janeiro 30, 2012

******** VOCAÇÃO RELIGIOSA: FREIRAS no CINEMA

deborah kerr em “narciso negro”


O cinema sempre manifestou um particular interesse pelo sagrado. Os filmes religiosos estão entre os primeiros da história da indústria cinematográfica, refletindo transformações sociais, culturais e teológicas. Mesmo desejando o entretenimento, muitos deles também ambicionam confirmar a fé do público, levá-la a quem não tem, informar sobre ela, posicionar-se diante dos valores do mundano, instigar o comportamento dos fiéis ou delimitar seu espaço de crença em relação a outras confissões religiosas. Essa filmografia pode ser categorizada nos mais variados grupos: a epopeia de Jesus Cristo, documentários, épicos bíblicos e narrativas centradas na fé (ou na falta dela) de padres e freiras. Não se pode dizer que seja um gênero propriamente dito, pois não obedece em seu conjunto a regras ou formulações específicas, mas o “divino” neles pode ser reconhecido através de crenças, ritos, práticas e manifestações que concerne ao espiritual.

helen hayes em 
“a irmã branca” (1933)
Como o tema é amplo e complexo, ficamos com os longas que abordaram a paixão espiritual de FREIRAS. Entre sacrilégios, atos vergonhosos, desejos carnais, lesbianismo, sacrifício e compaixão, monjas foram retratadas por grandes estrelas em melodramas, comédias, terror e musicais. A temática debandou até para o trash dos anos 70, com exemplos risíveis como a Irmã Flavia Gaetani de Florinda Bolkan em “Flávia, a Freira Muçulmana / Flavia, la Monaca Musulmana” (1974) ou a Irmã Gertrude de Anita Ekberg em “A Freira Assassina / Suor Omicidi” (1979). 

Mais recentemente, Anne Bancroft em “Agnes de Deus / Agnes of God” (1985), Susan Sarandon em “Os Últimos Passos de Um Homem / Dead Man Walking” (1995) e Meryl Streep em “Dúvida / Doubt” (2008) concorreram ao Oscar por vibrantes atuações como freiras. Sarandon saiu vitoriosa. As quase sempre esquecidas atrizes coadjuvantes também se destacaram como religiosas, de Gladys Cooper a Ethel Barrymore, de Celeste Holm a Lilia Skala. Às vezes penso que seria muito instigante ver Elizabeth Taylor na pele de uma monja. Já pensou nos seus olhos violetas cintilando no austero hábito católico, caro(a) leitor(a)? Fulminante! Como isso não aconteceu, conformo-me com Carmen Maura e Marisa Paredes na comédia maluca “Maus Hábitos / Entre Tinieblas” (1983). Nele, Almodóvar escracha a dedicação das Filhas de Cristo”, mostrando o convento das Redentoras Humilhadas, onde freiras que já foram prostitutas, assassinas ou cafetinas, entre outras profissões nada nobres, continuam a praticar antigos vícios. 

Quando penso em FREIRAS no cinema me lembro imediatamente de Deborah Kerr, Ingrid Bergman e Audrey Hepburn. São realmente convincentes, milagrosas, marcadas por uma certa “centelha divina”. Elas estão entre as quinze maiores interpretações de religiosas nas telas. Assim acredito. Segue a lista.

LILLIAN GISH

Angela Chiamoronte em
A IRMÃ BRANCA 
(The White Sister, 1923)
direção de Henry King

Garota rejeita o casamento arrumado por seu pai com um banqueiro, em favor de um soldado. Quando este é declarado morto na Primeira Guerra Mundial, ela entra para um convento, mas após receber os votos descobre que o amado está vivo. Primeiro filme de Lillian pós Griffith. Em 1933, Helen Hayes repetiria o papel ao lado de Clark Gable.

