dezembro 18, 2010

********** "O FALCÃO MALTÊS" PREMIADO


selo do prêmio dardos


O nosso blog acaba de receber o PRÊMIO DARDOS, em reconhecimento por sua divulgação cultural. A indicação veio da paulista Danielle Crepaldi Carvalho, Doutoranda e mestre em Teoria Literária pela UNICAMP e autora do sofisticado e irresistível blog “Filmes, Filmes, Filmes!” (acessar link: “No Tapete Vermelho”).

O prêmio, criado pelo escritor espanhol Alberto Zambade em 2008, em uma postagem do seu blog “Leyendas de El Pequeño Dardo”, homenageia blogs que reconoce los valores que cada blogger muestra cada día en su empeño por transmitir valores culturales, éticos, literarios, personal, etc.., que en suma, demuestra su creatividad a través su pensamiento vivo que está y permanece, innato entre sus letras, entre sus palabras rotas” (traduzindo: “que transmitem valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc. que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre suas palavras).

PRÊMIO DARDOS se espalhou pela Internet, chegando até esta revista eletrônica, lançada em outubro de 2010, que valoriza o universo cinematográfico clássico. De acordo com as regras, como premiado, o nosso blog deve indicar alguns blogues que visitamos e reconhecemos como fonte de conhecimento e aprendizado cultural. Vamos aos escolhidos:

http://ohomemsemnome.blogspot.com/
de Leandro Afonso Guimarães




Obrigado Danielle e Zambade! 
Fiquei feliz!

dezembro 16, 2010

**************** O NATAL em DOZE FILMES

natal branco

NATAL! Cidades decoradas com luzes que piscam, Papai Noel morando em shoppings, canções natalinas soando nos lugares mais improváveis, confraternizações, amigos-secretos, gente fazendo compras, a emoção de crianças e adultos, cartões on-lines e filmes sobre o tema na TV e nos cinemas. O nosso blog não resistiu e entrou no clima, fazendo uma listinha com 12 longa-metragens natalinos. Poucos deles são grandes títulos, mas todos são encantadores, atraentes e agradam multidões até hoje em todo o mundo.

De todas as datas comemorativas, o NATAL foi a que recebeu as abordagens mais diversas pelo cinema, desde melodramas a comédias leves ou ácidas, passando por dramas familiares, fábulas, musicais e filme de animação. Um filão que não se esgota. Recentemente o ator Selton Mello dirigiu o intenso “Feliz Natal” (2008), seu primeiro filme, onde um desajustado (Leonardo Medeiros) que mora no interior, com a proximidade do Natal, faz um balanço de sua vida e decide procurar sua complicada família na capital. No francês “Um Conto de Natal” (Um Conte de Noël), de Arnaud Desplechin, também de 2008, com a diva Catherine Deneuve, um casal traumatizado pela perda de seu filho precisa se reunir com a família após muitos anos, na noite de Natal, para que possam tomar juntos difíceis decisões.

Da nossa seleção com espírito natalino, o meu favorito é “A Felicidade Não Se Compra”, do mestre Frank Capra, um dos filmes mais comoventes e reprisados no final do ano. E o seu?

ADORÁVEL AVARENTO 
(Scrooge, 1970)
direção de Ronald Neame
Com Albert Finney e Alec Guinness


AGORA SEREMOS FELIZES 
(Meet Me In St. Louis, 1944)
direção de Vincente Minnelli
Com Judy Garland, Margaret O'Brien e Mary Astor

Um ANJO CAIU do CÉU

(The Bishop’s Wife, 1947)
direção de Henry Koster
Com Cary Grant, Loretta Young e David Niven

De ILUSÃO TAMBÉM se VIVE
 

(Miracle on 34th Street, 1947)
direção de George Seaton
Com John Payne, Maureen O'Hara, Edmund Gwenn e Natalie Wood

DUAS SEMANAS de PRAZER 

(Holiday Inn, 1942)
direção de Mark Sandrich.
Com Bing Crosby, Fred Astaire e Marjorie Reynolds

