agosto 06, 2017

***** O CORAÇÃO PARTIDO de ROMY SCHNEIDER



Apelido: Puppele
Altura: 1,61 m
Olhos: entre o verde e o azul


Eu acredito que ela é uma das mulheres mais bonitas do cinema. Uma atriz de classe e estilo. Nos anos 1950, ROMY SCHNEIDER (1938 - 1982. Viena / Áustria) tornou-se a mais completa tradução da Cinderela, ao estrelar filmes de época românticos, na pele de mocinhas como a lendária imperatriz austríaca, Isabel de Áustria, mais conhecida por Sissi da Baviera (1837 - 1898). Ela foi uma maravilhosa Sissi em trilogia de sucesso (1955 a 1957) e teve alguma dificuldade em se separar dessa imagem, mas seu talento acabou por conquistar o cinema universal. A fama nunca mais a abandonou. No entanto, por trás das câmeras, a atriz protagonizou uma vida dramática, marcada por tragédias.

Problemas profissionais ela nunca teve. Filha de um casal de atores (o austríaco Wolf Albach-Retty e a alemã Magda Schneider), estreou no cinema aos 15 anos e alcançou rápido sucesso. Abandonada pelo pai, foi criada por uma mãe ausente, estrela de cinema. Ainda bem jovem, apaixonou-se pelo alemão Horst Buchholz, seu parceiro em “A Lenda de Robinson Crusoé / Robinson soll Nicht Sterben” (1957). Desistiu do ator porque sua mãe proibiu o romance. Convidada, em 1958, para filmar “Christine / Idem” com Alain Delon, a mãe acompanhou-a a Paris, vigiando-a de perto. O amor entre ROMY SCHNEIDER e Delon surgiu já as filmagens iam adiantadas. Ela, num ato de independência, decidiu passar a viver na capital francesa, enquanto a mãe se viu forçada a regressar à Colônia, percebendo que tinha “perdido” a filha.

Quando iniciaram o namoro, tinha 20 anos, Delon 23, e os fotógrafos não os deixavam em paz. Nesse período de euforia amorosa, os “namorados eternos” chegaram, em março de 1959, a declarar oficialmente que estavam noivos. Mas jamais se casariam. Sob a direção de Luchino Visconti, eles trabalharam no teatro em uma comédia de John Ford, em Paris, 1961, “Pena Que Ela Seja Puta”. A peça ficou oito meses em cartaz. A partir de então não faltaram convites para a atriz filmar. Em 1963, depois de anos de ciumeiras e discussões acirradíssimas, o tórrido relacionamento com o narcisista Delon se desfez.

Fizeram três filmes juntos: “Christine”, de Pierre Gaspard-Huit; “A Piscina / La Piscine” (1969), de Jacques Deray; e “O Assassinato de Trotsky” (1972), de Joseph Losey. Ela sofreu ao ser trocada. Filmava em Hollywood, e Delon em Madrid rodava “A Tulipa Negra / La Tulipe Noire” (1964) e deixava-se fotografar com Nathalie, com quem viria a casar. Ele acabou o relacionamento com um bilhete ao lado de um buquê de rosas vermelhas. Ao voltar dos EUA,  encontrou entre as flores, a frase que a apunhalou: “Vou para o México com Nathalie.” Respondeu cortando os pulsos.

Um pouco por despeito, ROMY SCHNEIDER casou-se em 1966 com o diretor e cenógrafo alemão Harry Mayen. Do casamento nasceu David. Quando se divorciaram, em 1975, o marido exigiu-lhe metade da fortuna para que ela pudesse ficar com o filho e ela tudo deu pelo filho que era a sua razão de viver. Quatro anos mais tarde Mayen enforcou-se sem explicações. O filho do casal, aos 14 anos, em 1981, morreu espetado nas lanças do gradeamento que protegia a casa dos pais do padastro. Compreensivelmente, ela nunca se recuperou dessa perda.

wolf albach-retty, pai de Romy
A ex-Sissi mostrou ao mundo que era muito mais que uma mulher deslumbrante, de uma beleza delicada, com uns olhos entre o verde e o azul num rosto perfeito, uma voz doce e um corpo de Afrodite. Elegantíssima, dentro e fora da tela. Ela recebia centenas de roteiros e filmava apenas os argumentos atraentes ou com bons realizadores. Em 1962 filmou “O Processo”, direção de Orson Welles.  Em 1963 consolidou a sua carreira internacional em “O Cardeal / The Cardinal”. Foi dirigida por cineastas como Claude Sautet, Claude Chabrol, Losey, Costa-Gavras, Zulawski etc.