INGRID BERGMAN

Irmã Mary Benedict em
Os SINOS de SANTA MARIA 
(Bell’s of St. Mary’s, 1945)
direção de Leo McCarey

Padre se desentende com freira sobre a educação na falida escola paroquial de Santa Maria. Em meio ao conflito dos dois, um ganancioso empresário, vizinho da paróquia, quer demolir o lugar. Agora só uma ajuda divina poderá resgatar o espaço católico das mãos deste empresário. Simpática e divertida continuação do êxito de “O Bom Pastor / Going my Way (1944), do mesmo diretor, concorreu a 8 Oscars. Ingrid levou o Globo de Ouro de Melhor Atriz.

DEBORAH KERR

Irmã Clodagh em
NARCISO NEGRO
(Black Narcissus, 1947)
direção de Michael Powell e Emeric Pressburger

Cinco freiras, chefiadas por uma inexperiente irmã, passam a tomar conta de um convento no isolado Himalaia, em meio a um povo não-católico. Contando com a ajuda de um inglês, a trama funciona como um estudo sutil, quase inconsciente, do desejo carnal dessas jovens freiras. Grandes atuações de Kerr e Kathleen Byron. Jack Cardiff levou o Oscar de Melhor Fotografia. Kerr, depois desse sucesso, tornou-se uma das maiores estrelas de Hollywood.

LORETTA YOUNG

Irmã Margaret em
FALAM os SINOS 
(Come to the Stable, 1949)
direção de Henry Koster

Duas freiras se mudam para os Estados Unidos em busca da realização de um sonho: construir um hospital infantil. Indicado ao Oscar de Atriz, Atriz Coadjuvante (Celeste Holm e Elsa Lanchester), Roteiro, Direção de Arte, Fotografia e Canção. O inexpressivo diretor Henry Koster faria logo depois, lançando o Cinemascope, “O Manto Sagrado / The Robe” (1953).

SILVANA MANGANO

Anna em
ANNA 
(Idem, 1951)
direção de Alberto Lattuada

Estrelado pelo mesmo trio do celebrado “Arroz Amargo / Riso Amaro” (1949) – Mangano, Raf Vallone e Vittorio Gassman – fala de um homem que sofre um acidente de carro e é levado para um hospital, onde uma irmã cuida dele. Casualmente, ele é a razão pela qual ela se tornou freira, deixando para trás uma vida como cantora de boate. Um dos maiores sucessos do cinema italiano. Homenageado em “Cinema Paradiso / Idem” (1988) e “Caro Diário / Idem” (1993), de Nanni Moretti. Como roteiristas, os futuros diretores Franco Brusati e Dino Risi.

CLAUDETTE COLBERT

Irmã Mary Bonaventure em
AGONIA de uma VIDA 
(Thunder on the Hill, 1951)
direção de Douglas Sirk

Condenada por assassinato é surpreendida por uma inundação, abrigando-se em um hospital de um convento. Uma irmã-enfermeira se convence da sua inocência e decide encontrar o verdadeiro assassino. Excelente atuação de Colbert sob a direção sensível do mestre Sirk.

ANNA MAGNANI

Irmã Letizia em
IRMÃ LETIZIA 
(Suor Letizia, 1956)
direção de Mario Camerini

Uma freira, que foi missionária na África por 20 anos, é mandada para um convento perto de Nápoles, onde ela se afeiçoa a um menino cujo pai morreu e a mãe indiferente está prestes a emigrar para a América do Norte. Camerini é um dos maiores diretores da Itália. Magnani, soberba, divide a cena com outra diva: Eleonora Rossi Drago.

DEBORAH KERR

Irmã Angela em
O CÉU é TESTEMUNHA 
(Heaven Knows, Mr. Allison, 1957)
direção de John Huston

Fuzileiro e freira isolados em uma ilha do Pacífico, durante a Segunda Guerra Mundial, tentam passar despercebidos pelos nipônicos do local. A atração sexual entre eles é inevitável. Pela belíssima interpretação, Kerr teve uma de suas seis indicações ao Oscar, mas injustamente não levou. Roteiro extremamente bem escrito e ótima fotografia de Oswald Morris.