DUAS VIDAS se ENCONTRAM 

(Holiday Affair, 1949), 
direção de Don Hartman
Com Robert Mitchum, Janet Leigh e Wendell Corey

A FELICIDADE NÃO se COMPRA 

(It’s a Wonderful Life, 1946)
direção de Frank Capra
Com James Stewart, Donna Reed, Lionel Barrymore e Gloria Grahame

FÉRIAS de NATAL 

(Christmas Holiday, 1944)
direção de Robert Siodmak
Com Deanna Durbin, Gene Kelly e Gale Sondergaard

INDISCRIÇÃO 

(Christmas in Connecticut, 1945)
direção de Peter Godfrey
Com Barbara Stanwyck, Dennis Morgan e Sydney Greenstreet

A LOJA da ESQUINA 

(The Shop Around Corner, 1940)
direção de Ernst Lubitsch
Com Margaret Sullavan, James Stewart e Joseph Schildkraut

NATAL BRANCO 

(White Christmas, 1954)
direção de Michael Curtiz
Com Bing Crosby, Danny Kaye e Rosemary Clooney

VENENO de COBRA
 

(Were No Angels, 1954)
direção de Michael Curtiz
Com Humphrey Bogart, Joan Bennett, Peter Ustinov, Aldo Ray e Basil Rathbone

“a felicidade não se compra”

************ ROBERT MITCHUM na PRISÃO




Nascido em Connecticut (EUA), o carismático ROBERT MITCHUM (1917 - 1947) trabalhou com os melhores cineastas do seu tempo: Otto Preminger, Nicholas Ray, Robert Wise, John Huston, Howard Hawks, Fred Zinnemann, Vincente Minnelli, David Lean, Joseph Losey, Elia Kazan etc. Na velhice, barrigudo e pesadão, ele gostava de contar histórias sobre sua juventude esbelta, antes de ir para Hollywood, trabalhando como estivador e cavador de valas, vivendo sem destino ao viajar clandestinamente de trem, até que foi preso por vadiagem e cumpriu pena acorrentado. Anos depois, em fevereiro de 1949, esteve em cana novamente, sendo fotografado lavando o chão da cadeia do condado de Los Angeles logo depois de ser condenado.

Não apenas aspirante a astro, mas um novo tipo de ator, cínico, lacônico e sexy, com um salário de 3.250 dólares por semana, ROBERT MITCHUM havia sido apanhado fumando um baseado. “Claro, fumo maconha desde criança”, disse na ocasião com a maior naturalidade. As circunstâncias da prisão são um pouco estranhas. Ele estava numa festinha de arromba na casa de uma atriz desconhecida, Lila Leeds, quando repentinamente a polícia arrombou a porta do lugar. Isso não é tudo. O local estava com escuta: havia um microfone na parede. O mais suspeito foi a imprensa sensacionalista saber do escândalo antes da polícia invadir a casa. “Bem, esse é o fim amargo de tudo – da minha carreira, do meu lar, do meu casamento”, disse o ator na ocasião. 

Condenado a prisão por 60 dias, com mais dois anos de sursis, o fato é que, naqueles dias medrosos de 1949, tudo se baseava na idéia de que o público se sentiria ultrajado e chocado ao saber que um astro de cinema fumava maconha. A RKO Radio Pictures, que imaginou amargar prejuízos com os filmes do ator prontos para serem lançados, ao receber milhares de cartas defendendo-o, mesmo com receio, exibiu comercialmente um deles, “O Homem que Eu Amo” (1948), um western com Loretta Young e William Holden. Para espanto de todos, o filme chegou ao primeiro lugar na lista de maior bilheteria em todo o país. Supunha-se que o ator fosse para a prisão e sofresse, marginalizado, condenado inevitavelmente ao ostracismo, mas muito pelo contrário, saiu de lá como uma espécie de herói popular, tornando-se uma super estrela.

Em um dos seus últimos personagens, aos 74 anos, o Tenente Elgart de “Cabo do Medo / Cape Fear” (1991), de Martin Scorsese, reviveu o thriller clássico estrelado por ele e Gregory Peck, “O Círculo do Medo / Cape Fear” (1961), onde fazia um dos mais terríveis vilões da história do cinema, o psicopata Max Cady.