De um segundo – e infeliz - casamento com o seu secretário, Daniel Biasini, que durou de 1975 a 1981, nasceu Sara, em 1977. Mas ele não foi o companheiro ideal para uma mulher bastante fragilizada no domínio dos amores. Ela se separou dele ao descobrir que a única coisa que o interessava era sua fortuna. Sofrendo depressões, refugiou-se no álcool e comprimidos. Parava para fazer curas de desintoxicação. Apenas o cinema e os filhos lhe davam sentido à vida. Na década de setenta, reinou como uma das maiores estrelas do cinema francês e uma ativista que usou a fama para falar em questões como os direitos das mulheres.

Desiludida, afogava as mágoas em vodca e champanhe, sucessivas tentativas de suicídio e agressões a porteiros de hotel. Ganhou dois César (o Oscar francês) em 1976 e 1979, como Melhor Atriz nos filmes “Uma História Simples” e “O Importante é Amar”. Seria nomeada mais três vezes, por Uma Mulher na Janela / Une Femme à sa Fenêtre (1976), “Um Homem, Uma Mulher, Uma Noite / Clair de Femme” (1979) e “La Passante du Sans-Souci” (1982), o seu derradeiro filme. Com um novo companheiro, comprou uma propriedade no campo, passando a viver em Boissy-Sans-Avoir.

romy e a mãe, magda
Em uma manhã de maio de 1982, ROMY SCHNEIDER foi encontrada morta, fulminada por um ataque cardíaco. Correram rumores que tinha se suicidado, mas o óbito foi declarado oficialmente como devido a uma parada cardíaca. Tinha 43 anos. O mundo ficou consternado. Estava tratando-se de uma depressão. Fala-se também de uma overdose, já que um traficante de drogas tinha deixado o local horas antes. Ao morrer vivia com o produtor francês Laurent Petain. Os jornais frisaram que ela morreu de “coração partido”.

Segundo o seu biógrafo Johannes Thiele, ela escondia sob a beleza uma profunda infelicidade. Esse é o tom da biografia “Romy Schneider: Seus Filmes, sua Vida, sua Alma” (2007). Em dezembro de 1999, a Fígaro Magazine fez um enquete sobre as dez mais belas mulheres do século XX e ROMY SCHNEIDER ficou em primeiro lugar, seguida de Ava Gardner. Nesse mesmo ano, Pedro Almodóvar dedicou para ela “Todo Sobre Minha Mãe / Todo Sobre mi Madre”. Em 2008 foi lembrada com um César Especial póstumo. O apresentador do prêmio foi Alain Delon, o seu insensato amor.


  DEZ FILMES de ROMY
(por ordem de preferência)

01
As COISAS da VIDA
(Les Choses de la Vie, 1970)

direção de Claude Sautet
elenco: Michel Piccoli

02
CÉSAR e ROSALIE
(César et Rosalie, 1972)

direção de Claude Sautet
elenco: Yves Montand, Samy Frey e Isabelle Huppert

03
Uma HISTÓRIA SIMPLES
(Une Histoire Simple, 1978)

direção de Claude Sautet
elenco: Bruno Cremer e Claude Brasseur

04
LUDWIG: a PAIXÃO de um REI
(Ludwig, 1973)

direção de Luchino Visconti
elenco: Helmut Berger, Trevor Howard e Silvana Mangano

05
O PROCESSO
(Le Procès, 1962)

direção de Orson Welles
elenco: Anthony Perkins, Jeanne Moreau e Suzanne Flon

06
CORAÇÕES DESESPERADOS
(10:30 P.M. Summer, 1966)

direção de Jules Dassin
elenco: Melina Mercouri e Peter Finch

07
O IMPORTANTE é AMAR
(L'Important c'est d'Aimer, 1975)

direção de Andrzej Zulawski
elenco: Fabio Testi, Jacques Dutronc e Klaus Kinski

08
Um HOMEM, uma MULHER, uma NOITE
(Clair de Femme, 1979)

direção de Costa-Gavras
elenco: Yves Montand, Romolo Valli e Lila Kedrova

09
O ASSASSINATO de TROTSKY
(The Assassination of Trotsky, 1972)

direção de Joseph Losey
elenco: Richard Burton, Alain Delon e Valentina Cortese

10
O ÚLTIMO TREM
(Le Train, 1973)

direção de Pierre Granier-Deferre
elenco: Jean-Louis Trintignant

GALERIA de FOTOS

 
 
 

59 comentários:

  1. Grande estrela- vida trágica!

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  2. Sheila Gomes Ribeiro9 de agosto de 2017 às 12:48

    Excelente !