AUDREY HEPBURN

Irmã Luke em
Uma CRUZ à BEIRA do CAMINHO 
(The Nun’s Story, 1959)
direção de Fred Zinnemann

Religiosa belga não se conforma com as desigualdades sociais. Suas ações acabam conflitando com os votos que fizera na época que se firmou freira, tais como silêncio, pobreza e castidade. Indicado à oito Oscars, inclusive de Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Atriz.

JEANNE MOREAU

Madre Marie da Encarnação em
ASSIM DEUS MANDOU 
(Le Dialogue des Carmélites, 1960)
direção de Philippe Agostini 
e Raymond Leopold Bruckberger

Durante a Revolução Francesa, mulher refugia-se em convento de religiosas carmelitas, mas padre é contra sua permanência no local. Inspirado no romance de George Bernanos, conta com excelentes atores europeus: Alida Valli, Madeleine Renaud, Pierre Brasseur, Jean-Louis Barrault etc. Grande sucesso dirigido por um magistral diretor de fotografia – Agostini -, destaca-se pela reconstituição fiel de rituais religiosos (como a adoração a Jesus Crucificado, a eleição da nova Madre Superiora e o corte dos cabelos das noviças).

LUCYNA WYNNICKA

Madre Joana dos Anjos em
MADRE JOANA dos ANJOS 
(Matka Joanna od aniolów, 1961)
direção de Jerzy Kawalerowicz

Passado no século XVII, conta a história de um convento com freiras possuídas pelo demônio. Um dos primeiros filmes a tocar no tema do exorcismo, é um clássico absoluto do cinema europeu, ganhador do Prêmio de Júri no Festival de Cannes de 1961. Arrebatador e imperdível.

JULIE ANDREWS

Maria em
A NOVIÇA REBELDE 
(The Sound of Music, 1965)
direção de Robert Wise

Uma noviça que não consegue seguir as rígidas regras do convento, por se sentir livre e amar as montanhas, vai trabalhar na casa de um charmoso capitão, viúvo, pai de sete filhos, que os educa com uma forte disciplina. A chegada dela une a família através da música. Um dos musicais mais queridos de todos os tempos. Originou-se de um espetáculo da Broadway, ganhando o Oscar de Melhor Filme.

ANNA KARINA

Irmã Suzanne em
A RELIGIOSA 
(La Religieuse, 1966)
direção de Jacques Rivette

Adaptado de uma obra de Denis Diderot, é um dos melhores exemplos do cinema austero e sem concessões do diretor mais radical e rigoroso da Nouvelle Vague: Rivette. Fala de uma bela jovem trancada em um convento pelos pais burgueses contra sua vontade, num verdadeiro calvário. O relato denuncia as barbáries cometidas entre religiosos, contendo críticas severas a Igreja da época.

VANESSA REDGRAVE

Irmã Jeanne em
Os DEMÔNIOS 
(The Devils, 1971)
direção de Ken Russell

Durante o violento regime católico que tomou conta da França no século XVII, um convento de freiras sexualmente reprimidas torna-se o centro de uma disputa pelo poder. Baseados em fatos históricos narrados em livro pelo grande Aldous Huxley, foi proibido em muitos países católicos. Ótima e visceral atuação de Vanessa.

SOPHIA LOREN

Irmã Germana em
O PECADO 
(Bianco, Rosso..., 1972)
direção de Alberto Lattuada

Sentimentos velados entre uma freira e um jovem com idéias comunistas. Aos 38 anos de idade, vestida quase sempre de monja, Sophia passa uma carga de sensualidade como poucas vezes em sua carreira. Ao seu lado, o comediante Adriano Celentano.

janeiro 28, 2012

**** JEAN-LOUIS TRINTIGNANT, o ENIGMÁTICO



Com uma habilidade especial para personagens elegantes, contidos e sombrios, o carismático JEAN-LOUIS TRINTGNANT (nasceu em 1930) é reconhecido como um dos mais importantes atores europeus. Sutil, cheio de nuances, sensível e inteligente, inicialmente foi considerado sem talento. Depois de estudar teatro com o lendário Gérard Philliphe, fez sua estréia nos palcos parisienses em 1951. No cinema, conseguiu sua grande chance em “E Deus Criou a Mulher / Et Dieu... Créa la Femme” (1956), o erótico e famoso filme de Roger Vadim, estrelando Brigitte Bardot, com quem o ator teve um affair bastante explorado pela mídia. Incomodado com o escândalo - Bardot era casada com Vadim - ele se alistou no exército, servindo na Argélia.