FONTE:
“A Cidade das Redes – Hollywood nos Anos 40”, de Otto Friedrich, 1986 e “Diccionario de Actores”, de José Luis López, 1993)


dezembro 15, 2010

********************** SALA VIP: "O CRIADO”

sarah miles como vera



PATRÃO e EMPREGADO, JOGO ARRISCADO

Uma das vítimas do esquecimento no meio cinematográfico tem sido, sem dúvida, Joseph Losey. No entanto, não há como negar sua competência, evidente no mítico O CRIADO, um autêntico fenômeno na sua época e o primeiro da fértil colaboração entre o cineasta e o dramaturgo Harold Pinter, mestre em diálogos precisos e marcantes. Relato claustrofóbico, cinzento, trancafiado no interior de uma residência burguesa inglesa, traduz-se pela direção expressiva, complexa composição de enquadramentos (com a presença eminente de espelhos e sombras), câmera de Douglas Slocombe em permanente movimento, trilha sonora envolvente e exploração eficaz da relação entre os atores e o cenário enigmático, destacando-se a composição de Dirk Bogarde, que se consagrou como Hugh Barrett.

Todo o arsenal narrativo está a serviço de uma parábola em torno da dominação progressiva de um patrão por seu criado diabólico. O sádico servo, evidenciando esse terreno pantanoso que costumamos chamar de natureza humana, traça a destruição moral do fraco e elegante patrão, numa inversão de poder que adquire ressonâncias sexuais – desde a inclusão de Vera (excelente atuação de Sarah Miles) como a suposta irmã do criado (sendo sua amante) e instrumento do ardil amoroso, até a solução ambígua da relação entre Hugo e o patrão Tony (eficaz James Fox). Tenso e inteligente, de atmosfera lânguida e aterrorizante, não merece ser esquecido, assim como o seu diretor, que fugiu do maccartisto em sua América natal, brilhando na Inglaterra com obras como “Acidente” (1966) e “O Mensageiro” (1970). Iniciada como um retrato de costumes, O CRIADO toma um rumo no qual, ao final, o clima é de pesadelo. Trata-se de uma obra de mestre, uma narrativa sugestiva sobre a misteriosa atração entre dois personagens - amo e criado - que se absorvem mutuamente.

O CRIADO
(The Servant, 1963)

País: Inglaterra
Gênero: Drama
Duração: 111 mins.
P & B
Produção: Joseph Losey e Norman Priggen
(Springbok Production)
Direção: Joseph Losey
Roteiro: Harold Pinter
Adaptação do romance de Robin Maugham
Fotografia: Douglas Slocombe
Edição: Reginald Mills
Música: John Dankworth
Cenografia: Richard MacDonald (des. prod.); Ted Clements (d.a.);
Vestuário: Beatrice Dawson
Elenco:
Dirk Bogarde (“Hugh Barrett”), Sarah Miles (“Vera”),
Wendy Craig, James Fox (“Tony”), Catherine Lacey, 
Richard Vernon, Patrick Magee, Anne Firbank,
Doris Knox e Harold Pinter

Nota: **** (muito bom)

Prêmios:
Melhor Roteiro do Círculo dos Críticos de Cinema de Nova York
BAFTA de Ator, Fotografia e Revelação (Fox)


*********************** FILMES e MULHERES

jessica tandy 


Hoje eu quero aqui dar algumas dicas de filmes que tratam da questão da mulher e que são, além disso, obras de arte, delicadas e bem-feitas, cheias de questionamentos, interrogações, perplexidades, reflexões e – por que não? – diversão.

São filmes que trabalham quase todos na vertente da auto-estima feminina e da sua capacidade de virar o jogo e se afirmar, mesmo que isso resulte na destruição e na morte como vemos, por exemplo, em THELMA e LOUISE onde as protagonistas, depois de um verdadeiro “tour de force” para escapar do machismo e seus preconceitos, encontram a liberdade na auto-destruição. Mas nem todos são assim trágicos.