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  3. Dilson Sampaio da Fonseca9 de agosto de 2017 às 12:48

    Que época do cinema! Que atriz!

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  4. Eternamente linda, essa cor dos olhos (entre o verde e o azul) é deslumbrante, minha filha a tem. Entre os filmes de Romy, cito o esquecido "Monpti" que ela fez com Horst Buchholz, ambos bem novinhos, uma história de amor trágica.

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  5. Linda demais!

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  6. Belas lembranças

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  7. Que pena!!! Tão jovem!!! O alcoolismo é uma droga, apesar de tentarem passar a idéia de que não é, principalmente quem faz uso do álcool, assim como o tabaco. Não é à toa que na época de Al Capone, a cerveja era proibida

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  8. assisti um filme terrível (mas ótimo!) com ela, "O Importante é Amar" de Zulawsky...

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  9. Linda e talentosa.

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  10. Romy e Suzanne do filme Candelabro Italiano são as mais lindas....

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  11. A melhor sempre..soube ser boa atriz encantando ao.publico com sua beleza tbem.

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  12. Maria Jose Saffi Boso9 de agosto de 2017 às 12:56

    Foi o sonho de toda jovem, depois da trilogia Sissi . Era linda , excelente atriz . Ela e Alain Delon ,o casal maravilhoso .

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  13. Assisti Sissi e Sissi a Imperatiz. . Exuberante! Perfeita.

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  14. O suicídio teatral do filho dela em Paris, creio que em meados dos anos 1970, chocou-me enormemente. A vida dela começou a desabar a partir daí.

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  15. Linda mesmo

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  16. Há anos houve o fenômeno "Um Homem, Uma Mulher e Uma Noite" de Costa Gravas ( 1979) com Romy e Yves Montand que ficou mais de um ano em cartaz no Rio de Janeiro. Um autêntico bode que as pessoas estavam procurando conforme disse Nelson Xavier.

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  17. Assistir a série de filmes Sissi

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  18. Meu Deus como e lindo as series eu amava ir no cinema ver poderia voltar

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  19. Muito linda ,não resistiu a perda do filho!

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  20. Assustadoramente linda..

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  21. Silvia Maria Gomes Armede9 de agosto de 2017 às 13:03

    Uma atriz maravilhosa.

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  22. É uma bela atriz muito talento gosto muito.

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  23. Belíssima!

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  24. Vera Hilda Bezerra Rodrigues9 de agosto de 2017 às 13:09

    Linda e talentosa!
    Assisti Sissi!
    Tinha o olhar cheio de angústia.

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  25. Linda, meiga, e muito triste. Vida infeliz principalmente pela trágica morte do filho. Lamentável! Gostava dela e a admirava profundamente.Sempre senti que no seu interior era bastante infeliz. Os olhos são as janelas da alma,não há dúvida...

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  26. Dos filmes água com açucar para os grandes filmes!

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  27. ERA A MINHA FAVORITA DE TODOS OS TEMPOS.

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  28. Márcia Aparecida Nobile de Almeida21 de agosto de 2017 às 12:12

    Linda e talentosa

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  29. Leda Luiza Bottega Fenzke21 de agosto de 2017 às 12:13

    muito linda!!

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  30. Jacira Almeida Martins21 de agosto de 2017 às 12:14

    Lindíssima!assisti a toda série.Sisse.Sisse a imperatriz.Sissi e seu destino!Inesquecível!

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  31. Um rosto belo!

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  32. Paulo Antonio Loureiro Loureiro21 de agosto de 2017 às 12:19

    Era muito linda essa mulher !!! Adorava filmes com ela.

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  33. Lindíssima , até hj guardo os dvds com a trilogia Sissi !

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  34. Imortal e sempre belíssima Sissy!!

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  35. Outra biografia que daria um bom roteiro. Passou pelas 3 Sissys açucaradas, devolveu com a versão pesada de "Ludwig", suas escolhas eram sempre as mais dífícies. Acho interessante ela ter feito 3 filmes com o Delon (MARA) depois do fim do romance deles. Quem conheceu não esquece

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  36. Heloisa Helena Lima Dias LS21 de agosto de 2017 às 12:22

    Problemas. Tds temos difícil é. Ser feliz linda. Chique mas não. Foi feliz .QUE DEUS ABENÇOE. ............

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  37. Linda!!! Talentosa!!! Nossa que história comovente. Chorei.

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  38. amava assistir essa série...linda <3

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  39. Era bela, talentosa, bem sucedida, disputada pelos diretores, amada pelo público. Mas a vida pessoal era uma lástima.

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  40. Que linda mulher!

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