com romy schneider 
em  paixões e duelo (1961)
Nascido numa família rica, filho de um industrial, nos anos 60/70 atuou em uma série de longas politizados, mas conheceu a glória internacional em um clássico romântico, “Um Homem e Uma Mulher” (1966), ao lado da sofisticada Anouk Aimée (indicada por ele para o filme). Pouco depois, recusou o papel dado a Marlon Brando em “Último Tango em Paris / Ultimo Tango a Parigi” (1972) por causa das cenas de nudez que o roteiro determinava. Também não aceitou produções comerciais de Francis Ford Coppola, William Friedkin e Steven Spielberg, preferindo o cinema de autor. Segundo o diretor Eric Rohmer, JEAN-LOUIS TRINTIGNANT “é um ator no espírito dostoievskiano. Suas atuações se equilibram entre a luz e a sombra. Ele não suporta personagens superficiais”.


Casou-se duas vezes, a primeira com a atriz Stéphane Audran, e a segunda com a diretora e roteirista Nadine Trintignant, mãe de sua filha Marie. Nascida em 1962, a talentosa Marie Trintignant terminou brutalmente assassinada pelo namorado, o cantor Bertrand Cantat – da banda “Noir Désir” -, em 2003. Enciumado, ele agrediu-a até a morte num quarto de hotel, na Lituânia, onde ela filmava. Com fraturas no crânio e na face, a atriz teve o rosto desfigurado pela violência do criminoso. Conhecido como intelectual, o enigmático, tímido e melancólico JEAN-LOUIS TRINTIGNANT trabalhou em mais de 130 filmes, atuando entre a França e a Itália com diretores de prestígio como François Truffaut, Costa-Gavras, Ettore Scola, René Clement, Abel Gance, Valério Zurlini, Alain Cavelier, Dino Risi, Claude Chabrol, Bernardo Bertolucci e Michel Deville.

com jeanne moreau 
em mata-hari (1964)
“Tive o meu melhor trabalho como ator em ‘O Conformista’. É também o meu melhor filme”, confessou o ator. Como cineasta, dirigiu duas pérolas do humor negro, feitos com talento e perfeito domínio da técnica: “Um Dia dos Diabos / Une Journée Bien Remplie ou Neuf Meurtres Insolites dans une Même Journée par un Seul Homme dont ce N'est pas le Métier” (1973) e “Le Maître-Nageur” (1979). Urso de Prata de Melhor Ator no Festival de Berlim (“L’Homme Qui Ment”, 1968) e Melhor Ator no Festival de Cannes (“Z”, 1969), nos últimos anos JEAN-LOUIS TRINTIGNANT direcionou o seu trabalho exclusivamente para os palcos, mas está de volta – e em grande estilo - em “Amour” (2012), de Michael Hanake, ao lado de Isabelle Huppert.

com anouk aimée em um homem, uma mulher

10 VEZES TRINTIGNANT

Carlo Caremoli em
VERÃO VIOLENTO
(Estate Violenta, 1959)
direção de Valerio Zurlini
com Eleonora Rossi-Drago e Jacqueline Sassard

Jean-Louis Duroc em
Um HOMEM, uma MULHER
(Un Homme et Une Femme, 1966)
direção de Claude Lelouch
com Anouk Aimée

Paul Thomas em
As CORÇAS
(Les Biches, 1968)
direção de Claude Chabrol
com Jacqueline Sassard e Stéphane Audran

O Juiz em
Z
(Z, 1969)
direção de Costa-Gavras
com Yves Montand e Irene Papas

Jean Louis em
MINHA NOITE com ELA
(Ma Nuit Chez Maud, 1969)
direção de Eric Rohmer
com Françoise Fabian e Marie-Christine Barrault