O belíssimo FLORES de AÇO mostra mulheres de todas as idades, cada uma delas com seus problemas pessoais e particulares, que se agudizam em torno do casamento da personagem vivida por Julia Roberts. O filme é mesmo um belo hino à maternidade, e tem um desempenho magistral de Shirley MacLaine.

O CLUBE da FELICIDADE e da SORTE traz a história de mulheres de gerações diferentes, mães e filhas, imigrantes chinesas, vivendo nos Estados Unidos. A evocação dos dramas vividos no país natal, a forma como se relacionam com a sociedade americana e o dilema entre essas duas culturas faz desse filme uma grande obra de arte, sem contar a beleza das atrizes, todas orientais.

Winona Ryder está em COLCHA de RETALHOS, representando uma jovem indecisa frente ao casamento. Sua mãe e amigas decidem bordar para ela uma “colcha de casamento”, seguindo a tradição, e enquanto constroem o bordado vão resgatando episódios passados de suas vidas, e resolvendo velhas pendências. Quando a colcha fica pronta, nada mais é como antes. Os desempenhos de Anne Bancroft e Ellen Burstyn são absolutamente magistrais.

Já em TOMATES VERDES FRITOS a narrativa se divide em dois níveis: enquanto duas mulheres rememoram o passado, a vida de uma delas vai se transformando, inspirada no exemplo dos relatos. A tônica do filme é o amor e a solidariedade entre mulheres, num mundo repleto de preconceitos e dificuldades.

Finalmente, o divertido CLUBE das DESQUITADAS, onde três mulheres abandonadas pelos maridos vão à forra; A GAROTA de ROSA SHOCKING, saboroso romance adolescente e, como é impossível resistir a uma história de Cinderela, o manjadíssimo Uma LINDA MULHER, que sempre faz sonhar quem assiste. É isso aí.

Texto de
CLOTILDE TAVARES

************************* GLOBO de OURO 2011

a origem”, de christopher nolan


A Associação de Imprensa Estrangeira em Hollywood anunciou esta semana, em Beverly Hills, os indicados ao 68º GLOBO DE OURO, o prêmio mais importante do cinema norte-americano depois do Oscar. A valorizada premiação já foi considerada o principal termômetro para o Oscar, mas não vale mais tal afirmação, afinal nos últimos seis anos só “Quem Quer Ser Um Milionário?” ganhou os dois prêmios. Os votos são de um grupo de 85 jornalistas, não críticos, correspondentes estrangeiros sediados em Los Angeles. Este ano, os filmes O Discurso do Rei (de Tom Hooper), A Rede Social (de David Fincher) e “O Vencedor” (de David O. Russell) saíram como favoritos, com sete indicações o primeiro e seis os dois últimos. Atualmente em cartaz no Brasil, o longa-metragem sobre a história do Facebook foi eleito Melhor Filme do ano pelas Associações de Críticos de Los Angeles e de Nova York.

O GLOBO DE OURO é uma premiação séria e eficiente, embora tenha cometido muita bobagem no passado. Somente me parece absurda essa separação entre Drama e Comédia/Musical. Um filme dramático pode muito bem disputar com uma comédia, como acontece em qualquer premiação mundo afora. Porém, pensando melhor, talvez seja esse o diferencial da premiação da Foreign Press Association. Uma curiosidade deste ano, cujo resultado será conhecido em 16 de janeiro, é que nenhum medalhão lendário – como é habitual - concorre ao prêmio (com exceção de Michael Douglas, que não é essa coca-cola toda).

Sou fã de carteirinha de Tim Burton, mas “Alice no País das Maravilhas” seguramente foi um dos piores filmes do ano. Na verdade, as indicações na categoria comédia ou musical são constrangedoras, com títulos medíocres. Angelina Jolie e Mark Wahlberg concorrendo a prêmios de atuação parece piada. Já “A Origem” tem cadeira cativa na minha lista dos dez mais de 2010 e não entendo como esqueceram Leonardo DeCaprio. Vou torcer também por “Biutiful”, Natalie Portman, James Franco, Annette Bening, Johnny Depp, Helena Bonham Carter e Geoffrey Rush. Espero vê-los na disputa do prêmio da Academia de Hollywood. São minhas preferências – não, necessariamente, minhas apostas. Lembro também que não vi todos os indicados. E você, caro leitor?

