de pureza, uma bênção,
que nos faz ter essa paixão.
DINA SFAT
Dina Kutner de Souza se apaixonou pelo teatro enquanto assistia Cacilda Becker atuando em “Arsênico e Alfazema” (1949). Escolheu ser chamada artisticamente como DINA SFAT em homenagem à sua mãe, já que Sfat era seu povoado de origem em Israel, estreando profissionalmente nos palcos em 1962, no espetáculo “Antígone América”, dirigida por Antonio Abujamra. No histórico Teatro de Arena viveu a Manuela de “Os Fuzis da Senhora Carrar” (1962), de Bertold Brecht. Conquistou o Prêmio Governador do Estado de São Paulo de Melhor Atriz por seu desempenho em “Arena Conta Zumbi” (1965), um musical político de Gianfrancesco Guarnieri e Augusto Boal, e destacou-se na polêmica e mítica montagem de “O Rei da Vela” (1967), dirigida por José Celso Martinez Corrêa, ao substituir às pressas Ítala Nandi no papel de Heloisa de Lesbos. Sem nunca abandonar os palcos, fez “Dorotéia Vai à Guerra” (1973), “A Mandrágora” (1975), “Seis Personagens à Procura de Um Autor” (1977), “Murro em Ponta de Faca” (1979), “As Criadas” (1981), “Hedda Gabler” (1982) e, em Portugal, “Florbela Espanca” (1984), entre outras montagens elogiadas. Inicia sua trajetória na televisão no final da década de 1960, trabalhando na Tupi, Excelsior e Record. Mesmo diante do sucesso, jamais se deixou seduzir por personagens caricatos, arriscando-se em papéis sem as amarras das heroínas habituais, sofredoras e românticas. Estreou na Globo em 1970, a convite de Dias Gomes, protagonizando “Verão Vermelho”, onde formou par com Jardel Filho, e permaneceu nela até a sua morte.
Brilhou em minisséries, telenovelas e integrou o elenco de vários programas, como o “Caso Especial” e “Aplauso”. De autoria de Janete Clair fez “O Homem Que Deve Morrer” (1971), “Selva de Pedra” (1972, Prêmio de Melhor Atriz da Associação Paulista de Críticos de Arte), “Fogo Sobre Terra” (1974) e “O Astro” (1978), mas também roubou cenas em outras como “Assim na Terra Como no Céu” (1970), “Os Ossos do Barão” (1973) e “Saramandaia” (1976). Um dos seus maiores momentos na tevê aconteceu em 1975, em “Gabriela”, de Walter George Durst, baseada na obra de Jorge Amado. Apesar de aparecer apenas nos primeiros capítulos, como a prostituta Zarolha, dominou a cena, obtendo um extraordinário sucesso. Dirigida por Walter Avancini, o diretor preferido dela. Segundo ele, ela jamais recusar qualquer papel proposto por ele.
dina e paulo josé
Versátil, com uma fantástica presença em cena, e o gosto apurado por se arriscar em papéis complexos, teve momentos especiais no cinema nacional. O mais lembrado e comentado, sem dúvida, é “Macunaíma”. Em 27 anos de carreira artística, fez 20 filmes, atuando no engajado Cinema Novo e no libertário Cinema Marginal. Estreou em 1966 pelas mãos de Walter Hugo Khouri em “O Corpo Ardente”. Faria “Os Deuses e os Mortos” (1970, Melhor Atriz no Festival de Brasília), filmado no sul da Bahia; “A Culpa” (1971, Prêmio Air France de Melhor Atriz); uma mãe solteira em “Tati, a Garota” (1973), estreia de Bruno Barreto; e “O Homem do Pau Brasil” (1981), no papel da pintora Tarsila do Amaral. Atuou em “Das Tripas Coração” (1982), que discute educação, sexo e religião num colégio de meninas ricas, ao lado de Antonio Fagundes, Othon Bastos e Christiane Torloni; e “Eros, o Deus do Amor” (1981), sinfonia pictórica do prazer e da ansiedade, contando a vida de um cinquentão para qual o sexo é tudo e nada. No elenco, Renée de Vielmond, Norma Bengell e Lillian Lemmertz. Seu último trabalho cinematográfico, “O Judeu”, baseado na vida de Antônio José da Silva, escritor luso-brasileiro do século XVIII que morreu na fogueira da inquisição, foi rodado em Portugal, na segunda metade da década de 1980. Inacabado por falta de verba, só iria estrear em 1995, seis anos após a morte da atriz. |
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DINA SFAT
Ai meu Deus ! que bela lembraça.. que bela pessoa quanta saudade dessa Deusa ! Nossa !
ResponderExcluirMuito obrigada Antonio Nahud Júnior ! Ganhei o sábado !
ResponderExcluirDina Sfat faz muita falta. Quantas saudades.
ResponderExcluirmonstro!
ResponderExcluirgrande atriz!
ResponderExcluirGrande mulher, grande atriz, raizes infinitas na globo.