Marcello Clereci em
O CONFORMISTA
(Il Conformista, 1970)
direção de Bernardo Bertolucci
com Stefania Sandrelli e Dominique Sanda

Julien Vercel em
De REPENTE, num DOMINGO
(Vivement Dimanche!, 1983)
direção de François Truffaut
com Fanny Ardant

Scrutzler em
RENDEZ-VOUS
(Idem, 1985)
direção de André Téchiné
com Juliette Binoche e Lambert Wilson

O Juiz em
A FRATERNIDADE é VERMELHA
(Trois Couleurs: Rouge, 1994)
direção de Krzysztof Kieslowski
com Irène Jacob

Lucien Emmerich e Jean-Baptiste Emmerich em
TODOS QUE me AMAM TOMARÃO o TREM
(Ceux Qui M’Aiment Prendront Le Train, 1998)
direção de Patrice Chéreau
com Pascal Greggory e Dominique Blanc


janeiro 26, 2012

****************** OSCAR 2012: os FAVORITOS

uma vida de gato" concorre a melhor animação

O OSCAR deste ano está um prato cheio – e da melhor qualidade – para qualquer cinéfilo. Não houve realmente nenhuma excepcional surpresa, mas fiquei particularmente contente com as indicações do poético (e complexo) “A Árvore da Vida / The Tree of Life” – que concorre aos prêmios de Melhor Filme, Melhor Direção e Melhor Fotografia – e do extraordinário veterano Max von Sydow, um dos atores fetiches do mestre Bergman. Como era de se esperar, a musa Meryl Streep disputa mais uma vez a estatueta. “A Invenção de Hugo Cabret / Hugo” (Martin Scorcese), “O Artista / The Artist” (Michel Hazanovicius) e “Os Descendentes / The Descendants” (Alexander Payne) lideram as indicações, com 11, 10 e 6, respectivamente. Sergio Mendes e Carlinhos Brown concorrem ao prêmio de Melhor Canção Original, pelo tema da animação Rio / Idem
O longa brasileiro inscrito para concorrer ao prêmio de Melhor Filme em Língua Estrangeira, Tropa de Elite 2, está fora da disputa, provando que a nossa comissão de seleção nada entende de Oscar (O Palhaço teria mais possibilidades). Senti falta de Leonardo DiCaprio e Clint Eastwood (“J. Edgar / Idem”); Roman Polanski, Jodie Foster e Kate Winslet (Deus da Carnificina / Carnage); Tilda Swinton (“Precisamos Falar Sobre o Kevin / We Need to Talk About Kevin”) e do incompreendido “Melancolia / Melancholia”. Os vencedores serão revelados no dia 26 de fevereiro no Kodak Theatre, em Los Angeles, com apresentação de Billy Crystal, que volta ao comando da cerimônia após oito anos. Dos indicados, selecionei 10 que prezo especialmente, lembrando suas trajetórias. Apenas  3 deles tem o OSCAR no currículo, e possivelmente para um ou outro é a última chance de levar a cobiçada estatueta, já que a idade avançada não permite muitos anos mais de vida profissional. Por fim, minhas apostas e preferências. Pensa parecido, caro leitor?

DIRETORES

MARTIN SCORSESE
(69 anos)

DIRETOR: 7 indicações (“O Touro Indomável / Raging Bull”, 1980; “A Última Tentação de Cristo / The Last Temptation of Christ”, 1988; “Os Bons Companheiros / Goodfellas”, 1990; “Gangues de Nova York / Gangs of New York”, 2002; “O Aviador / The Aviator”, 2004; “Os Infiltrados / The Departed”, 2006; “A Invenção de Hugo Cabret”, 2011).

1 estatueta (“Os Infiltrados”, 2006)

ROTEIRISTA: 2 Indicações (“Os Bons Companheiros”, 1990; “A Época da Inocência / The Age of Innocence”, 1993).