Confira a lista completa:

MELHOR FILME/DRAMA:

“A Origem”, “A Rede Social”, “Cisne Negro”, “O Discurso do Rei” e “O Vencedor”.

MELHOR FILME/COMÉDIA OU MUSICAL:

“Alice no País das Maravilhas”, “Burlesque”, “Minhas Mães e meu Pai”, “O Turista” e “Red - Aposentados e Perigosos”.

MELHOR FILME ESTRANGEIRO:

“Biutiful” (México/Espanha), “Io Sono L'Amore” (Itália), “Kray” (Rússia), “Le Concert” (França) e “Haevnen (Dinamarca).

MELHOR FILME DE ANIMAÇÃO:


“Como Treinar o seu Dragão”, “Enrolados”, “Meu Malvado Favorito”, “O Ilusionista” e “Toy Sory 3”.

MELHOR DIREÇÃO:

Christopher Nolan (“A Origem”), Darren Aronofsky (“Cisne Negro”), David Fincher (“A Rede Social”), David O. Russell (“O Vencedor”) e Tom Hooper (“O Discurso do Rei”).

MELHOR ROTEIRO:

Aaron Sorkin (“A Rede Social”), Christopher Nolan (“A Origem”), Danny Boyle e Simon Beaufoy (“127 Horas”), David Seidler (“O Discurso do Rei”) e Lisa Cholodenko e Stuart Blumberg (“Minhas Mães e meu Pai”).

MELHOR ATRIZ/DRAMA:

Halle Berry (“Frankie e Alice”), Jennifer Lawrence (“Inverno da Alma”), Michelle Williams (“Blue Valentine”), Natalie Portman (“Cisne Negro”) e Nicole Kidman (“Rabbit's Hole”).

MELHOR ATOR/DRAMA:

Colin Firth (“O Discurso do Rei”), James Franco (“127 Horas”), Jesse Eisenberg (“A Rede Social”), Mark Wahlberg (“O Vencedor”) e Ryan Gosling (“Blue Valentine”).

MELHOR ATRIZ/COMÉDIA OU MUSICAL:

Anne Hathaway (“Amor e Outras Drogas”), Annette Bening (“Minhas Mães e meu Pai”), Angelina Jolie (“O Turista”), Emma Stone (“Easy A”) e Julianne Moore (“Minhas Mães e meu Pai”).

MELHOR ATOR/ COMÉDIA OU MUSICAL:

Jake Gyllenhaal (“Amor e Outras Drogas”), Johnny Depp (“Alice no País das Maravilhas”), Johnny Depp (“O Turista”), Kevin Spacey (“Casino Jack”) e Paul Giamatti (“Minha Versão para o Amor”).

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE:

Amy Adams (“O Vencedor”), Helena Bonham Carter (“O Discurso do Rei”), Jacki Weaver (“Animal Kingdom”), Melissa Leo (“O Vencedor”) e Mila Kunis (“Cisne Negro”).

MELHOR ATOR COADJUVANTE:

Andrew Garfield (“A Rede Social”), Christian Bale (“O Vencedor”), Geoffrey Rush (“O Discurso do Rei”), Jeremy Renner (“Atração Perigosa”) e Michael Douglas (“Wall Street - O Dinheiro Nunca Dorme”).

MELHOR TRILHA ORIGINAL:

A.R. Rahman (“127 Horas”), Alexandre Desplat (“O Discurso do Rei”), Danny Elfman (“Alice no País das Maravilhas”), Hans Zimmer (“A Origem”) e Trent Reznor e Atticus Ross (“A Rede Social”).

