamento de 20 anos com Laurence Olivier naufragou. Isto a deixou em um profundo estado de depressão. Em maio de 1962, esteve no Brasil com a trupe do Old Vic, interpretando Marguerite Gautier em “A Dama das Camélias”, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro e de São Paulo.
 
A diva tinha episódios de raiva, paranoia e histerismo que depois esquecia completamente. Durante uma turnê teatral na Austrália, ébria, se negou a entrar no palco por ter perdido seus sapatos, Olivier a esbofeteou e ela revidou. O divórcio veio logo depois, em 1960. Terminou morrendo de tuberculose, com somente 53 anos.

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10 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom quando escreve sobre cinema. Uma pena o que você se tornou falando sobre política....

Luiz Puech disse...


O alto preço das estrelas..

Rosa Mazzutti disse...


Tão lindas e infelizes

Arthur Cardenes disse...


Que judiação!

Alice Dias disse...


Histórias de partir o coração.

Flavia Lia Arantes disse...


Será que a Elizabeth Taylor, aprendeu com o maridão, Richard Burtun?

Gladis Rosane Da Rosa disse...


gente....eu não fazia ideias de muitas atrizes aqui citadas fizessem uso de álcool e drogas....caramba!!!!

Cidinha Galhardi disse...



Vícios, destroem a integridade a vida, perdem tudo, acabam virando zumbis!!

Mary Ferreira disse...



Bonitas, com fama e dinheiro. O que leva esse povo a se entregar ao alcoolismo e as drogas?? Vida intensa?

Clarice Zipp disse...


"Minha opinião": quando não sabem lidar com a fama e com ela a falta de privacidade, muita badalação... vida vazia...