Um dos mais brilhantes cineastas contemporâneos. Admirado mundialmente, nunca se limitou a um gênero (embora se destaque ao abordar o submundo da Máfia), combinando técnica e emoção com um forte impacto visual. Admirador de Michael Powell e Luchino Visconti, estreou no cinema em 1966, fazendo parceria famosa com os atores Robert De Niro, Harvey Keitel e Leonardo DiCaprio.

TERRENCE MALICK
(68 anos)

DIRETOR: 2 indicações (“Além da Linha Vermelha / Thin Red Line”, 1998; “A Árvore da Vida”, 2011).

ROTEIRISTA: 1 indicação (“Além da Linha Vermelha”, 1998).

Trabalhou como jornalista na “Newsweek”, “Life” e “New Yorker”; como professor de filosofia e roteirista em “Meu Nome é Jim Kane / Pocket Money” (1972), de Stuart Rosemberg. No ano seguinte, dirigiu “Terra de Ninguém / Badlands”. Conseguiu grande reputação com a crítica, revelou estrelas (Richard Gere, Sissy Spacek etc.) e tem como marca o perfeccionismo. Meticuloso, passa anos preparando seus filmes. Um talento inegável que se tornou cult.

WOODY ALLEN
(76 anos)

DIRETOR: 7 indicações (“Noivo Neurótico, Noiva Nervosa / Annie Hall”, 1977; “Interiores / Interiors”, 1978; “Broadway Danny Rose / Idem”, 1984; “Hannah e suas Irmãs / Hannah and her Sisters”, 1986; “Crimes e Pecados / Crimes and Misdemeanors”, 1989; “Tiros na Broadway / Bullets over Broadway”, 1994; “Meia-Noite em Paris / Midnight in Paris”, 2011).

1 estatueta (“Noivo Neurótico, Noiva Nervosa”, 1977)

ROTEIRISTA: 15 indicações (“Noivo Neurótico, Noiva Nervosa”, 1977; “Interiores”, 1978; “Manhattan / Idem”, 1979; “Broadway Danny Rose”, 1984; “A Rosa Púrpura do Cairo / The Purple Rose of Cairo”, 1985; “Hannah e suas Irmãs”, 1986; “A Era do Rádio / Radio Days”, 1986; “Crimes e Pecados”, 1989; “Simplesmente Alice / Alice” (1990); “Maridos e Esposas / Husbands and Wives”, 1992; “Tiros na Broadway”, 1994; “Poderosa Afrodite / Mighty Aphrodite”, 1995; “Desconstruindo Harry / Deconstructing Harry”, 1997; “Ponto Final – Match Point / Macht Point”, 2005; “Meia-Noite em Paris, 2011).

2 estatuetas (“Noivo Neurótico, Noiva Nervosa”, 1977; “Hannah e suas Irmãs”, 1986)

ATOR: 1 indicação (“Noivo Neurótico, Noiva Nervosa”, 1977).

O seu estilo mistura introspecção cômica e confusão. Um humor intelectualizado, típico de judeu nova-iorquino, que não é para todos os gostos, não provoca gargalhadas. Começou a aparecer e a ser reconhecido na adolescência, escrevendo piadas para programas de televisão. Estreou no cinema como roteirista e ator em “O Que é Que Há, Gatinha? / What’s New Pussycat” (1965). A partir dos anos 70, as suas desventuras e agonias chegaram ao público internacional, numa carreira que inclui homenagens a Ingmar Bergman, Federico Fellini, aos musicais hollywoodianos e ao expressionismo alemão. Foi casado com as atrizes Louise Lasser, Mia Farrow e Diane Keaton. Os seus filmes fracassam regularmente nos Estados Unidos e tem melhor repercussão na Europa. Autor de obras-primas, nos últimos anos raramente acerta no alvo, principalmente pela escolha equivocada do elenco.

ATRIZES

GLENN CLOSE
(64 anos)

6 indicações (“O Mundo Segundo Garp / The World Accorting to Garp”, 1982; “O Reencontro / The Big Chill”, 1983; “Um Homem Fora de Série / The Natural”, 1984; “Atração Fatal / Fatal Attraction”, 1987; “Ligações Perigosas / Dangerous Liaisons”, 1988; “Albert Nobbs / Idem”, 2011).