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL:

"Bound to you" (“Burlesque”), "Coming Home" (“Country Strong”), "I see the light" (“Enrolados”), "There’s a Place for Us" (“As Crônicas de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada”) e "You haven’t seen the last of me" (“Burlesque”).

dezembro 09, 2010

**** ANDRUCHA e a ESPANHA do SÉC. de OURO


A cinebiografia de Lope de Vega estreará nos cinemas brasileiros em março de 2011. LOPE, uma co-produção hispano-brasileira com direção de ANDRUCHA WADDINGTON (“Casa de Areia”), relata os primeiros passos como escritor de Félix Lope de Vega (1562 - 1635), um dos expoentes do Século de Ouro e do barroco espanhóis, contemporâneo de Miguel de Cervantes, que se tornaria um autor prolífico e, sobretudo, dramaturgo. Na trama, é apenas um jovem que chega a Madri e está prestes a descobrir o teatro e o amor. Para interpretar o papel-título, o escolhido foi o ator argentino Alberto Ammann, vencedor do prêmio Goya por seu desempenho excepcional em “Cela 211”, de Daniel Monzón. No elenco, as atrizes espanholas Pilar López de Ayala e Leonor Watling; e os brasileiros Selton Mello e Sonia Braga. Sonia, que construiu carreira no cinema internacional, vive a espanhola Paquita, mãe de Lope, e para tal se apresenta bastante envelhecida, mas na vida real a atriz continua em plena forma, como deixou evidente recentemente na minissérie “As Cariocas”, de Daniel Filho.

Um dos mais importantes nomes da literatura e da dramaturgia mundiais, Lope de Vega foi um grande inovador, tendo publicado, em 1609, “Nuevo Arte de Hacer Comedias en Este Tiempo”, um dos primeiros ensaios sobre dramaturgia. Escreveu comédias, romances, poemas épicos, líricos e burlescos, livros religiosos e históricos. O roteiro do filme é de Ignácio del Moral e Jordi Gasull. O brasileiro Ricardo Della Rosa assina a direção de fotografia. As filmagens aconteceram na Espanha e no Marrocos. Recentemente, LOPE foi exibido no Festival Internacional de Cinema de Toronto. Também foi selecionado e exibido no tradicional Festival de Veneza. Aqui no Brasil, marcou presença no Festival do Rio 2010 e na Mostra Internacional de São Paulo.



pilar lópez de ayala

Fragmento da entrevista de Carol Almeida com Andrucha Waddington para o site Terra:

Como foi sua interferência na escolha do elenco?

Durou um ano. Passei um ano vendo o cenário espanhol. As primeiras a entrarem no elenco foram a Pilar López de Ayala e a Leonor Watling. E eu não tinha o
Lope, que é o Alberto Ammann. Na verdade eu tinha algumas opções, só que eu queria um ator desconhecido. Aí as produtoras de elenco me apresentaram um teste do Alberto cinco semanas antes de começarem as filmagens. E aí eu falei: para tudo que esse cara é genial. Passei um dia fazendo audição com ele e ele foi maravilhoso. Os produtores, que queriam um ator mais conhecido no papel, terminaram me dando razão quando viram o teste com o Alberto.

O fato de Lope ser interpretado por um ator argentino teve alguma repercussão na Espanha?

Houve, mas na verdade a coisa é a seguinte. O Alberto nasceu na Argentina, mas foi criado na Espanha. Então ele tem um sotaque absolutamente espanhol e se considera um cidadão espanhol. Houve também um certo ruído pelo fato de eu ser um diretor brasileiro. Mas acho que o cinema é uma linguagem universal. O cinema americano inteligentemente percebeu isso há muito tempo e importa diretores de vários pontos do mundo. Quando li o roteiro desse filme pela primeira vez, conhecia pouco do Lope, mas me apaixonei pela possibilidade de contar a história da fundação de um artista, através de um ícone da cultura espanhola. E aí tive quatro anos pra estudar e ficar familiar à obra de poema e teatral de Lope, à sua biografia, ao Século de Ouro, aos costumes da época.

E a escolha de Selton Mello e Sonia Braga, como foi?

A de Selton Mello aconteceu porque o personagem de Marquês de Las Navas era um português e eu, que tinha vontade de trabalhar com Selton há um tempão, achei que ele ia arrebentar naquele personagem que é tão-somente um playboy da época. E a Sonia eu também tinha vontade de trabalhar há muito tempo e achei legal propor pra ela fazer uma velhinha. E ela topou na hora e foi ótimo.