ResponderExcluirNunca tive a chance de vê-la atuar enquanto estava viva, mas admiro muito seu trabalho. Era uma linda mulher, talentosa, independente e politizada. Que exemplo!
ResponderExcluirAbraços!
Faço minhas as palavras da Lê, Antonio: que pena nunca ter visto Dina Sfat em cena. Tudo o que eu conheço dela se resume a trechos de suas participações em novelas, e concordo contigo: ela era linda, vigorosa e empolgante como ninguém, mesmo nos papéis de mocinha "Global".
ResponderExcluirAgora, conhecer sua carreira teatral para mim foi uma surpresa: O rei da vela, Hedda Gabler... - ela fez um pouco de tudo!
Bjs e congrats pela homenagem.
Dani
Falcão, que linda homenagem. A Dina era maravilhosa.
ResponderExcluirgrande atriz
ResponderExcluirSaudades
ResponderExcluirEssa atriz foi uma das Grandes! Muito Obrigado.
ResponderExcluirLi e gostei muito. Texto e fotos. Me fez viajar tempos idos e sentir uma forte saudades de Dina Sfat. Atriz impar. Tive o prazer de conhece-la no Festival de Cinema de Brasília, qdo morava lá. Abraço. Paulo José tb. é um grande ator...
ResponderExcluirSimplesmente linda
ResponderExcluirMuito bom o blog do meu amigo Antonio Nahud Júnior. Muito, muito boooom!
ResponderExcluirExcelente post Antonio,eu tb não tive a chance de vê a Dina atuar enquanto estava viva,mas assisti o filme Macunaíma e vi alguns trechos de novelas que ela fez na globo no youtube como " O Astro" e me impressionei pela força que ela tinha em suas atuações,realmente faz uma grande falta ao cinema e a televisão brasileira. Abç
ResponderExcluirDina Sfat precisava mesmo ser lembrada diante de tantas atrizes medíocres que infestam as novelas televisivas.
ResponderExcluirQue grande actriz. Tive a oportunidade de a ver no filme "Macunaíma" e nas telenovelas "Gabriela" e "O Astro".
ResponderExcluirO seu papel de Zarolha é inesquecível...
Ela morreu quando eu tinha 14 anos e na infância eu não assistia tantas novelas assim. Então, a novela dela de que me lembro melhor foi mesmo Bebê A Bordo.
ResponderExcluirHá poucos anos atrás, assisti o filme O Judeu em VHS e depois voltei a assistir quando foi exibido pela Rede Brasil. E apesar da personagem dela não aparecer tanto, as cenas que ela fez foram de uma grande atuação, sem dúvida.
Em tempo: como o filme demorou muitos anos pra ficar pronto, não só ela, mas vários atores do elenco original morreram antes do lançamento. Inclusive o Felipe Pinheiro, que interpretava o personagem principal.
Bela homenagem......
ResponderExcluirAdoro o trabalho dela em Macunaíma.
Bela lembrança! Tive o prazer de assistí-la atuando em Hedda Gabler, no Teatro Francisco Nunes em BH. Inesquecível!
ResponderExcluirMárcio/MG
Bela homenagem a Dina Sfat Antonio. NUnca esquecerei de Macunaíma e Tati, a garota.
ResponderExcluirAbraço.
Era uma diva!
ResponderExcluirEla foi uma grande estrela,Saudades Brasil.
ResponderExcluirFoi uma grande atriz, muito talentosa...
ResponderExcluirLEMBRO-ME BEM DE QUASE TODOS OS PAPEIS DELA!! A FILHA DELA NUNCA CHEGARA AO SEU TALENTO! COMO MARIA RITA, FILHA DE ELIS REGINA NOSSA MUSA DO MPB..
ResponderExcluirNahud, Ela é a minha inspiração, sempre foi.
ResponderExcluirQUE legal e divino
ResponderExcluirExtraordinária Dina Sfat!!!!
ResponderExcluirDina foi uma diva!! Saudades...
ResponderExcluirDina era uma Deusa: charme absoluto, elegância, magnânima Atriz, mulher de opinião formada, corajosa, audaciosa, uma saudade eterna...
ResponderExcluirSaudade!!!
ResponderExcluirSensacional
ResponderExcluirPude vê lá atuando em novelas e se nao estou enganado no Faustão. Faz muita falta como pessoa nao só no cenário Brasileiro como tmb na televisiva. Li com calma e me fez reviver um túnel do tempo tmb em minha vida, ela era única, expressiva e de forte opinião com aquela voz marcante que ai ouvir nao precisava vê lá na telinha que já se sabia que era ela .
Parabéns ao Antonio !
Maravilhosa.
ResponderExcluirAdorava!
ResponderExcluirlinda , sempre linda
ResponderExcluirObrigada! Linda e danada ela.
ResponderExcluirMaravilhosa! Faz falta!!!
ResponderExcluirquando garoto, era completamente apaixonado por dina, e nem sabua direito porque. hoje revendo a sua trajetória, posso compreender que o que estava implícito na sua arte e atitude diante da vida, eram, substancialmente, responsáveis por aquela paixão. sinto saudades dela.