Presença constante nos palcos da Broadway, estreou no cinema com sucesso, no papel da mãe de Robin Williams em “O Mundo Segundo Garp” (1982). Elegante e inteligente, sempre demonstrou forte presença nos papéis que desempenhou. Em decadência depois de uma série de atuações caricatas, retornou o ano passado ao topo - de onde nunca deveria ter saído.

MERYL STREEP
(62 anos)

17 indicações (“O Franco Atirador / The Deer Hunter”, 1978; “Kramer Vs. Kramer / idem” 1979; “A Mulher do Tenente Francês / The French Lieutenant’s Woman”, 1981; “A Escolha de Sofia / Sophie’s Choice”, 1982; “Silkwood – O Retrato de uma Coragem / Silkwood”, 1983; “Entre Dois Amores / Out of Africa”, 1985; “Ironweed” / Idem”, 1987; “Um Grito no Escuro / Evil Angels”, 1988; “Lembranças de Hollywood / Postcards from the Edge”, 1990; “As Pontes de Madison / The Bridges of Madison County”, 1995; “Um Amor Verdadeiro / One True Thing”, 1998; “Música do Coração / Music of the Heart”, 1999; “Adaptação / Adaptation”, 2002; “O Diabo Veste Prada / The Devil Wears Prada”, 2006; “Dúvida / Doubt”, 2008; “Julie & Júlia / Idem”, 2009; “A Dama de Ferro / The Iron Lady”, 2011).

2 estatuetas (“Kramer Vs. Kramer / idem”, 1979; “A Escolha de Sofia”, 1982)

Alcançou reputação na Broadway, antes de estrear no cinema num pequeno papel em “Júlia / Idem” (1977), de Fred Zinnemann. Sua versatilidade é notória e apesar de ser capaz de excelentes desempenhos, durante muito tempo foi antipatizada pelo público. Para desfazer a fama de atriz fria, fez uma série de comédias. Hoje é unanimidade internacional com mais de 100 prêmios na bagagem.

VIOLA DAVIS
(46 anos)

2 indicações (“Dúvida”, 2008; “Histórias Cruzadas / The Help”, 2011).

Estreou em “Substance of Fire” (1996), mas só foi realmente percebida na brilhante participação como a Sra. Miller – apenas oito minutos em cena- em “Dúvida”. Antes fez seriados e filmes para a tevê. Aclamada atriz dramática, levou vários prêmios por suas performances nos palcos.

ATORES

CHRISTOPHER PLUMMER
(82 anos)


2 indicações (“A Última Estação / The Last Station”, 2006; “Toda Forma de Amor / Beginners”, 2011).

A carreira deste ator canadense é uma incógnita. Excelente ator e protagonista de grandes êxitos (“A Queda do Império Romano / The Fall of the Roman Empire”, 1964; “A Noviça Rebelde / The Sound of Music”, 1965; “À Procura do Destino / Inside Daisy Clover”, 1965 etc.), nunca se tornou uma estrela. Famoso por seus papéis no teatro e na televisão, nos últimos anos vem sendo reconhecido como um dos maiores veteranos em atividade.

GEORGE CLOONEY
(51 anos)

ATOR: 4 indicações (“Syriana – A Indústria do Petróleo / Syriana”, 2005; “Conduta de Risco / Michael Clayton”, 2007; “Amor sem Escalas / Up in the Air”, 2009; “Os Descendentes”, 2011).

1 estatueta (“Syriana – A Indústria do Petróleo”)

DIRETOR: 1 indicação (“Boa Noite e Boa Sorte / Good Night, and Good Luck”, 2005).

ROTEIRISTA: 2 indicações (“Boa Noite e Boa Sorte”, 2005; “Tudo Pelo Poder / The Ides of March”, 2011).

Depois de grande popularidade com o seriado “E/R” (1984/85), investiu no cinema comercial, tornando-se um astro. Inesperadamente, deu uma reviravolta, participando de projetos ousados e com temáticas sociais. Além de atuar, trabalha como diretor e roteirista. É considerado um dos mais belos atores do cinema atual.