ResponderExcluirPois é. O Felipe Pinheiro morreu em 1993, quando tinha 32 anos. Foi um ataque do coração, de um dia pro outro.
ResponderExcluirEssa atriz era do signo de Escorpião e tinha olhos bem expressivos. Deixou saudades. Bela postagem, abraço Cynthia
ResponderExcluirAdorável Dina!
ResponderExcluirMaravilhosa, inesquecível, linda, grande atriz, e isso ainda é muito pouco prá falar dela, abs
ResponderExcluirPostagem linda sobre Dina Sfat, lembro muito bem dela nos filmes nacionais. Parabéns!
ResponderExcluirBelíssima postagem! Relembrando uma das maiores divas do cinema brasileiro. Vi quase todos os seus filmes e fico em dúvida qual o meu preferido, talvez Das tripas, coração ou Tati, a garota... Apesar de conhecido do público de cinema, só chegou a ser conhecida pelo "povão" quando começou a participar das novelas, onde fez imenso sucesso. Uma pena ter morrido tão cedo...
ResponderExcluirHomenagem merecidíssima para esta grande atriz/artista. Tenho uma lembrança bem remota de Sfat na TV em Eu prometo da Globo. Infelizmente não tive o prazer de acompanhar seu auge.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirUma das GRANDES da tv que me embalaram e que se foi cedo, cedo... CEDO! Aquele abraço, Antonio! Já estou enviando os seus filmes, esqueci, não!
ResponderExcluirMe lembro dela como se a visse ainda hoje com sua força de atriz!
ResponderExcluirmuito legal você dedicar seu espaço a essas pessoas que contribuíram para a cultura do nosso país.
ResponderExcluirmaravilhosa fera na arte de representar...
ResponderExcluirDina maravilhosa... Na primeira foto está parecida com a Fernandinha Montenegro
ResponderExcluirGrande atriz!
ResponderExcluirCaro Nahud, creio que tudo já foi dito por aqui nos comentários sobre esta eterna e imortal Diva da teledramaturgia nacional.
ResponderExcluirAté hoje me questiono do por que ela deixar este plano tão cedo. Mas acho que é assim mesmo,aqueles que são carismáticos deixam marcas indeléveis na vida das pessoas, e Dina era cheia desta energia.
Um grande tributo, Nahud!
Paulo Néry
É alguem que merece receber uma pesquisada. Em breve, talvez eu tenha por aqui um curso sobre o cinema nacional.
ResponderExcluirela era uma guerreira, uma rainha. ainda menino, não tirava os olhos da inesquecível vilã que fez em "selva de pedra". gostava tanto da atriz, que torcia ingenuamente para se desse bem no final.
ResponderExcluirquando crescer quero ser como ela... rs... dina é referência de todo intérprete que leva seu trabalho com paixão.
ResponderExcluirNahud,
ResponderExcluirBela homenagem à grande Dina Sfat. Não sei se é apenas saudosismo, mas atrizes como ela estão cada vez mais raras.
Lemarc
Super pertinente esta dedicatória a nomes que inprimiram sua marca e que atualmente são pouco comentados! abraços
ResponderExcluirGrande Nahud, Grande Post,
ResponderExcluirNão tive o privilégio de assistir Dina em nenhuma produção, tanto do cinema quanto da tv mas conheço sua fama e já não é de hoje, Minha mãe sempre a menciona como uma grande atriz brasileira...
Gostei de seu post nacional, diversificando sempre, Parabéns.
PS: A Imagem atual da sua página esta perfeita, até hoje a melhor que você criou.
Falando agora sobre Macunaíma, me lembrei da atriz. Preciso conhecer mais coisas delas.
ResponderExcluirUma das nossas atrizes mais maravilhosas (tomo muito cuidado em usar, como uma oura leitora sua, a palavra "Deusa"... se até Miss Fischer é chamada de "deusa" rsrsrs.... ). Infelizmente Dina foi uma das pessoas mais grossas e sem qualquer "tiquinho" de amabilidade que conheci na minha vida... É, lá na Joao Lyra, onde ela e Paulo moravam... ele era um doce, comprimentava todos... ela? Acho que nem segurar porta do elevador para lguém de bengala fazia...
ResponderExcluirEla tinha mesmo uma beleza, mas não uma beleza apenas misteriosa. Sua beleza era forte, agressiva e doce em simultâneo.
ResponderExcluirFoi importante e poderosa no cine e na TV, já que pouco conheço de teatro.
Nos deixou cedo demais, impondo uma lacuna expressiva na arte de nosso país.
jurandir_lima@bol.com.br
Sabia que o rosto me lembrava alguém, mas não conhecia sua história. Ótima postagem Nahud, como sempre, principalmente por tratar do cinema nacional.
ResponderExcluir!
poderosa
ResponderExcluirQue bela e merecida homenagem a grande Dina Sfat, minha atriz favorita, a nossa Greta Garbo! Que pena que foi tão cedo, além de grande atriz, uma estrela como não há mais, ela era uma grande personalidade, uma mulher a frente de seu tempo, que marcou quem a conheceu.
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