MAX VON SYDOW
(82 anos)

2 indicações (“Pelle, o Conquistador / Pelle Erobreren”, 1987; “Tão forte e Tão Perto / Extremely Loud & Incredibly Close”, 2011).

Uma aclamada carreira nos palcos suecos foi seguida de um feliz encontro com o diretor Ingmar Bergman, o qual resultou em uma série de clássicos. Alto, loiro e lúgubre, é perfeito para filmes sombrios, meditativos e psicologicamente intensos. Tem uma carreira fértil entre as produções européia de renome e os filmes convencionais de Hollywood. Em 1988 dirigiu “Katinka”.

NICK NOLTE
(70 anos)

3 indicações (“O Príncipe das Marés / The Prince of Tides”, 1991; “Temporada de Caça / Affliction”, 1997; “Guerreiro / Warrior”, 2011).

Um ator versátil com fama de difícil. Na juventude foi um atleta campeão e um rebelde sem causa. Durante 20 anos viajou pelos Estados Unidos fazendo teatro. Em 1973 foi chamado para a minissérie Pobre Menino Rico / Rich Man, Poor Man”, que foi um sucesso mundial. Tornou-se um dos grandes astros de Hollywood, com atuações notáveis. De aspecto rude, teve problemas com as drogas e vários fracassos profissionais.


APOSTAS

MELHOR FILME: “Os Descendentes”; MELHOR FILME ESTRANGEIRO: “A Separação / Jodaeiye Nader az Simin” (Irã); MELHOR DIRETOR: Alexander Payne (“Os Descendentes”); MELHOR ROTEIRO ORIGINAL: Woody Allen (“Meia-Noite em Paris”); MELHOR ROTEIRO ADAPTADO: George Clooney, Beau Willimon e Grant Heslov (“Tudo pelo Poder”); MELHOR FOTOGRAFIA: Robert Richardson “A Invenção de Hugo Cabret”; MELHOR ATRIZ: Meryl Streep (“A Dama de Ferro”); MELHOR ATOR: George Clooney (“Os Descendentes”); MELHOR ATRIZ COADJUVANTE: Jessica Chastain (“Histórias Cruzadas”); MELHOR ATOR COADJUVANTE: Christopher Plummer (“Toda Forma de Amor”); MELHOR TRILHA SONORA: Howard Shore (A Invenção de Hugo Cabret"); MELHOR EDIÇÃO: Thelma Scoonmaker em A Invenção de Hugo CabretMELHOR DOCUMENTÁRIO: “Pina / Idem”; MELHOR ANIMAÇÃO: “Rango / Idem”.

PREFERÊNCIAS

MELHOR FILME: “A Árvore da Vida”; MELHOR FILME ESTRANGEIRO: “In Darkness” (Polônia); MELHOR DIRETOR: Terrence Malick (“A Árvore da Vida”); MELHOR ROTEIRO ORIGINAL: Woody Allen (“Meia-Noite em Paris”); MELHOR ROTEIRO ADAPTADO: John Logan (“A Invenção de Hugo Cabret”); MELHOR FOTOGRAFIA: Emmanuel Lubezki (“A Árvore da Vida”); MELHOR ATRIZ: Meryl Streep (“A Dama de Ferro”); MELHOR ATOR: George Clooney (“Os Descendentes”); MELHOR ATRIZ COADJUVANTE: Jessica Chastain (“Histórias Cruzadas”); MELHOR ATOR COADJUVANTE: Max von Sydow (“Tão Forte e Tão Perto”); MELHOR TRILHA SONORA: Alberto Iglesias (O Espião Que Sabia Demais / Tinker Taylor Soldier Spy); MELHOR EDIÇÃO: Thelma Schoonmaker em A Invenção de Hugo Cabret; MELHOR DOCUMENTÁRIO: “Pina”; MELHOR ANIMAÇÃO: “Um Gato em Paris / Une Vie de Chat”.

“o artista